Jornal da Alerj - Governo do Estado do Rio de Janeiro

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JORNAL DA ALERJ
A S S E M B L E I A L E G I S L AT I VA
DO E STA DO DO RIO DE JA N EIRO
Ano XIII N° 305 – Rio de Janeiro, 1 a 15 de setembro de 2015
Alternativas
PARA SAIR DA CRISE
Fórum realiza evento para discutir a situação da indústria automotiva no
Sul do Estado. Empresas perderam três mil postos de trabalho em dois anos
pÁGINAS 4 e 5
Debate sobre Uber e
Resolve Aí traz taxistas
para audiência na Alerj
pÁGINAS 6 E 7
Feridas crônicas: comissão
realiza evento para falar de
políticas para a doença
pÁGINAS 8 E 9
Alô Alerj cria conta no
WhatsApp para receber
reclamações da população
pÁGINA 12
3
2
HOMENAGEM
Frases
Foto: Amanda ALexandre
Foto:Rafael Wallace
No Brasil, sedentarismo é um problema
de grande importância. As pesquisas
mostram que a população gasta bem
menos calorias por dia do que gastava
há 100 anos”
“
Em muitos dos casos,
professores têm se
valido de sua posição de
autoridade dentro da sala
de aula para impor visões
políticas e ideológicas
Foto:Vitor Soares
Foto: Rafael Wallace
Benedito Alves (PMDB), na justificativa de projeto que
institui programa de incentivo à prática de atividades físicas
“
É inadmissível
que o Estado esteja
na expectativa que os
municípios forneçam meios
de transporte para jovens
sob tutela estadual
”
”
Milton Rangel (PSD), sobre projeto de lei que institui
programa Escola Sem Partido
Redes
Sociais
//assembleiaRJ
//radioalerj
/alerj
/radioalerj
Em todas as cidades do Estado foi dia
de eleição no 1º turno do Parlamento
Juvenil. Estamos construindo ao poucos
uma nova política!
Dep. Wanderson
Nogueira
Cerimônia na Alerj: Homenagem aos
atletas brasileiros medalhistas nos
Jogos Parapanamericanos Toronto
2015 �#�orgulho�paralímpico #inclusão�
Dep. Tania
Rodrigues
03/09 - Facebook
03/09 - Facebook
Júlio Pinón
@jpinon
10/09
Instagram
Comte Bittencourt (PPS), em audiência sobre os
problemas de ensino enfrentados pelo Degase
Vacê Sabia?
Foto: Rafael Wallace
Os nomes de logradouros e
prédios públicos do Estado do Rio
que façam alusão a pessoas, datas
e fatos relacionados à ditadura
militar poderão ser substituídos.
É o que determina o projeto de lei
2.193/13, de autoria dos deputados Paulo Ramos (PSol), Luiz
Paulo (PSDB) e do ex-deputado
Gilberto Palmares, aprovado no
dia 9, em primeira discussão, pela
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O projeto estipula que os nomes sejam modificados em até
12 meses, a partir da data de publicação da lei. Pela proposta,
a substituição poderá ser feita pelo Executivo estadual ou por
meio de proposta da Alerj. Segundo Paulo Ramos, a Casa pode
dar um exemplo de democracia: “É preciso reconhecer a história
e repudiar esse período, e uma forma é a supressão das homenagens aos que praticaram atos desumanos. Essa também será
uma forma de homenagear os perseguidos pela ditadura”.
A proposta teve pedido de verificação de votos. Foram 47
votos a favor, três votos contrários e uma abstenção. O texto
ainda será votado em segunda discussão pela Alerj.
*As mensagens postadas nas redes sociais são publicadas sem edição de conteúdo.
Expediente
Presidente - Jorge Picciani
1º Vice-presidente - Wagner Montes
2º Vice-presidente - André Ceciliano
3º Vice-presidente- Marcus Vinicius
4º Vice-presidente - Carlos Macedo
1º Secretário - Geraldo Pudim
2º Secretário - Samuel Malafaia
3º Secretário - Fábio Silva
4º Secretário - Pedro Augusto
1o Suplente - Zito
2 o Suplente - Bebeto
3º Suplente- Renato Cozzolino
4º Suplente- Márcio Canella
JORNAL DA ALERJ
Publicação quinzenal da
Subdiretoria Geral de Comunicação
Social da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro
Jornalista responsável: Daniella Sholl
(MTB 3847)
Editora: Mirella D'Elia
Coordenação: Everton Silvalima
Equipe: André Coelho, Buanna Rosa, Camilla
Pontes, Tainah Vieira, Symone Munay e
Vanessa Schumacker.
Editor de Arte: Rodrigo Cortez
Editor de Fotografia: Rafael Wallace
Secretária da Redação: Regina Torres
Estagiários: Andressa Garcez
(publicidade), Carolina Lessa, Felipe
Teixeira, Gabriel Deslandes, Gustavo
Natario, Iara Pinheiro (foto), Isabela
Cabral, Lucas Moritz, Octacílio Farah
(foto), Paulo Corrêa (publicidade), Priscilla
Binato, Rayza Hannah (publicidade),
Tomás Battaglia e Vitor Soares (foto).
Impressão: Imprensa Oficial
Tiragem: 2 mil exemplares
Telefones: (21) 2588-1404 / 1383
Rua Primeiro de Março s/nº, sala 406
Palácio Tiradentes - Centro
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Site: www.alerj.rj.gov.br
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Instagram: @instalerj
Capa: Octacilio Barbosa (foto)
Jorge Picciani, observado pela deputada Tania Rodrigues, cumprimenta atletas paralímpicos durante evento no plenário
Atletas que valem ouro
Campeã dos Jogos Parapan
Toronto 2015, equipe
brasileira recebeu moções de
congratulação e aplauso
i saBeLa caBraL
A
tletas medalhistas dos Jogos
Parapan-Americanos Toronto
2015 receberam moções de
congratulação e aplauso na Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
(Alerj) no dia 3. Em cerimônia no Palácio
Tiradentes, 20 paratletas convidados
foram recepcionados pelo presidente da
Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB),
e pela vice-presidente da Comissão da
Pessoa com Deficiência, deputada Tania
Rodrigues (PDT). O Brasil conquistou o
primeiro lugar nos jogos, que terminaram,
em agosto, no Canadá. Foram 257 medalhas no total: 109 de ouro, 74 de prata e
74 de bronze.
Segundo Tania, o bom resultado é produto da história do paradesporto no país,
que surgiu em 1958 e foi impulsionado pela
criação do Comitê Paralímpico Brasileiro
(CPB), em 1995. “Estamos colhendo os
frutos de 20 anos de atuação do comitê e
temos formado atletas desde a infância.
Estive em Toronto e a música que mais
ouvi foi o Hino Nacional Brasileiro”, disse.
O vice-presidente do CPB, Mizael Conrado,
também esteve no evento.
Picciani parabenizou os medalhistas
e afirmou que a homenagem é de todo o
parlamento fluminense e de toda a população do Estado do Rio.
Campeões
Ouro na modalidade salto em distância,
Pedro Paulo Neves se emocionou ao subir
no pódio em sua primeira competição
internacional. “É uma sensação incrível
naquele momento, ouvindo o Hino tocar,
vendo a bandeira do Brasil subir”, contou.
O carioca Brian D’Angelo conquistou medalha de ouro no futebol de 7, praticado
por pessoas com paralisia cerebral. “Foi
um gostinho muito bom ser campeão na
minha primeira competição oficial na
seleção”, afirmou.
Quadro de medalhas
Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015
ouro
prata
bronze
total
1) Brasil
109
74
74
257
2) Canadá
50
63
55
168
3) EUA
40
51
44
135
Foto: Divulgação
Para acelerar o
CRESCIMENTO
Fórum: sugestões para diminuir a crise na indústria automotiva
A
Vanessa S chumacker
e
Fotos: Iara Pinheiro
4
caPA
Capa
Pezão disse que dará
incentivos para a renovação
da frota de táxis. Picciani
e Rechuan também se
uniram em prol do setor
industrial no sul do Estado
Gustavo Natário
indústria automotiva do
Sul Fluminense é um dos
setores que mais sofrem
com a crise econômica
no Brasil. A região, que abriga o segundo
maior polo automotivo do país – mais de
20 empresas, entre montadoras e fornecedores –, perdeu três mil postos de trabalho
nos últimos dois anos. Dos 12 mil empregos locais, apenas 70% estão ativos e mais
de 3 mil trabalhadores estão em contratos
de lay-off, jornada de trabalho reduzida ou
de férias forçadas. Para propor medidas e
debater a grave situação do setor, o Fórum
de Desenvolvimento do Rio realizou uma
reunião com representantes de montadoras, cadeia de fornecedores, sindicatos e
federações da indústria e do transporte,
no dia 8, na Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O governador Luiz Fernando Pezão,
que participou do evento, propôs incentivos para a renovação das frotas de táxi
do Estado. Ele acredita que o momento
é propício devido às Olimpíadas de 2016
e que isso aqueceria a indústria do Sul
Fluminense. A implantação seria por
meio de linhas de créditos do Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF) e
do Banco Nacional de Desenvolvimento
Economico e Social (BNDES).
A reunião foi conduzida pelo presidente da Alerj e do Fórum, deputado Jorge
Picciani (PMDB). Ele lembrou que o
parlamento vai intermediar a discussão:
"A Alerj trabalha na articulação entre o
setor produtivo, os órgãos de fomento e
financiamento e as federações, na busca
de soluções que possam retomar o crescimento do Estado, principalmente nesse
momento de dificuldade".
A superintendente Nacional de Estratégia para Micro e Pequeno Empreendedorismo da Caixa, Eugênia de Melo, disse
que, além de apoiar a renovação dos táxis,
o banco vai oferecer condições especiais
em linhas de crédito para capital de giro
e investimento para socorrer a indústria
automotiva e o setor de autopeças. "As
agências da Caixa estão preparadas
e de braços abertos para receber os
representantes do setor. As condições
especiais serão concedidas a empresas
que se comprometerem a não demitir
funcionários durante a crise atravessada
pelo setor automotivo".
Ricardo Santos de Lima, taxista há
quase 15 anos, recebeu com entusiasmo
a notícia de novos incentivos e financiamentos: “Quanto mais facilidades
tivermos para trocar os nossos veículos,
melhores serviços vamos conseguir oferecer. O cliente é o que mais se beneficia”,
comentou Lima.
Pezão também apresentou outras
medidas para fomentar a indústria local:
"Podemos comprar novos ônibus escolares
e isentar impostos para garantir mais
empregos. Também temos que aprimorar
a infraestrutura local para melhorar a logística das empresas. A pista de descida
da Serra das Araras deve ser duplicada
e estamos estudando a criação de uma
terceira pista na Via Dutra".
Moradora de Resende, a deputada
Ana Paula Rechuan (PMDB), que teve
a ideia de botar a discussão em pauta,
demonstrou preocupação com a situação
dos municípios. Segundo ela, o número
de desempregados na região provoca
impactos no comércio e na rede pública de
saúde. "Todas as empresas oferecem plano
de saúde a seus funcionários e familiares,
com o número alto de desempregos no
setor, cresceu a procura pelo SUS. Além
disso, muitos alunos migraram do ensino
particular para o público", explicou.
A deputada disse ainda que o mercado de caminhões e ônibus foi o que acumulou maior queda no primeiro semestre:
"O mercado de caminhões perdeu mais
de 40% de vendas, o de ônibus chegou a
60% e o de carros, 21%". Segundo ela, é
preciso que haja uma redução do IPVA nas
compras e facilidade na obtenção de linhas
de crédito. (colaborou Isabela Cabral)
Bilhete Único
Outra solução apontada no evento foi a
criação do Bilhete Único do Sul Fluminense. Para o presidente da Fetranspor, Lelis
Marcos Teixeira, a medida é interessante
porque diminuiria os gastos das empresas
e não teria impacto no orçamento do Governo. “Em momento de crise, temos que
apresentar propostas que não aumentem
os gastos do Estado”, disse.
Após a reunião, a deputada Ana Paula
Rechuan decidiu apresentar um projeto de
lei para que o Bilhete Único seja estendido
ao Sul do Estado. "Isso não acarretaria
gastos para o Estado, sendo necessário
apenas a implantação da biometria na
região. Dessa forma, a indústria terá um
gasto a menos com fretamento de veículos
para levar os funcionários até a empresa,
além de o bilhete favorecer o transporte
entre municípios e a preservação dos
empregos do setor", defendeu.
NÚMEROS
1,3 milhão
veículos produzidos no país até julho
6,01%
produção do Sul fluminense em
relação ao país
26%
Setor industrial em relação ao
PIB do Estado
18%
queda na produção de veículos
10%
queda de postos de trabalho na
indústria em agosto
7
6
UBER X TÁXI
Comissão de Transporte traz, pela primeira vez, diretor do Uber no Brasil para audiência
A
Fotos: Iara Pinheiro
Vanessa s chumacker
Dionísio Lins (alto) é contra o Uber;
Mangabeira defende o app: "é um
serviço em benefício da cidade"
Comissão de Transportes da Assembleia
Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro (Alerj)
estuda proibir aplicativos que atuam
no serviço de transporte particular
de passageiros, como Uber e Resolve
Aí. Em audiência pública no dia 9, o
vice-presidente da comissão, deputado Dionísio Lins (PP), disse que os
aplicativos são ilegais e precisam ser
impedidos de atuar.
O parlamentar vai enviar à mesa
diretora ofício pedindo que o projeto de
lei 3.022/15, de sua autoria, seja colocado
em pauta para votação em regime de
urgência: "O Uber é ilgeal, considero
transporte pirata. O Resolve Aí está
ocupando pontos de táxi, quero saber
de onde veio essa licença”.
Para o presidente da comissão,
deputado Marcelo Simão (PMDB), os
serviços estão tirando a vaga de profissionais regularizados e habilitados para
a função de taxista. "Essa concorrência
é desleal", defi niu o parlamentar.
Representante do Uber no Brasil,
Daniel Mangabeira esteve, pela primeira
vez, na Alerj. Ele disse que o aplicativo
é uma nova forma de fazer transporte
urbano e de prestar serviço de transporte
na cidade. "O Uber está aqui em uma
discussão muito maior, de um mercado
novo", disse.
Mangabeira destacou que leis federais permitem o funcionamento do
serviço. "De acordo com a legislação
brasileira, operamos no mercado de forma
legal, porém, ainda não regulamentada. O
Uber não é concorrente, é complementar
e não entra em conflito com os táxis. Ele
contribui para reduzir o número de carros
nas ruas", afi rmou.
Estudo feito pelo aplicativo, acrescentou Mangabeira, apontou que 80% dos
passageiros usariam o próprio carro se
não houvesse o Uber e 70% iriam de táxi.
"É importante discutir a regulação em
benefício da cidade", disse. Ele propôs
a criação de uma taxa, a ser paga pelos
motoristas do Uber, e que seria revertida
para um fundo de investimento na melhoria de ônibus, táxis e trens da cidade.
De acordo com o representante do
Uber, a medida será implantada na Cidade do México, onde o aplicativo já é
regulamentado: "O pagamento da taxa
foi a forma que o poder público encontrou
para subsidiar o transporte público por
meio do transporte privado".
Legislação
Segundo o presidente da Associação
de Assistência aos Motoristas de Taxi do
Brasil (Aamotab), André de Oliveira, o
Uber é uma prestação de serviço "ilegal".
"Queremos desmascarar essa farsa. Já
temos 30 mil táxis no Rio. Aumentar o
número de carros na rua vai provocar
um caos no trânsito", disse André. "Já
temos aplicativos, como o 99 Táxis e o
Easy Táxis, que atendem muito bem,
inclusive com oferta de táxis de luxo,
especiais ou executivos."
O secretário de Estado de Transportes, Carlos Roberto Osório, disse que
não cabe ao Governo do Estado legislar
sobre o transporte de passageiros. "É
competência dos municípios a questão
da regulação do transporte individual
de passageiros por cobrança. Se existe
necessidade de mudança, o fórum é a
Câmara de Vereadores. A posição do
Estado é fazer cumprir a lei, e ela diz
que o sistema individual de passageiros
por cobrança só pode ser feito por táxis
registrados", afirmou Osório.
No dia 25 de agosto, a Câmara de
Vereadores do Rio de Janeiro aprovou
o projeto de lei 122/14, que regula o
transporte individual remunerado. Novos serviços têm que ser operados por
taxistas licenciados, o que, na prática,
impede a operação do aplicativo Uber. O
projeto espera a sanção ou veto do prefeito
Eduardo Paes.
App polêmico
O Uber é um aplicativo que já
existe em 300 cidades de 58 países.
No Brasil, São Paulo, Belo Horizonte,
Brasília e Rio contam com o serviço.
Na capital paulista, a discussão teve
fim no dia 9, quando a Câmara de
Vereadores proibiu, em segunda
discussão, o funcionamento do
app. Outras 12 cidades que ainda
não contam com o serviço já têm
projetos de lei para proibi-lo: Vitória,
Maceió, Curitiba, Salvador, Recife,
Manaus, Goiânia, Cuiabá, Aracaju,
Natal, João Pessoa e Campo Grande. Em algumas localidades, houve
denúncias de sequestro e descaso
quanto à verificação dos antecedentes criminais dos motoristas
que prestam o serviço.
SAÚDE
Feridas
crônicas
teimam
em não
cicatrizar
9
Foto: Octacilio Barbosa
8
Ping-pong com o
médico Carlos Virgini
Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e professor de Cirurgia Vascular e Endovascular da Universidade de Estado do Rio de
Janeiro (Uerj), Carlos Virgini é uma referência quando o assunto são as feridas
crônicas. O médico, que trabalha no Hospital Universitário Pedro Eernesto
(Hupe), falou com o JORNAL DA ALERJ:
Que hospitais públicos oferecem o tratamento?
O Pedro Ernesto e a Policlínica Piquet Carneiro, ambas unidades da Uerj. O
custo é bem alto, mas algumas cidades como Salvador e Londrina já oferecem
esses tratamentos em toda a rede pública de saúde.
Que tecnologia é usada nos casos agudos da doença?
A escleroterapia ecoguiada, que consiste no tratamento das varizes com laser
ou, no nosso caso, injeção de espuma densa com o auxílio de aparelho ultrassom. É realizado em ambulatório e não é necessária a internação. O paciente
volta pra casa no mesmo dia que realiza o procedimento. Na Uerj, esse tipo de
processo é feito para pacientes com úlcera venosa.
Doença atinge cerca de
5 milhões de pessoas
em todo o Brasil
e
S ymone Munay
ma fratura de perna levou o entregador Hélio
Silveira da Silva, de 55 anos, a viver cinco anos
com os transtornos de um paciente de ferida
crônica, uma doença silenciosa e cercada de
desinformação. As feridas crônicas são um dos mais graves
problemas de saúde pública da atualidade. Estimativas do
Ministério da Saúde apontam que o problema afeta a rotina de
aproximadamente 5 milhões de brasileiros. No Rio, cerca de 350
mil pessoas convivem com a enfermidade e suas sequelas, o
que motivou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) a discutir políticas públicas
para melhorar a vida de pessoas como Hélio.
Nascido e criado na Rocinha, Zona Sul do Rio, apesar de
curado, o entregador não consegue usar sapatos ou tênis.
“Fui vítima de uma trombose e, salvo anos depois pela boa
vontade de uma médica que me levou a uma clínica particular, porque, no Hospital Miguel Couto, onde fui atendido,
não tinha cirurgião vascular”, diz. Apesar do tratamento das
feridas crônicas ser um desafio a mais para o Sistema Único
de Saúde (SUS), pois requer a criação de políticas públicas
especializadas, foi no Hospital Universitário Pedro Ernesto, da
Universidade Estadual do Rio (Uerj), que, em apenas quatro
meses, Hélio se curou.
As feridas crônicas são uma doença que representa enorme prejuízo social, tanto para o doente, impossibilitado de
exercer as suas atividades cotidianas, quanto para os seus
familiares. O presidente da Comissão de Saúde da Alerj,
deputado Jair Bittencourt (PR), lembrou que é a 10ª maior
causa de afastamento do trabalho no Brasil. “Mais de 200 mil
trabalhadores estão afastados temporariamente por causa
das feridas crônicas. É um dado alarmante que mostra que o
Estado precisa se conscientizar e atuar na causa”, afirma.
Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia
Vascular, o médico Carlos Eduardo Virgini conta que três mil
pacientes aguardam atendimento só no município do Rio. Ele
ressalta que, em alguns casos, o tratamento pode levar até 20
anos. "O resultado varia conforme o organismo do paciente,
podendo ser rápido ou lento. O problema é que essa é uma
doença que traz enormes problemas pessoais e desconforto,
independente do tempo que leva para ser tratada.”
Segundo Virgini, uma ferida crônica é aquela que está há
três meses sem cicatrizar. O tratamento só pode ser feito em
ambulatórios, acrescenta. (leia entrevista na página 9)
Pé diabético
Entre as principais feridas crônicas diagnosticadas estão
a úlcera venenosa, que ocorre quando as varizes não são tratadas e evoluem por anos, não cicatrizando. O chamado “pé
diabético” atinge 20% dos pacientes diabéticos e pode levar
à amputação. E, por último, a úlcera por pressão, que afeta
principalmente idosos, cadeirantes e portadores de paralisia,
que ficam muito tempo na mesma posição, em contato com
a cama ou a cadeira de rodas.
O secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto, anunciou
que pretende criar um cronograma de ações para prevenir e
tratar as feridas crônicas no Estado. “Queremos incorpora-lás
aos programas de prevenção e tratamento que já existem na
Secretaria”, declarou Peixoto, no Seminário para Discussão e
Construção de uma Política Pública para Atenção da Pessoa com
Feridas Crônicas, realizado, em agosto, no plenário da Alerj.
Foto: Rafael Wallace
U
Buanna R osa
Como os pacientes podem receber esse tipo de tratamento na Universidade do Estado do Rio?
O paciente precisa procurar a Central de Regulação de Vagas e ser avaliado.
Obtendo a indicação do órgão, ele é encaminhado para o tratamento.
Custo da doença
pode chegar a R$ 5
mil/mês por paciente
No Brasil, são gastos, em média,
pelos governos estaduais R$ 8 milhões
no tratamento de feridas crônicas de alta
complexidade, por ano, informa a enfermeira, especialista em lesões de pele da
Sociedade Brasileira de Enfermagem e
Dermatologia, Marinês Marques. Só no
Rio de Janeiro, um paciente com ferida
crônica, gasta, com curativos, cerca de
R$ 5 mil por mês, afirma a diretora da
Sociedade de Dermatologia do Rio de
Janeiro, Ana Mósca.
O filho de Cristina Pliego, Felipe, de
3 anos (foto acima), nasceu com epidermólise bulhose, uma ferida crônica que
provoca bolhas na pele causadas por
qualquer tipo de trauma. Para tratar as
feridas dele, Cristina gasta, por mês,
R$ 8 mil. “Com esse dinheiro, compro
vitaminas, curativos e outros insumos
necessários, como luvas”, conta. Há um
ano, Cristina entrou com um recurso
na Justiça e conseguiu que o Estado
custeasse o gasto: “Trimestralmente, o
Governo me paga R$ 24 mil, para a compra de tudo que o Estado não tem como
disponibilizar na rede pública”.
Cuidados
• Visitas ao médico na observação de sinais e pequenos
machucados
• Cuidado com os pés de pessoas diabéticas: evitar sapatos apertados, nunca andar descalço e cuidado no
corte das unhas
• Se possível tratar precocemente as varizes dos membros inferiores
• O paciente com ferida crônica não deve fumar
10
COLUNA
11
UM PALÁCIO
DE HISTÓRIAS
pARLAMENTO JUVENIL
Foto: Octacilio Barbosa
CULTURA
Virtuose do piano
Foto: Rafael Wallace
Foto:Rafael Wallace
Álefy Santos, que começou
a tocar aos 12 anos, fez sua
estreia em apresentação solo
Eleição movimentou o Ciep 434, em Caxias, que teve 14 estudantes inscritos
Personagens políticos
s ymone munay
Desde que foi inaugurado, em 1926,
com a chegada de Washington Luís ao
poder, o Palácio Tiradentes recebeu
diversas personalidades que fizeram
história na política nacional e internacional. Em 1947, o presidente norteamericano Harry Truman esteve por
aqui e discursou no plenário. Nesse
mesmo ano, a Casa teve em sua bancada o deputado comunista (e escritor)
Jorge Amado, que engrossou a lista
de parlamentares ao lado de Maurício
Grabois e João Amazonas.
Foi nas escadarias do Palácio Tiradentes que Juscelino Kubitschek, após
a homologação de sua candidatura
presidencial, em 1955, foi carregado nos ombros por correligionários.
Dois anos depois, o presidente da
Câmara, Ulysses Guimarães, e o vicepresidente da República, João Goulart,
estiveram juntos no salão nobre da
Casa durante um evento social. Em
1961, o Dia do Servidor Público trouxe
ao plenário o então primeiro-ministro
Tancredo Neves.
Em 2007, o então presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, foi homenageado com a Medalha Tiradentes.
Seu discurso de agradecimento durou
duas horas e 10 minutos. E a mais alta
comenda da Casa também foi concedida, em 2012, a Michelle Bachelet,
atual presidente do Chile.
pJ na reta final
Projeto teve primeiro turno
agitado e 55 cidades com
representantes escolhidos
s ymone munay
U
e
tomás BattaGLia
ma festa democrática. Assim foi o 1º turno da 9ª edição do Parlamento Juvenil
(PJ), projeto da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em
parceria com as secretarias de Estado
de Educação e de Esporte, que visa a
aproximar o jovem da política. O 2º turno também já foi realizado. Aconteceu
no dia 15, mas seu resultado só será
divulgado após o fechamento deste
número do JORNAL DA ALERJ. No
1º turno, ocorrido no dia 3, 55 cidades
souberam quais alunos virão à Alerj no
fi m do ano, já que apenas uma escola
do município tinha candidatos – ao
todo, 231 escolas da rede pública de
ensino participaram e 515 estudantes
se inscreveram.
“O que se pretende com o PJ é aprimorar o processo democrático para a
evolução de todos”, disse o coordenador do projeto, deputado Wanderson
Nogueira (PSB). Lara Carvalho, de
Duas Barras, foi a única inscrita no
município. “Como já tinha sido eleita
para representar a cidade na edição
passada e gostaram do meu projeto,
acabei sendo escolhida novamente”,
declarou. Luiza Barros do Nascimento,
de Iguaba Grande, também foi reeleita
no 1º turno: “Meu projeto quase passou
na comissão e, por isso, me mandaram
de novo”.
Votação eletrônica
As eleições para o 1º turno foram
marcadas por duas novidades: as
inscrições online e a votação realizada
através de um aplicativo de celular
testado com sucesso no Ciep 479
Mário Simão Assaf, em Cachoeiras de
Macacu, na Região Metropolitana. Os
373 estudantes locais votaram no modo eletrônico por meio do dispositivo
ApertaQuem e puderam ter acesso à
foto e ao nome dos candidatos. Assim
que a votação foi encerrada, os jovens
souberam do resultado: venceu Wesley
Pereira, com 211 votos válidos.
O Parlamento Juvenil segue os mesmos moldes de um parlamento convencional, com direito à escolha da Mesa
Diretora, Regimento Interno e votação
em plenário. Durante uma semana (em
novembro), os estudantes passam a ter
as mesmas atribuições de um deputado
estadual. Para mais informações, acesse www.parlamento-juvenil.rj.gov.br.
Jovem de 17 anos toca
peças de Mozart e Bach em
apresentação no Parlamento
C
GaBrieL D esLanDes
lássicos da música erudita, como Jesus, Alegria dos homens
(Johann Sebastian Bach) e Für
Elise (Beethoven), ressoaram no salão
nobre do Palácio Tiradentes no dia 10. As
peças musicais fizeram parte da sexta
edição do projeto Música no Museu na
Assembleia Legislativa do Estado do Rio
de Janeiro (Alerj). O projeto existe há 18
anos e leva música clássica aos principais
pontos do Centro do Rio.
Dessa vez, o espetáculo ficou por conta do pianista Álefy Santos, de 17 anos.
Álefy começou a estudar piano aos 12
anos na Escola Municipal Maestro Heitor
Villa-Lobos, em Niterói, e já participou de
concertos no Teatro Municipal de Niterói
com outros instrumentistas. “Essa é a
minha primeira apresentação solo, e a
emoção de tocar nesse espaço é muito
alta”, disse o jovem pianista.
O repertório incluiu peças de Bach,
Mozart, Beethoven, Franz Liszt, Francisco Mignon e Arnaldo Rebello, além
das músicas-tema dos filmes Piratas do
Caribe e Sherlock Holmes, escritas pelo
compositor alemão Hans Zimmer.
O professor Marcos Leite aposta no
sucesso de seu aluno: “O progresso de
Álefy é surpreendente, inclusive porque
muitas peças que ele executou, como a
Quinta Sinfonia de Beethoven, são de nível
superior. Ele venceu as dificuldades”.
Família
A mãe de Álefy também acompanhou
o concerto do filho emocionada: “Hoje é
um dia muito especial porque ele adora
tocar e é um dom. Sempre apoiei a carreira
dele na música e não tiro o sonho do meu
filho nunca”.
Para o produtor do projeto, Fernando
Costa e Silva, trazer a música para o
Palácio Tiradentes representa associar
a arte aos espaços públicos. “É preciso
abrir caminho e momentos agradáveis
para que o jovem volte a manifestar seus
talentos”, afirmou.
Pintores especiais
Inclusão pela Arte é o nome da
exposição que será aberta no Salão
Nobre do Palácio Tiradentes, na Assembleia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro (Alerj), no dia 21 de
setembro, quando se comemora o
Dia Nacional de Luta da Pessoa com
Deficiência. A exposição, uma iniciativa da deputada Tania Rodrigues
(PDT), com apoio da Subdiretoria
Geral de Cultura da Casa, poderá ser
vista até 28 de setembro, das 10h às
17h. A entrada é gratuita.
A mostra vai contar com duas
seções: obras de autoria de pintores
com deficiência que utilizam a boca e
pés e homenagem ao escultor e pintor
Flávio Nakan (in memoriam), com dez
quadros e esculturas do artista, que
morreu em março deste ano. São 18
expositores da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP), sob
a organização do publicitário Marcelo
Cunha. (colaborou Symone Munay)
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TECNOLOGIA
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Serviço que já atendeu 175 mil pessoas em 14 anos, Alô Alerj
expande sua atuação com conta no WhatsApp, o (21) 988904742, além do atendimento via telefone, e-mail e chat online
camiLLa Pontes
Informações como essas da ilustração
ao lado poderão ser dadas, a partir
de agora, através do WhatsApp
do Alô Alerj, o (21) 98890-4742.
As pessoas também poderão
enviar fotos e vídeos acompanhando a sua mensagem. O
serviço, que ouve a população desde 2001, recebe todo
o tipo de demanda e encaminha as questões para os
órgãos responsáveis. Com uma média de 100 atendimentos
por dia, já atendeu 175 mil pessoas em 14 anos. Além
do WhatsApp, o cidadão pode ainda falar com os
atendentes do Alô Alerj via telefone 0800 022 0008,
e-mail [email protected] e chat online, através
do site www.alerj.rj.gov.br/aloalerj.
Segundo o subdiretor de Informática da Alerj,
Adolpho Konder, as principais ligações para o serviço
são reclamações ou problemas com concessionárias
de água, esgoto, luz e telefonia, além de denúncias
em favor dos direitos do consumidor. “Acreditamos
que os cidadãos associam o número do Alô Alerj a
um número geral, porque o nosso número vem escrito
nas notas fiscais dos produtos e está identificado nas
placas das lojas”, explica Konder.
O procedimento é o seguinte: em todos os contatos,
é gerado um protocolo de atendimento – no WhatsApp, será
igual. Através desse número, o usuário pode acompanhar o encaminhamento de sua solicitação. Se o usuário não for atendido na
própria ligação, o pedido é encaminhado para o setor responsável, que
tem 30 dias para responder. Geralmente, a resposta é feita por carta, mas,
em breve, também será feita por e-mail.
Funcionária do setor há 12 anos, Gisele Assemany, 48 anos, disse que há usuários conhecidos entre os atendentes por conta das inúmeras vezes que ligaram. É o
caso do "sr. Eduardo", que já pediu carro fumacê, obras de saneamento e asfalto para a
sua rua. Gisele conta que ele já foi atendido em diversas demandas. “Como aqui é um canal
de comunicação com as comissões da Casa e as secretarias do Estado, sempre repassamos
os pedidos ao órgão responsável quando não é possível resolver apenas com informação”, relata.
Também há casos peculiares, como pedidos de carro, emprego e instrumentos musicais. “Informamos que a Alerj não faz doação desse tipo”, frisa Gisele. Há também denúncias de crimes, que
a funcionária conta que são encaminhadas para a Comissão de Segurança da Casa.
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