Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Negócios on line Economia Morais Sarmento diz que Constâncio "é uma nódoa" na história do Banco de Portugal Nuno Morais Sarmento demarcou-se da avaliação feita pelo seu partido à nomeação de Vitor Constâncio para a vice-presidência do BCE. Porquê? Porque resultou de “acertos políticos” e não do seu mérito e menos ainda do seu desempenho como governador do Banco de Portugal que classifica “como uma nódoa na história” da instituição. Eva Gaspar [email protected] Nuno Morais Sarmento demarcou-se da avaliação feita pelo seu partido, e em particular pela líder social-democrata Manuela Ferreira Leite, e diz que "não bate palmas" à nomeação de Vitor Constâncio para a vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE). Porquê? Porque resultou de "acertos políticos" e não do seu mérito e menos ainda do seu desempenho como governador do Banco de Portugal que classifica "como uma nódoa na história" da instituição. No programa "Falar Claro", transmitido ontem ao início da noite pela Rádio Renascença, o antigo ministro de Durão Barroso acusa ainda Constâncio de ter "prejudicado objectivamente o país". "Acho que foi, na história do Banco de Portugal, uma nódoa. Uma nódoa na elevadíssima competência, no grau de capacidade e competência técnica a que o Banco de Portugal nos habituou". Em tom inflamado, Sarmento conclui que o desempenho de Vitor Constâncio “envergonha o Banco de Portugal, prejudicou objectivamente o país e, portanto, não é uma questão de estados de alma – é uma questão de, como português, manifestar a minha absoluta perplexidade, ainda que todos batam palmas por se tratar de um cargo estrangeiro”. “Eu não bato palmas", frisou. A avaliação de Sarmento contrasta com a de Manuela Ferreira Leite. Em entrevista à RTP, há uma semana, a líder do PSD considerava que, apesar de ter demonstrado alguma “colagem” ao Governo ao longo de uma década como governador do Banco de Portugal, Constâncio “merece" o lugar para o qual foi eleito, porque é uma pessoa de “enorme competência técnica”. A partir de Julho, Vítor Constâncio assume a vice-presidência do BCE, depois de ter vencido a corrida ao cargo, que era também disputada pelo belga Peter Praet e pelo luxemburguês Yves Mersh. Os Governos de ambos países acusaram Constâncio de ter beneficiado de uma conjuntura política favorável, dado o interesse de o alemão Axel Weber assumir a presidência do BCE em 2011 e o acordo – não-escrito, sublinhe-se – de garantir uma repartição geográfica equilibrada dos seis cargos do topo da hierarquia do BCE (a Comissão Executiva). 2010.02.23