Mixomatose em coelho doméstico criado como animal de

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AZEVEDO, J.B. et al. Mixomatose em coelho doméstico criado como animal de estimação em
Mato Grosso. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 7, Ed. 256, Art. 1694, Abril, 2014.
PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.
Mixomatose em coelho doméstico criado como animal de estimação em
Mato Grosso
Jaqueline Bruning Azevedo¹, Glaucenyra Cecília Pinheiro Silva², Adriana
Borsa², Caroline Argenta Pescador³, Darci Lara Perecin Nociti³, Adriano Jorge
Possamai4
¹Graduanda em Medicina Veterinária, FAMEVZ-UFMT, Cuiabá.
²Doutoranda – Medicina veterinária preventiva-UNESP, Campus Jaboticabal.
³Doutora. Departamento de Clínica Médica Veterinária – FAMEVZ-UFMT,
Cuiabá.
4
Mestrando – Programa de pós-graduação em ciência animal-UFMT, Cuiabá.
Resumo
No ano de 2011, deu entrada no Hospital veterinário da Universidade Federal
de Mato Grosso, um coelho com sinais clínicos sugestivos para mixomatose,
com aspecto de “face leonina”, com nódulos espalhados por todo o corpo e
blefaroconjuntivite. Com o histórico de conviver com outros lagomorfos, cães e
gatos. O animal veio a óbito e foi realizada a necropsia, macroscopicamente
observou-se a blefaroconjuntivite purulenta bilateral, as pálpebras, pele da
face, orelhas e região nasolabial apresentavam-se espessadas e com nódulos
irregulares.
No
exame
interno
não
foram
observadas
alterações.
Microscopicamente, na pele observou-se a camada epidérmica esponjosa e a
formação de pequenas áreas pustulares multifocais acentuadas e infiltrado
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Mato Grosso. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 7, Ed. 256, Art. 1694, Abril, 2014.
inflamatório supurativo na junção da epiderme com a derme. No pulmão
visualizava-se edema difuso e acentuado, e congestão, fechando assim o
diagnóstico para mixomatose.
Palavras-chave: lagomorfos, “face leonina”, Cuiabá
Myxomatosis in domestic rabbits keeping as pet in Mato Grosso
state
Abstracts
In 2011, was admitted to the Veterinary Hospital of the Federal University of
MatoGrosso, a rabbit with clinical signs suggestive of myxomatosis, presenting
a
"leonine
face"
with
nodes
scattered
throughout
the
body
and
blepharoconjunctivitis. With a history of living with other lagomorphs, dogs and
cats. The animal died and an autopsy was performed, it was observed
macroscopically blepharoconjunctivitis bilateral purulent, eyelids, facial skin,
ears and nasolabial region presented with thickened and irregular nodules. On
internal examination no changes were observed. Microscopically observed on
the skin epidermal layer of the sponge and the formation of small areas
marked multifocal pustular and suppurative inflammatory infiltrate at the
junction of the epidermis, the dermis. Visualized in the lung is diffuse swelling
and sharp, and congestion, thus closing the diagnostic myxomatosis
Keywords: lagomorphs, “leonine face”, Cuiabá.
INTRODUÇÃO
A mixomatose é uma enfermidade de caráter sistêmico e de distribuição
cosmopolita (FENNER, 1983). Pertencente ao gêneroLeporivirus,o vírus é
responsável pela doença em lagomorfos domésticos e silvestres, tendo como
principais sinais clínicos a cabeça com aspecto ‘leonino’, a blefaroconjuntivite,
tumores subcutâneos eedemas, e
microscopicamente
apresenta-se com
alterações epidérmicas e de derme, de degeneração e infiltrado inflamatório
difuso(ARAGÃO, 1927; BRUNO, LOPES-JUNIOR, DEMARQUE, et al, 2004).
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Levando ao surgimento dos primeiros sinais clínicos cinco dias após a infecção
(MOSES, 1911). Na forma aguda, a morte do animal ocorre de dois a três dias
após os primeiros sinais clínicos, podendo apresentar inanição visto que o
animal perde a sua capacidade visual, não se movendo e não se alimentando,
pode ocorrer também a obstrução das vias aéreas que pode ser motivada
pelas infecções secundárias, principalmente por pasteurelose (BRUGUERE;
PICOUX, 1991).Enfermidade presente em nosso continente, sua transmissão
se da através do contato com animais infectados e veiculadores mecânicos,
como os mosquitos(ARAGÃO, 1943).Segundo Lenner(2000), o Leporipoxvirus é
pouco estudado, sem muito conhecimento sobre sua biologia molecular e sua
história natural. Devido a esse aspecto objetivou-se relatar um caso de
mixomatose em coelho atendido no Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Mato Grosso visto que trata-se de uma doença sistêmica e letal.
MATERIAL E MÉTODOS
Em20 de junho de 2011, deu entrada no Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET-UFMT), um coelho macho, sem
raça definida e com aproximadamente 3 anos de idade.Apresentava como
sintomatologia: edema de face (“face leonina”) e orelhas, nódulos espalhados
por diversas partes do corpo, principalmente membros, pavilhão auricular e
nariz.
Apresentava
também
blefaroconjuntivite(figura1a).
Segundo
a
proprietária, no dia 18 de junhoela observouno animal conjuntivite e edema na
face.
Durante a anamnese, a proprietária informou que o mesmo convivia com
outros lagomorfos, além de cães e gatos. A proprietária tinha seis coelhos em
seu domicílio, criados como animais de estimação. Desse total, dois adoeceram
de forma súbita e não tiveram auxilio veterinário, o terceiro encaminhado
ao(HOVET-UFMT). Esses animais viviam em um local cimentado localizado
dentro da propriedade e esta estava a aproximadamente 500 metros de uma
área de preservação permanente. Todos eram criados juntos e recebiam, como
fonte de alimentação, ração para gato e vegetais e nenhum dos animais
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recebeu algum tipo de vacina, aqueles que apresentavam sinais clínicos eram
tratados com antibióticos. O animal veio a óbito na tarde do dia 21 do mesmo
mês. No dia 29 de junho de 2011 foi realizada a necropsia.
RESULTADOS
No exame macroscópico externo, realizado durante a necropsia, foi
observada a blefaroconjuntivite purulenta bilateral (fig.1B e 1C) As pálpebras,
pele da face, orelhas e região nasolabial apresentavam-se espessadas e com
nódulos
irregulares
(fig.2D)
No
exame
interno
não
foram
observadas
alterações. No exame microscópico da pele observou-se a camada epidérmica
esponjosae a formação de pequenas áreas pustulares multifocais acentuadas,
também apresentavam acantose
de
forma moderada e
com infiltrado
inflamatório supurativo na junção da epiderme com a derme.Nesta ultima, foi
observada a proliferação de colágeno entremeando as áreas de edema e um
leve infiltrado inflamatório(Figura 1E e 1F). No intestino, fígado e rins não
foram observadas alterações. No pulmão visualizava-se edema difuso e
acentuado, e congestão, fechando assim o diagnóstico para mixomatose.
DISCUSSÃO
As descrições das lesões, tanto macro quanto microscopicamente, se
assemelham aos relatos encontrados nas literaturas (ARAGÃO,1927; ARAGÃO,
1943; BRUNO et al, 2004). Como este animal vivia perto de uma área de
preservação pode se sugerirque a transmissão do vírus possa ter ocorrido por
vetores mecânicos como os mosquitos do gênero Aedes.Esse agente também
pode ser transmitido por pulgas e carrapatos. O vírus do myxoma é bastante
patogênico para o coelho e a sua transmissão de um animal para outro parece
aumentar a virulência, levando o coelho à morte em até cinco dias
(ARAGÃO, 1927).Já nas outras espécies não há relatos de sua importância
patológica.Surtos em criações e cuniculturas não são observados com
frequência em nosso Estado
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Figura 1: Coelho, mixomatose: Figura 1A: face leonina; Figura
1B:blefaroconjuntivite e secreção
creção purulenta; Figura 1C: pálpebra e face com
formações nodulares; Figura 1D: nódulos na região auricular; Figura 1E e
1F:camada epidérmica esponjosa e a formação de áreas pustulares multifocais
acentuadas,acantose moderada e infiltrado inflamatório supurativo
supurativo na junção
da epiderme com a derme,, HE x100;
CONCLUSÃO
No estado de Mato
ato Grosso não é comum relato de animais que
apresentaram sinais clínicos sugestivos para mixomatose.
mixomatose Esse pode ter sido o
primeiro caso relatado. O que se sabe é que o vírus está presente, visto que o
diagnóstico foi fechado. Sendo assim,
assim pode se gerar várias
s hipóteses sobre as
formas comque
que esses animais tiveram contato com o agente e tudo leva a crer
que o vírus esteja circulante nessa região peridomiciliar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ARAGÃO, H.D.B. O virus do mixoma no coelho do mato (Sylvilagusminensus) sua transmissão
pelos Aedes scapularis e aegypti. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 38, 93–99, 1943.
BRUNO, S.F.; LOPES-JUNIOR, S.V.S.; DEMARQUE, K.C.;VIEIRA, T.B.; TORTELLY, R. Achados
clínicos e anatomopatológicos em um surto de mixomatose no Rio de Janeiro (Relato de caso).
Arq.Ciên. Vet. Zool. UNIPAR, p. 85-88, 2004.
FENNER,F.The Florey Lecture, 1983: Biological Control, as Exemplified by Smallpox Eradication
and Myxomatosis. Proc. R. Soc. Lond. B, p 259-285 June 1983. Disponível
em:rspb.royalsocietypublishing.org . Acessado em: 2 de maio de 2013.
J.
BRUGUEREPICOUX.Clínica
y
profilaxis
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MOSES, A. O virus do mixoma dos coelhos. Mem. Instit. Oswaldo Cruz 3, 46–53, 1911.
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Centro Ciências Rurais. Volume 3, numero 1-4, p 71-80, 1973.
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