AVALIAÇÃO POR TC DE ESPÍCULAS ÓSSEAS DA BULA

Propaganda
IV SIMPÓSIO INTERNATIONAL DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM VETERINÁRIO - BELO HORIZONTE - 2014
AVALIAÇÃO POR TC DE ESPÍCULAS ÓSSEAS DA BULA TIMPÂNICA
CT evaluation of tympanic bone spicules
Evaluación por TC de espículas de hueso de la bulla timpánica
1;
1
Ana Carolina Brandão de Campos FONSECA PINTO Carla Aparecida Batista LORIGADOS ; Cinthia
1
1
1
1
Keiko SOUTO ; Bruno FERRANTE ; Cláudia Matsunaga MARTIN ; Diego Ferreira Alves MODENA
1
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Universidade de São Paulo – [email protected]
Resumo
A tomografia computadorizada (TC) permite a avaliação detalhada de
estruturas ósseas da orelha média. Descrevem-se pela TC, estruturas espiculadas e
concreções mineralizadas no interior da bula timpânica, que eram denominadas
genericamente de otólitos e associadas às doenças crônicas da orelha média. Este
estudo visou apresentar os aspectos clínicos e tomográficos de pacientes que
apresentaram como achado tomográfico espiculas na cavidade timpânica e alertar
para a discussão sobre o diagnóstico diferencial com as otolitíases.
Abstract
Computed tomography (CT) allows detailed assessment of bone structures of
the middle ear. It’s described by CT spiculated and mineralized concretions
structures within the tympanic bulla, which were in the past generically called otoliths
and associated with chronic middle ear disease. This study aimed to report the
clinical and tomographic findings in patients with CT spicules findings in the tympanic
cavity and alert to the discussion on the differentials diagnosis of otolithiases.
Resumen
La tomografía computarizada (TC) permite la evaluación detallada de las
estructuras óseas del oído medio. Es descrito por CT estructuras espiculadas y
concreciones mineralizadas dentro de la bulla timpánica, que se denominaban
genéricamente otólitos, asociados con la enfermedad crónica del oído medio. Este
estudio tuvo como objetivo informar la clínica y los hallazgos tomográficos en
pacientes con hallazgos en la TC como espículas en la cavidad timpánica y alerta a
la discusión sobre el diagnóstico diferencial de otolitíases.
Palavras-chave: diagnóstico por imagem; orelha média, mineralização.
Key words: diagnostic imagin; middle ear; mineralization.
Palabras clabe: diagnostic por imagen; oído médio; mineralización.
056
IV SIMPÓSIO INTERNATIONAL DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM VETERINÁRIO - BELO HORIZONTE - 2014
Introdução: As principais modalidades de imagem utilizadas para avaliação da
orelha média são a radiografia, TC e imagem por ressonância magnética (ZIEMER
et al., 2003; FOSTER et al., 2014; PARZEFALL et al., 2014). O exame radiográfico é
o mais comumente utilizado (ROHLEDER et al., 2006), porém, a TC provém imagens
mais detalhadas e é recomendada quando alterações de estruturas ósseas são de
importância diagnóstica (ZIEMER et al., 2003, FOSTER et al., 2014).
A otolitíase não está integralmente caracterizada, entretanto, convencionouse que representa uma mineralização distrófica ou formação óssea heterotópica,
que ocorre secundariamente à otite média crônica (ZIEMER et al., 2003, BENIGNI e
LAMB, 2006, FOSTER et al., 2014, PARZEFALL et al., 2014), ativa ou prévia
(BENIGNI e LAMB, 2006, FOSTER et al., 2014). Recentemente, um estudo
apresentou detalhada descrição e caracterização de estruturas mineralizadas na
cavidade timpânica denominadas espículas ósseas timpânicas (EOT) e o seu
diferencial com a otolitíase.
Este trabalho teve como objetivo caracterizar os achados de TC de pacientes
que apresentavam imagens de estruturas hiperatenuantes no interior da bula
timpânica e correlacionar tais achados com possíveis sinais clínicos de otite média.
Metodologia: Foi realizado um estudo de seis casos de TC, sendo quadro em
cães e dois em gatos. Todos os exames apresentavam estrutura espiculada ou
pontiaguda de base larga projetando-se para o interior da bula timpânica. Foi
revisado o prontuário de atendimento de cada paciente, a fim de investigar a
possível correlação dos achados com processo inflamatório da orelha.
Resultados e discussão: Três cães apresentaram histórico de otite recorrente.
Em relação à apresentação clínica: cinco animais apresentaram sinais clínicos
neurológicos, sendo que os mais comumente descritos foram ataxia e inclinação da
cabeça. E em um dos cães a espícula foi apenas um achado tomográfico, visto que
este não apresentava alteração neurológica. Três dos pacientes apresentaram
outras alterações tomográficas intracranianas e os demais apresentaram alterações
à TC compatíveis com otite média.
Na avaliação tomográfica dos cães foram observadas estruturas de aspecto
peduncular hiperatenuante, que variou em comprimento de 6 a 8 mm. Em um dos
cães a estrutura localizou-se em teto de bula timpânica, noutro localizou-se na
região de margem livre do septo da bula e em dois dos casos foram localizadas em
057
IV SIMPÓSIO INTERNATIONAL DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM VETERINÁRIO - BELO HORIZONTE - 2014
parede ventrocaudal da bula timpânica, sendo que um desses apresentou também
outra espícula inserida na margem livre do septo da bula.
Já os pacientes felinos foram encaminhados ao exame tomográfico apenas
por apresentarem alterações neurológicas centrais a esclarecer. Foi observado no
exame tomográfico estrutura hiperatenuante pontiaguda de base larga em região
ventrocaudal da bula timpânica de aproximadamente 2 mm de altura.
Os achados observados neste estudo estão de acordo com Parzefall et al.
(2014) que descreve pequenas estruturas espiculadas mineralizadas no interior da
bula timpânica podendo representar achados anatômicos normais. Quando com
proeminência arredondada com mais de 1mm de diâmetro no ápice, são
denominadas de espícula óssea timpânica hiperostótica, ambas têm sua origem a
partir osso da bula. Quando observadas em maior número, aventa-se a correlação
com o porte do animal. Todavia, ainda não foi descartada a ligação da presença de
espículas timpânicas com processos inflamatórios da orelha média.
Conclusões: Os casos descritos reafirmam a importância do diagnóstico
diferencial entre achados anatômicos normais e doenças, como é o caso da EOT e
da otolitíase.
Referências bibliográficas
BENIGNI, L., LAMB, C. Diagnostic imaging of ear disease in the dog and cat.
In Practice, v. 26, p. 122-130, 2006.
FOSTER, A., MORANDI, F., MAY E. Prevalence of ear disease in dogs
undergoing multidetector thin-slice computed tomography of the head. Vet Radiol &
Ultrasound, v. 00, n. 0, p. 1-7, 2014.
PARZEFALL, B. et al. Prevalence and characterization of small tympanic bone
spicules and drumstick-like hiperostotic tympanic bones spicules in the middle ear
cavity of dogs. Vet Radiol & Ultrasound, v. 0, p. 1-8, 2014.
ROHLEDER, J.J. et al. Comparative performance of radiography and
computed tomography in the diagnosis of middle ear disease in 31 dogs. Vet Radiol
& Ultrasound, v. 46, p. 45-52, 2006.
ZIERMEN, L.S. et al. Otolithiasis in three dogs. Vet Radiol & Ultrasound, v. 44,
p. 28-31, 2003.
058
Download