AULA DE TEMAS DE PSICOLOGIA EDUCACIONAL →. Período sensório motor (0-21meses) Inteligente é adaptável, ato inteligente é o ato feito de maneira intencional →. O bebê tem uma reação reflexa frete a fome então chora. A criança de dois anos já percebe que tem fome e desencadeia uma intenção para obter alimento. Nos dois primeiros ocorre uma evolução gradual de atos reflexos para comportamentos complexos e voluntários. A partir dos mecanismos inatos a criança vai enfrentando o meio e se adaptando. Dessas interações – inteligência – muda-se comportamentos →. Ao se falar em inteligência, fala-se em variar as formas de agir, de se comportar. Quando nasce, o bebê possui padrões prontos de comportamento, ao ir se adaptando ao meio, a repetição de ações vai dando lugar as invenções e as criações de formas de adaptações. Estes padrões de comportamentos organizados que organizam as experiências da criança são chamados de esquemas, como visto anteriormente. São os esquemas que sofrerão os processos de assimilação e acomodação. →. Nos dois primeiros anos de idade, a relação da criança com o mundo é por meio de ações, sensações e percepções, dessa forma a inteligência é pratica ou sensório motora, se referindo a manipulação de objetos aquisição de habilidades e adaptações comportamentais. Não há nessa etapa nenhuma representação cognitiva ou conceitual, não criando soluções mentais para questões e problemas. Não simboliza. Porém, as adaptações práticas que já possuem são pré-requisitos para as representações mentais, que virão com a interiorização das ações. Assim, pode-se perceber que para Piaget o pensamento deriva da ação. →. No período sensório-motos, a criança já apresenta comportamentos intencionais, inteligentes, capazes de enca →. Estágio 1 (0 – 1 mês) exercícios dos reflexos: O reflexo é a forma mais simples de comportamento, pois basta uma estimulação de um conjunto de receptores para desencadeá-la. Ao nascer o bebê nasce com um conjunto de ações reflexas. Exemplo: tira a mão de algo quente. O espirro quando algo irrita as vias nasais. É a partir dos reflexos que se desenvolvem os comportamentos reflexos. →. Mesmo estando presentes desde o nascimento, os reflexos passam por processos de variabilidade e adaptação. Exemplo: observe que o bebê mama pela primeira vez, e de uma semana de mamada. Ele “aprimorou” o ato de mamar. Essa “melhora” no ato de mamar proveniente da repetição da ação, é chamada de Assimilação funcional. →. Quando o bebê começa a sugar, a imitar que está mamando, quando, por exemplo, põe a fralda na boca, chama-se Assimilação Generalizada. No momento em que a criança já distingue os estímulos, como chupeta de seio, por exemplo, chamasse “assimilação Recognitiva”. Vale lembrar que a fome ajuda neste reconhecimento. →. Estágio 2 (1-4mês) adaptações adquiridas e reações circular primaria: Observa-se neste estágio, transformações de comportamento, reflexo condicionados, isto é, há dados que não são simples reflexos. Neste estágio a novidade não é mão na boca, pois na anterior ele poderia vir, por acaso, a coloca-la na boca. A grande questão é ter a coordenação para coloca-la. Não existe, naturalmente, nenhum estimulo que leve a chupar o dedo, por isso falamos em “adaptação Adquirida”. →. A partir do momento que essa nova aquisição passa a se repetir, tem-se a reação circular. São as reações circulares que vão possibilitar a incorporação cada vez maior dos dados do ambiente, levando a uma maior adaptação do bebê ao mundo, pois cada vez que o bebe repete tal ação adquirida ele consolida/fortifica o conjunto sensório-motor. Recebe a nomenclatura primária, pois está relacionada ao corpo do bebê. →. Estágio 3 (4 a 8 meses) as reações secundárias e os processos destinados a fazer durar os espetáculos interessantes. Este é o estágio de transição entre os atos pré inteligentes e os propriamente inteligentes. Até o estágio anterior, o bebê não agiu com finalidade A criança vai repetir resultados mais interessantes, essa repetição chama-se repetição secundária. Exemplo: a criança por acaso puxa a cordinha do brinquedo e ele balança. Esse resultado para ela é interessante. →. A criança necessita ir mudando seus esquemas para enfrentar as situações novas (acomodação). Dessa forma, se a criança está inserida em um meio rico em estimulação, terá maior oportunidade para descobrir estes “resultados interessantes”. Porém, ainda não se tem a inteligência completa, pois o ato não foi, inicialmente, intencional; ocorreu por acaso. E depois, se dá a repetição de um mesmo resultado. Além disso, não há variação do meio para se chegar ao fim. →. Percebe-se que há um domínio da assimilação sobre a acomodação, pois mesmo que cada vez ocorra sobre a acomodação, pois mesmo que cada vez ocorra um pouco diferente, é uma repetição do que deu certo Em relação a reação da criança frente ao desaparecimento de objetos, nota-se que já existe uma busca, mas muito restrita. O bebe, ainda, não fará uma busca ativa pelo objeto. →. Estágio 4 (8 a 12 meses) coordenação dos esquemas secundários Neste estágio encontram-se as condutas propriamente inteligente, pois é capaz de variar os meios para se chegar ao fim. Exemplo: se quer um brinquedo que está atrás de algo, poderá empurra-lo ou balança-lo. Os esquemas se tornam instrumentos, que em uma sequência são capazes de atingir um determinado resultado. →. Há nesse momento, uma intencionalidade nas ações, porém ainda não é capaz de usar meios novos de alcançar o seu fim, somente os já estabelecidos. Sua adaptação, portanto, esta, ainda, prejudicada. Não há planejamento fora do campo perceptivo, isto é, agirá de acordo com o que percebe do meio. A criança já tem a noção de que um objeto existe mesmo fora do campo de percepção, mas acredita que ele será encontrado sempre no mesmo lugar. →. Estágio 5 (12 – 18 meses) a reação terciária e novos meios de experimentação. As possibilidades de adaptação ao meio se tornam maiores, uma vez que a subordinação dos meios aos fins é quase que total. A criança pode inventar novas formas de ação para atingir o seu objetivo almejado. Nota-se uma atividade de experimentação, descobrindo novos meios. Tais atitudes constituem as características principais das reações circulares terciarias. Exemplo: uma criança joga a bola longe; cada vez experimenta uma maneira diferente de jogá-la. →. A criança já percebe a relação entre meio e fim. Ele vai variando intencionalmente sua ação parasse chegar a um resultado (ensaio e erro) na reação circular secundária, a criança joga o carrinho e este cai em pé. A partir de então, ficará jogando várias vezes para ele cair de pé novamente. Já, na terciaria, ele vai jogando várias vezes para ver cair cada vez em uma posição; A acomodação predomina, pois a criança muda seus comportamentos, esquemas e estruturas para enfrentar uma nova situação. →. Estágio 6 (18 a 24 meses) invenção de novos meios por combinação mental. É a fase de transição para o período pré-operatorio, marcada pelo inicio da representação mental. Torna-se possível imaginar acontecimentos, imaginar mentalmente a solução dos problemas. O aparecimento da linguagem confirma a existência da capacidade de representação mental. Neste estágio, para a criança o objetivo continua a existir; mesmo quando invisicel ou fora do campo de percepção. →. Período pré-operatorio (2-7 anos) Ao se aproximar dos 23 meses, a criança esta desenvolvendo a linguagem, o que lhe possibilita formar esquemas simbólicos. Isso se dará tanto pelo uso de um objeto como se fosse outro. Exemplo: a caixinha de fósforo é um carrinho. Como o uso de situações por outras. Exemplo: a brincadeira de casinha, representa a situação real. O alcance do pensamento aumenta, mas a criança continua egocêntrica e presa às ações. →. Egocêntrica, pois não possui esquemas conceituais e de lógica ainda. Assim, o pensamento é caracterizado por uma tendência lúdica, misturando realidade com fantasia, distorcendo a realidade. É, portanto, uma criança que já se comporta de modo lógico, pois adquiriu esquemas sensoriais motores; mas entende a realidade de forma desequilibrada, pois não possui esquemas conceituais. Entende a realidade a partir do próprio “eu”, não concebendo algo que não faça parte. Dessa forma, atribui seus sentimentos e pensamentos aos elementos. →. Atribui características humanas aos animais, plantas e objetos. Acredita que os homens criaram tudo. Seu julgamento é a partir da percepção imediata das coisas, pois ainda está desenvolvendo os pré-conceitos, isto é, está construindo as noções das coisas. Exemplo: se forem feitas duas fileiras iguais de fichas, e perguntarmos a uma criança de 5 anos, se tem a mesma quantidade, ela tende a responder que sim. Se desarrumarmos uma das fileiras, e fizermos a mesma pergunta, ela responderá de forma diferente. →. O mesmo ocorre com a noção de volume, peso, massa, etc; pois ainda não possui as noções de conservação, invariância, por exemplo. Exemplo: se forem feitas bolinhas com massinha e depois uma das bolinhas for transformada em “salsicha”, a criança não entenderá a alteração na quantidade de massa. Provavelmente, dirá que depois uma pesara mais. →. Em relação ao brincar, nota-se um fazer junto sem interação. São várias crianças brincando “juntas”, isto é, em um mesmo local, mas sozinhas. Esse é mais um exemplo do egocentrismo desse período, onde tem dificuldade de considerar o outro com sentimentos e atitudes... →. Período das operações concretas (7 – 12 anos) Período marcado por grandes aquisições intelectuais e onde comumente a criança inicia sua vida escolar. Há um declínio no egocentrismo e um aprimoramento do pensamento lógico, isto é, a realidade agora, devido a formação de esquemas, será estruturada pela razão. Devido aos esquemas conceituais, a criança trabalhará com os objetos de forma lógica e critica, isto é, sentirá necessidade de explicações lógicas das ideias e ações. As ações físicas serão agora internalizadas e acontecerão mentalmente. Exemplo: se solicitado a uma criança de 5 anos que organiza varetas por altura, fará comparações sucessivas entre elas. Já uma de 8 anos, olhará as varetas e solucionará a questão mentalmente. →. Inicia-se a noção de transformação reversível, que pode ser invertida, implicando na noção de conservação – os objetos continuam sendo iguais, apesar de mudanças, pois o julgamento deixa de ser dependente da percepção e passa a ser conceitual. Há um declínio da fala egocêntrica e do egocentrismo social. A criança já percebe que os outros também tem necessidades e vontades. Devido a essa flexibilidade mental, já compreende regras de jogos. Em relação a moral, leva-se em consideração as razoes da pessoa. →. Período das operações formais (12 anos ou mais) Na fase anterior, os esquemas conceituais se referiam a elementos concretos da realidade. Na adolescência o indivíduo começa a formar esquemas abstratos, conceituando melhor temos como amor, fantasiam justiça, democracia, etc. podendo realizar operações mentais com tais abstrações, aumentando sua flexibilidade de pensamento, o que leva a capacidade critica. Assim, já é capaz de questionar sistemas, valores, e construir seus próprios conceitos, indo além do tangível e do finito. É capaz de entender doutrinas abstratas filosóficas e cientificas.