PROJECTO: ESQUEMATIZAÇÃO/SEQUENCIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO MUNDO SEGUNDO A MATRIZ ECONOMICA COMO GERADORA DO PROGRESSO MUNDIAL “Nada é de graça”. Creio que este ditado popular sintetiza de uma forma bastante honesta e simplista todo o fundamento do meu trabalho. O meu projecto é baseado no real e é centrado no entendimento do real, é por isso que escolhi a economia como referente axiológico para começar a construir o trabalho, a economia é um organismo que está, desde que os homens se fixaram e se tornaram seres sedentários, presente em qualquer tipo de troca ou acordo, mais uma vez “nada é de graça”. Porque não quis exercer uma crítica sobre o país ou o mundo que nos rodeia, mas sim reflectir sobre o modo como tudo supostamente se interliga e funciona com um sistema quase mecânico, vi me por vezes obrigado a parar e a reformular os esquemas que ia fazendo. Depois da barreira dos meios que me propus a usar ter sido transposta, a barreira da lógica pareceu me ainda mais difícil de transpor. A principal questão foi, a meu ver, conseguir conceber os esquemas por intercruzamento da matemática capitalista de Adam Smith ou de Schumpeter, pô-las em diálogo com o utilitarismo de Stuart Mill e as questões sobre o entendimento humano de David Hume e de seguida contrapô-las com as reflexões de cariz comunista de Marx ou de Lenine. Devido ao confronto “pouco harmonioso” que existe entre as ideias de alguns destes autores procurei evitar as citações de forma a conseguir colocar-me num campo minimamente neutro enquanto sujeito, uma vez que cada uma das visões dos autores que vou referenciando é constituinte do real mas não o definidor do mesmo. Deste modo limitei-me a absorver os principais teoremas de cada um e de um modo mais ou menos imparcial desenvolver os esquemas, somente à luz do meu raciocínio. Esquema 01 Formalmente este esquema apresenta-se com 3 elementos predominantes dentro do mecanismo. É a entrada em jogo de dois dos mais importantes logótipos do meu trabalho, o interesse (sucessivos círculos negros em formato de uma alvo), a 2 economia (representação do movimento rotativo de uma moeda, alusivo à ideia de troca, de circulação). O terceiro logótipo é referente ao globo terrestre, ao mundo na sua acepção mais vulgar. Este esquema é como já disse o mais abrangente, é a representação linear do que defini e defendi ao longo do trabalho do lugar central que a economia possui perante o movimento do mundo. O esquema é uma alusão simplista ao funcionamento da economia aliada ao interesse que irá corresponder ao desenvolvimento global. O desenvolvimento como o entendo não é necessariamente progressista, nem iluminista. Não querendo entrar na questão da crise da modernidade ou de todas as outras questões que se levantariam perante a definição do termo, definirei o desenvolvimento somente enquanto movimento inevitável, relacionando, deste modo, com o conceito de desenvolvimento, elementos que vão desde a evolução científica ao genocídio, não correspondendo ao desenvolvimento um necessário movimento emancipador ou estupidificante. É simplesmente um movimento condicionado pelas questões que a economia de interesse vai levantando. É dentro deste corpo que estão inseridos quer os conflitos civilizacionais quer a optimização da vida humana, etc. 3 António Francisco Pereira Queimadela Junho de 2006 4