UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE PETRÓLEO MEIO AMBIENTE NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (MAP) DISSERTAÇÃO DE MESTRADO VARIABILIDADE DE ELEMENTOS QUÍMICOS EM SOLOS DE UMA ÁREA DE ATUAÇÃO DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA, NO MUNICÍPIO DE ASSU-RN, UTILIZANDO DIGESTÃO ÁCIDA ASSISTIDA POR MICRO-ONDAS Cosme Oliveira da Silva Orientador: Prof. Dr. Germano Melo Junior Natal / RN, Março de 2014 Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN VARIABILIDADE DE ELEMENTOS QUÍMICOS EM SOLOS DE UMA ÁREA DE ATUAÇÃO DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA, NO MUNICÍPIO DE ASSU-RN, UTILIZANDO DIGESTÃO ÁCIDA ASSISTIDA POR MICRO-ONDAS Cosme Oliveira da Silva Natal / RN, Março de 2014 Cosme Oliveira da Silva ii Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET. Silva, Cosme Oliveira. Variabilidade de elementos químicos de solos em uma área de atuação da indústria petrolífera, no município de Assú-RN, utilizando digestão ácida assistida por microondas / Cosme Oliveira Silva. - Natal, 2014. 137 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Germano Melo Junior. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia do Petróleo. 1. Solo – Análise - Dissertação. 2. Elementos químicos – Dissertação. 3. pH – Dissertação. 4. Micro-ondas – Dissertação. I. Melo Junior, Germano. II. Título. RN/UF/BSE-CCET CDU: 631.42 Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Cosme Oliveira da Silva Variabilidade de elementos químicos em solos de uma área de atuação da indústria petrolífera, no município de Assú-RN, utilizando digestão ácida assistida por microondas Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo (PPGCEP), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciência e Engenharia de Petróleo. Aprovada em 31 de Março de 2014 BANCA EXAMINADORA: Cosme Oliveira da Silva iv Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN SILVA, Cosme Oliveira - Variabilidade de elementos químicos de solos em uma área de atuação da indústria petrolífera, no município de Assú-RN, utilizando digestão ácida assistida por micro-ondas. Orientador: Prof. Dr. Germano de Melo Junior RESUMO Nas últimas décadas, a preocupação com os processos de contaminação antrópica do solo por metais e demais contaminantes, vem crescendo significativamente, dessa forma a cada dia, a necessidade de se conhecer a composição química natural dos diversos tipos de solos torna-se cada vez mais constante. Esse conhecimento torna-se importante principalmente para a agricultura, que necessita da quantificação de elementos químicos, em uma determinada área, uma vez existindo elementos que são ambientalmente disponíveis e necessários para o crescimento das plantas. Porém, existem também os que são considerados tóxicos. O presente trabalho tem como objetivo principal avaliar a variabilidade vertical dos elementos Al, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Na, P, Ni, Pb, V e Zn, além do pH. Comparando duas digestões HNO3 e HNO3/HCl e duas frações < 180 > 63 e < 63 μm. Para isto, foram coletadas 16 amostras em quatro níveis amostrais: 0-20 cm,35-55 cm, 70-90 cm e 105-125 cm, localizadas no município de Assú – RN, em uma área situada a cerca de 300 metros a norte da Estação de Tratamento de Petróleo de Estreito (ET-B), operada pela PETROBRAS. Para a validação dos dados, realizou-se também, um estudo estatístico para avaliar a precisão e a exatidão dos dados obtidos. Concluiu-se com esse trabalho, que a maioria dos elementos apresentou uma variabilidade média, sendo que a fração mais fina apresentou uma variação maior de um nível amostral para outro. Já a fração mais grossa apresentou uma variação menor. Os maiores teores foram encontrados na fração mais fina, bem como, os resultados mais eficientes foram encontrados na digestão com HNO3. Palavras-chave: Solo, micro-ondas, elementos químicos, pH. Cosme Oliveira da Silva v Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN SILVA, Cosme Oliveira - Variabilidade de elementos químicos em solos de uma área de atuação da indústria petrolífera, município de Assú-RN, utilizando digestão ácida assistida por micro-ondas. Orientador: Prof. Dr. Germano de Melo Junior ABSTRACT In recent decades, the concern with the processes of contamination soil anthropogenic by metals and other contaminants, is growing significantly, in this way every day, the need to know the natural chemical composition of the various soil types becomes increasingly constant. This knowledge becomes particularly important to agriculture, which requires the quantification of chemical elements in a given area, since there are elements that environmentally available and necessary for plant growth. However, there are also those that are considered toxic. This study aims to evaluate the vertical variability elements of Al, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mg, M, Na, P, Ni, Pb, V and Zn, beyond pH. Comparing two digestions HNO3/HCl HNO3 and two fractions < 180 > 63 and < 63 pm. To this, 16 samples were collected in four sampling levels: 0-20 cm, 35-55 cm, 70-90 cm and 105-125 cm, located in the municipe of Assu - RN in an area located about 300 meters northern Treatment Plant of Oil Estreito (ET - B), operated by PETROBRAS. To validate the data, also was held a statistical study to assess the accuracy and the accuracy of the data. It was concluded from this work that most elements showed an average variability with the finest fraction showed a greater variation from one sample to another level. Have the thickest fraction showed less variation. The highest levels were found in the finest fraction, as well as the most efficient results were found in HNO3 digestion. Keywords: Soil, microwave, chemical elements, pH. Cosme Oliveira da Silva vi Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Viver, apesar das desilusões; Caminhar, apesar dos obstáculos; Lutar, apesar das barreiras; Acreditar acima de tudo. (Autor desconhecido) Cosme Oliveira da Silva vii Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Dedicatória Dedico este trabalho a minha mãe Tereza (in memoriam), por ter dedicado tantos anos de sua vida a minha educação, por ter me amado incondicionalmente e me apoiado em todas as minhas escolhas. Cosme Oliveira da Silva viii Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Agradecimentos Primeiramente a Deus, rogando a ele, para que sempre ilumine todos os meus passos e que sempre esteja ao meu lado, pois sem ele nada sou e é em quem me refúgio nos momentos mais delicados de minha vida, agradeço também por todas as realizações que tem proporcionado em minha vida. Aos meus pais Tereza Oliveira da Silva (in memoriam) e Manoel Rodrigues da Silva, pela educação, por nunca medirem esforços para a minha formação, por todos os ensinamentos, dedicação, pelo amor, compreensão e constante estimulo em todas as etapas da minha vida. A vocês a quem devo minha educação e formação e expresso o meu reconhecimento e sinceros agradecimentos. Ao Prof. Dr. Germano de Melo Junior, por sua orientação, dedicação, paciência, amizade, atenção e valiosas discussões para o enriquecimento deste trabalho, além de toda sua simplicidade, e a quem sempre terei como referência para minha vida profissional. Aos meus irmãos Joseane e João Maria, por existirem em minha vida. A Samya que foi a pessoa que mais incentivou e apoiou durante essa caminhada, sem o seu apoio e acolhimento, carinho e conselhos nos momentos mais difíceis que enfrentei, não teria conseguido. Juntamente com minha mãe e minha irmã são as três mulheres mais importantes da minha vida. Aos Colegas do Laboratório de Geoquímica Ambiental UFRN, Karina, Gaspar, Luis, Gerson, Laércio. Ao amigo Ricardo Caleggari, que acompanhou e ajudou durante a coleta das amostras. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade de fazer parte dessa instituição. Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo, por me acolher como aluno e ter apoiado esta pesquisa; Ao Prof. Adriano, pelos conselhos e apoio dado em um dos momentos difíceis durante esse trabalho. Ao Carlos, secretário do PPGCEP, sempre atencioso. A todos os docentes que fazem parte do PPGCEP (Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo) por todos os ensinamentos. A PETROBRÁS pelo apoio financeiro, para a realização do projeto. A CAPES, pela bolsa concedida. Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram pra a realização deste trabalho. Cosme Oliveira da Silva ix Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN SUMÁRIO 1 Introdução .............................................................................................................................. 2 1.1 Objetivos ........................................................................................................................... 3 1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 3 1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 3 1.2 Localização e Acesso ........................................................................................................ 4 1.3 Perfil do Solo da Área de Estudo .................................................................................. 4 2 Aspectos Teóricos .................................................................................................................. 7 2.1 Aplicação da radiação na faixa das micro-ondas na extração de elementos químicos em amostras ambientais ................................................................................................................ 7 2.1.1 Teoria de micro-ondas ................................................................................................ 7 2.1.2 Interação das micro-ondas com a matéria .................................................................. 9 2.1.2.1 Migração Iônica ................................................................................................. 10 2.1.3 Capacidade de Penetração das Micro-ondas ............................................................ 12 2.1.4 Fornos de micro-ondas ............................................................................................. 13 2.1.5 Digestão de amostras de solo ................................................................................... 14 2.1.6 Materiais de Referência ............................................................................................ 15 2.2 Solo ................................................................................................................................. 16 2.2.1 Origem e Formação dos Solos ................................................................................. 16 2.2.2 Granulometria de Solos ............................................................................................ 19 2.2.3 Classificação dos solos baseados em critérios granulométricos .............................. 20 2.2.4 Propriedades Químicas do Solo ............................................................................... 22 2.2.5 Elementos químicos presentes no solo ..................................................................... 23 2.2.6 Variabilidade de elementos químicos no solo .......................................................... 24 2.3 Características dos elementos químicos estudados ......................................................... 25 2.3.1 Alumínio................................................................................................................... 25 2.3.2 Cálcio ....................................................................................................................... 26 2.3.3 Chumbo .................................................................................................................... 27 2.3.4 Cobalto ..................................................................................................................... 28 2.3.5 Cobre ........................................................................................................................ 28 2.3.6 Cromo ....................................................................................................................... 30 2.3.7 Ferro ......................................................................................................................... 30 2.3.8 Fósforo ..................................................................................................................... 31 2.3.9 Magnésio .................................................................................................................. 32 Cosme Oliveira da Silva x Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN 2.3.10 Manganês ............................................................................................................... 33 2.3.11 Níquel ..................................................................................................................... 33 2.3.12 Potássio................................................................................................................... 34 2.3.13 Sódio....................................................................................................................... 35 2.3.14 Vanádio .................................................................................................................. 36 2.3.15 Zinco....................................................................................................................... 36 3 Estado da Arte ..................................................................................................................... 39 3.1 Emprego de fornos de micro-ondas para o preparo de amostras .................................... 39 4 Metodologia Experimental.................................................................................................. 45 4.1 Amostragem .................................................................................................................... 45 4.2 Preparação das amostras ................................................................................................. 50 4.2.1 Separação Granulométrica ....................................................................................... 50 4.3 Procedimento de Digestão .............................................................................................. 52 4.3.1 Método utilizado para a digestão das amostras ........................................................ 53 4.3.1.1 Digestão com HNO3 (US EPA 3051A) ............................................................. 53 4.3.1.2 Digestão com HNO3/HCl (US EPA 3051A) ..................................................... 57 5 Resultados e Discussão ........................................................................................................ 61 5.1 Controle de Qualidade dos Resultados ........................................................................... 61 5.1.1 Avaliação da Exatidão .............................................................................................. 61 5.1.2 Avaliação da Precisão .................................................................................................. 70 5.2. Sumário Numérico ......................................................................................................... 77 5.3 Variação dos dados nos perfis ........................................................................................ 81 5.3.1 pH ............................................................................................................................. 82 5.3.2 Alumínio................................................................................................................... 83 5.3.3 Cálcio ....................................................................................................................... 84 5.3.4 Chumbo .................................................................................................................... 85 5.3.5 Cobalto ..................................................................................................................... 87 5.3.6 Cobre ........................................................................................................................ 88 5.3.7 Cromo ....................................................................................................................... 90 5.3.8 Ferro ......................................................................................................................... 92 5.3.9 Fósforo ..................................................................................................................... 93 5.3.10 Magnésio ................................................................................................................ 94 5.3.11 Manganês ............................................................................................................... 95 5.3.12 Níquel ..................................................................................................................... 97 Cosme Oliveira da Silva xi Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN 5.3.13 Potássio................................................................................................................... 98 5.3.14 Sódio....................................................................................................................... 99 5.3.15 Vanádio ................................................................................................................ 100 5.3.16 Zinco..................................................................................................................... 102 6 Conclusões .......................................................................................................................... 106 6.1 Conclusões .................................................................................................................... 106 6.2 Recomendações ............................................................................................................ 108 Referências Bibliográficas ................................................................................................... 110 Cosme Oliveira da Silva xii Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN LISTA DE FIGURAS Capítulo I Figura 1.1. Divisão segundo as mesorregiões do RN, Fonte: IDEMA. ..................................... 4 Capítulo II Figura 2.1. Ilustração de uma onda eletromagnética polarizada propagando-se no plano. (λ= comprimento de onda, ε= campo elétrico, H = campo magnético (Fonte: KRUG, 2003). ........ 8 Figura 2.2. Representação esquemática de uma parte do espectro Eletromagnético (Fonte: KRUG, 2003; NOGUEIRA et al., 2008).. .................................................................................. 9 Figura 2.3. Representação esquemática da migração iônica. FONTE: (NOGUEIRA et. al., 2008). ........................................................................................................................................ 10 Figura 2.4. Rotação de uma molécula de água com o campo elétrico de uma microondas(Fonte: NOGUEIRA et al., 2008). .................................................................................. 11 Figura 2.5. Formas de aquecimento. FONTE: (NOGUEIRA et. al., 2008) ............................. 12 Figura 2.6. Penetração das micro-ondas. FONTE: (KRUG, 2003). ......................................... 12 Figura 2.7. Produção e distribuição das micro-ondas. FONTE: (KRUG, 2003). ..................... 14 Figura 2.8. Representação esquemática do interior de aparelho de micro-ondas..................... 14 Figura 2.9. Camadas que compõem o solo (FONTE: NASCIMENTO, 2008). ....................... 21 Capítulo IV Figura 4.1. Localização da área de trabalho, no município de Carnaubais, na margem esquerda do rio Açu. Imagem do satélite IKONOS, obtida em 2007. ..................................................... 45 Figura 4.2. Localização das quatro cavas (Tr-1, Tr-2, Tr-3 e Tr-4) na área de trabalho (polígono vermelho ABCD). A área de trabalho situa-se a aproximadamente 300 metros a norte da Estação de Tratamento de Petróleo de Estreito (ET-B), operada pela PETROBRAS. Imagem do satélite IKONOS, obtida em 2007. Coordenadas UTM SAD 69 aparecem na borda esquerda e superior da imagem. ..................................................................................... 46 Figura 4.3. Início da abertura da cava com retro escavadeira. ................................................. 47 Figura 4.4. Estágio intermediário da abertura da cava com retro escavadeira. ........................ 47 Figura 4.5. Face da cava antes do início da amostragem. ........................................................ 47 Figura 4.6. Limpeza do nível amostral antes da coleta da amostra. ......................................... 48 Figura 4.7. Retirada do material do segundo nível amostral, utilizando-se talhadeira de aço a base de vanádio e recolhendo-se o material em bandeja de vidro. ........................................... 48 Figura 4.8. Homogeneização do material coletado, antes da retirada da porção laboratorial .. 49 Figura 4.9. Colocação do material em saco plástico (aproximadamente 500 g). ..................... 49 Cosme Oliveira da Silva xiii Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Figura 4.10. Face da cava após a coleta nos quatro níveis amostrais ....................................... 49 Figura 4.11. Lavagem da colher de amostragem com água purificada Milli-Q. ...................... 50 Figura 4.12. Primeira etapa do peneiramento. .......................................................................... 51 Figura 4.13. Segunda etapa do peneiramento. .......................................................................... 51 Figura 4.14. Aparelho de digestão por micro-ondas MARS 5 EXPRESS. .............................. 52 Figura 4.15. Pesagem das amostras. ......................................................................................... 54 Figura 4.16. Adição de HNO3 nas amostras ............................................................................. 55 Figura 4.17. Amostras com HNO3. .......................................................................................... 55 Figura 4.18. Distribuição dos tubos de digestão no carrossel do aparelho de Micro-ondas. ... 55 Figura 4.19. Digestão das amostras. ......................................................................................... 56 Figura 4.20. Amostras após a digestão. .................................................................................... 56 Figura 4.21. Transferência para os tubos falcon de 50 mL. ..................................................... 57 Figura 4.22. Filtração das amostras diretamente nos frascos de polietileno. ........................... 57 Figura 4.23. Amostras com HNO3/HCll (A) antes da digestão; (B) depois da digestão. ......... 58 Figura 4.24. Tubos Contendo solução de HNO3 10%. ............................................................. 59 Figura 4.25. Equipamento utilizado para a produção de água pura. ........................................ 59 Capítulo V Figura 5.1. Representação gráfica para avaliação da precisão do método, utilizando os resultados dos materiais certificados com os valores obtidos nas digestões. No eixo x estão os materiais de referência, no eixo y estão os teores em mg/kg. .................................................. 67 Figura 5.2. Representação gráfica para avaliação da exatidão para as digestões realizadas em duplicatas, obtidas através do método EPA 3051A. No eixo x estão as amostras, no eixo y os teores em mg/kg. As digestões estão representadas por #1 e sua respectiva duplicata #2.. .... 75 Figura 5.3. Variação do pH com o aumento da profundidade. Medidas realizadas em H2O e KCl. .......................................................................................................................................... 83 Figura 5.4. Variação dos teores nos quatro perfis, para o alumínio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63μm e < 180 > 63 μm. .................... 84 Figura 5.5. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cálcio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. .............................. 85 Figura 5.6. Variação dos teores nos quatro perfis, para o chumbo, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 87 Figura 5.7. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cobalto, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 88 Cosme Oliveira da Silva xiv Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Figura 5.8. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cobre, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. .............................. 90 Figura 5.9. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cromo, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. .............................. 91 Figura 5.10. Variação dos teores nos quatro perfis, para o ferro, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. .............................. 93 Figura 5.11. Variação dos teores nos quatro perfis, para o fósforo, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 94 Figura 5.12. Variação dos teores nos quatro perfis, para o magnésio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 95 Figura 5.13. Variação dos teores nos quatro perfis, para o manganês, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 96 Figura 5.14. Variação dos teores nos quatro perfis, para o níquel, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 98 Figura 5.15. Variação dos teores nos quatro perfis, para o potássio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................... 99 Figura 5.16. Variação dos teores nos quatro perfis, para o sódio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ............................ 100 Figura 5.17. Variação dos teores nos quatro perfis, para o vanádio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ................. 101 Figura 5.18. Variação dos teores nos quatro perfis, para o zinco, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. ............................ 103 Cosme Oliveira da Silva xv Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN LISTA DE QUADROS Capítulo II Quadro 2.1. Faixa das Micro-ondas............................................................................................ 7 Quadro 2.2. Tipos de intemperismo. ........................................................................................ 18 Quadro 2.3. Escalas granulométricas adotadas pela A.S.T.M., A.A.S.H.T.O, M.I.T. e ABNT .................................................................................................................................................. 20 Cosme Oliveira da Silva xvi Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN LISTA DE TABELAS Capítulo IV Tabela 4.1. Procedimento utilizado com diferentes granulometrias. ....................................... 52 Tabela 4.2. Programação do aparelho de micro-ondas MARS 5 EXPRESS. .......................... 56 Capítulo V Tabela 5.1. Resultados para CRM021 na avaliação da exatidão. Em vermelho estão os elementos selecionados para o presente estudo (sem P)........................................................... 63 Tabela 5.2. Resultados para CRM024 na avaliação da exatidão. Em vermelho estão os elementos selecionados para o presente estudo (sem P)........................................................... 64 Tabela 5.3. Desvios entre os resultados de uma mesma digestão, para avaliar a exatidão do método. ..................................................................................................................................... 71 Tabela 5.4. Sumário numérico para os valores de pH em H2O e KCl. Número de amostras (N),), o valor mínimo (Min), o valor máximo (Max), a média aritmética (Média), a mediana (Mediana), o desvio padrão (DP) e o coeficiente de variação (CV)......................................... 77 Tabela 5.5. Sumário numérico dos teores dos elementos químicos nos perfis em todas as digestões. Número de amostras (N), Amostras abaixo do limite de detecção (N<LD), o valor mínimo (Min), o valor máximo (Max), a média aritmética (Média), a mediana (Mediana) e o desvio padrão (DP). .................................................................................................................. 78 Cosme Oliveira da Silva xvii CAPÍTULO I: Introdução Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo I: Introdução 1 Introdução Nas últimas décadas a preocupação com os processos de contaminação antrópica do solo por metais e demais contaminantes vem crescendo significativamente, dessa forma a cada dia a necessidade de se conhecer a composição química natural dos diversos tipos de solos torna-se cada vez mais constante. Esse conhecimento é importante principalmente para a agricultura, que necessita da quantificação desses elementos em uma determinada área, uma vez existindo elementos que são ambientalmente disponíveis e necessários para o crescimento das plantas. Porém, existem também, os que são considerados tóxicos, dependendo das concentrações e do meio em que se encontram. Para a quantificação de metais em solos é necessária à realização de várias etapas, tais como: amostragem, secagem, peneiração, digestão e por fim análise das soluções obtidas, ou seja, para que haja uma análise química de uma amostra de solo, é necessária uma preparação prévia. Essa é uma etapa muito importante, principalmente se tratando de material geológico, como solos. É também uma das etapas mais críticas, pois é onde se comentem mais erros, que se gasta mais tempo e onde se concentram na maioria das vezes os maiores custos (ARRUDA; SANTELLI, 1997). É devido a esses fatores que a necessidade de ser ter uma mecanização no preparo de amostras, se torna cada vez mais necessário (MOURA, 2006). No tocante a digestão de amostras, a técnica de radiação por micro-ondas surgiu para aperfeiçoar o processo de preparação de diferentes matrizes amostrais, reduzindo o tempo e proporcionando resultados mais concisos. Neste sentido, o presente trabalho visa utilizar essa metodologia de digestão por micro-ondas, no preparo de amostras de solo, para a determinação dos elementos Al, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Na, Ni, P, Pb, V e Zn, além do pH, com a aplicação do método US EPA 3051A. A proposta do trabalho é verificar a variabilidade vertical desses elementos, em uma profundidade de até 125 cm, partindo do princípio de que, até essa profundidade é possível assimilar as alterações antrópicas, para o caso da camada superficial, como também as alterações em decorrência do material pedogenético, para a camada mais profunda. As amostras foram coletadas em quatro perfis pedológicos (Tr-1, Tr-2, Tr-3 e Tr-4) e em quatro níveis amostrais (0-20 cm, 35-55 cm, 70-90 cm e 105-125 cm). Além do estudo da variação nos quatro perfis, foram comparadas duas digestões, (HNO3 e HNO3/HCl), em duas frações (< 63 μm e < 180 > 63 μm), com o objetivo de Cosme Oliveira da Silva 2 Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo I: Introdução verificar não só a influência da adição do HCl a digestão, como também verificar o comportamento dos teores de cada elemento, em frações granulométricas diferentes. Como forma de validar a confiabilidade dos resultados analíticos obtidos, foram feitos estudos estatísticos de precisão e exatidão. 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Determinar os teores dos elementos Al, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Na, P, Ni, Pb, V, Zn e pH em solos, utilizando digestão assistida por micro-ondas e dosagem por Espectroscopia de Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado. 1.1.2 Objetivos Específicos Aplicar metodologias de avaliação de exatidão e de precisão; Estabelecer as concentrações de elementos químicos e do pH em quatro perfis de solo; Comparar as concentrações dos elementos químicos entre as frações < 63 μm e < 180 > 63 μm, utilizando duas digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl; Quantificar a variação vertical do pH e dos elementos químicos nos quatro perfis de solo; Relacionar essas variabilidades entre si. Cosme Oliveira da Silva 3 Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo I: Introdução 1.2 Localização e Acesso Para o presente estudo as etapas de campo referentes à coleta das amostras, foram desenvolvidas em uma região de produção de petróleo no campo de Estreito, situado no município de Assú/RN, divisa com o município de Carnaubais/RN, conforme ilustra o retângulo vermelho na Figura 1.1. A área de estudo encontra-se a uma distância da capital, cerca de 207 km, sendo seu acesso, a partir de Natal, efetuado através das rodovias pavimentadas BR-304 e RN-016 (CPRM, 2005). Localização da Área Figura 1.1. Localização da área (Fonte: IDEMA). 1.3 Perfil do Solo da Área de Estudo Litologicamente a região de estudo e arredores é constituída por rochas sedimentares e sedimentos aluviais do Rio Piranhas-Açu. O solo predominante é classificado como Latossolo Vermelho, com relevo plano e suavemente ondulado. O Latossolo estudado apresenta sequências de horizontes Ap, Bw e C, com espessura variando de 0,2 a 2.0 m, sendo portanto um solo profundo. Essas feições podem explicar a predisposição do solo não ter o fenômeno de capilaridade e como consequência um solo fortemente drenado (SILVA; ERNESTO SOBRINHO; SANTOS, 2010). Cosme Oliveira da Silva 4 CAPÍTULO II: Aspectos Teóricos Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos 2 Aspectos Teóricos Neste capítulo são apresentadas algumas considerações teóricas necessárias para o desenvolvimento desta dissertação. Os itens abordados compreendem o uso da radiação na faixa das micro-ondas, para a digestão química de amostras, propriedades e características do solo como: granulometria, variabilidade de elementos químicos e características dos elementos químicos estudados. 2.1 Aplicação da radiação na faixa das micro-ondas na extração de elementos químicos em amostras ambientais 2.1.1 Teoria de micro-ondas Segundo Smith (1988), denomina-se micro-ondas, as ondas eletromagnéticas cujo comprimento é de ordem de centímetros e milímetros. Costuma-se classificar as micro-ondas nas seguintes faixas (Quadro 2.1). Quadro 2.1. Faixa das Micro-ondas. Faixa (cm) S 10 X 3 K 1,1 Q 0,8 (Fonte: SMITH, 1988). Uma onda eletromagnética é uma combinação de um campo elétrico e um campo magnético. Esses campos se propagam em uma mesma direção, porém em planos ortogonais (Figura 2.1). A variação no campo magnético induz o campo elétrico e vice-versa (SMITH, 1988). Cosme Oliveira da Silva 7 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Figura 2.1. Ilustração de uma onda eletromagnética polarizada propagando-se no plano. (λ= comprimento de onda, ε= campo elétrico, H = campo magnético. (Fonte: KRUG, 2003). A energia das micro-ondas é uma radiação eletromagnética não ionizante que provoca movimentos nas espécies em solução, pela migração de íons e/ou rotação de dipolo, causado pelo elevado número de vezes em que o campo eletromagnético se altera. Devido a esse mecanismo de “stress” induzido ocorre o aquecimento, sendo que esse aquecimento não é produzido por fonte externa, mas sim pela interação entre as micro-ondas e as moléculas da amostra (PEREIRA FILHO, 1999). Na faixa das micro-ondas, as energias correspondentes aos fótons são insuficientes para provocar a ruptura de ligações químicas, fazendo com que a estrutura das moléculas seja mantida. O efeito que as micro-ondas ocasionam é baseado na reorganização das cargas das moléculas polares e dos íons livres de materiais dielétricos, essa reorganização é induzida pelo campo elétrico das radiações, ou seja, a presença de um campo elétrico promove o alinhamento das cargas livres e dos dipolos na direção do campo. Este deslocamento é também influenciado pela agitação térmica do sistema e pelas interações intermoleculares das cargas com as moléculas próximas, as quais se opõem à movimentação destas cargas. O atrito entre as cargas em movimento e as moléculas resulta na liberação de energia na forma de calor e o consequente aumento da temperatura do sistema (FORTUNY et al., 2008). As micro-ondas possuem bandas de frequência entre 300 a 300.000 MHz e comprimentos de onda variando entre 0,001 e 1 m. A Figura 2.2 ilustra a faixa das microondas no espectro eletromagnético, incluindo três bandas de frequências típicas: a frequência ultra-alta (UHF – ultra high frequency: de 3x102 MHz a 3x103 MHz), a frequência super-alta (SHF – super high frequency: de 3x103 a 3x104 MHz) e a frequência extremamente alta (EHF – extremely high frequency: de 3x104 a 3x105 MHz) (FORTUNY et al., 2008). Quatro dessas frequências são utilizadas nas áreas industriais e em pesquisas cientificas: 915, 2.450, 5.800 e 22.125 MHz. Dentre estas, a frequência de 2.450 MHz é a mais comum, inclusive sendo Cosme Oliveira da Silva 8 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos usada nos fornos de micro-ondas caseiros, como recomendado pela organização mundial de saúde (OMS). (KRUG, 2003; NOGUEIRA et al., 2008). Figura 2.2. Representação esquemática de uma parte do espectro Eletromagnético (Fonte: KRUG, 2003; NOGUEIRA et al., 2008). Segundo Krug (2003), quando se utiliza a frequência de 2.450 MHz, o alinhamento das moléculas e seu retorno ao estado de desordem ocorrem 4,9 x 109 vezes por segundo, o qual resulta em um aquecimento rápido e eficiente. 2.1.2 Interação das micro-ondas com a matéria As bases teóricas, que fundamentam a interação da radiação das micro-ondas tanto com a amostra, quanto com os reagentes utilizados para a digestão, são basicamente aquelas que, de forma geral, regulam a interação entre matéria e energia, no entanto, o tipo específico de radiação restringe as considerações e os efeitos dessa energia sobre a amostra e sobre os reagentes presentes durante a ação das micro-ondas no sistema (NOGUEIRA et al., 2008). Quando um material não transparente às micro-ondas absorve este tipo de radiação, o material pode sofrer um aumento considerável na sua temperatura, devido principalmente, à interação da radiação eletromagnética com os íons dissolvidos e com o solvente, provocando a migração iônica e rotação de dipolos. A ocorrência destes dois processos resulta em um movimento molecular no material, que também contribui para o aquecimento da amostra. Cosme Oliveira da Silva 9 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Estes dois processos ocorrem quando micro-ondas interagem com a solução de um ácido (ou mistura de ácidos) usado para a digestão da amostra (NOGUEIRA et al., 2008). 2.1.2.1 Migração Iônica A migração iônica consiste no movimento eletrônico dos íons dissolvidos de um lugar para outro, no interior da solução na amostra, em presença de um campo eletromagnético. O movimento dos íons é causado pela interação entre as espécies iônicas e o campo elétrico oscilante das micro-ondas. Esses íons se deslocam produzindo um fluxo de corrente (Figura 2.3), cujo movimento sofre resistência causada por outras espécies com fluxo oposto ao deslocamento. Como resultado desta resistência ocorre à produção de calor, provocando consequentemente o aumento na temperatura do meio e ao redor de cada íon que migra. (NOGUEIRA et al., 2008). Alguns parâmetros são essenciais para a migração iônica como: a concentração do íon, a mobilidade do íon no meio e a temperatura da solução. Uma solução iônica contém pelo menos duas espécies iônicas, cátion e ânion e cada espécie conduz corrente de acordo com sua mobilidade e concentração (SORIANO, 2006). Figura 2.3. Representação esquemática da migração iônica. (Fonte: NOGUEIRA et al., 2008). 2.1.2.2 Rotação de Dipolo Refere-se ao efeito que o campo elétrico oscilante das micro-ondas causa as moléculas da amostra, que possuem momento dipolar induzido ou permanente. Quando se estabelece um campo elétrico, as moléculas dipolares se alinham com os polos deste (Figura 2.4) (NOGUEIRA et al., 2008). Quando o campo eletromagnético aumenta, as moléculas polarizadas tendem a se alinhar com os dipolos. Quando o campo é removido, as moléculas voltam a um estado desordenado, e a energia que foi absorvida para esta orientação nestes dipolos é dissipada na forma de calor. É necessário um tempo de relaxamento para que a Cosme Oliveira da Silva 10 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos maioria das moléculas em solução retorne a desordem. Quando a molécula sofre esse processo de rotação de dipolos, ocorrem também colisões, provocando o aumento da temperatura (SORIANO, 2006). A porcentagem de contribuição entre a migração iônica e a rotação de dipolos para o aquecimento, depende da mobilidade e concentração dos íons na amostra e das características dielétricas, que por sua vez são dependentes da viscosidade e da temperatura da solução (SORIANO, 2006). Figura 2.4. Rotação de uma molécula de água com o campo elétrico de uma micro-onda (Fonte: NOGUEIRA et al., 2008). Em suma o aquecimento é devido à irradiação pela energia das micro-ondas e essa irradiação serve apenas para aquecer a amostra juntamente com o solvente. Esse fato faz com que existam várias diferenças entre a digestão assistida por micro-ondas e outras formas de digestão. O aquecimento é muito mais rápido em relação ao convencional, devido à absorção de energia pelo dipolo da amostra ou do solvente, fazendo assim acelerar a velocidade do aquecimento, alcançando uma maior eficiência no processo de digestão. A Figura 2.5 mostra a forma de aquecimento convencional e por irradiação microondas. Cosme Oliveira da Silva 11 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Formas de aquecimento Figura 2.5. Formas de aquecimento. (Fonte: NOGUEIRA et al., 2008) 2.1.3 Capacidade de Penetração das Micro-ondas Quando se irradia um material qualquer com micro-ondas, existem três possibilidades quanto à penetração da onda eletromagnética: Reflexão: o material reflete as micro-ondas sem ser afetado pelas mesmas. Transparência: as micro-ondas atravessam o material sem provocar nenhum efeito no material, não irão aquecer. Absorção: os materiais como politetrafluoretileno (PTFE) absorvem a energia das micro-ondas e são aquecidos. Na Figura 2.6 é possível visualizar três materiais distintos e os seus comportamentos frente a uma irradiação por micro-ondas. Reflete Absorve Não Absorve Figura 2.6. Penetração das micro-ondas. (Fonte: KRUG, 2003). Cosme Oliveira da Silva 12 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos 2.1.4 Fornos de micro-ondas O desenvolvimento da tecnologia de micro-ondas ocorreu durante a 2ª Guerra Mundial, pelo engenheiro eletrônico Percy Lebaron Spencer. Os fornos de micro-ondas começaram a ser utilizados para aquecimento de alimentos na década de 50 e a partir da década de 70 esse tipo de energia passou a ser utilizado em laboratórios de química (SANSEVERINO, 2002). Os primeiros experimentos com fornos de micro-ondas para decomposição de amostras foram realizados em 1975 utilizando frascos fechados em fornos domésticos (ABUSAMRA; MORRIS; KOIRTYOHANN, 1975). Mesmo não sendo apropriados pelo fato de os fracos de digestão deixarem escapar ácidos, os fornos de micro-ondas domésticos causaram uma enorme redução no tempo de digestão das amostras, comparando-se aos métodos convencionais, onde eram utilizadas placas aquecedoras (KRUG, 2003). Essa nova metodologia surgiu como uma alternativa para a digestão de amostras por via úmida. Nesse tipo de digestão, utiliza-se geralmente a combinação de um ou mais ácidos. A característica física e química dos ácidos usados na digestão é utilizada de acordo com o tipo de amostra, para que seja alcançada uma boa eficiência na digestão. Outra forma de melhorar o desempenho da digestão é a utilização de fracos fechados sobre altas pressões, onde o ácido ou mistura ácida utilizada, terá seu ponto de ebulição aumentado. O aumento do ponto de ebulição dos ácidos possibilita a obtenção de temperaturas mais elevadas e digestões mais efetivas (SORIANO, 2006; GONZALEZ, 2007). Existem basicamente dois tipos de fornos de micro-ondas, que são empregados em laboratórios para preparo de amostras. Os que utilizam frascos fechados a pressões elevadas e os que utilizam frasco abertos a pressão atmosférica. Nos sistemas de frascos fechados a energia das micro-ondas é dispersa por toda a cavidade, enquanto que nos sistemas abertos a energia é focalizada na parte do frasco de decomposição contendo a amostra. Em ambos os sistemas, o tempo de decomposição e os riscos ao operador são bastante minimizados (DUTRA; SANTOS; COELHO, 2004). Um aparelho de micro-ondas típico, usado no aquecimento de amostras para as diversas aplicações analíticas é composto por seis componentes básicos: o gerador de microondas (chamado de magnetron), o guia de ondas, a cavidade das micro-ondas, o agitador (para espalhar as ondas), um circulador e um exaustor de ar. As micro-ondas são produzidas pelo magnetron, propagadas através do guia de ondas e inseridas diretamente dentro da cavidade do forno onde o espalhador as distribui em Cosme Oliveira da Silva 13 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos diferentes direções, sendo então absorvidas pelas moléculas das amostras e solventes (Figura 2.7). Figura 2.7. Produção e distribuição das micro-ondas. (Fonte: NOGUEIRA et al., 2008). A Figura 2.8 mostra alguns detalhes de um forno de micro-ondas convencional utilizado em laboratório para a dissolução de amostras (NOGUEIRA et al., 2008). Figura 2.8. Representação esquemática do interior de aparelho de micro-ondas (Fonte: NOGUEIRA et al., 2008). 2.1.5 Digestão de amostras de solo O processo de digestão corresponde à extração de metais biologicamente disponíveis em uma determinada amostra de solo. Esta etapa é frequentemente realizada anteriormente a quantificação dos elementos químicos (NASCIMENTO, 2008). A maioria das técnicas analíticas para a análise multielementar requer que as amostras sejam convertidas na forma de solução. Esses procedimentos envolvem uma decomposição total ou parcial da amostra, visando à destruição da matéria orgânica presente. Sendo assim, é importante se conhecer as características originais das amostras (GONZALEZ, 2007). Cosme Oliveira da Silva 14 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Os métodos que empregam ácidos minerais como HNO3 e HCl têm sido utilizados para dissolução e extração de elementos em amostras de solo. HNO3 ou misturas de HNO3 e HCl não extraem totalmente os metais originalmente agregados às matrizes geológicas. A fração lixiviável dos solos inclui os metais e outros elementos de origem antrópica ou natural que se encontram, por exemplo, associados à matéria orgânica ou agregados superficialmente em matrizes argilosas (MARQUES, 2001). Em muitos países europeus, os métodos utilizados para a digestão contínua de amostras ambientais, tais como: resíduos, lamas e solos são baseados em água régia. Em conformidade com as disposições das normas européias e internacionais de diferentes áreas. No entanto, em alguns países europeus, como por exemplo, os países nórdicos, os métodos de digestão são baseados no uso de HNO3. A razão para essa escolha é a interferência de efeitos menores com a utilização desse ácido (MARQUES, 2001). Métodos de digestão parcial são empíricos no sentido de que, o resultado final pode ser determinado por um número de fatores que definem o método. Todavia, dependendo do tipo composicional da amostra, a digestão poderá levar a resultados semelhantes ao de uma digestão total. 2.1.6 Materiais de Referência Materiais de Referência (MR), segundo definição da ISO Guide 30, é um material ou substância homogênea que tem uma ou mais propriedades bem estabelecidas para ser usado na calibração de um equipamento, na avaliação de um método de medição ou atribuição de valores a materiais. Segundo Alves e Morais (2003), não existem materiais de referência para todas as análises químicas realizadas atualmente em laboratórios. Somente estão disponíveis materiais de referência para as técnicas analíticas mais rotineiramente empregadas e para um número muito pequeno de matrizes. Estão disponíveis para calibrações de equipamentos como, por exemplo, os materiais de referência para pH, espectrofotômetros para absorção, emissão atômica e UV/Visível e outros diversos para validação de metodologias analíticas como os materiais de referência de ligas, rochas, água e sedimentos. Materiais de Referência Certificados (MRCs) são materiais que vem acompanhado de certificados com seus valores, suas incertezas para um determinado grau de confiança e a descrição das metodologias utilizadas para a obtenção desses valores (QUINÁGLIA, 2006). Cosme Oliveira da Silva 15 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Esses materiais são geralmente produzidos por entidades certificadoras como o NIST (National Institute os Standartsand Technology – USA), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas – Brasil), entre outras entidades que garantem a homogeneidade e as propriedades de interesse. 2.2 Solo O solo é definido como uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, liquida e gasosas, tridimensionais, dinâmicas, formadas por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contêm a matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem. Ocasionalmente podem ter sido modificados por atividades humanas (EMBRAPA, 1999; BERTONI; NETO, 2005). Existem diversas definições de solo, cada definição se aplica de acordo com quem está analisando e o nível de conhecimento sobre o mesmo, surgindo assim diferentes conceitos e abrangências diferentes. No entanto, com a evolução dos estudos e a complexidade com que é tratado o solo, alguns conceitos foram de grande importância para o seu entendimento. Dentre esses se destacaram: a) solo como meio para o desenvolvimento das plantas, b) como produto da alteração das rochas e c) o solo como um corpo natural organizado. Esses conceitos seguem uma evolução histórica, originando as mais diversas definições. 2.2.1 Origem e Formação dos Solos O solo é um material de composição dinâmica e originado pelas alterações físicas e químicas sofridas pela rocha e também pelo transporte de material alterado ao longo do tempo. O resultado dessas alterações é um material heterogêneo e estruturado, composto por fases distintas como minerais diversos, ar, solução aquosa e matéria orgânica (CARVALHO, 1995). A similaridade entre os solos de diversas partes do mundo está diretamente interligada com as rochas-mãe que os originaram e ainda a similaridade do clima destas regiões. Segundo Nascimento (2008), o intemperismo age na interface entre a atmosfera e a litosfera e levam à desagregação das rochas expostas na superfície da terra. São originadas partículas minerais dispersas (produtos residuais) presentes na rocha matriz, que permanecem mais ou menos inalteradas, ao lado de novos minerais também formados por intemperismo, Cosme Oliveira da Silva 16 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos além de matrizes em solução. Os novos minerais produzidos por intemperismo resultam das reações de silicatos, sulfetos ou óxidos com água. O intemperismo pode ser físico, químico ou biológico. O intemperismo físico ou mecânico é o que causa a desintegração da rocha através dos seguintes agentes: (a) variação de temperatura, (b) alívio de pressão, (c) crescimento de cristais, (d) hidratação dos minerais, (e) ação coloidal e (f) processos físico-biológicos. O intemperismo físico provoca a desintegração da rocha, formando fragmentos de tamanhos diversos, porém, sendo mantida a composição mineralógica da rocha. O intemperismo químico é o processo caracterizado por reações químicas entre os minerais constituintes de uma rocha. Há uma aceleração do processo de intemperismo químico se a rocha for fragmentada por um intemperismo físico, aumentando assim a superfície exposta às reações químicas. Os agentes ou parâmetros tais como Eh, pH, H2O, CO2, envolvidos no intemperismo químico, controlam no ambiente secundário, as reações que seguem: oxidação, carbonatação, hidrólise, hidratação e troca de bases. O intemperismo biológico é caracterizado por efeitos físicos e/ou químicos, contudo os processos envolvidos dependem de variáveis como: condições climáticas, propriedades dos materiais e variáveis locais. O quadro 2.2 apresenta os aspectos mais importantes dos tipos de intemperismo. Cosme Oliveira da Silva 17 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Quadro 2.2. Tipos de intemperismo. Tipos de Exemplos Intemperismo Alivio de Pressão Geralmente apresenta secundaria. Cristalização ou Ocorre redução granulométrica e Congelamento aumento da superfície especifica Expansão Térmica por sem insolação química. Dissolução Ocorre com completa mudança nas Hidratação de Hidrolise propriedades físicas e químicas. Oxidação Verifica-se aumento do volume dos Redução compostos Carbonatação comparados aos minerais primários. Ação da cunha de raízes Combinação dos Ação de escavação por intemperismo físico animais introduzido por animais e vegetais. Físico Químico Biológico Descrição mudança na composição secundários, quando efeitos e de químico Ácidos orgânicos (Fonte: SUGUIO, 2003) Os fatores principais para a formação do solo são: rocha de origem, clima, atividade biológica dos organismos vivos, topografia e o tempo (BERTONI; NETO, 2005). Atualmente admite-se que o solo é um produto da ação conjugada do clima e da biosfera sobre a rocha matriz, de acordo com o relevo em determinado tempo. É admitido que no processo de formação do solo, os fatores ativos envolvidos, são aqueles tidos como fontes de energia e reagentes, enquanto os reagentes passivos são representados pelos constituintes que servem como fonte de material e por alguma condição ambiental que lhe diz respeito. Os agentes ativos são: o clima e a biosfera; os agentes passivos são: a rocha matriz e o relevo (BERTONI; NETO, 2005). Durante a atuação dos fenômenos de intemperismo, parte da rocha é dissolvida quimicamente e outra parte é retida na suspensão em estado coloidal, ao lado de fragmentos minerais mais estáveis como o quartzo. Os elementos químicos em solução podem ser precipitados em função das modificações do pH, Eh, concentração e temperatura (NASCIMENTO, 2008). Cosme Oliveira da Silva 18 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos A composição mineralógica e a textura da rocha de origem são fatores importantes na fase inicial do processo de intemperismo em face das diferenças nos tempos necessários a alteração. Dependendo ainda de outros fatores, uma mesma rocha poderá formar solos com propriedades diferentes, enquanto que rochas com composição e textura diferentes poderão formar um mesmo tipo de solo (TAVARES; PINHEIRO; SOARES, 2006). O solo quanto à origem podem ser classificados em solos residuais, solos transportados (sedimentares) e solos orgânicos. Solos residuais são os solos que estão sobrejacentes às rochas que lhes deram origem. Solos transportados são solos que sofreram algum tipo de transporte (água, vento, gelo, etc.), portanto não estão sobre a rocha que lhes deu origem. Em função do tipo de agente de transporte classificam-se em: solos aluviais, solos marinhos, solos eólicos, solos glaciais e solos coluviais. Solos orgânicos são os solos que se caracterizam por apresentarem como constituinte principal, a matéria orgânica, proveniente de restos vegetais ou animais (solos diatomáceos). Camadas sedimentares de argila, areia fina e silte com húmus e turfas (grandes teores de carbono) são os solos orgânicos mais comuns (TAVARES; PINHEIRO; SOARES, 2006). Outro aspecto importante a ser considerado é a característica comum de todos os solos, de desenvolver diferentes camadas aproximadamente horizontais, denominadas horizontes. É preciso salientar que uma seção vertical do solo exposto é denominada perfil. Sendo que o perfil do solo representa a ação conjunta de vários fatores e a sequência de horizontes caracteriza o solo e delimita suas principais características físicas (AZEVEDO; DALMOLIM, 2004). 2.2.2 Granulometria de Solos Todo o solo, em sua fase sólida, contém partículas de diferentes tamanhos e em proporções variadas. A determinação do tamanho das partículas e suas respectivas porcentagens de ocorrência permitem obter a função de distribuição de partículas do solo e que é denominada distribuição granulométrica. De acordo com Mudroch e Macknight (1997), estudos envolvendo metais e o tamanho da partícula nos solos, mostram que, partículas mais finas, contêm maiores concentrações de metais, a exemplo disso seria a fração < 63 μm, que é a fração de silte e argila e é nessa fração onde se encontram a maioria dos elementos biodisponiveis, apresentando níveis relativamente maiores de metais, devido a sua maior área superficial de contato. Cosme Oliveira da Silva 19 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos O uso da fração constituída por partículas de solo menores que 63 μm para determinação de metais pesados, por exemplo, tem sido indicada para estudos de avaliação do grau de contaminação devido à elevada superfície específica. Esses aspectos apresentam algumas vantagens, tais como: os metais ligam-se preferencialmente às frações silte e argila; este tamanho de partícula é semelhante ao da matéria em suspensão na água (SOARES et al., 1999). De um modo geral, a parte sólida dos solos é composta por um grande número de partículas que possuem diferentes dimensões. A granulometria ou análise granulométrica dos solos é o processo que visa definir em determinadas faixas, pré-estabelecidas, o tamanho dos grãos, a percentagem em peso que cada fração possui em relação à massa total da amostra em análise (MEDEIROS, 2009). 2.2.3 Classificação dos solos baseados em critérios granulométricos Os solos recebem designações segundo as dimensões das partículas compreendidas entre determinados limites convencionais, conforme apresentado no quadro 2.3. Na Figura 2.9 estão representadas as classificações adotadas pela ASTM (American Society for Testing Materials), AASHTO (American Association for State Highwayand Transportation Officials), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e MIT (Massachusetts Institute of Technology) (TAVARES; PINHEIRO; SOARES, 2006). Quadro 2.3. Escalas granulométricas adotadas pela ASTM, AASHTO, MIT. e ABNT (Fonte: TAVARES; PINHEIRO; SOARES, 2006) Cosme Oliveira da Silva 20 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Figura 2.9. Camadas que compõem o solo (Fonte: NASCIMENTO, 2008). No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) a terminologia para rochas e solos são definidas como: Bloco de rocha – Fragmentos de rocha transportados ou não, com diâmetro superior a 1,0 m. Matacão – fragmento de rocha transportado ou não, comumente arredondado por intemperismo ou abrasão, com uma dimensão compreendida entre 200 mm e 1,0 m. Pedregulho – solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm. Quando arredondados ou semi-arredondados, são denominados cascalhos ou seixos. Divide-se quanto ao diâmetro em: pedregulho fino – (2 a 6 mm), pedregulho médio (6 a 20 mm) e pedregulho grosso (20 a 60 mm). Areia – solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias de acordo com o diâmetro classificam-se em: areia fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm). Silte– solo que apresenta baixo ou nenhuma plasticidade, baixa resistência quando seco ao ar. Suas propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela fração silte. É formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm. Argila – solo de graduação fina constituída por partículas com dimensões menores que 0,002 mm. Apresentam características marcantes de plasticidade; quando suficientemente úmido, Cosme Oliveira da Silva 21 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos molda-se facilmente em diferentes formas, quando seco, apresenta coesão suficiente para construir torrões dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos. Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e consistência em seu estado e umidade naturais. 2.2.4 Propriedades Químicas do Solo Por ser uma parte essencial ao meio ambiente e da economia, o solo tornou-se um campo de estudo separado a ciência do solo. Aspectos morfológicos e estruturais fazem parte do estudo de sua organização, ou seja, seus constituintes (minerais e orgânicos), suas dimensões e o modo como estes se encontram organizados, envolve também a análise dos espaços vazios (poros), reflexo da organização de seus constituintes. Trata-se de um estudo estático que se baseia na caracterização do chamado perfil do solo. Os perfis se diferenciam através de horizontes, seguindo uma organização vertical, sendo os superiores mais ricos em matéria orgânica (horizonte O) e os inferiores, sobretudo em minerais (horizontes B e C). Tais horizontes se distinguem pela cor, textura, estrutura e comportamento (FAUSTINO, 2007). O solo em boas condições para o crescimento de plantas é constituído em seu horizonte superficial (horizonte A), por aproximadamente 50% de material solido, 25% de água, 25% de ar. A proporção de água e ar no solo pode variar de maneira bastante acentuada e muito rapidamente, estando associada principalmente ao tamanho e a quantidade de poros existentes, disponibilidade de água e drenagem do terreno. A fase sólida, ao contrário é mais constante (MELFI; MONTES, 2001). Essas condições influenciam diretamente nas propriedades físico-químicas do solo. Segundo Faustino (2007), são muitas as propriedades químicas do solo, sobretudo as relacionadas aos aspectos de fertilidade e nutrição de plantas. A troca iônica é uma delas e está relacionada à presença de cargas superficiais, sendo entendida como um processo reversível, pelo qual, íons retidos na superfície são substituídos por quantidades equivalentes de outros íons, estejam estes em solução ou ligados a outra fase sólida em contato com a primeira. Nos solos, os mais importantes cátions trocáveis são o Ca2+, Mg2+, H+, K+, Na+ e NH4+. Entre os ânions, os mais importantes são o SO42-, Cl-, H2PO4-, HPO42-, HCO3- e os ânions de ácidos húmicos. Outra propriedade química é a capacidade catiônica (CTC), que define a habilidade do solo em reter e absorver cátions, e está relacionada à presença de cargas negativas na Cosme Oliveira da Silva 22 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos superfície das partículas coloidais (argilominerais, óxidos e oxihidróxidos de Fe e Al e compostos orgânicos – húmus). A CTC depende da textura do solo e mais particularmente, do teor de argila e matéria orgânica, pois tanto a argila quanto a matéria orgânica apresentam grandes superfícies específicas e, portanto são materiais bastante reativos, por possuírem CTC elevada. Destas duas, a matéria orgânica normalmente presente em menor quantidade, apresenta CTC cerca de cinco vezes aquela das argilas, podendo também apresentar grande variação em função da concentração dos grupos -COOH (MELFI; MONTES, 2001). O pH é outra propriedade química essencial, pois determina sob que forma os elementos químicos estão nas soluções que percolam o solo. Em função do pH do solo e do pKa dos elementos, pode-se prever sua existência sob uma forma catiônica (ou aniônica), sob forma de hidróxidos ou ainda sob forma de sais, sendo possível definir a mobilidade dos elementos em determinado solo, se conhecida a solubilidade dos produtos formados (FAUSTINO, 2007). 2.2.5 Elementos químicos presentes no solo Ao longo das últimas décadas, diversos pesquisadores e autores reportaram definições para metal pesado. Duffus (2002), em um relatório técnico apresentado à União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), relatou os resultados de uma extensa revisão bibliográfica sobre as definições de metal pesado. Em relação às propriedades químicas, as principais definições identificadas foram: Massa específica: metais pesados apresentam massa específica elevada, sendo maior ou igual a um determinado valor de referência que, em função de cada publicação, varia entre 3,5 e 7,0 g/cm3. Massa atômica: metais pesados apresentam elevada massa atômica, sendo o Na (massa atômica igual a 23) usado como referência. Número atômico: metais pesados apresentam elevado número atômico, sendo o cálcio (número atômico igual a 20) usado como referência. Dentro desses critérios, alguns autores consideram que, qualquer tipo de metal pode ser um metal pesado, enquanto outros incluem apenas os metais de transição (LIMA; MERÇON, 2011). Esses elementos podem ser divididos em elementos metálicos essenciais (micronutrientes) e não essenciais. Os essenciais possuem essa designação por serem vitais aos seres vivos em quantidades adequadas, pois se estiverem acima do recomendado, estes Cosme Oliveira da Silva 23 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos elementos podem acarretar efeitos danosos ao ser humano. Alguns elementos essenciais são: Co, Cu, Fe, Mg, e Mo. Já os não essenciais para os seres humanos são: Al, Cd, Hg, Ni e Pb. Mesmo em pequenas quantidades, alguns podem possuir efeito carcinogênico, com sintomas respiratórios de intoxicação e dermatites (VAZ; LIMA, 2003 apud MARIANI, 2006). O solo consiste de uma grande variedade de materiais, compondo a camada mais superficial da crosta terrestre. Em adição aos sólidos, o solo contém ar e água. Tipicamente, a fração sólida do solo consiste em cerca de 95% de matéria mineral e 5% de material orgânico, embora as proporções possam variar, alguns solos podem conter até menos que 1% de matéria orgânica (MANAHAM, 1994). 2.2.6 Variabilidade de elementos químicos no solo Os elementos químicos estão presentes naturalmente em solos, mesmo que não seja por origem antrópica no ambiente. Os mecanismos responsáveis pela retenção ou mobilização dos metais em solos são físicos, químicos e biológicos. Os físicos dividem-se em: filtração, difusão, dispersão, diluição e adsorção. Os químicos são: precipitação/dissolução, adsorção/dessorção, complexação, troca de cátions e reações redox. E os biológicos são: transformações aeróbias e anaeróbias. Segundo Oliveira e Marins (2011), a variabilidade dos metais em solos esta relacionada com a retenção desses elementos, a depender do mecanismo ao qual ocorre, por exemplo, em solos ricos em matéria orgânica e que apresentem pH maior que 7,0, a lixiviação do solo é reduzida, sendo assim a concentração total dos metais no solo pode não refletir na sua disponibilidade. Dentre elementos constituintes da crosta terrestre temos O, Si, Al, Fe, Ca, Na, K, Mg, Ti e P, que são os elementos maiores, os demais elementos na tabela periódica são os elementos traços, e suas concentrações normalmente não ultrapassam 1.000 mg/kg. Os elementos traços ocorrem como constituintes de minerais primários nas rochas ígneas, metamórficas e sedimentares, por isso esses elementos são excelentes indicadores da variabilidade natural na composição dos solos (HUISMAN et al., 1997). Assim, os teores naturais de metais-traço no solo estão relacionados à sua matriz mineralógica. Esses elementos participam da estrutura cristalina de diferentes minerais, em consequência do seu Cosme Oliveira da Silva 24 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos comportamento geoquímico e da sua partição durante a cristalização dos componentes mineralógicos da rocha (OLIVEIRA; MARINS, 2011). Sob a ação do intemperismo, novas relações de equilíbrio são estabelecidas para os minerais de origem geológica, sob condições ambientais. Essas novas condições, caracterizadas pela abundância de oxigênio e água, baixas pressões e temperaturas, fazem com que os materiais geológicos (rochas e minerais) sofram o impacto destrutivo da ação intempérica, estabelecendo novas relações de equilíbrio com o ambiente. Dessa forma os metais são liberados na solução do solo e se redistribuem entre seus constituintes de diferentes evoluções pedogeomorfológicas e definem a forma de redistribuição. Solos mais jovens e formados in situ apresentam, em geral, teores mais elevados de metais-traço do que os solos submetidos ao intenso intemperismo tropical e a um longo período de desenvolvimento, com ciclos de erosão e redeposição. Efeitos diretos de remoção pelas plantas, lixiviação, escoamento superficial e erosão são os possíveis caminhos da redistribuição de metais no ambiente (OLIVEIRA, 2007 apud RESENDE et al., 2007) Segundo Fadigas et al. (2006), A alta variabilidade dos teores de metais nos solos fica evidenciada que não só a matriz mineral, como também os processos intempéricos podem interferir na composição dos elementos traços nos solos. 2.3 Características dos elementos químicos estudados 2.3.1 Alumínio O Al é o metal mais abundante e o terceiro elemento mais abundante em peso (depois do oxigênio e do silício) da crosta terrestre e constitui aproximadamente 8% em massa das rochas da crosta, apresenta também uma grande importância econômica, sendo produzido em grande escala para uma grande variedade de aplicações. Pertencente ao Grupo XIII da Tabela Periódica é essencialmente metálico, embora seja frequentemente classificado como metalóide devido ao seu caráter anfótero (LEE, 2000, SHRIVER; ATKINS, 2008). O mais importante minério de Al é a bauxita. Esse é o nome genérico para diversos minerais, com fórmulas que variam entre Al2O3.H2O e Al2O3.3H2O, onde a maior parte ocorre a partir da alteração de minerais como feldspatos e micas (LEE, 2000). O Al é ainda relativamente mole e mecanicamente pouco resistente quando se encontra na forma pura, no entanto torna-se mais resistente quando forma liga com outros metais como Cu, Ni, Sn e Zn. Além de diversas aplicações o Al é bem requisitado na Cosme Oliveira da Silva 25 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos construção civil, na indústria automobilística, na construção de aeronaves, embalagens para bebidas, na fabricação de utensílios de cozinha, utilizado também em tintas a base de alumínio (LEE, 2000). Segundo Medeiros (2009), suas propriedades físicas e químicas o caracterizam como o metal não ferroso mais usado. Leve, de alta condutividade elétrica e térmica e facilmente torneada, a presença de uma camada de óxido impermeável na sua superfície torna-o resistente à corrosão, desde que não exista a presença de Cl. O Al provoca intoxicações agudas em pessoas com insuficiência renal, que não conseguem excretar o elemento, uma vez que esse elemento embora tóxico seja facilmente excretado pelo organismo. Pacientes que sofrem da doença de Alzheimer possuem depósitos de sais de alumínio no cérebro, sendo assim o alumínio pode ser um possível causador dessa doença (LEE, 2000). No lençol freático, devido à sua baixa solubilidade, os teores de alumínio não atingem geralmente alguns centésimos ou décimos de mg/L. Entretanto, devido ao processo de acidificação dos solos, onde o pH atinge valores inferiores a 5,0, há um aumento na dissolução de seus óxidos ou hidróxidos. A toxicidade aguda nos seres humanos por alumínio metálico e seus compostos é baixa, por outro lado, é altamente prejudicial ao crescimento das plantas (MACHADO, 1997). De maneira geral, valores de pH (em H2O) do solo abaixo de 5,5 já podem condicionar graves problemas de toxicidade do alumínio para as plantas. Entretanto, dependendo do tipo de ligante inorgânico e orgânico, o alumínio pode ser mais ou menos tóxico (MACHADO, 1997). Qualquer elemento abundante na natureza será inevitavelmente absorvido pelas plantas e a seguir pelos animais (LEE, 2000). 2.3.2 Cálcio O Ca pertencente ao grupo II da tabela periódica classifica-se como um metal bastante reativo pelo fato de apresentar valência +2. Apresenta uma excelente condutividade elétrica, é o quinto elemento mais abundante na crosta terrestre, representando 4,66%, sendo um dos constituintes de diversos minerais bastante comuns (LEE, 2000). O Ca é geralmente encontrado na forma de carbonato (CaCO3). Existem duas formas cristalinas de CaCO3, a calcita e a aragonita. A calcita é a forma mais comum formando cristais romboédricos e incolores. A aragonita tem estrutura ortorrômbica e geralmente, de cor amarela ou vermelha acastanhada (LEE, 2000). Cosme Oliveira da Silva 26 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos O Ca tem sua origem primária nas rochas ígneas e sedimentares, estando contido na maioria das vezes em minerais como a dolomita, calcita, apatita, feldspatos cálcicos e anfibólios, ocorrendo também em rochas e metamórficas. Em solos especialmente, ácidos de clima tropical esses minerais são intemperizados e o cálcio é, em grande parte, perdido por lixiviação (RIBEIRO; VILELA, 2007). Segundo Ribeiro e Vilela (2007), A forma predominante de Ca no solo é em sua forma iônica Ca2+ ou nas formas de CaCO3, CaSO4, CaHPO4, Ca(PO4)2. No entanto, pode ser encontrado em várias formas no solo. Minerais primários: o cálcio está presente principalmente na augita, anortita, epidoto e apatita; Matéria Orgânica: é função do material de origem e das condições climáticas, podendo ocorrer como quelatos e/ou complexos; Ca-trocável: este se encontra ligado aos coloides do solo; Ca-disponível: todo Ca livre na solução do solo na sua forma iônica Ca2+. 2.3.3 Chumbo O Pb é um metal mole cinza prateado, que funde a 327,5°C, densidade relativa 11,4g/cm3 a 16 ºC. É altamente resistente à corrosão é solúvel em ácido nítrico e sulfúrico a quente. O estado normal de valência em compostos de chumbo inorgânico é +2. A solubilidade em água varia, sendo que os compostos sulfetos de chumbo e os óxidos de chumbo são pouco solúveis, já os nitratos, cloratos e cloretos, são razoavelmente solúveis em água fria. O Pb também forma sais com ácidos orgânicos tais como ácido lático e acético e compostos orgânicos estáveis como: tetraetil chumbo e tetrametil chumbo (WHO, 1995). Por se tratar de um elemento altamente durável e maleável o Pb é bastante utilizado na construção. A inércia desse elemento sob condições normais pode ser atribuída à apassivação de sua superfície por óxidos, cloretos e sulfatos (ATKINS; JONES, 2007), As principais fontes são a indústria extrativa, petrolífera, acumuladores, tintas, corantes, gráficas e bélicas. Essas e outras atividades antropogênicas e o transporte do Pb através do ar influenciam no teor desse elemento no solo (LEE, 2000). Segundo Nascimento (2008), o Pb entra em contato com o homem pela inalação do ar atmosférico, ou ingestão de água ou alimento contaminado ou ainda o contato da pele com compostos lipossolúveis contendo o elemento. A adsorção depende da concentração e do Cosme Oliveira da Silva 27 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos tempo de exposição, das propriedades físico-químicas do composto, idade e estado fisiológico do indivíduo. O Pb ocorre como contaminante ambiental e as concentrações no meio ambiente crescem de acordo com o aumento do seu uso industrial. O Pb, mesmo em baixas concentrações, é estranho ao metabolismo humano, podendo interferir em diversas partes do metabolismo e causar intoxicações (MAVROPOULOS, 1999 apud MEDEIROS, 2009). Comparado à maioria dos outros poluentes, quando o Pb é lançado ao meio ambiente, tem um longo tempo de residência. Como resultado, ele tende a se acumular em solos e sedimentos, onde, devido à baixa solubilidade, pode permanecer acessível à cadeia alimentar e ao metabolismo humano por muito tempo (CONCEIÇÃO, 2004). 2.3.4 Cobalto O Co é pouco abundante na crosta terrestre. Ocorre em proporção 23 ppm em peso. Existem muitos minérios contendo esse elemento, dentre eles os mais importantes são a cobaltita, a esmaltita e a linneita (LEE, 2000). Na indústria o Co forma importantes ligas de alta temperatura com o aço. Essas ligas são usadas na confecção de turbinas a jato e na obtenção de aços rápidos usados na fabricação de ferramentas de corte. Essa aplicação se dá, pelo fato de que, esse elemento apresenta alta dureza, mesmo quando aquecido. Um terço do cobalto obtido é empregado na fabricação de pigmentos para as indústrias de cerâmica, vidro e tintas. (LEE, 2000). Nos solos e sedimentos o Co está associado às partículas sólidas de solos e sedimentos por adsorção ou ainda nas águas dos sedimentos. A mobilidade deste metal só irá ocorrer em meio ácido (QUINÁGLIA, 2006). 2.3.5 Cobre Sendo um dos primeiros metais a ser utilizado pelo homem, o Cu foi descoberto cerca de 9.500 a.c, no atual Iraque, tendo a ilha do Chipre no Mediterrâneo como a maior fonte desse elemento. Ocorrendo na natureza em uma grande variedade de minerais dos quais o sulfeto calcopirita é o mais comum, pode estar presente também como sulfeto, arenito, cloreto, carbonato e na forma elementar (VAITSMAN; AFONSO; DUTRA, 2001). Pertencente ao Grupo 11 da Tabela Periódica apresenta ponto de fusão 1.083ºC, ponto de ebulição 2.570 ºC e densidade 8,95 g.cm-3, de cor marrom avermelhado (LEE, 2000). Cosme Oliveira da Silva 28 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Dentre suas propriedades destacam-se a elevada condutividade térmica e elétrica, maleabilidade, resistência à corrosão, capacidade de se amalgamar e aspecto agradável (WHO, 1998). Assim como a maioria dos metais do bloco d, o Cu é um metal muito mais rígido do que os metais do grupo 1 e 2. Essa propriedade associada com as velocidades moderadas de oxidação ao ar justifica a ampla aplicabilidade na utilização desse elemento em diversas áreas, como construção de edifícios, carros, linhas de transmissão entre outros. Sendo moderadamente abundante é o vigésimo quinto elemento mais abundante, em peso na crosta terrestre (SHRIVER; ATKINS, 2008). Por estar presente na crosta terrestre, a principal fonte natural de Cu são as poeiras. Outras fontes naturais são os vulcões, incêndios florestais e névoas aquáticas. Como os outros metais, são também distribuídos através do meio ambiente pela precipitação e fluxo das águas que transportam as partículas. Dependendo deste fluxo, as partículas se depositam e formam os sedimentos. As fontes antropogênicas de Cu incluem a emissão pelas atividades de mineração e fundição, pela queima de carvão como fonte de energia e pelos incineradores de resíduos municipais. Outras fontes de menor relevância incluem seu uso como agente antiaderente em pinturas, na agricultura (fertilizante, algicidas, suplemento alimentar) e excretas de animais e humanos (esgotos). Óxidos de metais, silicatos e outros materiais formam as rochas que formam a crosta terrestre e é o intemperismo dessas rochas que dão origem aos solos e sedimentos. Óxido de cobre, sulfato de cobre e outros minérios estão entre esses componentes (WHO, 1998). No ambiente terrestre, uma série de fatores importantes influenciam no destino do Cu no solo. Estes incluem a natureza do próprio solo, seu pH, o tipo e a distribuição da matéria orgânica, o potencial redox do solo, a presença de óxidos na da base do solo e sua capacidade de troca catiônica (CTC), a taxa de decomposição. O tempo de permanência no solo também é uma função do clima global e da vegetação presentes em um lugar (WHO, 1998). O Cu, em pequenas quantidades é até benéfico ao organismo humano, catalisando a assimilação do Fe e seu aproveitamento na síntese da hemoglobina do sangue humano, facilitando a cura de anemias. (CETESB, 2005). Cosme Oliveira da Silva 29 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos 2.3.6 Cromo O Cr é um metal duro, quebradiço e apresenta alto ponto de fusão e baixa volatilidade, tem coloração cinza aço, sem odor e muito resistente. Apresenta dois estados de oxidação Cr3+ e Cr6+ (WHO, 1998). Em solos com pH > 6, predominam os cromatos, nos solos que apresentam pH 2-6, predominam os dicromatos, as superfícies de óxidos de ferro e alumínio absorvem o CrO-24 em pH neutro e ácido (US EPA, 2007). O Cr é encontrado naturalmente em rochas, plantas, solos, poeiras, névoas vulcânicas, sendo que o único minério de cromo de importância comercial é a cromita (FeCr2O4) (WHO, 1998). Uma das aplicações desse metal é na metalurgia, onde é aplicado na fabricação de aço inoxidável e na cromagem, além dessa aplicação pode ser utilizado na produção de pigmento, inibidores de corrosão, fungicidas e cerâmicas esmaltadas através do cromato e dicromato de sódio, sendo nesse caso também umas das formas pelo qual esse metal é lançado ao meio ambiente. (LEE, 2000; ATKINS; JONES, 2007). A principal via de exposição em geral é a ingestão de alimentos e água, pode também ser inalado e sua absorção no organismo depende do estado de oxidação, na forma trivalente é essencial ao metabolismo humano e sua carência causa doenças. Já na forma hexavalente é tóxico (LEE, 2000). 2.3.7 Ferro O Fe é o quarto elemento mais abundante na crosta terrestre, compondo cerca de 30% da massa total do planeta. Uma pequena parte deste metal ocorre de forma elementar Fe0, mas a maior parte ocorre na forma combinada com os elementos O, Si e S. Quase todas as rochas contêm ao menos traços de Fe. Os principais minérios são a hemática (Fe2O3), magnetita (Fe3O4), a limonita (FeO(OH)), siderita (FeCO3) e a pirita (FeS2), além de outras formas minerais. Essas formas minerais apresentam-se na maioria das vezes contaminadas com silicatos complexos de Fe. No solo o Fe pode se apresentar nas formas solúveis, ligados aos minerais do solo, na forma de precipitado, na biomassa ou ainda complexado com a matéria orgânica. Muitas vezes aparece associado ao Mn. Solos argilosos tendem a reduzir a mobilidade de disponibilidade de Fe e da maioria dos metais para os vegetais. Os óxidos Cosme Oliveira da Silva 30 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos minerais de ferro (III) são coloridos, variando entre amarelo, marrom e vermelho dependendo da estrutura do composto e da concentração do metal (LEE, 2000). Em relação às aplicações do ferro pode-se citar dentre outras aplicações a formação de ligas, juntamente com outros metais, resultado em uma grande variedade de tipos de aços, transformadores elétricos, catalise da amônia, atividades de mineração entre outras. Os óxidos de ferro hidratados são explorados para a elaboração de pigmentos de cerâmica e vidro. As fontes de introdução de ferro no meio ambiente são: rejeitos orgânicos, restos de plantas em decomposição, atividades na biosfera (GARLLIP, 2006). O Fe é considerado essencial à vida vegetal e animal, sendo o núcleo central da hemoglobina (na forma de Fe2+). O corpo humano contém cerca de 5 g do elemento, com 20% de ferratina que é proteína de reserva (fígado, baço e medula), a hemoglobina tem cerca de 70%, a mioglobina tem 5%. Para a vida humana, a quantidade necessária de ferro é estimada de 5 a 15 ppm (QUINÁGLIA, 2006). 2.3.8 Fósforo O P foi obtido pela primeira vez por Hennig Brandt, em 1669, que ao tentar obter ouro a partir de urina e areia obteve um sólido branco que brilhava no escuro e era confundido com ouro. Este elemento foi chamado de fósforo, do grego “que possui luz”. Hoje, a principal matéria-prima para a produção do fósforo elementar e do ácido fosfórico é a rocha fosfáltica, que são os restos de organismos antigos, insolúveis, esmagados e compactados, consistindo basicamente dos minerais fluorapatita, Ca5(PO4)3F, e hidroxiapatita, Ca5(PO4)3OH (SHRIVER; ATIKINS, 2008). O P é um elemento essencial para a manutenção da vida, tanto como material estrutural em animais superiores, como no metabolismo essencial de plantas e animais. Participa da constituição dos dentes, do material genético (DNA e RNA), das moléculas de energia (ATP e ADP) e de fertilizantes (LEE, 2000 apud NASCIMENTO, 2008). É também considerado um nutriente limitante para a produção primária das células fito planctônicas dos sistemas aquáticos costeiros e tem sido considerado como principal responsável pela eutrofização artificial em águas continentais (MARINS; PAULA FILHO; ROCHA, 2007). O P é responsável pelo crescimento das algas e, quando em elevadas concentrações em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento exagerado desses organismos (MENDES, 2006; NASCIMENTO, 2008). Cosme Oliveira da Silva 31 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Na indústria este elemento é utilizado para o desenvolvimento da pirotecnia, bombas de fumaça e na fabricação do aço e ligas. Mais especificamente, os hidrogeno fosfatos são componentes importantes dos fertilizantes e o fosfato de sódio é usado como agente de limpeza e para impedir a formação de depósitos nas caldeiras e tubulações (SHRIVER; ATKINS, 2008). O P presente ou emitido para os estuários pode ser originário de fontes naturais ou antrópicas. São fontes naturais significativas de fósforo o intemperismo das rochas fosfáticas, as chuvas e a lixiviação dos solos pelas águas das chuvas. O fósforo de origem antrópica é procedente principalmente, do uso indiscriminado de fertilizantes químicos nos solos, os quais são altamente solúveis em água, ou pelas emissões de efluentes urbanos que contém polifosfatos dos produtos de limpeza e ortofosfato e fosfatos inorgânicos condensados dos efluentes sanitários não tratados (MARINS; PAULA FILHO; ROCHA, 2007). 2.3.9 Magnésio O Mg é o sexto elemento mais abundante na crosta terrestre, representando 2,76%, assim como o Ca, pertence ao grupo II da tabela periódica, apresentando características similares como excelente condutividade elétrica, uma alta reatividade, sendo ainda considerado um metal estrutural leve extremamente importante por causa da sua densidade 1,74 g/cm3, possui ponto de fusão 650 ºC e ponto de ebulição de 1090 ºC (LEE, 2000). Na indústria é utilizado na fabricação de estruturas de aeronave, peças de avião e motores de automóveis, pois pode juntamente com suas ligas pode ser soldado, moldados e torneados com facilidade (LEE, 2000). O Mg está presente em depósitos de dolomita (Mg.CO3.CaCO3), Magnesita, MgCO3. Também está presente em diversos minerais do grupo dos silicatos, por exemplo, olivina (Mg,Fe)2SiO4, talco Mg3(OH)2Si4O10, crisotilio Mg3(OH)4Si2O5 (asbesto) e micas, tais como K+[Mg3(OH)2(AlSi3O10)]- (LEE, 2000). Segundo Ribeiro e Vilela (2007), O Mg é encontrado no solo em menores quantidades que o Ca, estando presente ligado a: Mineral primário: os principais são os piroxênios, anfibólios, olivinas, turmalinas, muscovita e biotita; Mineral secundário: vermiculita, montmorilonita, ilita e clorita; Carbonatos e sulfatos: MgSO4, MgCO3, CaMg(CO4)2; Matéria orgânica: encontra-se num teor dez vezes maior que o K; Cosme Oliveira da Silva 32 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Colóides: Mg trocável; Solução: todo Mg em forma imediatamente disponível á planta. 2.3.10 Manganês O Mn pertence ao Grupo 7 da Tabela Periódica. Apresenta ponto de fusão 1.244ºC, ponto de ebulição 2.600 ºC e densidade 7,43 g.cm-3. Desenvolve coloração escura na água (Lee, 2000). Por ser um elemento de transição, algumas propriedades são características como, possuir várias formas e estados de oxidação (0 a +7) e formar diversos compostos coloridos e paramagnéticos. Ainda, pode se apresentar como um sólido, frágil, quebradiço, lustroso ou como um pó branco-acinzentado (WHO, 1999). É encontrado na maioria das rochas ígneas, estando presente nos solos em concentrações que variam de acordo com material de origem, frequentemente está associado ao Fe com o qual possui grandes semelhanças de comportamento no ambiente (CETESB, 2005). Este elemento é essencial para o homem assim como para grande variedade de organismos vivos, no entanto, quando presente em concentrações acima do recomendável, é associado a intoxicações com sintomas diversos. Encontra-se largamente distribuído na natureza, onde os óxidos, os carbonatos e os silicatos constituem os seus compostos mais abundantes (LARINI, 1997). A maior parte introduzida por via respiratória pode atingir mucosa gastrintestinal e ser absorvido, porem essa absorção está intimamente relacionada com o teor de ferro na dieta (NASCIMENTO, 2008). A presença deste metal no solo e na água pode ser originária de produtos e descargas industriais, rejeitos de minas, fertilizantes e determinados tipos de desinfetantes (MARTINS; LIMA, 2001). O Mn tem muitas aplicações na indústria, sendo usado na fabricação de pilhas secas, de fertilizantes e fungicidas, em eletrodos para solda e em ligas (LARINI, 1997). 2.3.11 Níquel O Ni pertence ao grupo X da Tabela Periódica, onde suas características físicoquímicas são: cor branco-prateado, brilhante, muito dúctil e maleável, razoavelmente duro, que pode ser facilmente forjado e soldado, com boa condutividade térmica e elétrica (LEE, 2000). Cosme Oliveira da Silva 33 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos O Ni se combina com outros metais para formar ligas altamente resistentes à temperatura e à corrosão que são utilizadas na cunhagem de moedas e fabricação de joias. Também é usado em baterias de celulares, placas elétricas, veículos, armamentos, utensílios domésticos e como catalisadores (ALMEIDA, 2007; ARAÚJO, 2005). É o 24º metal em abundância na crosta terrestre, as mais importantes fontes de Ni são os minérios na forma de sulfeto de níquel, o processamento de minerais, assim como a produção e o uso do níquel tem causado contaminação ambiental por este metal (MCGRATH; SMITH, 1990 apud DUARTE; PASQUAL, 2000). O principal uso do níquel é na produção de ligas, na indústria de galvanoplastia, fabricação de baterias (baterias de Ni-Cd), produtos de petróleo, pigmentos e como catalisadores (MOORE; RAMAMOORTHY, 1984 apud DUARTE; PASQUAL, 2000). A toxicidade do Ni é influenciada por alguns abióticos como: dureza, pH, temperatura, salinidade e a presença de partículas orgânicas e inorgânicas. Em seres humanos, os principais sintomas de intoxicação relatados são náuseas, vômito, diarreia, vertigens, fraqueza, dor de cabeça e falta de ar (GARLLIP, 2006). 2.3.12 Potássio O K é o oitavo elemento mais abundante na crosta terrestre em peso. O potássio ocorre principalmente como deposito de KCl (silvita), de uma mistura de KCl e NaCl (silvinita) e do sal duplo KCl.MgCl2.6H2O (carnalita) (LEE, 2000). Sendo o elemento muito abundante em rochas e em solos, onde grande parte encontra-se em minerais que contém o elemento nas estruturas cristalinas. De acordo com Grassi Filho (2005), o K pode ser encontrado no solo nas seguintes formas: Rede cristalina (90 a 98%): presente nos minerais que deram origem aos solos como os feldspatos, micas e argilas micácias; Fixado: (1 a 10%): imobilização do potássio pelas lâminas de argila 2:1 (vermiculita e montmorilonita); Trocável: todo K adsorvido nos colóides do solo; Solúvel: presente na solução do solo; Matéria orgânica (0,5 a 2%): liberado pela mineralização da MO, sendo a principal fonte de K orgânico. Cosme Oliveira da Silva 34 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos Os minerais primários mais importantes como fontes de K são aqueles encontrados em rochas ígneas, tais como feldspatos e as micas muscovita e biotita. Os minerais secundários são as argilas 2:1 ilita e vermiculita. O intemperismo do material de origem e o grau de intemperismo do próprio solo afetam os minerais e, consequentemente, as formas e as quantidades de potássio existentes no solo (MICROQUÍMICA, 2012). Grandes quantidades de K são perdidas através da água de drenagem, nos solos minerais, principalmente quando tenham sido adubados com este elemento. Solos arenosos sofrem grandes perdas de potássio, no entanto, solos argilosos, mesmo sem receberem adubações potássicas sofrem maiores perdas devido a sua maior quantidade do elemento (RIBEIRO; VILELA, 2007). 2.3.13 Sódio O Na é o sétimo elemento mais abundante na crosta terrestre em peso, pertence ao grupo dos metais alcalinos, encontrando-se sólido à temperatura ambiente. Tal como os outros metais alcalinos, é um metal macio, leve, gorduroso e de coloração branca ligeiramente prateada; no entanto, a sua elevada reatividade com o oxigênio atmosférico, faz com que perca rapidamente o seu aspecto metálico quando em contato com o ar (LEE, 2000). Também devido à sua elevada reatividade este metal não é encontrado livre na natureza, apesar da sua abundância. A principal fonte de Na é o sal-gema (NaCl), possivelmente formados pela evaporação de mares pré-históricos, ou ainda em leitos secos de lagos salgados, dando origem também a diversos outros sais como Na2B4O7.10H2O (bórax), Na2CO3.NaHCO3.2H2O (trona), NaNO3 (salitre) e NaSO4 (mirabilita) (LEE, 2000). O Na pode reduzir muitos óxidos de outros metais e utiliza-se muitas vezes como agente redutor, tal como o seu hidreto. Forma ligas, com muitos metais, das quais as mais importantes são formadas com Pb e Hg. Da reação com uma grande variedade de substâncias orgânicas podem resultar vários derivados e radicais livres, muitos deles importantes intermédios em síntese orgânica, sobretudo em reações de polimerização (PEIXE, 2008) Os compostos de Na mais importantes são cloreto, peróxido, tetraborato, os silicatos, o clorato, o tiossulfato, e o hidróxido de sódio. O cloreto de sódio constitui a principal matéria-prima para a obtenção de outros sais (principalmente o sal de cozinha); o hidróxido de sódio utiliza-se corretamente com reagente industrial, no fabrico de sabão, celulose, papel, rayon e muitos outros produtos (LEE, 2000). Cosme Oliveira da Silva 35 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos 2.3.14 Vanádio O V é um metal do grupo V na classificação periódica e é menos abundante que os demais elementos, mesmo assim é o décimo - nono elemento mais abundante, em peso, da crosta terrestre, e é o quinto elemento de transição mais abundante. Contudo, encontra-se muito disseminado, havendo apenas alguns poucos depósitos concentrados (LEE, 2000). O V é um metal leve de cor cinza prateado, é produzido pela redução de seu óxido ou cloreto. Por exemplo, o óxido de vanádio é reduzido pelo cálcio. É maleável, apresenta boa condutividade elétrica, tem cor cinza prateado, apresentando também um alto ponto de fusão e ebulição (ATKINS; JONES, 2007). Grande parte desse metal se dá pela obtenção de subprodutos de outros processos. Ocorre em minérios de chumbo como a vanadinita, PbCl2.3Pb3(VO4)2, em minérios de urânio como a carnolita, K2(UO2)3(VO4)2.3H2O e em alguns petróleo da Venezuela e Canadá (LEE, 2000). Na indústria, é usado na fabricação de aço duro para automóveis e molas de caminhões. O óxido de vanádio V2O5 conhecido comumente como pentóxido de vanádio, é o composto mais importante, este composto é bastante utilizado como catalisador na produção de ácido sulfúrico (ATKINS; JONES, 2007). O papel do V como elemento traço no organismo humano continua sendo ainda pouco conhecido, no entanto ele é usado em muitas aplicações clínicas, apesar disto. Porém, como o selênio, a quantidade de vanádio presente em alimentos depende diretamente do teor d o mesmo no solo de cultivo. Uma vez consumido, ele é basicamente acumulado no tecido adiposo e parte nos rins, fígado, baço e ossos (PEIXOTO, 2006). 2.3.15 Zinco O Zn é um metal do grupo XII na Classificação periódica dos elementos, de coloração prateada, brilhante quando polido, que se torna ligeiramente opaco ao entrar em contato com o ar, devido à formação de uma camada auto protetora de óxido ou carbonato. É relativamente mole quando comparado com outros metais de transição e apresenta baixos pontos de fusão e ebulição (LEE, 2000). Na natureza, o Zn é encontrado como sulfeto sob a forma de esfalerita (ZnS), ocorre em pequenas quantidades em quase todas as rochas ígneas e muitas vezes associado a outros elementos metálicos como chumbo, cádmio, cobre e ferro (SIQUEIRA; PEREIRA; APRILE, Cosme Oliveira da Silva 36 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos 2006). Sua concentração nos solos é governada pelos processos de adsorção/desorção, precipitação/dissolução, complexação e oxirredução, que podem ser influenciados por diversas propriedades dos solos, tais como pH, conteúdo de argila, teor de matéria orgânica e capacidade de troca catiônica (MARTINEZ; MOTTO, 2000 apud SOUZA; CHAVES; FERNANDES, 2006). O aumento da concentração desse elemento no meio ambiente pode ser resultado da aplicação de agrotóxicos, fertilizantes orgânicos e inorgânicos, corretivos e resíduos domésticos e industriais na agricultura, de rejeitos de minas, incineração de lixo, de descargas industriais do tipo combustíveis fósseis e metalúrgicas (SOUZA; CHAVES; FERNANDES, 2006). Na indústria, é bastante utilizado na metalurgia, principalmente como constituinte do latão e bronze é usado também em grandes quantidades no revestimento de ferro para evitar a corrosão, na galvanização, na fundição de peças metálicas, em pilhas secas, equipamentos para automóveis, produtos de uso médico e dentário, antibióticos fungicidas e lubrificantes, cosmética, cerâmicas e em indústrias gráficas (NASCIMENTO, 2008). Cosme Oliveira da Silva 37 CAPÍTULO III: Estado da Arte Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo III: Estado da Arte 3 Estado da Arte Diversos estudos referentes às decomposições de solos e sedimentos por micro-ondas têm sido realizados por diversos pesquisadores. Neste capítulo serão explicitados alguns trabalhos relacionados à digestão de solos por micro-ondas. 3.1 Emprego de fornos de micro-ondas para o preparo de amostras Trabalhos como o de Millward e Kluckner (1989), foram um dos primeiros a iniciar estudos com radiação micro-ondas. Nesse trabalho foi analisado amostras de sedimento. Os elementos a serem determinados foram Al, Ba, Be, Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mg, Mn, Na, Ni, P, Pb, Sr, Ti, V e Zn por ICP-AES. Foi utilizado uma mistura ácida de HNO3/HCl (3:1) para 300 mg de amostra. Em cada tubo de digestão foi adicionado uma quantidade de água deionizada que variou de 0 – 10,0 mL. A digestão durou 10 minutos. Os autores concluíram que a mistura ácida utilizada foi suficiente para a digestão das amostras, concluíram também que, com a adição de água, a recuperação dos elementos era melhorada entre 20 – 30 %. Florian, Barnes e Knapp (1998), compararam três procedimentos para a digestão assistida por micro-ondas em amostras de solos, sedimentos e lamas em quatro materiais de referência, CRM 142 (Solo arenoso) CRM 144R (lodo de esgoto de origem doméstica), CRM 277 (sedimento de estuário) e CRM 320 (sedimento de rio). Os procedimentos utilizados foram o método EPA 3051 levemente modificado, um procedimento otimizado com ácido nítrico e um procedimento com água régia. Os digeridos foram analisados por ICP-AES. Os elementos determinados foram Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb e Zn. Foram investigados parâmetros como volume do ácido, temperatura e tempo de lixiviação na recuperação dos elementos. Nesse trabalho, concluiu-se que todos os procedimentos são confiáveis e mostraram-se dentro da faixa dos valores certificados, porém o procedimento com água régia se mostrou superior aos demais, com uma concordância no intervalo de confiança de 95 % de acordo com os valores certificados para a maioria dos elementos estudados, principalmente os elementos incorporados a matriz como Cr, Ni e Pb. O procedimento foi realizado com 0,250 g de amostra a uma temperatura de 230 ºC. Bettinelli et al. (2000), investigaram oito metais (Cd, Co, Cr,Cu , Mn, Ni, Pb e Zn) através de digestão assistida por radiação micro-ondas em amostras de solos e sedimentos, utilizando água régia e uma mistura ácida HF/HCl/HNO3. Esse trabalho foi realizado utilizando cinco materiais padrão de referência, (CRM 142, CRM 141R, CRM 143, CRM 277 Cosme Oliveira da Silva 39 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo III: Estado da Arte e CRM 320). A amostra foi deixada em contato com a solução ácida durante 12 horas, depois digerida em frascos fechados. Para a digestão com a mistura ácida, foram adicionados mais 2,0 mL de solução saturada de ácido bórico e a amostra era novamente submetida ao aquecimento assistido por radiação micro-ondas. As amostras foram dosadas por ICP-OES. Os teores recuperados variaram de 82 a 114 % em relação aos valores certificados para Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb e Zn. Sun, Chi e Shiue (2001), compararam três diferentes misturas ácidas e métodos para a digestão total de quatro amostras certificadas de sedimento, solo, lodo e óleo, visando a dissolução das mesmas para a determinação de Ag, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn em ICP OES. Foram testados o aquecimento convencional em chapa quente, bomba de aço Berghof e um sistema de micro-ondas pressurizado. Foi demonstrada a viabilidade e a praticidade do uso de sistemas de digestão assistida por micro-ondas na digestão de amostras ambientais sólidas e que a utilização de HCl é importante na determinação de Ag devido a sua capacidade de formar complexos. Os autores mostraram também que a combinação de HNO3 com HCl possui grande reatividade na digestão de amostras com matéria orgânica, pois durante o processo forma-se NOCl, um oxidante forte. O método de digestão assistida por micro-ondas foi o mais eficiente e eficaz, dentre os três métodos comparados, com uma temperatura de 180 ºC e um tempo de digestão de 9,5 minutos. Coelho e Coelho (2002), utilizaram 1,0 mL de HCl 6,0 M e 3,0 mL de HNO3 8,0 M para digerir 10,0 ml de amostra de sedimento (padrão certificado APS 1066 – Estados Unidos) em forno de micro-ondas (Provecto – DGT 100), com potência de 400 watts, por 5 minutos para determinar Cu, Cr, Fe, Mn, Cd, Co, Mg e Pb. Com esse trabalho concluiu-se que a eficiência do procedimento de digestão depende da temperatura e da potência do forno de micro-ondas, do tempo de digestão, da quantidade da amostra e do ácido utilizado. Sandroni e Smith (2002), testaram três programações diferentes para uma digestão ácida assistida por micro-ondas e combinações ácidas diferentes, para obter uma determinação rápida de metais em amostras de solo e sedimentos, os digeridos foram analisados por ICP-OES. Os elementos determinados foram Al, Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, Mg, Ni, Pb, Zn e V. A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que uma programação de 36 minutos e 6,0 mL de HNO3, apresentou um melhor resultado. Os resultados foram de acordo com os valores certificados por materiais de referência. Sastre, Sahuquillo e Rauret (2002), validaram a determinação de Cd, Cu, Pb e Zn por digestão total assistida por micro-ondas, extração com água régia e extração com ácido nítrico em amostras de solos e sedimentos, com uma quantidade variável de matéria orgânica. O Cosme Oliveira da Silva 40 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo III: Estado da Arte objetivo do trabalho era propor uma alternativa barata para digestão de amostras ambientais. Com esse trabalho, concluiu-se que comparando-se a digestão total por micro-ondas e a extração com água régia. Os dois métodos mostraram resultados semelhantes, porém a digestão por micro-ondas foi concluída em pouco tempo, no entanto a água régia oferece uma boa escolha para amostras com baixo teor de matéria orgânica que é relativamente barato. Para as amostras com um teor de matéria orgânica elevada (por exemplo, cerca de 70%), a digestão assistida por micro-ondas utilizando apenas ácido nítrico pode ser uma boa alternativa, já que os resultados não diferem tanto da digestão total. Melaku, Dams e Moes (2005), compararam a digestão ácida assistida por micro-ondas com extração com água régia, na determinação de elementos traço (Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, e Zn), que foram determinados por ICP-MS As amostras foram coletadas em lugares de atividade agrícola, em um período de aproximadamente um ano. Várias combinações e volumes de ácidos como HNO3, HCl e HF foram testados. Os autores chegaram à conclusão de que tanto a digestão ácida assistida por micro-ondas quanto à extração com água régia, mostraram bons resultados. Na maioria dos casos a extração com água régia foi suficiente para quantificar o nível de concentração de metais no solo, no entanto, o método mais eficiente foi a digestão assistida por micro-ondas, empregando uma potência máxima de 500 W, com um tempo de digestão de 14 minutos e com a utilização de água régia, formada por 2,0 mL de HNO3 e 6,0 mL de HCl, para 0,25 g de amostra. Vieira et al. (2005), avaliaram quatro procedimentos para decomposição de amostras de solo por radiação micro-ondas, para a determinação de Al, Ca, Cu, Fe, Mg, Mn e Zn. O objetivo do trabalho foi evitar a formação de fluoretos insolúveis durante o processo de decomposição. Os quatros procedimentos foram feitos levando em consideração o mesmo tempo, a mesma quantidade de amostra utilizada e a mesma quantidade de água régia, variando apenas a forma de adicionar o HF, H2O2 e H3BO3. Os autores chegaram à conclusão de que o procedimento mais eficiente envolveu a decomposição de 100 mg de amostra, com uma mistura de 2,0 mL de água régia, 1,0 mL de H2O2. Após o período de digestão e resfriamentos dos fracos, a fração contendo silicatos não digeridos foi separada por centrifugação e o precipitado foi dissolvido com 1,0 ml de HF a temperatura ambiente e logo em seguida foram adicionados 0,5 g de H3BO3, para a complexação dos fluoretos remanescentes. A mistura foi então acrescentada ao sobrenadante anteriormente coletado (fase liquida do digerido) e avolumado para 15,0 mL com água deionizada. A separação entre o precipitado e o sobrenadante e a posterior solubilização dos compostos silicatados em temperatura ambiente evitaram a formação de sais insolúveis de fluoretos, quando a adição de Cosme Oliveira da Silva 41 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo III: Estado da Arte HF ocorreu após a decomposição, e evitou a perda de compostos voláteis. Isso possibilitou a determinação elementar com exatidão e precisão, demonstrando a aplicabilidade do procedimento para diferentes tipos de solo. Silva, Nóbrega e Blanco (2005), desenvolveram um procedimento para a decomposição de argilas em fornos de micro-ondas em fracos fechados para a determinação de Al, Ca, Fe, K, Mg, Na, Si e Ti por ICP OES. Nesse trabalho foram utilizados várias combinações e volumes de ácidos. Os ácidos utilizados foram HNO3, HCl, HF, H3BO3. Foram utilizados também dois materiais de referência IPT 32 (argila plástica) e IPT 42 (argila São Simão). A digestão de 0,100 g de amostra foi realizada adicionando água régia em cada frasco que permaneceram abertos a temperatura ambiente por 30 minutos para eliminar o excesso de vapores ácidos, em seguida foi adicionado HF. Após resfriamento à temperatura ambiente, adicionaram-se 12,0 mL de H3BO3 4% (m/v) para cada 1,0 mL de HF, para que fossem complexadas as quantidades residuais desse ácido. Ao final dos procedimentos os autores concluíram que o melhor procedimento foi à mistura ácida de 4,0 mL de água régia + 3,0 mL de HF com adição de 36,0 mL de H3BO3, com um tempo de digestão de 12 minutos para uma decomposição completa da amostra. Hassan et al. (2007), avaliaram a digestão de amostras ambientais através da digestão ácida assistida por micro-ondas. O objetivo do trabalho era desenvolver uma nova metodologia para a decomposição de amostras, através da modificação do método US EPA 3051, que é utilizado para a digestão de solos e sedimentos. Esse método recomenda a utilização de 10,0 mL de HNO3 em 0,5 g de amostra em um tempo e digestão de 10 minutos e uma temperatura de 175 ºC. A modificação no método inclui aumentar o tempo de digestão, variação da razão massa da amostra / volume de ácido e composição da mistura ácida. As digestões foram feitas em dois laboratórios distintos, onde os digeridos foram analisados por ICP-MS. Ao final do experimento os autores concluíram que modificando alguns parâmetros no método US EPA 3051, pode-se obter uma melhora na recuperação de muitos elementos em amostras de solos e sedimentos. Aumentando a temperatura e diminuindo a relação massa da amostra / volume de ácido, por exemplo, notou-se uma melhora significativamente na recuperação. Para a digestão foi utilizado também além do HNO3, uma mistura ácida de HNO3/HCl (3:1). A mistura ácida utilizada uma melhora na recuperação de alguns elementos comparada com o HNO3 utilizado de forma isolada. Amorim, Favaro e Braga (2009), avaliaram os teores biodisponíveis de Cd, Pb, Ni e Zn em sedimentos, utilizando a digestão ácida assistida por micro-ondas. Para a realização desse trabalho os autores seguiram o método US EPA 3051, utilizando HNO3 concentrado. Cosme Oliveira da Silva 42 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo III: Estado da Arte Os elementos foram analisados por ICP OES. Após o peneiramento foi utilizado para a digestão uma fração < 2 mm. Com esse trabalho concluiu-se que seguindo o método US EPA 3051 onde utiliza um tempo total de digestão de 20 minutos incluindo o tempo de resfriamento a uma temperatura de 175 ºC as amostras obtiveram um valor de incerteza inferior a 25% de acordo com o material de referência certificado WQB3. Cosme Oliveira da Silva 43 CAPÍTULO IV: Metodologia Experimental Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental 4 Metodologia Experimental Neste capitulo serão mostradas todas as etapas para a realização do trabalho, desde amostragem de campo até a digestão das amostras. 4.1 Amostragem No presente estudo à análise da variabilidade vertical dos elementos foi aplicado em 16 amostras de solo, coletadas em quatro perfis pedológicos. Esses quatro perfis foram gerados a partir da abertura de quatro cavas (Tr-1, Tr-2, Tr-3 e Tr-4), localizadas no município de Assú - RN, em uma área situada a cerca de 300 metros a norte da Estação de Tratamento de Petróleo de Estreito (ET-B), operada pela PETROBRAS (Figuras 4.1 e 4.2). Rio Açu Para Açu-RN Figura 4.1. Localização da área de trabalho, no município de Carnaubais, na margem esquerda do rio Açu. Imagem do satélite IKONOS, obtida em 2007. Cosme Oliveira da Silva 45 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Estação de Tratamento de Petróleo de Estreito (ET-B) Figura 4.2. Localização das quatro cavas (Tr-1, Tr-2, Tr-3 e Tr-4) na área de trabalho (polígono vermelho ABCD). A área de trabalho situa-se a aproximadamente 300 metros a norte da Estação de Tratamento de Petróleo de Estreito (ET-B), operada pela PETROBRAS. Imagem do satélite IKONOS, obtida em 2007. Coordenadas UTM SAD 69 aparecem na borda esquerda e superior da imagem. Para a abertura dessas cavas, foi utilizada uma máquina retro escavadeira (Figuras 4.3 e 4.4), alcançando a profundidade final de 2 metros. A amostragem foi realizada em uma das faces expostas das cavas (Figura 4.5). Nessa face, as amostras foram coletadas em quatro níveis amostrais: 0-20 cm, 35-55 cm, 70-90 cm e 105-125 cm. O objetivo da seleção dessas profundidades foi realizar um estudo mais detalhado em relação à variabilidade dos teores naturais dos elementos químicos no decorrer da profundidade. Dessa forma é possível entender melhor a ação antropogênica bem como a origem natural dos elementos. Cosme Oliveira da Silva 46 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Figura 4.3. Início da abertura da cava com retro escavadeira. Figura 4.4. Estágio intermediário da abertura da cava com retro escavadeira. Figura 4.5. Face da cava antes do início da amostragem. Antes da coleta em cada nível, a face era inicialmente limpa com pincel, com o intuito de eliminar o excesso de raízes (Figura 4.6). Os procedimentos de amostragem foram feitos Cosme Oliveira da Silva 47 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental tomando-se o cuidado de evitar a possível contaminação das amostras pelos elementos químicos analisados (Al, B, Ba, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Na, P, Ni, Pb, Ti, V, Zn e Zr). Assim, em cada nível amostral, a retirada do material do perfil foi feita com talhadeira manual de aço de alta dureza (a base de vanádio), de modo a minimizar a introdução de fragmentos metálicos, por abrasão da talhadeira no atrito com o solo (Figura 4.7). O material assim retirado era colocado em bandeja de vidro (Figura 4.8), onde a seguir era homogeneizado com colher de aço inoxidável. Após a homogeneização, retirou-se a porção a ser levada ao laboratório, a qual foi acondicionada em saco plástico (Figura 4.9). A Figura 4.10 mostra a face da cava após a coleta dos quatro níveis amostrais. Em cada perfil foi coletada uma duplicata em um nível amostral diferente, totalizando 20 amostras. Figura 4.6. Limpeza do nível amostral antes da coleta da amostra. Figura 4.7. Retirada do material do segundo nível amostral, utilizandose talhadeira de aço a base de vanádio e recolhendo-se o material em bandeja de vidro. Cosme Oliveira da Silva 48 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Figura 4.8. Homogeneização do material coletado, antes da retirada da porção laboratorial. Figura 4.9. Colocação do material em saco plástico (aproximadamente 500 g). Figura 4.10. Face da cava após a coleta nos quatro níveis amostrais (0-20 cm, 35-55 cm, 70-90 cm e 105-125 cm). De um nível amostral para outro, as ferramentas de coleta (bandeja, colher, talhadeiras) eram lavados com água purificada, produzida com equipamento Milli-Q (Figura 4.11). A equipe de coleta foi formada pelo autor da presente Dissertação, pelo professor Cosme Oliveira da Silva 49 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental orientador Germano de melo Junior (Departamento de Geologia da UFRN), pelo professor Laécio Cunha de Souza (Departamento de Geologia da UFRN) e pelo Doutorando Ricardo Augusto Callegarri (Doutorando PPGCEP/UFRN). Para os procedimentos de campo a equipe usou luvas de procedimento resistentes. Figura 4.11. Lavagem da colher de amostragem com água purificada Milli-Q. Após coletadas, as amostras foram levadas ao Laboratório de Geoquímica Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde foram feitos os procedimentos de preparação laboratorial das amostras. 4.2 Preparação das amostras No laboratório de Geoquímica da UFRN, as amostras de solo foram distribuídas em bandejas de vidro, em seguida foram removidos os materiais indesejáveis, como, fragmentos de vegetais, pedregulhos, entre outros. Posteriormente, as amostras foram secas em estufa com circulação de ar, a uma temperatura de 40ºC durante 14 dias, com o objetivo de se retirar a água de umidade presente nas mesmas. A seguir, o material seco foi cuidadosamente desagregado, tendo-se nesse processo, o cuidado de não modificar o perfil granulométrico natural das amostras. 4.2.1 Separação Granulométrica Os procedimentos de separação granulométrica das amostras tiveram o objetivo de se obter duas frações granulométricas < 180 > 63 μm e < 63 μm. O peneiramento foi realizado Cosme Oliveira da Silva 50 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental em duas etapas. Na primeira etapa foram utilizados dois conjuntos de peneiras. Cada conjunto era formado por duas peneiras de aço inoxidável e malha de náilon, uma com abertura de 500 μm e a outra com abertura de 63 μm, uma tampa de aço inoxidável e um fundo também de aço inoxidável (Figura 4.12). Com esse peneiramento foram obtidas as amostras com as seguintes granulometrias, > 500 μm, < 500 > 63 μm, < 63 μm. Figura 4.12. Primeira etapa do peneiramento. Na segunda etapa do peneiramento, foi utilizada a amostra < 500 > 63 μm obtida na primeira etapa. Nessa etapa foi utilizado um conjunto de peneira, onde era composto por duas peneiras de abertura 180 μm, também com tampa, fundo e mais um fundo intermediário o qual era utilizado para separar as duas peneiras (Figura 4.13), foi montando dessa forma para otimizar o processo de peneiramento. Após o processo de separação granulométrica foram obtidas duas amostras, < 500 > 180 μm, < 180 > 63 μm. Figura 4.13. Segunda etapa do peneiramento. Cosme Oliveira da Silva 51 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Após o procedimento de peneiramento, as amostras com frações de interesse (< 180 > 63 μm e < 63 μm) foram separadas para a digestão. Os peneiramentos foram realizados em agitadores elétricos da marca Produtest, no laboratório de sedimentologia da UFRN. Para cada amostra, foi estabelecido um tempo de agitação de 20 minutos, considerado suficiente para uma efetiva separação granulométrica. 4.3 Procedimento de Digestão A digestão das amostras foi realizada, utilizando dois procedimentos, um com HNO3 e outro com HNO3/HCl. Como já relatado as amostras estão divididas em duas frações < 180 > 63 e < 63μm. As duas frações foram digeridas de acordo com os procedimentos apresentados na Tabela 4.1. Tabela 4.1. Procedimento utilizado com diferentes granulometrias. Ácido Fração Granulométrica HNO3 < 180 > 63μm HNO3 < 63μm HNO3/HCl < 180 > 63μm HNO3HCl < 63μm As digestões foram feitas no digestor de micro-ondas da CEM, modelo MARS 5 EXPRESS (Figura 4.14). O instrumento é operado numa frequência de 2.458 MHz, com potência de 0-1600 W, contendo um carrossel para 40 amostras. Os tubos de amostras apresentam um volume de 55 mL. Figura 4.14. Aparelho de digestão por micro-ondas MARS 5 EXPRESS. Cosme Oliveira da Silva 52 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental 4.3.1 Método utilizado para a digestão das amostras As amostras foram digeridas seguindo o método US EPA 3051A. Esse método é recomendando pela US Enviromental Protection Agency, a Agencia de Proteção Ambiental Americana, para a digestão ácida, por aquecimento por micro-ondas em amostras de sedimento, solos, lodos e óleos. O método US EPA 3051A foi revisado em 2007, com as seguintes recomendações: É recomendado para a digestão de amostras de sedimento, solos, lodos e óleos, como citado acima, HNO3 concentrado. Porém, nesse método não ocorrerá à solubilização total da amostra, ocorrerá uma digestão parcial. O ácido irá extrair metais ligados aos sulfetos, hidróxidos, alguns óxidos, precipitados, entre outros. Alguns compostos refratários não são completamente solubilizados como quartzo, silicatos, dióxido de titânio e alguns tipos de óxidos. Os elementos ligados a esses materiais não são considerados móveis no meio ambiente e são excluídos de muitos mecanismos de transporte de poluição (US EPA 3051, 2007). Uma alternativa que esse método propõe é a digestão com uma mistura ácida concentrada de HNO3/HCl (3:1). Esta mistura pode atingir altas temperaturas em matrizes com altas concentrações de matéria orgânica. A adição de HCl é apropriada para a estabilização de elementos como Ag, Ba, Sb, Sn e altas concentrações de Al e Fe. No entanto, a adição de HCl pode dificultar o limite de quantificação de algumas técnicas ou aumentar as dificuldades de analise para alguns sistemas de quantificação (US EPA 3051A, 2007). Uma dessas limitações, por exemplo, se dá no elemento Hg. Esse fato ocorre devido ao teor de cloro livre formado durante a digestão, uma vez que o cloro absorve no mesmo comprimento de onda do mercúrio (253,7 nm) (QUINÁGLIA, 2006). 4.3.1.1 Digestão com HNO3 (US EPA 3051A) Esse procedimento foi realizado inicialmente com a fração < 63 μm e adição de HNO3 e o mesmo procedimento foi realizado para a fração < 180 > 63 μm. Foram pesados aproximadamente 0,5 g da amostra de solo em papel liso, de cada uma das amostras em balança analítica da marca Tolledo (Figura 4.15), sendo transferidas em seguida para os tubos de digestão. Cosme Oliveira da Silva 53 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Foi realizada a pesagem no papel liso, pelo fato de não poder pesar nos tubos de digestão, com o intuito de evitar sujeira nos tubos, para não causar interferências pelas microondas dentro do forno. Após a pesagem o papel era colocado novamente na balança para ser calculado o excesso de amostra que ficou retido. Figura 4.15. Pesagem das amostras. As amostras já nos tubos de digestão foram levadas a capela para que fosse adicionado o ácido. Com uma pipeta volumétrica de 10 mL, foi adicionado 10 mL de HNO3 65% nos tubos de digestão (Figura 4.16). Esse procedimento foi realizado na capela, devido à formação de oxido de nitrogênio tóxico que são normalmente produzidos. A Figura 4.17 mostra os tubos já com o ácido, em seguida os tubos foram colocados no carrossel do aparelho de micro-ondas distribuídos de forma homogênea, para se ter um equilíbrio na distribuição de energia dentro do aparelho (Figura 4.17), em seguida inseridos no aparelho de micro-ondas MARS 5 EXPRESS (Figura 4.18). O método US EPA 3051A, recomenda que sejam utilizados ácidos destilados, porém, optou-se por não destilar os ácidos, pelo fato de os ácidos utilizados serem puros, não havendo, portanto essa necessidade. Cosme Oliveira da Silva 54 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Figura 4.16. Adição de HNO3 nas amostras Figura 4.17. Amostras com HNO3. Figura 4.18. Distribuição dos tubos de digestão no carrossel do aparelho de Micro-ondas. O procedimento de digestão seguiu a programação descrita na tabela 4.2, que é o mesmo recomendado pelo método US EPA 3051A. Cosme Oliveira da Silva 55 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Figura 4.19. Digestão das amostras. Tabela 4.2. Programação do aparelho de micro-ondas MARS 5 EXPRESS. Tempo (mim) Temperatura (ºC) Descrição 5,5 25 – 175 Aquecimento 4,5 175 Digestão 10 175-60 Resfriamento A Figura 4.20 mostra as amostras após a digestão. Como término do processo de digestão, as amostras foram transferidas para tubos falcon de 50 mL (Figura 4.21). Os frascos de digestão eram cuidadosamente lavados várias vezes com água purificada Milli-Q, para a transferência ser quantitativa. Em seguida os tubos falcon eram avolumados com água pura, para 50 mL e logo depois eram realizadas as filtrações diretamente nos frascos de polietileno com a utilização de funis simples e papel de filtro qualitativo como mostra a Figura 4.22. Figura 4.20. Amostras após a digestão. Cosme Oliveira da Silva 56 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Figura 4.21. Transferência para os tubos falcon de 50 mL. Figura 4.22. Filtração das amostras diretamente nos frascos de polietileno. 4.3.1.2 Digestão com HNO3/HCl (US EPA 3051A) Assim como a digestão com HNO3, esse procedimento foi realizado para as duas frações< 63 μm e < 180 > 63 μm. O procedimento foi realizado inicialmente com a fração < 63μm. Foram novamente pesados aproximadamente 0,5 g da amostra de solo em papel liso, transferidas para os tubos de digestão. Com uma pipeta graduada de 10 mL foi adicionado 9,0 mL de HNO3 concentrado 65%, em seguida com uma pipeta graduada de 5 mL foi adicionado 3 mL de HCl concentrado 37%. Após a adição dos ácidos os tubos eram fechados. Os tubos foram distribuídos no carrossel e levados ao forno de micro-ondas, para o procedimento de digestão, seguindo o método 3051A, cuja programação está descrita na Tabela 4.2. Cosme Oliveira da Silva 57 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Após o término da digestão, as amostras foram retiradas do forno e colocadas em um suporte para posteriormente serem transferidas para tubos falcon de 50 mL, onde no processo de transferência, os tubos de digestão eram cuidadosamente lavados com água purificada Milli-Q, sendo em seguida avolumadas para 50 mL e homogeneizadas e logo depois filtradas em funis simples e papel de filtro qualitativo. Assim como no procedimento anteriormente citado as amostras foram filtradas diretamente nos fracos de polietileno. A Figura 4.23 mostra a digestão realizada com a mistura ácida HNO3/HCl antes e depois da digestão. A B Figura 4.23. Amostras com HNO3/HCl (A) antes da digestão; (B) depois da digestão. Entre uma digestão e outra, os materiais utilizados eram lavados com água e sabão e enxaguados com água ultra pura, sendo que os tubos de digestão e tubos falcon eram deixados com uma solução de HNO3 10%, por um período de pelo menos 12 horas para descontaminação (Figura 4.24). Após esse período os tubos eram enxaguados com água ultra pura. Cosme Oliveira da Silva 58 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo IV: Metodologia Experimental Figura 4.24. Tubos Contendo solução de HNO3 10%. A água ultra pura utilizada durante os procedimentos laboratoriais, foi preparada com equipamento Milli-Q, da Millipore com uma resistividade de 18,2 MΩ cm e temperatura de 25 ºC (Figura 4.25). As soluções produzidas foram enviadas a um laboratório comercial, para dosagem por ICP-OES dos seguintes elementos: Al, B, Ba, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Na, P, Ni, Pb, Ti, V, Zn e Zr. Figura 4.25. Equipamento utilizado para a produção de água pura. Cosme Oliveira da Silva 59 CAPÍTULO V: Resultados e Discussão Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 5 Resultados e Discussão Neste capitulo serão abordados os resultados e as interpretações dos dados analíticos obtidos nas diferentes fases do trabalho, tanto para 15 elementos selecionados quanto para os dados de pH (em H2O e em KCl). 5.1 Controle de Qualidade dos Resultados Como já relatado anteriormente, foram selecionados 15 elementos químicos, para o estudo da variabilidade em diferentes profundidades (0 – 20 cm; 35 – 55 cm; 70 – 90 cm; 105 – 125 cm). Os elementos selecionados foram Al, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Na, Ni, P, Pb, V e Zn. A seleção desses elementos está relacionada ao fato de os mesmos serem elementos importantes para a mineralogia do solo, bem como elementos traços e/ou elementos tóxicos ao solo. No entanto, outros elementos como, por exemplo, Ag, As, B, Ba, Be, Cd, Hg, Mo, Sb, Se, Sn, Sr, Tl foram utilizados para outros fins, como por exemplo, a verificação da exatidão do método. 5.1.1 Avaliação da Exatidão Com o intuito de avaliar a exatidão do método utilizado para a digestão das amostras de solo e como forma de assegurar a confiabilidade dos resultados obtidos, foram analisados os seguintes materiais de referência: CRM021 (Solo Arenoso) e CRM024 (areia Argilosa), produzidos pela Resource Tecnology Corporation (RTC). A exatidão refere-se à proximidade entre o valor analítico obtido e o valor certificado. De acordo com a RTC os materiais certificados foram produzidos através da digestão com HNO3, com isso, a prioridade na comparação entre os valores obtidos e certificados se dá por essa digestão. Contudo, a digestão com HNO3/HCl também foi avaliada como forma de obter a eficiência com a adição de HCl. As digestões foram realizadas em duplicatas, onde as determinações estão simbolizadas por A1 (HNO3) e B1 (HNO3/HCl) e suas respectivas duplicatas A2 (HNO3) e B2 (HNO3/HCl). Foram calculados os desvios em relação ao valor certificado para cada determinação. O valor do desvio é obtido pela Equação (1). Cosme Oliveira da Silva 61 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN ( Capítulo V: Resultados e Discussão X−CRM CRM ) ∙ 100 (1) CRM = valor certificado. X = Teor do elemento na amostra. Para fins da avaliação da exatidão, serão aceitáveis valores em que o desvio for inferior a 25% (em valor absoluto). As Tabelas 5.1 e 5.2 mostram os valores certificados para os materiais de referência CRM021 e CRM024 respectivamente, bem como os teores obtidos nos resultados dos elementos certificados nestes materiais. Vale salientar ainda que dentre os elementos escolhidos para o presente estudo (15), todos são certificados em pelo menos um material de referência, com exceção do P. Contudo, sendo o P um elemento importante para caracterização de solos, o mesmo foi mantido na lista dos elementos selecionados. Vale ressaltar ainda que este elemento foi submetido ao estudo da precisão do método. Os elementos selecionados para o estudo da variabilidade estão destacados em vermelho na Tabela 5.1 e 5.2. Cosme Oliveira da Silva 62 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Tabela 5.1. Resultados para CRM021 na avaliação da exatidão. Em vermelho estão os elementos selecionados para o presente estudo (sem P). Valor Obtido Valor Obtido Desvio (%) Desvio (%) Valor Certificado (mg/kg) (mg/kg) (mg/kg) Elemento A1 A2 B1 B2 A1 A2 B1 B2 HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl CRM021 7,6 7,3 16,9 12,3 7,4 7,7 13,8 18,5 Ag 6,5 Al 3143 3320 15,1 21,6 3449 3462 26,3 26,8 2730 28,7 27,5 15,6 10,9 46,2 38,5 86,4 55,1 As 24,8 669 642 14,1 9,6 647 577 10,4 -1,5 Ba 586 Ca 6528 6034 20,2 11,1 6683 6251 23,1 15,1 5430 <3 <3 19,4 16,9 <3 <3 15,6 20,2 Cd* 1,2 Co* <5 <5 -9,6 -13,4 <5 <5 -14,4 -10,3 2,7 Cr 17,2 13,8 60,7 28,6 13,9 13,5 29,6 25,8 10,7 Cu 4410 3954 -7,9 -17,5 3861 4552 -19,4 -5 4790 Fe 5913 6383 -8,7 -1,5 8950 9154 38,1 41,3 6480 3,8 4,6 -18,7 -2,4 3,7 3,8 -21,3 -18,2 Hg 4,7 K 1242 1284 23,0 27,1 1294 1346 28,2 33,3 1010 Mg 2828,6 2820,1 19,5 19,1 2834,7 2905,8 19,7 22,7 2367,4 Mn 196 181 12,5 3,8 192 196 10,5 12,7 174 Na 890 822 134,3 116,2 869 997 128,7 162,4 380 Ni 13,4 16,5 6,1 31,0 15,7 17,3 24,7 37,4 12,6 Pb 212896,4 215829,1 47,1 49,1 207942,0 216298,1 43,7 49,4 144742,4 29 18 -99,4 -99,6 9199 8894 85,8 79,7 Sb 4950 < 30 < 30 -95,3 -95,5 471,5 471,2 55,1 54,9 Sn* 304,1 < 125 < 125 586,3 558,8 307,9 301,0 3438,8 3359,3 Ti* 8,7 Zn 521 518 -4,6 -5,1 524 606 -4,0 10,9 546 *Abaixo do limite de detecção. Cosme Oliveira da Silva 63 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Tabela 5.2. Resultados para CRM024 na avaliação da exatidão. Em vermelho estão os elementos selecionados para o presente estudo (sem P). Valor Obtido Valor Obtido Valor Desvio (%) Desvio (%) (mg/kg) (mg/kg) Certificado Elemento (mg/kg) A1 A2 B1 B2 A1 A2 B1 B2 HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl CRM024 Ag 13,7 14 3,0 5,3 13,4 14,5 0,8 9,0 13,3 Al 10523 9377 21,2 8,0 11519 12163 32,7 40,1 8680 As* < 10 < 10 43,0 36,7 < 10 < 10 40,0 41,7 3,42 B* < 1000 < 1000 6660,3 6374,6 < 1000 < 1000 6530,8 6611,8 7,22 Ba* < 500 < 500 206,6 193,6 < 500 < 500 200,7 204,4 79,6 Be* < 10 < 10 1035,1 987,1 < 10 < 10 1013,4 1027 0,43 Ca 5444 5799 -1,6 4,9 5858 6280 5,9 13,6 5530 Cd* <3 <3 -32 -35 <3 <3 -33,2 -32,4 2,15 Cr 30,3 25,2 19,1 -0,6 34,5 39,7 35,7 56,4 25,4 Cu 8,8 9,3 1,0 7,5 9,6 9,7 10,1 11,4 8,7 Fe 10670 11023 4,6 8,1 11768 11679 15,4 14,5 10200 Hg* <1 <1 -31,3 -34,2 <1 <1 -32,6 -31,7 0,71 K 2636 2524 25,5 20,2 2873 3005 36,8 43,1 2100 Mg 3241 3256 9,9 10,4 3541 3648 20,0 23,7 2950 Mn 191 201 -3,9 1,0 204 208 2,5 4,7 199 Mo* <5 <5 320,8 303,0 <5 <5 311,8 317,8 0,58 Na 699 718 143,5 150,2 775 740 169,9 157,7 287 Ni 19 20 23,6 30,9 24 26 59,6 74,5 15 Pb 13,7 13,1 -13 -17 15,3 19,4 -2,4 23,5 15,7 Sb* < 10 < 10 317,2 299,5 < 10 < 10 309,2 314,2 1,17 Se* < 100 < 100 8938,7 8556,7 < 100 < 100 8765,6 8873,9 0,54 Sr 39,0 40,2 10,3 13,6 45,0 45,6 27,1 28,7 35,4 Tl* <2 <2 -92,8 -93,2 <2 <2 -92,8 -92,9 13,6 V 29,3 28,0 40,8 34,8 28,7 29,1 38,1 39,8 20,8 Zn 40,0 41,1 7,3 10,3 44,0 43,6 18,1 16,9 37,3 *Abaixo do limite de detecção. Cosme Oliveira da Silva 64 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Para os elementos descritos nas Tabelas 5.1 e 5.2 que apresentaram valores abaixo do limite de detecção (exemplo: Cd), optou-se em utilizar nos cálculos dos desvios, a metade do respectivo limite de detecção (GRUNSKY, 2010). CRM021 Os valores dos desvios foram calculados de acordo com a Equação citada anteriormente. Os valores positivos significam que os teores obtidos são maiores que os materiais certificados. Já os negativos são os teores que ficaram abaixo. Na digestão com HNO3, representado por A1 e A2, percebe-se que os teores são bem próximos aos dos valores certificados, comprovando-se dessa forma a boa exatidão do método. No entanto, os elementos Cr, Na, Pb e Ti apresentaram desvios acima do esperado, sendo 60,7% (A1) 134,3% (A1), 49,1% (A2) e 586,3% (A1) respectivamente. Os demais elementos apresentaram teores na faixa aceitável (-25% a +25%). Esses altos teores podem estar relacionados com o manuseio das amostras durante o processo de dosagem no ICP-OES. Por ser um laboratório comercial, não temos como controlar esse procedimento. Com a adição de HCl os elementos Al, Ca, Cr, Fe, K, Mg, Mn, Ni, Sr, e Zn tiveram seus teores aumentados significativamente, como pode-se perceber em suas respectivas determinações B1 e B2. De fato, segundo US EPA 3051A (2007), a adição de HCl tem o efeito de aumentar a eficiência da extração destes elementos. De modo geral pode-se perceber que, as amostras B1 e B2, que são os procedimentos com adição de HCl, apresentaram teores mais altos. CRM024 Como já era previsto as determinações A1 e A2 apresentaram resultados concordantes com os valores certificados. Já as determinações B1 e B2 apresentaram teores muito elevados. De forma geral foram considerados satisfatórios os resultados realizados com a digestão com HNO3, pois a exatidão foi comprovada com a proximidade dos teores certificados com os teores obtidos. Os elementos As, B, Ba, Be, Cd, Mo, Sb, Se e Ti apresentaram desvios significativamente altos. Pode-se verificar também que estes elementos apresentaram teores abaixo do limite de detecção com o método utilizado. Com isso o nível de exatidão é Cosme Oliveira da Silva 65 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão reduzido, por isso, optou-se por não utilizar estes elementos no estudo da variabilidade vertical nos perfis, atrelado ao fato de que esses elementos não são de interesse neste estudo. Os elementos Al, Ca, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Ni apresentaram aumento significado com a adição de HCl. Esse fato já era esperado, pois, como mencionando anteriormente a adição de HCl eleva o limite de detecção destes elementos (US EPA 3051A, 2007). Os teores obtidos para esse material de referência apresentaram uma maior quantidade de elementos com desvios fora da faixa -25 a +25, em relação ao CRM021. Em síntese, considerando os elementos selecionados (exceto P), os teores são concordantes com os valores certificados, conclui-se desta forma, que o método foi reproduzido de forma satisfatória. A Figura 5.1 mostra graficamente a exatidão do método, ou seja, o quão próximos estão os resultados obtidos nas determinações com os valores certificados. Os valores obtidos para as digestões estão de acordo com os materiais certificados, ou seja, estão dentro da faixa aceitável. Dentre os elementos que são de interesse para este trabalho, apenas os elementos Cr, Na e Pb não apresentaram uma boa exatidão, porém, apresentarem precisão em níveis aceitáveis, como será mostrado no tópico seguinte. Devido a isto, estes elementos não foram descartados para o estudo da variabilidade nos perfis. De um modo geral a maior parte dos elementos apresentou uma exatidão coerente com os valores certificados, levando-se em consideração não só a digestão com HNO3, que foi a digestão pela qual os materiais de referência foram produzidos, como também a digestão com a mistura ácida HNO3/HCl. Cosme Oliveira da Silva 66 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 15 14 14000 Ag (mg/kg) 12000 13 12 A l (mg/kg) 10000 11 8000 10 9 MCR A1 B1 A2 B2 8 7 6 MCR A1 B1 A2 B2 6000 4000 2000 CRM 021 CRM 024 CRM 021 50 CRM 024 490 As (mg/kg) 40 30 MCR A1 B1 A2 B2 B (mg/kg) 480 470 MCR A1 B1 A2 B2 20 460 10 0 450 CRM 021 CRM 024 CRM 021 800 700 CRM 024 6800 Ba (mg/kg) 600 500 MCR A1 B1 A2 B2 6600 Ca (mg/kg) 6400 6200 6000 400 5800 300 MCR A1 B1 A2 B2 5600 200 5400 100 5200 0 5000 CRM 021 CRM 024 3 CRM 021 MCR A1 B1 A2 B2 Cd (mg/kg) CRM 024 3 Co (mg/kg) MCR A1 B2 A2 B2 2 1 2 CRM 021 CRM 021 CRM 024 50 CRM 024 6000 Cr (mg/kg) 5000 40 Cu (mg/kg) 4000 30 MCR A1 B1 A2 B2 3000 MCR A1 B2 A2 B2 20 10 0 2000 1000 0 CRM 021 CRM 024 CRM 021 CRM 024 Figura 5.1. Representação gráfica para avaliação da exatidão do método, utilizando os resultados dos materiais certificados com os valores obtidos nas digestões. No eixo x estão os materiais de referência, no eixo y estão os teores em mg/kg. Cosme Oliveira da Silva 67 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 13000 12000 Fe (mg/kg) 11000 10000 9000 8000 MCR A1 B1 A2 B2 7000 6000 5000 4000 CRM 021 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 CRM 024 Hg (mg/kg) CRM 021 3500 MCR A1 B1 A2 B2 CRM 024 3800 K (mg/kg) 3000 3600 Mg (mg/kg) 3400 2500 3200 3000 2000 MCR A1 B1 A2 B2 1500 1000 MCR A1 B1 A2 B2 2800 2600 2400 2200 500 CRM 021 CRM 021 CRM 024 220 CRM 024 3800 Mn (mg/kg) 210 3600 Mo (mg/kg) 3400 200 3200 190 MCR A1 B1 A2 B2 180 170 160 3000 2800 MCR A1 B1 A2 B2 2600 2400 2200 CRM 021 CRM 024 CRM 021 1200 CRM 024 28 MCR A1 B1 A2 B2 Na (mg/kg) 1000 800 26 Ni (mg/kg) 24 22 20 18 600 MCR A1 B1 A2 B2 16 14 400 12 10 200 CRM 021 250000 Pb (mg/kg) 200000 150000 MCR A1 B1 A2 B2 100000 50000 0 CRM 021 CRM 021 CRM 024 CRM 024 10000 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 CRM 024 MCR A1 B1 A2 B2 Sb (mg/kg) CRM 021 CRM 024 Figura 5.1. Representação gráfica para avaliação da exatidão do método, utilizando os resultados dos materiais certificados com os valores obtidos nas digestões. No eixo x estão os materiais de referência, no eixo y estão os teores em mg/kg. Cosme Oliveira da Silva 68 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Capítulo V: Resultados e Discussão 50 Sn (mg/kg) MCR A1 B1 A2 B2 45 Sr (mg/kg) 40 35 MCR A1 B1 A2 B2 30 25 20 15 10 CRM 021 CRM 021 CRM 024 CRM 024 350 2 Tl (mg/kg) 300 1,6 250 1,2 200 MCR A1 B1 A2 B2 0,8 0,4 0 150 Ti (mg/kg) MCR A1 B1 A2 B2 100 50 0 CRM 021 CRM 024 CRM 021 CRM 024 700 30 V (mg/kg) 600 25 Zn (mg/kg) 500 20 MCR A1 B1 A2 B2 15 10 5 400 MCR A1 B1 A2 B2 300 200 100 0 CRM 021 CRM 024 CRM 021 CRM 024 Figura 5.1. Representação gráfica para avaliação da exatidão do método, utilizando os resultados dos materiais certificados com os valores obtidos nas digestões. No eixo x estão os materiais de referência, no eixo y estão os teores em mg/kg. Cosme Oliveira da Silva 69 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 5.1.2 Avaliação da Precisão Com o intuito avaliar a precisão e a qualidade dos resultados analíticos, utilizou-se do teste de comparação entre a diferença das médias dos pares analíticos (teste analítico para amostras coletadas em duplicatas). Para isto, foram selecionadas dez amostras, cada uma digerida duas vezes e analisadas para os 15 elementos de interesse neste estudo. Essas digestões foram realizadas em frações e combinações ácidas diferentes, como ilustra a Tabela 5.3. Como já relatado anteriormente foram coletadas 16 amostras em quatros perfis, ou seja, em cada perfil foram coletadas quatro amostras em profundidades diferentes. Além das 16 amostras, em cada perfil, foi retirada uma duplicata em uma das profundidades, totalizando assim, quatro duplicatas em quatro pontos e quatro profundidades diferentes, gerando as amostras 4017 (0 – 20 cm) para o perfil Tr-1, 4018 (35 – 55 cm) para o perfil Tr-2, 4019 (70 – 90 cm) para o perfil Tr-3 e 4020 (105 – 125 cm) para o perfil Tr-4, sendo designadas como duplicatas de campo. As amostras 4017, 4018 e 4019 foram então selecionadas para o estudo da precisão, para que fosse comparada a reprodutibilidade em pontos distintos. Porém a amostra 4017 não foi digerida na fração < 180 > 63 μm, pelo fato de não ter sido gerado uma duplicata nesta fração na fase de peneiramento, ou seja, não foi obtida uma quantidade necessária para a utilização em procedimentos posteriores. A amostra 4020 também não foi utilizada para a avaliação da precisão, uma vez que, na profundidade em que esta amostra foi retirada, já está mais relacionada com o material originado da rocha mãe. Para um melhor entendimento da tabela, as amostras foram nomeadas como sendo (#1) e (#2), indicando que a mesma foi digerida duas vezes, apresentando assim dois resultados. Pelo fato de as amostras terem sido digeridas em duplicatas, foram calculados os desvios entre os resultados, como forma de avaliar a precisão. Este desvio foi calculado segundo a Equação (2). (𝑋 − 𝑌) ( ) ⋅ 100 𝑀𝐸𝐷 (2) X = #1 Y = #2 MED = Média entre os resultados Cosme Oliveira da Silva 70 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Tabela 5.3. Desvios entre os resultados de uma mesma digestão, para avaliar a precisão do método. Al (mg/kg) Ca (mg/kg) Amostra Fração Ataque (#1) (#2) Desvio (%) (#1) (#2) Desvio (%) 4017 < 63 μm HNO3 8062,0 7473,0 7,6 1034,7 1134,8 -9,2 4018 < 63 μm HNO3 28009,0 21700,0 25,3 999,8 830,6 18,5 4019 < 63 μm HNO3 27654,0 34899,0 -23,2 645,9 575,9 11,5 4017 < 63 μm HNO3/HCl 14233,0 15167,0 -6,4 1201,3 1256,8 -4,5 4018 < 63 μm HNO3/HCl 60033,0 36970,0 47,6 864,7 850,0 1,7 4019 < 63 μm HNO3/HCl 52937,0 33218,0 45,8 723,4 726,5 -0,4 4018 < 180 > 63 μm HNO3 9008,0 11162,0 -21,4 420,3 428,7 -2,0 4019 < 180 > 63 μm HNO3 6858,0 8428,0 -20,5 396,1 413,7 -4,3 4018 < 180 > 63 μm HNO3/HCl 16975,0 25171,0 -38,9 400,1 363,8 9,5 4019 < 180 > 63 μm HNO3/HCl 15902,0 18923,0 -17,3 344,8 374,3 -8,2 Amostra 4017 4018 4019 4017 4018 4019 4018 4019 4018 4019 Fração < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm Cosme Oliveira da Silva Ataque HNO3 HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl (#1) 12,8 20,3 20,3 14,1 28,3 26,6 8,6 7,6 11,4 10,1 Cr (mg/kg) (#2) Desvio (%) 12,5 2,4 18,5 9,3 22,9 -12,0 15,0 -6,2 23,2 19,8 23,0 14,5 9,6 -11,0 6,8 11,1 13,3 -15,4 10,3 -2,0 (#1) 2,9 4,8 2,9 4,7 4,9 4,8 1,9 1,9 2,9 1,8 Cu (mg/kg) (#2) Desvio (%) 3,7 -24,2 3,9 20,7 3,7 -24,2 4,7 0,0 3,9 22,7 3,8 23,3 1,9 0,0 1,9 0,0 2,8 3,5 3,7 -69,1 (#1) 5,5 11,6 15,5 5,6 11,7 16,2 2,4 2,4 2,4 2,3 Co (mg/kg) (#2) Desvio (%) 4,8 13,6 9,7 17,8 13,7 12,3 5,6 0,0 10,6 9,9 14,4 11,8 2,4 0,0 2,4 0,0 2,4 0,0 2,3 0,0 (#1) 7550,3 21982,2 20121,8 8494,8 23628,7 22148,3 8100,9 6848,4 8887,4 7905,4 Fe (mg/kg) (#2) Desvio (%) 7636,1 -1,1 21319,9 3,1 19259,6 4,4 8696,5 -2,3 22555,7 4,6 20969,9 5,5 8132,0 -0,4 6933,5 -1,2 9460,5 -6,2 8075,1 -2,1 71 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Tabela 5.3. Continuação. Amostra 4017 4018 4019 4017 4018 4019 4018 4019 4018 4019 Amostra 4017 4018 4019 4017 4018 4019 4018 4019 4018 4019 Fração < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm Fração < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm Cosme Oliveira da Silva Ataque HNO3 HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl Ataque HNO3 HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl (#1) 1096,9 1453,2 1063,6 1223,0 1756,8 1330,8 477,6 237,5 571,5 458,5 K (mg/kg) Mg (mg/kg) (#2) Desvio (%) (#1) (#2) Desvio (%) 1057,9 3,6 991,8 1009,8 -1,8 1364,8 6,3 1016,3 986,5 3,0 1096,9 -3,1 767,7 755,9 1,5 1215,6 0,6 1041,4 1042,6 -0,1 1548,9 12,6 1191,7 1068,7 10,9 1150,1 14,6 937,3 865,4 8,0 575,4 -18,6 377,3 380,7 -0,9 241,1 -1,5 284,0 297,0 -4,5 664,9 -15,1 434,4 450,2 -3,6 560,1 -19,9 335,7 360,3 -7,1 (#1) 530,2 560,0 586,0 529,6 632,4 596,0 484,3 533,8 442,0 480,6 Na(mg/kg) (#2) Desvio (%) 588,6 -10,4 526,4 6,2 511,0 13,7 572,3 -7,8 568,2 10,7 564,5 5,4 486,2 -0,4 561,2 -5,0 365,7 18,9 514,4 -6,8 (#1) 5,5 9,7 8,7 11,3 20,5 17,1 6,7 6,6 10,5 10,1 Ni(mg/kg) (#2) Desvio (%) 9,6 -54,3 11,7 -18,7 14,6 -50,6 11,2 0,9 15,9 25,3 13,4 24,2 7,7 -13,9 7,7 -15,4 12,3 -15,8 12,1 -18,0 (#1) 238,6 761,5 922,5 259,6 788,6 977,2 253,2 249,8 266,7 267,8 Mn (mg/kg) (#2) Desvio (%) 245,2 -2,7 761,4 0,0 876,6 5,1 267,4 -3,0 772,5 2,1 958,4 1,9 250,3 1,2 248,8 0,4 273,6 -2,6 280,1 -4,5 (#1) 117,0 167,6 131,5 110,1 188,4 156,8 50,6 44,6 83,8 58,7 P(mg/kg) (#2) Desvio (%) 104,8 11,0 138,4 19,1 108,8 18,9 138,4 -22,8 183,9 2,4 121,6 25,2 46,0 9,5 26,0 52,7 89,3 -6,4 45,8 24,6 72 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Tabela 5.3. Continuação. Pb(mg/kg) Amostra 4017 4018 4019 4017 4018 4019 4018 4019 4018 4019 Fração < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm < 180 > 63 μm Cosme Oliveira da Silva Ataque HNO3 HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3/HCl HNO3 HNO3 HNO3/HCl HNO3/HCl (#1) 16,5 27,1 31,9 16,9 31,2 34,2 10,5 10,4 13,3 13,8 V(mg/kg) (#2) Desvio (%) 21,2 -24,9 30,2 -10,8 31,1 2,5 19,6 -14,8 30,0 3,9 32,6 4,8 10,5 0,0 11,6 -10,9 13,3 0,0 20,5 -39,1 (#1) 18,3 48,4 38,7 18,8 48,8 47,5 19,1 19,0 19,1 18,3 Zn(mg/kg) (#2) Desvio (%) 19,2 -4,8 39,0 21,5 36,6 5,6 18,7 0,5 48,4 0,8 47,9 -0,8 19,2 -0,5 19,3 -1,6 19,0 0,5 18,7 -2,2 (#1) 14,6 22,3 17,4 20,7 28,2 25,7 11,5 9,5 13,3 12,8 (#2) Desvio (%) 15,4 -5,3 17,5 24,1 15,5 11,6 19,6 5,5 21,9 25,1 22,0 15,5 11,5 0,0 15,4 -47,4 12,3 7,8 14,9 -15,2 73 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão A Tabela 5.3 apresenta os desvios nas digestões realizadas em duplicatas. Consideram-se desvios significativos, os que apresentaram um valor acima de 25%. Os elementos que apresentaram resultados acima desse valor foram Al, Cu, Ni, P, Pb e Zn. Desses elementos, os que apresentaram um maior número de desvios foram o Al e o Ni, onde de um total de dez amostras, apresentaram desvios em três e duas respectivamente. Para os demais elementos que apresentaram desvios acima de 25%. Essa ocorrência foi verificada, em apenas uma amostra. Para o Al esses desvios foram observados somente nas digestões com a adição de HCl. Constata-se ainda que, das três amostras, duas apresentaram desvios na fração mais fina, sendo esses os maiores desvios. Já para o Ni os desvios foram observados somente na fração mais fina, na digestão com apenas HNO3 observa-se ainda que esse comportamento ocorre nas amostras que encontram-se nas extremidades dos perfis, ou seja, na camada superficial e na camada mais profunda, os níveis intermediários são mais variáveis. Considerando os desvios do Al, duas possíveis explicações podem ser dadas para este acontecimento. Primeiramente pode-se dizer que o equipamento utilizado para a leitura das amostras, pode ter demonstrado um ruído analítico maior do que o esperado. Outra possível explicação seria pelo fato de que, a amostra utilizada para a determinação dos teores, apresentar uma alta heterogeneidade mineralógica. Essas duas justificativas podem ser aplicadas não só ao Al, mas também aos demais elementos que se enquadram neste comportamento, como Cu, P, Pb e Zn. Ou ainda no momento da homogeneização das amostras, essa homogeneização pode não sido tão eficiente a ponto de deixar as duas amostras bem homogeneizadas. Conclui-se dessa forma que as digestões realizadas em duplicatas mostram que a execução do método foi realizada corretamente, constatando assim que o método respondeu de forma precisa, pois, os teores tanto para o resultado (#1) quanto para (#2), apresentaram baixos desvios para a maioria dos elementos, representando assim uma boa reprodutibilidade. A Figura 5.2 ilustra graficamente os resultados apresentados na Tabela 5.3 com exceção dos desvios. Todos os elementos apresentaram resultados aceitáveis, onde se observa uma boa reprodução em pelo menos sete, das dez amostras, como é o caso do Al, que apresentou desvios acima de 25% em três amostras apenas, sendo este o elemento, dentre os demais, que mais apresentou resultados fora do esperado. As comparações entre amostras em duplicatas servem também para avaliar a homogeneidade das mesmas. Espera-se que amostras homogêneas apresentem teores semelhantes, quando comparamos uma referida amostra e sua duplicata. Cosme Oliveira da Silva 74 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 60000 50000 40000 30000 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm Capítulo V: Resultados e Discussão 1400 Al (mg/kg) 1000 800 600 20000 400 10000 200 0 18 16 14 12 10 8 4017 4018 4019 0 4018 4019 Cr (mg/kg) 20 15 10 5 2 4018 4017 25 4 4017 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 30 #1 HNO3 <63 μm Co (mg/kg) #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 6 0 Ca (mg/kg) 1200 4019 0 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 4019 25000 6 Cu (mg/kg) Fe (mg/kg) 5 20000 4 3 2 1 0 15000 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 10000 5000 4019 2000 1800 0 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 4019 1400 K (mg/kg) 1200 Mg(mg/kg) 1600 1000 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 800 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 600 400 200 4019 0 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 4019 Figura 5.2. Representação gráfica para avaliação da precisão para as digestões realizadas em duplicatas, obtidas através do método US EPA 3051A. No eixo x estão as amostras, no eixo y os teores em mg/kg para digestão #1 refere- e #2 referente a mesma amostra. Cosme Oliveira da Silva 75 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 1200 1000 800 600 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm Capítulo V: Resultados e Discussão 700 Mn(mg/kg) 500 400 300 400 200 200 0 100 4017 Na(mg/kg) 600 4018 0 4019 25 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 4019 200 Ni(mg/kg) 180 20 P(mg/kg) 160 140 15 10 5 0 120 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 100 80 60 40 20 4018 0 4019 40 35 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 50 Pb(mg/kg) 45 30 V(mg/kg) 40 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 25 20 15 10 5 0 4019 35 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 30 25 20 4018 15 4019 4017 4018 4019 30 25 Zn(mg/kg) 20 15 10 5 0 #1 HNO3 <63 μm #2 HNO3 <63 μm #1 HNO3/HCl <63 μm #2 HNO3/HCl <63 μm #1 HNO3 <180>63 μm #2 HNO3 <180>63 μm #1 HNO3/HCl <180>63 μm #2 HNO3/HCl <180>63 μm 4017 4018 4019 Figura 5.2. Representação gráfica para avaliação da precisão para as digestões realizadas em duplicatas, obtidas através do método US EPA 3051A. No eixo x estão as amostras, no eixo y os teores em mg/kg. As digestões estão representadas por #1 e sua respectiva duplicata #2. Cosme Oliveira da Silva 76 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 5.2. Sumário Numérico Para uma melhor compreensão e visualização dos dados analíticos, optou-se pela elaboração de um sumário estatístico para cada parâmetro analisado (15 elementos e pH). Inicialmente a Tabela 5.4 apresenta o estudo realizado para o pH nos dois métodos analíticos: em H2O e em KCl. Para cada determinação de pH são apresentados respectivamente, número de amostras coletadas (N), o valor mínimo (Min), o valor máximo (Max), a média aritmética (Média), a mediana (Mediana), o desvio padrão (DP) e o coeficiente de variação (CV). O coeficiente de variação (CV) foi calculado através da razão entre o desvio padrão e a média e transformada em percentual, para mensurar a variabilidade entre as amostras. Valores de zero a 30% são considerados como variabilidade baixa, entre 30,01% e 50% considera-se variabilidade média, de 50,01% a 100% foram classificados como variabilidade alta e acima de 100% foram classificados como variabilidade muito alta. Observa-se que os métodos analíticos para a determinação do pH, apontam que o pH do solo apresenta-se ácido. Verifica-se ainda que de acordo com o CV calculado a variação do pH é baixa, apresentando valor de 12,1 % nos dois métodos analíticos H2O e KCl. Tabela 5.4. Sumário numérico para os valores de pH em H2O e KCl. Número de amostras (N), o valor mínimo (Min), o valor máximo (Max), a média aritmética (Média), a mediana (Mediana), o desvio padrão (DP) e o coeficiente de variação (CV). pH N Min. Máx. Média Mediana DP CV (%) Em H2O 16 4,7 6,4 5,3 5,1 0,6 12,1 Em KCl 16 4,3 5,6 4,9 4,6 0,6 12,1 A Tabela 5.5 apresenta o sumário numérico das digestões realizadas nas amostras de solo. Para os elementos químicos estudados, além das variáveis mencionadas para o estudo estatístico do pH, foi acrescentada, ainda número de amostras abaixo do limite de detecção (N < LD). Para os elementos com valores abaixo do limite de detecção (LD), o cálculo da média aritmética, mediana, desvio padrão e coeficiente de variação, foram realizados substituindo-se os valores menores do que o LD, pela metade do respectivo LD. Essa opção de substituição do LD pela sua metade é amplamente utilizada em outros levantamentos mundiais (GRUNSKY, 2010). Cosme Oliveira da Silva 77 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Tabela 5.5. Sumário numérico dos teores dos elementos químicos nos perfis em todas as digestões. Número de amostras (N), Amostras abaixo do limite de detecção (N<LD), o valor mínimo (Min), o valor máximo (Max), a média aritmética (Média), a mediana (Mediana) e o desvio padrão (DP). Min. Máx. Média Mediana DP CV Al (LD = 50 mg/kg) N N<LD (mg/kg) (%) Todos 64 0 3363 70258 23156,4 18159,7 17123,4 73,9 < 63 μm; HNO3 16 0 9371 40950 23368,5 25518,9 9546,1 40,8 < 63 μm; HNO3/HCl 16 0 11636 70258 43797,2 46155,0 18853,2 43,1 < 180 > 63 μm; HNO3 16 0 3363 19105 8943,8 8484,2 4174,8 46,7 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl 16 0 5171 29227 16516,2 17221,6 7105,8 43,0 Ca (LD = 5 mg/kg) Todo < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Co (LD = 5 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Cr (LD = 5 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Cu (LD = 1 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Cosme Oliveira da Silva N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 N N<LD 64 16 16 16 16 32 1 2 15 14 N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 Min 280 605 564 285 280 Min. 2 2 2 2 2 Min. 6 14 16 6 7 Máx Média Mediana (mg/kg) 2075 663,9 593,4 2075 907,6 795,6 1934 927,3 822,7 751 419,9 415,3 71 400,9 376,3 Máx. Média Mediana (mg/kg) 16 6,0 3,5 15 9,2 9,0 16 9,5 9,0 5 2,5 2,3 5 2,6 2,3 Máx. Média Mediana (mg/kg) 33 15,3 13,7 26 19,2 20,2 33 23,6 25,3 13 8,3 8,4 14 10,1 10,3 Min. Máx. 1 2 3 1 2 7 7 6 3 5 Média Mediana (mg/kg) 3,3 2,9 3,7 3,7 4,4 4,7 2,1 1,9 3,2 2,8 DP 365,0 364,9 359,0 108,5 106,2 DP 4,5 3,9 4,5 0,5 0,7 DP 7,3 4,0 5,3 1,8 2,1 DP 1,21 1,2 0,8 0,5 0,7 CV (%) 54,9 40,2 38,7 25,8 26,5 CV (%) 75,9 43,0 47,3 22,7 29,6 CV (%) 47,4 20,8 22,6 21,7 20,7 CV (%) 35,9 33,4 18,7 25,1 24,6 78 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Continuação da Tabela 5.5. Fe (LD = 50 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl K (LD = 500 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 Min. Máx. 3260 7682 8989 3260 3795 24794 23150 24794 12095 10222 Min. Máx. 230 560 863 231 230 1733 1556 1733 575 654 Média Mediana (mg/kg) 12197,9 8976,4 16890,2 19791,3 1803,8 20829,1 6635,5 6996,1 7212,1 7637,2 Média Mediana (mg/kg) 841,3 653,35 1184,4 1220,9 1399,4 1461,7 349,9 241,1 431,3 514,4 Min. Máx. Média Mediana (mg/kg) Mg (LD = 1 mg/kg) Todos 0 64 227 1451 662,9 473,7 0 < 63 μm; HNO3 16 485 1451 922,3 878,2 0 < 63 μm; HNO3/HCl 16 621 1441 1023,8 990,9 0 < 180 > 63 μm; HNO3 16 227 462 336,4 335,4 0 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl 16 290 434 369,1 382,4 Min. Máx. Média Mediana Mn (LD = 1 mg/kg) N N<LD (mg/kg) Todos 64 0 69 924 341,6 269,0 < 63 μm; HNO3 16 0 220 887 509,3 438,9 < 63 μm; HNO3/HCl 16 0 249 924 525,0 467,6 < 180 > 63 μm; HNO3 16 0 69 269 162,9 151,4 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl 16 0 78 284 169,3 154,2 Min. Máx. Média Mediana Na (LD = 1 mg/kg) N N<LD (mg/kg) Todos 64 0 335 688 505,0 500,5 < 63 μm; HNO3 16 0 455 688 551,0 542,6 < 63 μm; HNO3/HCl 16 0 428 624 533,3 552,5 < 180 > 63 μm; HNO3 16 0 346 686 491,9 495,9 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl 16 0 335 546 443,8 451,8 N N<LD Cosme Oliveira da Silva DP 6743,8 5515,4 5612,3 2264,4 2094,4 DP 509,9 284,6 255,0 136,4 181,7 DP 366,5 280,4 248,1 69,5 53,0 DP 230,4 201,4 205,4 64,2 66,7 DP 78,9 70,7 65,7 77,1 60,0 CV (%) 55,3 32,6 31,1 34,1 29,0 CV (%) 60,6 24,0 18,2 38,9 42,1 CV (%) 55,2 30,4 24,2 20,6 14,3 CV (%) 67,4 39,5 39,1 39,4 39,4 CV (%) 15,6 12,8 12,3 15,6 13,5 79 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Continuação da Tabela 5.5. Ni (LD = 5 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl P (LD = 1 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Pb (LD = 8 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl V (LD = 10 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Zn (LD = 5 mg/kg) Todos < 63 μm; HNO3 < 63 μm; HNO3/HCl < 180 > 63 μm; HNO3 < 180 > 63 μm; HNO3/HCl Cosme Oliveira da Silva N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 N N<LD 64 16 16 16 16 5 0 0 4 1 N N<LD 64 16 16 16 16 8 0 0 4 4 N N<LD 64 16 16 16 16 0 0 0 0 0 Min. Máx. 5 29 5 13 12 29 6 10 8 13 Min. Máx. 6 61 107 6 32 202 163 202 62 84 Min. Máx. 4 12 17 4 4 45 45 45 20 19 Min. Máx. 5 19 18 5 5 57 49 57 28 20 Min. Máx. 6 12 17 6 9 36 28 36 15 18 Média Mediana (mg/kg) 10,9 9,6 8,6 8,5 17,4 17,0 7,1 6,7 10,3 10,3 Média Mediana (mg/kg) 91,5 68,5 124,4 124,4 156,8 155,0 34,9 34,0 49,8 46,9 Média Mediana (mg/kg) 19,1 17,2 25,0 24,3 29,0 29,6 9,5 9,6 13,0 12,9 Média Mediana (mg/kg) 25,8 19,3 35,0 37,9 39,3 46,7 14,1 18,4 14,8 18,6 Média Mediana (mg/kg) 16,1 14,1 17,2 16,2 23,5 23,6 10,7 11,0 12,8 12,8 DP 4,7 2,2 4,1 1,0 1,7 DP 55,7 30,5 26,8 15,0 14,4 DP 10,7 9,1 9,0 4,4 4,2 DP 15,0 11,2 13,0 7,2 6,4 DP 6,0 4,0 4,6 2,1 2,3 CV (%) 43,2 26,0 23,6 15,3 16,5 CV (%) 60,9 24,5 17,1 43,2 28,9 CV (%) 56,04 36,6 31,2 46,7 32,2 CV (%) 58,2 32,2 33,1 51,5 43,5 CV (%) 37,4 23,6 19,7 19,6 18,5 80 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Em uma análise geral, a partir dos dados relacionados ao coeficiente de variação apresentados na Tabela 5.5, verifica-se que não foi encontrado nenhum elemento com uma variabilidade acima de 100%. Para um melhor entendimento da Tabela 5.5, não serão considerados na discussão os dados envolvendo a linha com o somatório das quatro digestões. Considerando ainda a Tabela 5.5, observa-se que os elementos, Cr, Na, Ni e Zn, apresentaram uma baixa variação, pois, todos apresentaram um coeficiente de variação CV abaixo de 30% em todas as digestões. Os elementos Al, Ca, Co, Cu, Fe, K, Mg, Mn e P apresentaram uma homogeneidade média, pois seus coeficientes de variação apresentaram valores entre 30 e 50 %. Desses elementos, o Al, Mn e Pb apresentaram homogeneidade média em todas as digestões. Já o V apresentou variabilidade média em três digestões, sendo que na digestão com somente HNO3, na fração mais grossa, foi verificado um coeficiente de variação CV de 51.5%, ou seja, uma variabilidade alta. Os elementos Ca, Cu e Mg apresentaram variabilidade média somente na fração mais fina. Os elementos K e P apresentaram variabilidade média na fração mais grossa, onde o K apresentou nas duas digestões um CV entre 30 e 50%. O Fe apresentou variabilidade média nas duas frações, ou seja, assim com o K apresentou um CV entre 30 e 50%, com exceção da digestão com a adição do HCl na fração mais grossa, pois, foi verificado uma variabilidade baixa com CV inferior a 30%. 5.3 Variação dos dados nos perfis Esta seção reserva-se a mostrar, para os quatro perfis considerados na pesquisa, a distribuição vertical dos elementos e a variação vertical do pH. Para a determinação do pH em KCl e em H2O, diferentemente dos perfis, foram utilizadas três profundidades (0 – 20 cm), (20 – 105 cm) e (105+ cm), por isso, para a construção dos gráficos, foram utilizados os pontos 10 cm (para a profundidade 0 – 20 cm), 55 cm (para a profundidade 20 – 105 cm) e 110 cm (para a profundidade de 105+). O eixo horizontal (ou das abscissas) indica a os valores de pH, já o eixo vertical (ou das ordenadas) aponta as profundidades. Cosme Oliveira da Silva 81 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Para os elementos os gráficos apresentados referem-se aos dois tipos de ataques realizados nas frações estudadas. O eixo horizontal (ou das abscissas) indica a escala de teores, ao passo que o eixo vertical (ou das ordenadas) aponta as profundidades retratadas. No caso das quatro profundidades amostrais, utilizou-se para a construção dos gráficos o ponto médio de cada uma delas, correspondente aos seguintes valores: 10 cm (para a profundidade amostral de 0 a 20 cm), 45 cm (para a profundidade amostral de 35 a 55 cm), 80 cm (para a profundidade amostral de 70 a 90 cm) e 115 cm (para a profundidade amostral de 105 a 125 cm). Na interpretação dos perfis, admite-se que os dois níveis amostrais mais profundos (e particularmente o último) refletem a característica geoquímica natural do material sedimentar subjacente (material-mãe), ao passo que os dois níveis amostrais mais rasos (e particularmente o primeiro) registram as características geoquímicas do material sedimentar afetado pelos processos pedogenéticos. 5.3.1 pH A Figura 5.3 ilustra os valores de pH para as determinações em KCl e H 2O, aos quais varia com o aumento da profundidade. Mostra também a sua diminuição do nível superficial para o nível intermediário. Para Tr-2, Tr-3 e Tr-4, observa-se a manutenção dos valores em direção ao nível amostral inferior, diferentemente de Tr-1, em que os valores de pH voltam a aumentar a partir do segundo nível. A variação do pH com a profundidade é similar nas duas determinações, tanto em H2O quanto em KCl. Porém, observa-se que os valores de pH em H2O são mais elevados do que em KCl. Os valores de ΔpH (pH KCl – pH H2O) apresentam-se invariavelmente negativos, indicando assim a predominância de cargas negativas, e nesses casos o solo retém mais cátions (p.ex. o Ca++, o Mg++) do que ânions (MEKARU; UEHARA, 1972 apud SOUZA et al., 2011). Essa retenção pode afetar diretamente na variação dos teores. Cosme Oliveira da Silva 82 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 4 4,5 5 5,5 6 6,5 Capítulo V: Resultados e Discussão 7 0 4 4,5 5 5,5 6 pH 20 Tr-1 pH 20 40 40 60 60 80 7 6,5 7 Tr-2 80 H20 100 H20 100 KCl 120 KCl 120 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 0 20 6,5 0 4 4,5 5 5,5 6 0 pH Tr-3 20 40 40 60 60 80 H20 80 100 KCl 100 120 pH Tr-4 H20 KCl 120 Figura 5.3. Variação do pH com o aumento da profundidade. Medidas realizadas em H 2O e KCl. 5.3.2 Alumínio Na Figura 5.4 estão representados os quatros perfis, onde dentre esses, verifica-se um comportamento semelhante em três deles, sendo eles: Tr-1, Tr-2 e Tr-4. Esses três perfis apresentaram uma tendência de aumento dos teores à proporção que aumenta a profundidade, até o terceiro nível amostral, a partir do qual, os teores apresentaram um decréscimo. Já no perfil Tr-3, que comportou-se diferentemente dos demais, esse crescimento se dá até a camada mais profunda. Para este perfil essa é uma característica observada nas duas digestões. Analisando as duas frações estudadas (< 63 μm e < 180 > 63 μm), verifica-se que a fração mais fina apresentou os maiores teores, principalmente na digestão com a adição de HCl. Essa fração revelou também, uma maior variação com a profundidade, ou seja, a diferença dos teores são maiores de um nível amostral para quando comparado à forma como a fração mais grossa está variando, onde está última apresenta os teores mais próximos a medida que passa de um nível amostral para outro. A fração mais grossa apresentou uma menor variação com o aumento da profundidade, em outros termos, a diferença de teores de um nível amostral para outro é pequena em relação à fração mais fina. Porém, assim como a fração mais fina, os maiores teores foram observados na digestão com HCl. Cosme Oliveira da Silva 83 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Observa-se também que o Al apresenta as maiores concentrações em profundidades mais elevadas, demonstrando que os processos pedogenéticos operaram de modo a diminuir os teores deste elemento na parte mais superficial do perfil, em relação aos teores naturais do material sedimentar (níveis amostrais mais profundos). Segundo Nascimento (2008), os teores mais altos, observados nas maiores profundidades do perfil, deve representar as concentrações naturais do sedimento subjacente (material mãe), portanto minimamente afetado, ou mesmo, não afetado pelos processos pedogenéticos. 0 10000 0 20000 Tr-1 30000 40000 50000 60000 70000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Al, mg/kg 20 40 0 0 80 80 100 100 120 120 10000 20000 Tr-3 30000 Al, mg/kg 20 40 40000 50000 60000 70000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 30000 40000 50000 Al, mg/kg 0 10000 20000 30000 0 Tr-4 Al, mg/kg 20 40 60 60 80 80 100 100 120 120 60000 70000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 40 60 0 Tr-2 20000 20 60 0 10000 40000 50000 60000 70000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.4. Variação dos teores nos quatro perfis, para o alumínio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63μm e < 180 > 63 μm. 5.3.3 Cálcio A Figura 5.5 apresenta as modificações dos teores para o Ca, onde verifica-se que os maiores teores foram encontrados na camada superficial. Deste modo, os teores reduzem à medida que a profundidade aumenta. Os teores da fração mais fina apresentaram uma maior oscilação em relação à fração mais grossa, como demonstram os valores de CV desse elemento na Tabela 5.5. Percebe-se ainda que este comportamento foi observado nos quatro perfis. Cosme Oliveira da Silva 84 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Comparando as duas digestões, HNO3 e HNO3/HCl, não houve um aumento dos teores na extração com a adição de HCl, uma vez que o Ca biodisponível é totalmente extraído com HNO3. Segundo Souza (2008), em solos ácidos, onde minerais são intemperizados, parte do Ca é perdido por lixiviação. O Ca está adsorvido aos colóides e componentes da matéria orgânica, o qual, sob condições de pH elevado, pode insolubilizar-se como carbonatos, fosfatos ou sulfatos. A redução do teor de Ca com a profundidade está relacionado com o baixo valor do pH. Este também apresentou um comportamento de redução advindo do aumento da profundidade. Na Tabela 5.4 visualiza-se o estudo estatístico para os valores de pH, bem como na Figura 5.3, onde está apresentado a variação do pH em relação a profundidade, ao qual mostra a diminuição deste com o aumento da profundidade. 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 0 0 0 Tr-1 Ca, mg/kg 20 40 60 60 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 Ca, mg/kg 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 0 0 400 20 40 80 200 Tr-2 200 400 600 Tr-3 20 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 0 Tr-4 Ca, mg/kg 20 40 40 60 60 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 Ca, mg/kg 80 100 120 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.5. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cálcio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.4 Chumbo Analisando a Figura 5.6 e comparando as duas digestões é possível perceber que a adição do HCl provoca uma melhor extração, uma vez que os teores obtidos são maiores, tanto na fração fina como na mais grossa. Contudo, no perfil Tr-3, observa-se que na fração mais fina, as duas digestões apresentam praticamente os mesmos teores. Cosme Oliveira da Silva 85 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Constata-se nos gráficos da Figura 5.6, que o comportamento dos teores do Pb foram similares em três perfis: Tr-1, Tr-2 e Tr-4. Já o perfil Tr-3 apresentou um comportamento um pouco diferente dos demais. Para os perfis que apresentaram similaridade, constata-se, que os teores aumentaram com o aumento da profundidade até determinado ponto, isto é, a partir do terceiro nível amostral aumentaram até a camada mais profunda. Esse comportamento foi observado para as duas frações. Porém, na fração mais fina, isso está mais evidente. No perfil Tr-3, não houve diminuição dos teores em nenhum ponto. O aumento dos teores em relação à profundidade foi observado nas duas frações. Por ser um metal que encontra-se associado às partículas mais finas, os maiores teores foram encontrados nesta fração. Segundo Conceição (2004), no meio ambiente o Pb tem um longo tempo de residência, comparado à maioria dos outros poluentes. Como resultado, ele tende a se acumular nos solos; dessa forma, com o passar do tempo, esse elemento vai se depositando em camadas mais profundas, fazendo com que seus teores sejam mais altos em profundidades mais elevadas. A variabilidade do teor de Pb, no perfil do solo estudado na fração < 180 > 63 μm, pode ser explicada devido aos processos de adsorção, que são os mais importantes no controle da mobilidade e biodisponibilidade de metais em solos (ALLOWAY, 1990; SPARKS, 1995 apud NASCIMENTO, 2010). Conforme mostra a Tabela 5.5 o Pb apresenta uma variabilidade média, conforme o CV entre 30% e 50%. Cosme Oliveira da Silva 86 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 0 10 20 30 0 50 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Pb, mg/kg 20 40 Capítulo V: Resultados e Discussão Tr-1 40 0 0 80 80 100 100 120 120 10 20 Tr-3 20 40 60 30 40 30 40 50 Pb, mg/kg 40 60 0 20 20 60 0 10 Tr-2 50 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 0 10 20 30 40 50 0 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Pb, mg/kg Pb, mg/kg 20 Tr-4 40 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 80 80 100 100 120 120 Figura 5.6. Variação dos teores nos quatro perfis, para o chumbo, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.5 Cobalto O Co apresentou certa variabilidade, pois os teores variaram bastante com o decorrer da profundidade, contudo essa variabilidade foi mais observada na fração mais fina, conforme mostra a Figura 5.7, assim como a Tabela 5.5. Verifica-se também que este elemento não apresentou diferença nos teores em relação às duas digestões, isto é, a adição de HCl não influenciou na extração, fato este observado nas duas frações. Para a fração mais fina, observando os gráficos referentes aos perfis Tr-1, Tr-3 e Tr-4, é possível perceber um comportamento análogo, uma vez que os teores aumentam com o aumento da profundidade. Porém, em Tr-1 os teores passam a aumentar significativamente a partir do segundo nível amostral. Observa-se ainda que a partir do terceiro nível, esses três perfis passam a demonstrar um decréscimo. É possível perceber ainda que no perfil Tr-1, esse decaimento dos teores é mais acentuado, ou seja, a variação entre os teores é maior em relação aos perfis Tr-3 e Tr-4. Já o gráfico do perfil Tr-2 mostra que os teores aumentam com o aumento da profundidade em toda sua extensão. Na fração mais grossa não houve praticamente variação dos teores, como pode ser visto, por exemplo, no perfil Tr-4, ou seja, esta fração mostrou-se pouco variável. Essa baixa variação pode ser confirmada também pela Tabela 5.5. Cosme Oliveira da Silva 87 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Segundo Uren e Alloway (2013), nos sedimentos os teores de Co são altamente variáveis, mas, como regra geral, são mais em solos com ganulometria mais finas, e menos variavel em solos com granulometria mais grossa como por exemplos arenitos. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 0 0 Tr-1 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 40 20 60 80 80 100 100 120 120 0 5 Tr-3 10 Co, mg/kg 20 40 15 6 8 10 20 Co, mg/kg <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 0 5 12 14 16 18 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 40 60 0 4 Tr-2 Co, mg/kg 20 2 10 15 20 0 Tr-4 20 Co, mg/kg 40 60 60 80 80 100 100 120 120 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.7. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cobalto, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.6 Cobre Na Figura 5.8 estão ilustrados os gráficos referentes à variabilidade do Cu nos quatro perfis. Verifica-se a partir da observação desses gráficos, que a forma como os teores estão variando são diferentes entre eles. De modo geral os gráficos mostram que os teores diminuem com o aumento da profundidade, mais especificamente na fração mais fina, onde foram observados também os maiores teores. Analisando a Figura 5.8, observa-se que a digestão com adição de HCl afeta significativamente a extração, considerando as frações estudadas. Considerando à fração mais fina, no perfil Tr-1, de antemão observa-se que as duas digestões apresentaram resultados diferentes. Para a digestão com HNO3 houve um aumento dos teores à proporção que a profundidade aumenta até o segundo nível amostral. A partir deste nível, os teores passam a diminuir. Já na digestão com HCl, os teores permaneceram praticamente invariáveis até o terceiro nível amostral, onde observa-se que a partir deste nível eles diminuíram. Este comportamento foi característico deste perfil, pois os demais não apresentaram aumento dos teores com o aumento da profundidade. Cosme Oliveira da Silva 88 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Nos perfis Tr-2 e Tr-3 ainda em relação a fração mais fina, a forma como os teores variaram, ocorre de forma parecida entre eles. Observa-se que os teores diminuem à medida que a profundidade aumenta. Este comportamento, porém ocorre até o terceiro nível amostral, sendo que a partir deste nível no perfil Tr-3, os teores não variaram, este fato foi observado para as duas digestões. Para a fração mais grossa, a forma como os teores variaram também foram diferentes entre os quatro perfis. No perfil Tr-1, as duas digestões apresentaram comportamentos distintos. Para a digestão com HNO3, até o segundo nível amostral os teores diminuíram e a partir deste ponto se mantiveram praticamente invariável. Já para a digestão com a mistura ácida HNO3/HCl, os teores aumentaram até o terceiro nível amostral, reduzindo consideravelmente a medida que a profundidade aumentava. Nos perfis Tr-2, Tr-3 e Tr-4, fazendo uma análise da fração mais grossa, na digestão somente com HNO3, não se observa uma variabilidade até o segundo nível amostral. No entanto, a partir deste ponto o comportamento para os três perfis passam a ser diferentes. No perfil Tr-2, os teores permanecem invariáveis até o terceiro nível, e a partir daí, diminuíram até a camada mais profunda. Já no perfil Tr-3 houve uma diminuição do segundo para o terceiro nível, onde a partir de então, aumentaram até a camada mais profunda. Já o perfil Tr4 apresenta um aumento dos teores a partir do segundo nível, onde observa-se ainda que os teores da camada mais profunda foram praticamente iguais aos do terceiro nível. Deste modo, nas duas frações a adição de HCl afeta a digestão. Verifica-se, porém, que na fração mais grossa, no perfil Tr-3 ocorreu um comportamento atípico aos demais perfis, pois, os teores com a adição de HCl se mantiveram até a camada mais profunda. No que se refere ainda a digestão com adição de HCl, na fração mais grossa, no perfil Tr-2, os teores diminuem até o segundo nível amostral, mantendo-se invariável até a camada mais profunda. Já para o perfil Tr-4 as duas digestões apresentam o mesmo padrão de variação, todavia a digestão com adição de HCl os teores apresentam-se mais elevados. De modo geral analisando os gráficos da Figura 5.8 e a Tabela 5.5 percebe-se que a fração mais fina apresentou uma variabilidade maior em relação à fração mais grossa, considerando a digestão com HNO3, pois a digestão com adição de HCl apresentou uma variabilidade menor do que as duas digestões na fração mais grossa. Contudo essas duas digestões apresentaram uma variabilidade menor do que a digestão com apenas HNO3 na fração mais fina. Segundo EMBRAPA (2002), o Cu apresenta baixa mobilidade no solo e pode variar em função de suas interações com outros elementos. Cosme Oliveira da Silva 89 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão A quantidade de matéria orgânica influencia na forma como o Cu se encontra. Quando o teor é baixo, a maior parte do Cu se encontra na fração residual associada à rede silicatada das argilas. Quando a concentração é alta, o Cu normalmente se associa aos sulfetos e a matéria orgânica (NASCIMENTO, 2008). Valadares (1975 apud MARTINS, 2005) determinou que os teores de Cu são em média de 8,7 mg/kg para solos derivados do arenito Bauru e 7,0 mg/kg para solos de sedimentos arenosos. A disponibilidade de íons metálicos na solução do solo depende de uma série de fatores, dentre eles o pH, em que a maior disponibilidade do Cu encontra-se na faixa de 5,0 a 6,5 (MARTINS, 2005). O pH do solo encontrava-se abaixo de 5,0 a partir da profundidade de 20 cm, com isso o Cu apresenta-se mais disponível nos perfis em que a faixa de pH está entre 5,0 e 6,5, ou seja, seus teores são maiores nesta faixa. 0 1 2 3 4 5 6 7 0 0 0 Tr-1 Cu, mg/kg 20 40 60 60 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 3 4 5 6 7 Cu, mg/kg 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 0 20 2 20 40 0 1 Tr-2 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 0 Tr-3 Tr-4 20 Cu, mg/kg 40 40 60 60 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 80 100 120 Cu, mg/kg <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.8. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cobre, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.7 Cromo Na Figura 5.9 estão ilustrados os teores do Cr, onde verifica-se que os maiores teores do foram observados na fração mais fina < 63 μm. Para a fração mais fina os quatro perfis apresentaram comportamentos semelhantes. À medida que a profundidade aumentou, os teores também apresentaram elevações. No entanto, no intervalo entre 40 cm e 80 cm, ou seja, entre o segundo e terceiro nível amostral os teores Cosme Oliveira da Silva 90 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão permaneceram praticamente invariáveis, apresentando, posteriormente, um decréscimo. Essa redução está mais evidenciado nos perfis Tr-1 e Tr-2. Destaca-se que tal comportamento é observado para as duas digestões, porém, com mais ênfase na fração mais fina. A fração mais grossa apresentou o mesmo comportamento da fração mais fina, porém com os teores menores, isso faz com que a dispersão das linhas mostradas nos gráficos seja menor. Embora as linhas que representam a variabilidade vertical dos teores mostrados nos gráficos da Figura 5.9, apresentem uma dispersão maior na fração mais fina em relação à fração mais grossa, não houve uma variabilidade maior na fração mais fina, conforme mostra o CV na Tabela 5.5. Os gráficos da Figura 5.9, mostram ainda que a adição de HCl a digestão, provoca uma aumento dos teores nas duas frações. Solos com fração mais grossa contêm uma maior proporção de Cr total na fração orgânica mais biodisponivel. Mais de 70 % do Cr nos solos pode esta associado à fração residual principalmente nos minerais pesados cromita e magnetita cromífera, bem como a estrutura aluminosilicata das argilas (GARLIPP, 2006). Segundo Azevedo e Chasin (2003), na maioria dos solos o Cr é encontrado em concentrações que variam de 2 a 60 mg/kg dependendo do tipo de solo. Como pode ser visualizado na Figura 5.9 mostra que os teores deste elemento, encontram-se nesta faixa. 5 10 15 20 25 30 35 0 5 0 Tr-1 Cr, mg/kg 20 20 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 40 60 80 100 120 120 10 15 20 Tr-3 Cr, mg/kg 40 60 20 25 20 25 30 35 Cr, mg/kg 60 80 5 15 40 100 0 10 Tr-2 30 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 35 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 5 10 15 0 20 40 Tr-4 Cr, mg/kg 20 25 30 35 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 80 80 100 100 120 120 Figura 5.9. Variação dos teores nos quatro perfis, para o cromo, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. Cosme Oliveira da Silva 91 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 5.3.8 Ferro Para o Fe conforme ilustrado a Figura 5.10, os quatro perfis apresentaram uma semelhança. Porém, essa semelhança ocorre entre os perfis Tr-1 e Tr-2, e entre Tr-3 e Tr-4. No entanto, para esses dois últimos, essa semelhança não foi tão enfática quanto nos dois primeiros. Considerando a fração mais fina os perfis Tr-1 e Tr-2 apresentaram o mesmo padrão de variação. À medida em que a profundidade aumenta, os teores de Fe também aumentam. No entanto, esse aumento só é observado, até o terceiro nível amostral. Após este ponto os teores apresentam um decréscimo face ao aumento da profundidade. Essa tendência também é verificada nos perfis Tr-3 e Tr-4, com pequenas divergências no comportamento. Enquanto no perfil Tr-3, os teores não variaram tanto, a partir do segundo nível amostral, já no perfil Tr-4 houve uma variação até o terceiro nível e a partir de então, um leve decréscimo até a camada mais profunda. Esse comportamento é atrelado às duas digestões, sendo que a adição de HCl, não afeta significativamente a extração, pois, como observa-se na Figura 5.10 as linhas que representam as duas digestões estão bem próximas uma da outra. A fração mais grossa apresentou uma variação menor, quando comparado a fração mais fina. Os teores da fração mais grossa também tendem a aumentar com o aumento da profundidade. Verifica-se ainda que a adição de HCl não afeta significativamente a digestão tanto na fração grossa como na mais fina. As linhas que representam a variabilidade vertical se mostraram mais dispersas na fração mais fina. Porém a Tabela 5.5 mostra que não foi verificada uma fração mais heterogênea do que a outra. Os maiores teores do Fe foram verificados na fração mais fina, mais precisamente entre o segundo e terceiro nível amostral, com exceção do perfil Tr-3, em que os maiores teores foram encontrados na camada mais profunda. Como forma de validar os gráficos a Figura 5.10 mostra que do segundo para o terceiro nível, percebe-se uma coloração mais escura, atestando uma concentração maior de Fe. Cosme Oliveira da Silva 92 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 0 5000 10000 15000 20000 Capítulo V: Resultados e Discussão 25000 0 0 Tr-1 Fe, mg/kg 20 40 80 120 10000 15000 20000 25000 0 Fe, mg/kg 20 40 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 80 5000 0 20 25000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 80 100 5000 20000 Fe, mg/kg 60 120 Tr-3 15000 40 100 0 10000 Tr-2 20 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 0 5000 0 Tr-4 40 Fe, mg/kg 10000 15000 20000 25000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 80 100 100 120 120 Figura 5.10. Variação dos teores nos quatro perfis, para o ferro, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.9 Fósforo Na Figura 5.11 observa-se que a variabilidade dos teores do P é semelhante nos quatro perfis. A fração mais fina apresentou teores bem maiores em relação à fração grossa. Ainda nesta fração, observa-se que os teores deste elemento, apresentam uma tendência de aumento com o aumento da profundidade, até o segundo nível amostral, sendo que a partir deste nível, os teores passam a decrescer com a elevação da profundidade. Este fato é observado com maior ênfase nos perfis, Tr-1, Tr-2 e Tr-4, não só na digestão com HNO3, como também na digestão com a mistura ácida HNO3/HCl. Observa-se ainda que a adição de HCl não afeta significativamente a extração, pois os teores nas duas digestões apresentam valores bem próximos. Na fração mais grossa a variabilidade foi menos acentuada, ou seja, os teores estão mais próximos quando passa de um de um nível amostral para outro. Contudo no perfil Tr-1, observa-se que a variabilidade dos teores até o segundo nível amostral, foi mais acentuada, ou seja, a distância dos teores é maior para este perfil. No perfil Tr-4 verifica-se ainda que, na fração mais grossa os teores na digestão com adição de HCl foram bem maiores em relação a digestão com HNO3. Neste mesmo perfil Cosme Oliveira da Silva 93 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão observa-se ainda que dentre os três perfis, este foi o que mais variou, ou seja, os teores mudaram bastante de um nível amostral para outro. Silveira, Araújo e Sampaio (2006), estudando a distribuição de P em diferentes ordens de solo do semiárido da Paraíba e de Pernambuco diagnosticaram que de forma geral, os solos apresentaram teores de P relativamente altos. Estes resultados estão de acordo com aqueles encontrados neste trabalho, estes valores baixos podem estar relacionado com a grande fixação de P em latossolos devido à grande presença de óxidos de ferro. 0 50 100 150 200 0 0 0 Tr-1 P, mg/kg 20 40 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 80 120 120 100 150 200 -30 20 70 120 170 220 0 Tr-3 Tr-4 P, mg/kg 20 200 80 100 50 150 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 100 0 100 P, mg/kg 20 40 0 50 Tr-2 20 40 40 60 60 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 P, mg/kg <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 80 100 120 Figura 5.11. Variação dos teores nos quatro perfis, para o fósforo, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.10 Magnésio O Mg apresentou dois comportamentos distintos em relação às duas frações, com teores maiores para a fração mais fina. Na fração < 180 > 63 μm os teores praticamente não variaram. Já na fração mais fina < 63 μm, os teores diminuíram com o aumento da profundidade. Porém, no perfil Tr-1, observase que, do primeiro para o segundo nível amostral, houve um aumento dos teores. A partir da profundidade de 40 cm, passaram a diminuir a proporção em que a profundidade aumentava. Observa-se ainda uma leve influência no aumento dos teores com a adição de HCl, nas duas frações. Cosme Oliveira da Silva 94 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 200 400 600 800 1000 1200 Capítulo V: Resultados e Discussão 1400 0 200 0 Tr-1 Mg, mg/kg 20 20 40 40 60 60 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 200 0 400 600 Tr-3 20 40 60 800 1000 1200 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Mg, mg/kg 400 600 Tr-2 800 1200 1400 Mg, mg/kg 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 1400 1000 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 Mg, mg/kg 20 40 60 80 80 100 100 120 120 Tr-4 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.12. Variação dos teores nos quatro perfis, para o magnésio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.11 Manganês Para o Mn a maior variabilidade foi verificada na fração mais fina, foi observado ainda, que nesta fração os teores são maiores em relação à fração mais grossa. A Figura 5.13 mostra também que não houve influência da adição de HCl, nas duas frações, pois as linhas que representam a digestão somente com HNO3 e com a adição de HCl, estão praticamente sobrepostas. Fazendo uma análise dos gráficos que consta a variabilidade dos teores na fração mais fina, percebe-se que os perfis Tr-2 e Tr-4 apresentam o mesmo comportamento, com os teores aumentando até o segundo nível amostral, e decaindo ao passo que a profundidade aumentou. Todavia, esta redução entre o segundo e terceiro nível amostral, não é tão significativa, principalmente no perfil Tr-2, em que os teores praticamente não se alteram, conforme ilustra a Figura 5.13. Para este perfil, as linhas do gráfico se mantêm praticamente constantes. Contudo, no terceiro nível amostral percebe-se um decaimento abrupto nestes dois perfis. Observa-se ainda que os teores na camada superficial são bem próximos aqueles da camada mais profunda. Ainda nesta mesma fração os perfis Tr-1 e Tr-3 mostram uma tendência em se comportarem da mesma forma. No perfil Tr-1, os teores do Mn aumentaram consideravelmente até o terceiro nível amostral, decaindo após este ponto. Já no perfil Tr-3 os Cosme Oliveira da Silva 95 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão teores diminuíram do primeiro para o segundo nível e aumentou do segundo para o terceiro, seguindo até a camada mais profunda, os teores diminuíram com o aumento da profundidade. Observa-se que o Mn apresentou uma variação em relação à profundidade, esse comportamento foi verificado em todos os perfis. Para a fração mais grossa < 180 > 63 μm a variabilidade dos teores com o aumento da profundidade, foi bem menor em relação à fração mais fina. A Figura 5.13 mostra que a maior variabilidade para esta fração foi observada nos perfis Tr-1 e Tr-4, onde os teores aumentaram até o terceiro nível amostral e diminuíram do terceiro para o quatro nível. Segundo Soares (2008), Todo o Mn do solo vem praticamente de materiais que deram origem os silicatos ferromagnesianos (olivina, piroxênio, anfibólio, biotita, clorita, serpentina) ricos em manganês (em geral 2.000 – 3.000 mg/kg). Outros silicatos como a muscovita, feldspato – k, feldspato – Ca, quartzo possuem entre 200 e 1006 mg/kg. Não silicatos (magnetita, ilmenita, sifeno, cromita) tem 700 – 4.000 mg/kg. Segundo Norvell (1988 apud SOARES, 2008), a disponibilidade de Mn é em função do pH, possivelmente o fator mais importante em condições de óxi-redução, microorganismos e exudados de raízes. Assim como Al e Fe, o Mn é um dos principais constituintes do solo. Provenientes dos processos de origem natural, a presença desses elementos, funciona como um importante suporte geoquímico para os elementos menores (NASCIMENTO, 2003). 0 200 400 600 800 1000 0 0 0 20 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Tr-1 40 20 60 80 80 100 100 120 120 0 20 200 Tr-3 400 600 800 400 600 800 1000 Mn, mg/kg 40 60 0 200 Tr-2 Mn, mg/kg 1000 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 0 200 400 600 800 1000 0 Mn, mg/kg 40 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Tr-4 Mn, mg/kg 20 40 60 60 80 80 100 100 120 120 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.13. Variação dos teores nos quatro perfis, para o manganês, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. Cosme Oliveira da Silva 96 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 5.3.12 Níquel O Ni apresentou uma variação nos quatros perfis. Relacionando as duas digestões HNO3 e HNO3/HCl, observa-se que com a adição de HCl os teores aumentaram. Esse aumento foi observado nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. Porém, nos perfis Tr-1 e Tr-2, este aumento ocorreu de forma desordenada, isto é, não seguiram o mesmo padrão de variação da outra digestão. No perfil Tr-1, observa-se que os teores mudam bastante de um nível para outro. Constata-se ainda que à medida que a profundidade aumenta os teores aumentam até no segundo nível amostral, no qual, não apresenta uma oscilação dos teores no intervalo de 40 a 80 cm, ou seja, no terceiro nível amostral. Contudo do terceiro para o quarto nível, houve um decréscimo dos teores. Esse mesmo padrão de variabilidade foi observado também para a digestão com HCl, entretanto os teores nesta digestão foram maiores. No perfil Tr-2 ainda em relação a fração mais fina, observa-se que os teores praticamente não variaram até o terceiro nível amostral. Porém, a partir deste nível houve um decréscimo no que se refere à digestão com HNO3. Para a digestão com HCl neste mesmo perfil, os teores variaram de forma diferente, ou seja, os teores aumentaram até o terceiro nível e diminuíram com o aumento da profundidade até a camada mais profunda. No perfil Tr-3 nessa mesma fração, as duas digestões apresentaram comportamentos distintos, ou seja, para a digestão com HNO3de modo geral, à medida que a profundidade aumenta os teores diminuíram. Já para a digestão com HCl os teores aumentaram ao passo que a profundidade também aumentou. No perfil Tr-4 para a digestão com HNO3, os teores praticamente não variaram. Já na digestão com HCl, os teores aumentaram até o terceiro nível amostral de forma bem significativa e a partir deste ponto, apresentaram um decréscimo até a camada mais profunda. Na fração mais grossa as variabilidades mais significativas foram observadas no perfil Tr-1 e Tr-2, ambas na digestão com a adição de HCl. No perfil Tr-4, os teores da fração mais grossa se apresentaram bastante homogêneos de um nível amostral para outro. Esse fato foi observado nas duas digestões. Fadigas et al. (2006), concluiu que os valores médios para Ni em latossolos são de 15,3 mg/kg, o autor concluiu também que as maiores concentrações para esse tipo de solo está em torno de 35 mg/kg, e as menores encontradas foram 5 mg/kg, considerados teores normais, segundo o mesmo autor os teores mais altos estão associados aos altos teores de Mn e Fe, bem como teores altos de argila. Comparando este elemento as Figuras 5.9 e 5.12, concluímos que Cosme Oliveira da Silva 97 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão o comportamento para a variabilidade dos teores com a profundidade é semelhante para os três elementos, afirmando assim o que relata a literatura. 4 8 12 16 0 Tr-1 20 Ni, mg/kg 40 20 24 28 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 4 0 80 80 100 100 120 120 8 12 16 Tr-3 20 40 Ni, mg/kg 20 24 28 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 16 4 8 12 20 24 28 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 40 60 4 12 Ni, mg/kg 20 60 0 8 Tr-2 16 20 24 28 0 Tr-4 20 Ni, mg/kg 40 60 60 80 80 100 100 120 120 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.14. Variação dos teores nos quatro perfis, para o níquel, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.13 Potássio A Figura 5.15 mostra que os teores do K variaram nos quatro perfis, sendo este fenômeno mais expressivo para a fração mais fina. Nela os teores do K apresentaram uma tendência de diminuir com o aumento da profundidade. Porém, no perfil Tr-1, houve um aumento do teor nesse perfil até o segundo nível amostral. Neste mesmo nível os teores passaram a diminuir até a camada mais profunda. Em síntese, os quatro perfis apresentaram comportamentos semelhantes. A variabilidade na fração mais grossa foi tão significativa quanto na fração fina. É possível perceber que, os teores nesta fração apresentam picos. Porém, os teores da camada superficial são próximos daqueles presentes na camada mais profunda. Quando comparados as duas digestões verifica-se que a adição de HCl afeta os teores, aumentando-os. O solo é naturalmente rico em K. Solos argilosos contêm mais minerais e tendem a ter elevados teores deste elemento. Cosme Oliveira da Silva 98 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Capítulo V: Resultados e Discussão 1600 1800 0 0 0 K, mg/kg Tr-1 20 60 100 120 120 200 400 600 20 K, mg/kg 40 800 1000 1200 1400 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 1000 1200 1400 1600 1800 1600 1800 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl K, mg/kg 100 Tr-3 800 60 80 0 600 40 80 0 400 20 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 40 200 Tr-2 1600 1800 0 200 0 Tr-4 20 40 60 60 80 80 100 100 120 120 K, mg/kg 400 600 800 1000 1200 1400 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.15. Variação dos teores nos quatro perfis, para o potássio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.14 Sódio O Na mostrou-se bastante variável não só em se tratando dos teores em relação à profundidade como também de um perfil para outro. No perfil Tr-1, a fração mais fina, no que se refere as duas digestões, observa-se um comportamento atípico aos demais elementos, pois os teores com a adição de HCl foram menores em relação a digestão com HNO3. Observa-se ainda que os teores aumentaram e diminuíram no decorrer da profundidade, este fato foi observado nas duas digestões. No perfil Tr-2 ainda na fração mais fina, as duas digestões apresentaram comportamentos distintos, pois na digestão sem adição de HCl, à medida que a profundidade aumentou, os teores diminuíram até o terceiro nível, ao qual, os teores voltaram a aumentar até a camada mais profunda. Já na digestão com a adição de HCl os teores aumentaram com o aumento da profundidade. No perfil Tr-3 foi observado o mesmo comportamento do perfil Tr-2, porém com maior intensidade, ou seja a diferença de teores entre um nível amostral e outro é maior neste perfil. No perfil Tr-4 as duas digestões também apresentaram comportamentos distintos. Para a digestão com HNO3, os teores aumentaram até o terceiro nível amostral, e diminuíram até a camada mais profunda. Já a digestão com a adição de HCl, os teores ora diminuíram ora Cosme Oliveira da Silva 99 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão aumentaram no decorrer da profundidade. Porém a variabilidade para esta digestão foi menor, sendo, a distância entre os teores de um nível amostral para o outro menor entre elas. Na fração mais grossa, os teores também variaram. Nos perfis Tr-1 e Tr-3 observa-se uma tendência de aumento dos teores com aumento da profundidade. Este fato pode ser observado nas duas digestões, com exceção do perfil Tr-3 onde, na digestão com adição de HCl os teores diminuíram com a profundidade, pelo menos até o terceiro nível, onde apresenta a partir deste ponto, um aumento. No perfil Tr-2 referente ainda a fração mais grossa para a digestão com HCl, os teores do primeiro para o terceiro nível amostral, apresentaram um decaimento muito grande, ou seja, os teores estão bem distantes. Já na digestão com adição de HCl a variabilidade foi bem menor. No perfil Tr-4 as duas digestões apresentaram o mesmo comportamento no que tange à fração grossa. Observa-se que os teores aumentaram com o aumento da profundidade. Fato este não identificado a partir do terceiro nível amostral, em que os teores diminuíram. 300 350 400 450 500 550 600 650 700 0 300 0 Tr-1 Na, mg/kg 20 20 40 40 60 60 80 120 300 20 40 60 400 450 500 550 600 650 700 Na, mg/kg <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 0 350 Tr-2 350 Tr-3 400 450 500 550 600 650 100 120 700 300 350 400 450 500 550 600 650 700 0 Na, mg/kg <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Tr-4 20 40 60 80 80 100 100 120 120 Na, mg/kg <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl Figura 5.16. Variação dos teores nos quatro perfis, para o sódio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. 5.3.15 Vanádio A variabilidade do V foi observada tanto na fração fina, quanto na fração mais grossa, ou seja, os teores entre um nível amostral e outro apresentam um distância mais significativa. Cosme Oliveira da Silva 100 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão Contudo a variação dos teores foi constatada nas duas frações, onde os teores da fração mais fina são maiores. Na fração mais fina em todos os perfis, os teores aumentam com o aumento da profundidade, para as duas digestões. Porém, nos perfis Tr-1 e Tr-2, esse aumento ocorre até o terceiro nível, a partir do qual, ocorre uma diminuição até a camada mais profunda. Este mesmo padrão de variação também foi verificado na fração mais grossa, ou seja, os perfis Tr-1 e Tr-2 assemelham-se entre si, ao passo que os perfis Tr-3 e Tr-4 também assemelham-se entre si. Contudo nesta fração, no perfil Tr-1 na digestão com adição de HCl os teores diminuem do primeiro para o segundo nível, e aumentam até o terceiro, permanecendo inalterado até a camada mais profunda. Comparando as duas digestões, observa-se que a adição de HCl não melhora significativamente a extração, principalmente na fração mais grossa. Porém verifica-se que na fração mais fina, as linhas que representam as digestões estão um pouco dispersas uma da outra. No entanto, esse fato não ocorre em todos os perfis, assim como também não ocorre em todos os níveis amostrais. Essa dispersão entre as linhas pode ser entendida como sendo um ruído analítico. Observando as Figuras 5.9 e 5.17, é possível perceber que o Cr e o V apresentam uma semelhança nos perfis, não só na forma como varia com o decorrer da profundidade, mas também em seus teores. Essa mesma característica aplica-se as duas frações. 0 10 20 30 0 20 40 50 60 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl V, mg/kg Tr-1 40 0 0 80 80 100 100 120 120 10 20 30 40 50 60 40 60 60 100 10 20 Tr-4 40 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 120 50 60 50 60 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 0 20 Tr-3 40 V, mg/kg 0 V, mg/kg 20 30 40 60 0 20 20 60 0 10 Tr-2 V, mg/kg 30 40 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 80 100 120 Figura 5.17. Variação dos teores nos quatro perfis, para o vanádio, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. Cosme Oliveira da Silva 101 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão 5.3.16 Zinco Conforme mostra a Figura 5.18 o Zn mostrou-se bastante variável nos quatro perfis, ou seja, de um nível amostral para outro, os teores variaram bastante. Além disso, de um perfil para o outro, a forma como os teores variaram são diferentes nas duas frações. Comparando as duas frações observa-se que a adição de HCl afeta significativamente a digestão. No perfil Tr-1 na fração mais fina houve um aumento dos teores até a profundidade em torno de 40 cm, ou seja, até o segundo nível amostral mantendo-se constante até a profundidade 80 cm, onde situa-se o terceiro nível, com o aumento da profundidade houve um decréscimo dos teores. Esse mesmo comportamento foi verificado para as duas digestões. Ainda na fração mais fina, os teores do Zn no perfil Tr-2, diferentemente do Tr-,1 apresentaram uma tendência de diminuição com o aumento da profundidade. Esse comportamento foi observado nas duas frações. Porém, a oscilação dos teores foi bem menor em relação ao perfil Tr-1. Foi verificado ainda que neste mesmo perfil Tr-2, na digestão com a adição de HCl, os teores aumentaram até o segundo nível amostral, mas diminuíram a partir deste nível. Ainda em uma análise da fração mais fina, os perfis Tr-3 e Tr-4 comportaram-se da mesma forma que Tr-2, principalmente da digestão sem adição de HCl. Observa-se ainda que a digestão com adição de HCl, apresentam um tendência de aumento com a profundidade. Na fração mais grossa os teores não mudaram tanto de um nível para outro. Todos os perfis apresentam uma tendência de aumento dos teores com o aumento da profundidade. No entanto, no perfil Tr-4 na digestão com HCl os teores apresentam uma tendência em aumentar com a profundidade. Segundo Garlipp (2006), a maior parte do Zn encontra-se na fração residual, o que torna não biodisponivel. O Zn residual geralmente está associado à rede cristalina das argilas e a uma variabilidade de minerais pesados, incluindo cromita, ilmenita e magnetita. A redução do teor de Zn com o aumento da profundidade está relacionado com a diminuição do pH, no perfil. Para Fraige, Crespilho, Rezende (2007), o Zn pode existir no solo na forma de minerais primários ou íons Zn2+ adsorvidos às partículas mais finas, sendo esta última à forma disponível para as plantas. O aumento do pH ou a presença de ânions que levam esse elemento a precipitar e podem reduzir sua disponibilidade para as plantas no solo. Como o pH na camada superficial do solo era maior, os teores Zn também eram maiores. Cosme Oliveira da Silva 102 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão (FRANZLUEBBERS; HANS, 1996 apud OLIVEIRA et. al., 2001) concluíram que as maiores acumulações de Zn a 10 cm ocorrem devido à acumulação de matéria orgânica, principal fonte deste nutriente nesta camada do solo, e às menores concentrações de Fe, devido ao antagonismo entre as altas concentrações de Mg, Zn e Cu com o Fe. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0 0 Tr-1 20 20 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 60 100 100 120 120 20 5 10 15 20 25 30 35 40 30 35 40 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 0 5 10 Tr-4 15 20 25 30 35 40 Zn, mg/kg 20 40 40 60 60 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 25 0 Tr-3 Zn, mg/kg 80 20 60 80 0 15 40 80 0 10 Zn, mg/kg Zn, mg/kg 40 5 Tr-2 120 80 <63 μm HNO3 <63 μm HNO3/HCl <180> 63 μm HNO3 <180> 63 μm HNO3/HCl 100 120 Figura 5.18. Variação dos teores nos quatro perfis, para o zinco, utilizando as digestões HNO3 e a mistura ácida HNO3/HCl nas duas frações < 63 μm e < 180 > 63 μm. O segmento amostral 0-20 cm é geralmente admitido como sendo o mais influenciado por atividades antrópicas e atmosféricas, enquanto os mais profundos refletem principalmente a natureza do material subjacente (MONTAGNON et al., 2008). Segundo a literatura, quanto mais fina a textura do solo, maior a probabilidade de maiores concentrações de metais nele ser encontrado, ou seja, maiores informações sobre os metais podem ser expressas. Estudos realizados por diversos autores mostraram que frações com diâmetro inferior a 63 μm têm maior tendência de adsorver metais devido à maior razão área superficial/tamanho do grão. Dentre as frações estudadas os maiores teores foram observados na fração mais fina < 63. Observa-se ainda que os elementos que apresentaram as maiores variabilidades também foram verificados nesta fração. De modo geral observa-se que grande parte dos elementos apresentou comportamento bem variável. Os teores mudam bastante no decorrer da profundidade, principalmente na Cosme Oliveira da Silva 103 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Capítulo V: Resultados e Discussão fração mais fina, como por exemplo, os elementos Al, Ca, Pb, Co e Cu. Esta variabilidade refere-se ao fato de que os teores variaram com o decorrer da profundidade. Verifica-se ainda que parte dos elementos tiveram seus teores afetados com a adição de HCl, como foi o caso dos elementos Al, Cr, Cu, K, Na, Ni, P, e Zn. Complementarmente a forma como ocorreu à variabilidade dos teores no decorrer da profundidade é comum a alguns elementos. Tendo como referência a fração mais fina, os teores dos elementos Al, Co, Cr, Fe, Mn, Ni, Pb e V, variaram seguindo o mesmo padrão, sendo que todos apresentaram uma tendência em aumentar os teores com o aumento da profundidade. Os elementos Al, Pb, Cr, Fe e V mostram uma grande semelhança nos quatro perfis, na forma como os teores variam. Este fato pode ser observado não só na fração mais fina como também na fração mais grosa, bem como nas duas digestões. Os elementos Ca, Cu, Cr, P, Mg e K também apresentaram uma semelhança na forma de variação dos teores. Observando os gráficos desses elementos, descrito nas Figuras 5.5, 5.8, 5.9, 5.11, 5.12 e 5.15 respectivamente, verifica-se uma tendência de diminuição dos teores à medida que a profundidade aumenta. O Ca e o Mg quando comparados na fração mais fina, apresentaram uma semelhança na forma como os teores variaram, principalmente nos perfis Tr-2, e Tr-3, onde essa semelhança pode ser notada facilmente, conforme mostra a Figura 5.5 e 5.12. Para a fração mais grossa a semelhança foi verificada nos quatro perfis. O Cr e o P como podem ser verificados nas Figuras 5.9 e 5.11, apresentaram-se semelhantes na forma como ocorre à variação tanto na profundidade quanto nos perfis. Cosme Oliveira da Silva 104 CAPÍTULO VI: Conclusão Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Referências Bibliográficas 6 Conclusões 6.1 Conclusões O método de digestão por micro-ondas proporcionou uma interpretação adequada dos elementos químicos estudados. Porém, diversos cuidados devem ser tomados para que a digestão se realize com sucesso nesses sistemas. Torna-se necessário, por exemplo, a correta homogeneização da amostra, bem como seu manuseio não só das amostras, como também os frascos em que são feitas as digestões. De todo modo essa metodologia é incomparavelmente mais confiável em relação aos métodos convencionais de digestão, não só pelo fato de ser um processo mecanizado, onde os erros são minimizados, como também pela rapidez como é realizado. Os testes de exatidão apresentaram resultados satisfatórios, uma vez que, os elementos de interesse apresentaram resultados eficientes em pelo menos um material de referência, ou seja, os valores obtidos foram próximos aos dos materiais certificados. Porém, o manuseio das amostras ou até mesmo ruídos analíticos ocasionaram em algumas amostras desvios acima do esperado. Como as amostras foram dosadas em um laboratório comercial, não temos como avaliar o procedimento adotado pelo mesmo. Os testes de precisão também apresentaram resultados satisfatórios, uma vez que as digestões realizadas em duplicatas apresentaram valores coerentes, sendo observados baixos desvios. No que se referem às duas digestões, alguns elementos apresentaram uma diferença significativa nos teores, onde na maioria das vezes, os maiores teores foram obtidos na digestão com adição de HCl. Esse comportamento foi observado nas duas frações. Comportamento como esse já era de se esperar, pois de acordo com o método US EPA 3051A (2007), a adição de HCl aumenta o limite de detecção de alguns elementos. Todavia, em alguns casos a adição de HCl proporciona uma extração maior devido a forma como encontrase a fração mineralógica na amostra a exemplo desse acontecimento pode-se citar o Al. A maioria dos elementos apresentou uma variabilidade média, sendo mais variáveis de um nível amostral para outro, como por exemplo, os elementos: Al, Ca, Co, Cu, Fe, Mg, Mn e V, principalmente na fração mais fina. Porém, apresentaram comportamentos semelhantes de um perfil para outro. Conclui-se então que os teores desses elementos não mudam de um ponto para outro, mas sim à medida que a profundidade aumenta. Cosme Oliveira da Silva 106 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Referências Bibliográficas As duas frações apresentaram resultados distintos uma vez que, os maiores teores foram observados na fração mais fina, ou seja, nesta fração os elementos apresentam-se mais biodisponíveis. A fração mais grossa apresentou uma variabilidade menor, em relação à fração mais fina, ou seja, na classificação de variabilidade, foi verificada variabilidade baixa para a maioria dos elementos, com destaque maior para a digestão com HNO3, com exceção dos elementos Al, Pb, Fe, K, Mn, que apresentaram uma variabilidade média. Observou-se também que dentre os elementos estudados, apenas o V apresentou uma variabilidade alta. A variação de elementos químicos no solo está intimamente ligado a variação de pH. No presente estudo foi verificado que o pH da área de estudo é ácido. Com isso alguns elementos apresentam-se mais disponíveis, como o Fe por exemplo. Verifica-se ainda que a acidez tende a aumentar com o aumento da profundidade. Os elementos de forma geral foram agrupados em três grandes grupos. Os que apresentaram aumento dos teores à medida que a profundidade aumenta. Neste grupo enquadram-se os elementos Al, Co, Ni, Pb e V. Os que apresentam diminuição dos teores ao passo que a profundidade aumenta, onde foram verificados os elementos Ca, Cu, Mg, K e Zn. E os que não se enquadram em nenhum desses dois perfis, por apresentaram variações diferentes entre os quatro perfis, ou seja, ora aumenta ora diminui com o aumento da profundidade. Os elementos que se enquadram neste grupo foram Cr, Fe, P, Mn e Na. Dentre esses elementos, pode-se ainda separar em subgrupos dos elementos que apresentaram semelhanças entre si. Os elementos com tendência de aumento dos teores com a profundidade, Al e Pb por exemplo, apresentaram uma semelhança significativa na forma como os teores variaram, assim como o Cr e Fe, que também apresentaram semelhanças entre si. Elementos com tendência de diminuição dos teores com o aumento da profundidade foram verificados o Ca e Mg. Elementos que não se enquadram neste padrão, por apresentaram variações diferentes entre perfis, foram observados o Ni e Na. Os elementos de modo geral apresentam variações semelhantes. Essas formas de variações são devidas a forma como os elementos estão agrupados em um determinado mineral. Conclui-se dessa forma que no decorrer da profundidade as amostras com fração granulometria mais fina, apresentou uma variabilidade maior, enquanto que as amostras com fração granulometria mais grossa apresentou uma menor variação. Cosme Oliveira da Silva 107 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Referências Bibliográficas 6.2 Recomendações Dos estudos realizados e dos resultados obtidos algumas recomendações são sugeridas para acrescentar ao tema da pesquisa e aos trabalhos no futuro, que seguem: Avaliar a variabilidade dos elementos com a CTC do solo. Aprofundar a relação entre pH e mobilidade dos metais em solos. Cosme Oliveira da Silva 108 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Cosme Oliveira da Silva 109 Dissertação de Mestrado PPGCEP - UFRN Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas ABU-SAMRA, A.; MORRIS, J.S.; KOIRTYOHANN, S. R. Wet ashing of some biological samples in a microwave oven. Analitical Chemistry. v. 47, n. 8, p.1475-1477, 1975. AGUIAR, J. E. Comparação de metodologia para caracterização da geoquímica de metais traços em sedimentos da plataforma continental do Ceará. 2007. 114 f. 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