AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO FILARIAL POR

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AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO FILARIAL POR Wuchereria bancrofti COM O TESTE
DO CARTÃO ICT NA POPULAÇÃO DE UM BAIRRO DO DISTRITO SANITÁRIO
II NO MUNICÍPIO DE OLINDA/ PE.
NATÁLIA MARQUES PEREIRA DE OLIVEIRA
SCHIRLEY CRISTINA ALMEIDA PEREIRA
RESUMO
A filariose linfática, causada pela Wuchereria bancrofti, é uma doença negligenciada, de
caráter debilitante, que acomete cerca de 120 milhões de pessoas em todo mundo. No Brasil,
estima-se em três milhões a população que vive em áreas com risco de contrair a parasitose e
em 49 milhões o número de infectados. Atualmente, admite-se que em nosso país esteja
ocorrendo à transmissão de doença apenas na região metropolitana do Recife incluindo o
município de Olinda. O presente estudo foi realizado objetivando avaliar a prevalência da
infecção filarial com o teste rápido do cartão ICT na população residente em um bairro do
Distrito Sanitário II do município de Olinda-PE. Trata-se de um estudo do tipo descritivo,
exploratório com abordagem quantitativa. A amostra foi composta de 250 pessoas, de ambos
os sexos, e todas as faixas etárias, sendo estas escolhidas de forma aleatória por conveniência,
estas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido para participarem da pesquisa.
A esta população foi submetido um questionário, realização do exame e leitura do cartão ICT.
O exame foi realizado por técnicos treinados na USF Rio Doce V Etapa e Policlínicas II e IV
etapa. Verificou-se a existência da negatividade de infecção filarial em todas as 250 pessoas
examinadas. Os dados obtidos a partir deste estudo contribuíram com a vigilância da filariose
linfática no município de Olinda, uma vez que o bairro não pertence a área de alta
transmissão, assim como os outros bairros do Distrito Sanitário II, necessitando de avaliação
com testes mais sensíveis do que o exame da gota espessa utilizado de rotina. Esses resultados
reafirmam a condição do município de verificação da quebra da transmissão, estando em
acordo com o que determina a OMS na adoção do Plano Global de Eliminação da Filariose
Linfática (PGEFL).
Palavras-chave: Filariose linfática. Teste do cartão ICT. Wuchereria bancrofti.
ABSTRACT
Lymphatic filariasis, caused by Wuchereria bancrofti, is a neglected, debilitating disease,
which affects about 120 million people around the world. In Brazil, it is estimated that three
million people live in areas with risk of getting parasitosis and that forty-nine million people
are infected. Nowadays, it is accepted that in our country the illness transmission only
happens in the Metropolitan Region of Recife, including the city of Olinda. This research
intends to evaluate the prevalence of filarial infection among the population of the Distrito
Sanitário II, in Olinda-PE, by carrying out quick tests with the ICT card. It is a descriptive,
exploratory study, with a quantitative approach. The project sample was composed by 250
people, both genders and all ages, who were chosen randomly by convenience and who
signed the Free Consent Term. They were submitted to a survey, healthy examinations and
the ICT card reading. The examinations were executed by trained technicians at “USF Rio
Doce V Etapa” and “Policlínicas II e IV Etapas”. No filarial infection was detected in all the
250 people. The data acquired after this study contributed to the vigilance of Lymphatic
filariasis in Olinda, once the neighborhood does not belong to the high transmission area, just
like the other neighborhoods of Distrito Sanitário II. It was necessary an evaluation using tests
that were more sensitive than the thick droplet examination. These results reaffirmed the
city’s condition to verify that the transmission stopped, agreeing with OMS resolutions on the
Global Plan to Eliminate Lymphatic filariasis (GPELF).
Keywords: Lymphatic filariasis. ICT Card Test. Wuchereria bancrofti.
INTRODUÇÃO
Filariose linfática é uma doença causada por um nematódeo da espécie
Wuchereria bancrofti, que vive nos vasos linfáticos dos indivíduos infectados, apresentando
diversas manifestações clínicas. A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se com
febre recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, quadros urticariformes, pericardites,
cefaléia, linfadenite e linfagite retrógrada. A fase crônica da doença está relacionada à
hidrocele, quilúria e elefantíase de membros, mamas e órgãos genitais (BRASIL, 2010).
Nos 81 países endêmicos, cerca de 120 milhões de indivíduos estão infectados e
1,34 bilhões vivem sob o risco de adquirir a infecção por esse helminto (OMS). Nas
Américas, esta parasitose está presente em quatro países: Brasil, Guiana, Haiti e República
Dominicana. De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem
nas Américas 82,4 mil casos de filariose e 1,34 milhões de indivíduos sob-risco de adquirir
esta infecção parasitária (OMS, 2010).
A Organização Mundial da Saúde, em assembleia ocorrida em 1997, conclamou a
adoção do Plano Global de Eliminação da Filariose Linfática (PGEFL) que tem como meta a
eliminação da filariose linfática em todo o mundo até 2020, por meio de utilização da
estratégia de tratamento em massa da população doente e não doentes que residam em áreas
de risco para adquirirem a filariose (LIMA, 2006).
A filariose chegou ao Brasil pelo tráfico de escravos; entretanto, os primeiros
estudos sobre a doença só vieram a ser efetuado na década de 1940, o maior número de
pesquisa sobre a endemia foi realizado entre 1952 e 1957 através de inquéritos
epidemiológicos, identificando focos autóctones em várias cidades de norte a sul do Brasil
(MACIEL et. al, 2010). No Brasil, estima-se em três milhões a população que vive em áreas
com riscos de contrair a parasitose e em 49 milhões o número de infectados. Esses indivíduos
residem, em sua maioria, em áreas urbanas dos estados de Alagoas (Maceió) e Pernambuco
(Região Metropolitana do Recife). (MEDEIROS et. al, 2004).
A Região Metropolitana do Recife (RMR), Olinda e Jaboatão dos Guararapes, em
Pernambuco, é uma área de importante transmissibilidade. O município de Maceió (Alagoas)
tem a infecção sob controle e o município de Belém (Pará) encontra-se em processo de
reconhecimento da certificação de eliminação na OMS (ROCHA et. al, 2010).
Segundo o Ministério da Saúde, em 2005, na RMR, identificou-se uma taxa de
prevalência de infecção em Olinda de 0,93%, Recife de 0,53%, Jaboatão dos Guararapes de
0,26% e Paulista de 0,09% (BRASIL, 2007).
Um estudo na cidade do Recife e nos municípios de Olinda e Jaboatão dos
Guararapes, analisando somente os indivíduos microfilarêmicos e autóctones, identificou uma
menor densidade de microfilaremia entre os residentes do Recife, quando comparados com os
outros dois municípios. O índice de infectividade do Culex quinquefasciatus foi
significativamente menor no Recife (0,6%), em relação a Olinda (1,3%) e Jaboatão dos
Guararapes (1,2%) (MEDEIROS et. al, 2010).
O diagnóstico laboratorial da filariose pode ser realizado através da pesquisa
parasitológica por meio das técnicas do exame a fresco (EF), gota espessa (GE), concentração
de Knott (CK) e filtração em membrana de policarbonato (FMP). A amostra biológica
utilizada nas duas primeiras técnicas é sangue capilar ou venoso, enquanto que nas duas
últimas utiliza-se apenas sangue venoso. Para a pesquisa de microfilárias (MF) em amostras
sanguíneas deve-se considerar a periodicidade das MF do parasito, pico de densidade das MF
no sangue periférico em cada região endêmica.
No Brasil, esta periodicidade ocorre entre 23h e 1h da manhã. Existem ainda
outros tipos de diagnósticos: os sorológicos como a pesquisa de anticorpos e antígenos,
diagnósticos por técnicas de imagem (ultra-sonografia) e o teste da imunofluorescência
indireta. (BRASIL 2009). Há ainda o diagnóstico pela reação de cadeia da polimerase (PCR).
Como forma de diagnóstico que foi inicialmente utilizada para análise de amostras de sangue
coletadas em período noturno, mostrando-se satisfatória. No entanto, sua utilização em
pacientes amicrofilaremicos foi questionada levando a necessidade de novos estudos (SILVA,
et. al,2008).
A partir da escolha do diagnóstico foi possível aidentificação de focos filariais,
com uma série de estratégias implantadas/ implementadas com o propósito de diminuir o dano
produzido por esta endemia. Ao longo das últimas cinco décadas, o trabalho visando à
redução da infecção apoiou-se principalmente na eliminação das fontes de infecção. Assim,
milhares de exames hemoscópicos foram realizados anualmente nas populações residentes nas
áreas endêmicas, seguindo-se o tratamento dos casos de microfilarêmicos detectados. Embora
as ações ambientais visando o controle vetorial não tenham sido uma prioridade do programa,
em muitos momentos, o controle da filariose foi beneficiado pela adoção dessas ações em
campanhas contra outros agravos, o que certamente contribuiu para o quadro epidemiológico
atual, no qual se considera que a transmissão esteja restrita a alguns poucos locais do País
(BRASIL, 2009).
A intervenção da estratégia do Tratamento Coletivo, associada à identificação e
tratamento dos indivíduos, à utilização de métodos de diagnóstico com elevada sensibilidade e
especificidade e à seleção e monitoramento de grupos sentinelas, permitirá que o PGEFL
tenha êxito na eliminação global da filariose (ROCHA et. al, 2010).
Fica evidente que a filariose linfática se constitui em um problema de saúde
pública no município de Olinda. Os elevados índices de positividade encontrados no Distrito
Sanitário I do município relatado em estudos, realizados ao longo dos anos, mostram a
magnitude deste agravo. Em inquéritos realizados na década de 90 com o exame da gota
espessa foram encontrado índice de positividade menores de 1% nos bairros de Rio Doce e
nenhum outro estudo foi realizado desde então. A população do município tem uma grande
rotatividade de domicílios (casas de aluguel) podendo haver migração de regiões de altas
prevalências para áreas sem transmissão. Por este motivo, faz-se necessário um levantamento
da situação da infecção e transmissão em um bairro do Distrito Sanitário II.
Assim, para subsidiar as ações de controle e monitorar os seus resultados, o
presente estudo avaliou o índice de positividade antigênica da filariose no bairro de Rio Doce
do município de Olinda-PE.
O objetivo geral é stimar o índice de positividade antigênica da infecção filarial
através do teste rápido do cartão ICT em população residente em um bairro do Distrito
Sanitário II do município de Olinda-PE.
Já os objetivos específicos:
 Executar o teste rápido do cartão ICT na população residente.
 Traçar o perfil epidemiológico da população testada.
 Realizar busca dos casos positivos para exames complementares (Filtração em
membrana e Og4C3-ELISA) com tratamento das positividades.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Filariose linfática
A filariose bancroftiana, também conhecida como a única filariose linfática
humana das Américas, é uma infecção tropical que apresenta como agente causal helmintos
Nematoda das espécies Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e B. timori. A existência da
filariose linfática é demonstrada por provas arqueológicas em um período que antecede a era
cristã em cerca de 2.000 anos. Porém, como doença parasitária, só foi reconhecida após a
primeira detecção de parasitas embrionários em fluido biológico (líquido hidrocélico) por
Jean-Nicolas Demarquay em 1863 (ALVES, 2006).
Essa enfermidade é endêmica em várias regiões de muita pobreza e com clima
tropical ou subtropical na Ásia, África e América, sendo sério problema de saúde publica em
países, como China, Índia, Indonésia e partes leste, central e oeste da África. É estimada em
01 bilhão, a população que vive em áreas de risco de contrair a infecção e em 120 milhões o
número de parasitados. Destes, aproximadamente 112 milhões são portadores de W. bancrofti
e oito milhões são portadores de B. malayi ou B. timori ( minoria). A filariose linfática no
continente americano é causada exclusivamente pela W. bancrofti, Sendo também conhecida
como elefantíase em uma das suas manifestações na fase crônica (NEVES, 2000).
A filariose é uma doença que, na forma crônica, os casos mais graves são de
indivíduos que apresentam hidrocele, quilúria e elefantíase de membros e mamas e órgão
genitais. Nesses casos em geral, a densidade de microfilaria no sangue é muito pequena ou
mesmo não detectável. Descrevem-se, ainda, casos de eosinofilia pulmonar tropical, síndrome
que se manifesta por crises paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira
febre recorrente. O leucograma registra importante eosinofilia (BRASIL, 2010).
1.2 Transmissão
Através da picada do mosquito transmissor Culex quinquefasciatus infectados
com larvas de Wuchereria bancrofti na forma L3. Os mosquitos se infectam durante seu
repasto sanguíneo em uma pessoa infectada. Após um período de mudança de estágio larval
no mosquito, ele poderá infectar um indivíduo sadio durante um novo repasto. No ser
humano, as microfilárias tem periodicidade no sangue periférico, sendo mais detectada á
noite, entre as 23h e 1h (BRASIL, 2010).
A fêmea do Culex quinquefasciatus quando exerce o hematofagismo em
pessoas que estão parasitadas, ingere microfilárias que depois de poucas horas, no
estômago do mosquito, perdem as bainhas e atravessam a sua parede, caem na cavidade geral
e migram para o tórax, onde se alojam nos músculos torácicos e transformam-se em uma larva
L1. Seis a dez dias após o repasto sanguíneo ocorre a primeira mudança originando
a L2, logo após ocorrer um crescimento acentuado e a L2 vai sofrer uma mudança e
transformar-se na larva infectante para o hospedeiro intermediário (L3), onde migra para a
probóscida do mosquito. Quando o vetor volta a fazer novo repasto, as larvas L3 escapam do
seu lábio e penetram no hospedeiro definitivo (homem) pela solução de continuidade causada
pelo mesmo e migram para os vasos linfáticos, onde se tornam vermes adultos. Depois de 7 a
8 meses, as fêmeas grávidas produzem microfilárias, que migram dos ductos linfáticos para a
corrente sanguínea, ficando alojadas nos capilares profundos de várias regiões.
Depois de sete a oito meses as fêmeas grávidas produzem microfilárias, que migram dos
ductos linfáticos para a corrente sanguínea ficando alojadas nos capilares profundos de várias
regiões. (NEVES, 2005).
A transmissão é feita exclusivamente pela picada do Culex quinquefasciatus
fêmea onde se acredita que o estímulo necessário para a saída da larva da probóscida do vetor
seja o calor corporal e que a alta umidade e o suor permita a progressão e a penetração dessas
larvas. Não há a possibilidade de se transmitir de pessoa a pessoa, pois o ciclo se faz de
homem infectado com microfilaremia picado por inseto transmissor, que transmitirá a outro
indivíduo, após maturação das microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto
sanguíneo. A microfilaremia pode persistir, aproximadamente, de 5 a 10 anos.
1.3 Fisiopatologia
As larvas introduzidas pela picada do mosquito, completando seu ciclo, assumem
a forma de vermes adultos (filárias), os quais têm um tropismo pelo sistema linfático. A
maioria dos indivíduos portadores de vermes adultos vivos é clinicamente assintomática,
embora esteja sempre presente uma linfangiectasia. A presença de novelos de filárias nos
vasos linfáticos de pequeno calibre pode levar a uma obstrução parcial intermitente da
circulação, ou levar ainda a uma perda permanente de sua competência. Essa incompetência
poderá permanecer mesmo após a eliminação dos parasitos e, como consequência, haverá
estase ou congestão da linfa na área drenada pelo vaso afetado. As manifestações clínicas
mais frequentes ocorrem em órgãos genitais e membros inferiores. O movimento dos vermes
adultos vivos de W. bancrofti, localizados no sistema linfático, sinal da “dança das filárias”,
pode ser visualizado em pacientes com ou sem microfilaremia, por meio do diagnóstico de
imagem que são mais comuns em bolsa escrotal, mamas e membros inferiores. As
manifestações clínicas podem ser agudas ou crônicas, e em áreas endêmicas, pela
possibilidade de reinfecção, podem ocorrer simultaneamente no mesmo indivíduo (BRASIL,
2009).
1.4 Diagnóstico
O diagnóstico da filariose linfática causada pela W. bancrofti pode ser realizado
por diferentes técnicas parasitológicas, imunológicas, moleculares e por imagem
(BRANDÃO, 2008).
1.4.1 Técnica de Exames Fresco (EF)
Consiste na observação direta de MF vivas do parasito entre lâmina e lamínula
utilizando-se gota de sangue capilar ou venoso. Sob observação microscópica, é possível
visualizar a presença das MF pelos seus movimentos rápidos entre as hemácias, existindo a
desvantagem desse método por não e permitir prolongadas observações em pessoas com
elevadas concentrações de hemácias havendo uma dificuldade de visualização (BRASIL,
2009).
1.4.1.1 Técnica da Gota Espessa (GE)
De acordo com OMS, o diagnostico parasitológico se baseia na pesquisa de
microfilarias no sangue periférico, colhido em horário compatível com a periodicidade do
parasito na região. Entre as técnicas disponíveis, a mais utilizada em inquéritos
epidemiológicos é a gota espessa de sangue (20 a 100 μL), colhidos por punção capilar
digital. Em seguida, a amostra é fixada, corada (eosina-Giemsa) e analisada em microscopia
óptica. Essa técnica possibilita a visualização da bainha, fato que difere a microfilaria de W.
bancrofti de outro filarídeos sanguíneos, além de apresentar baixo custo. No entanto, sua
baixa sensibilidade impede a utilização em situações em que os parasitados se mostram com
baixa microfilaremia ou amicrofilarêmicos. (SILVA, et. al,2008) A partir da presença de 100
e 60 microfilárias por mililitro de sangue, a gota espessa apresenta 100% de sensibilidade
(OLIVEIRA, 2003).
1.4.1.2 Técnica de Concentração de Knott (CK)
A técnica descrita por Knott, em 1939, foi a primeira a ser empregada, consistindo
na análise da concentração do sedimento obtido, por centrifugação, de um volume de 1-5
mililitro de sangue; é a técnica escolhida para diferenciar as espécies de microfilárias A
técnica de Knott foi a primeira a ser empregada. Contudo, por se tratar de uma técnica
laboriosa, tende a ser substituída, especialmente em trabalhos de pesquisa, pela filtração em
membrana de policarbonato, considerada o gold test para pesquisa de microfilária em
diagnóstico individual (OLIVEIRA, 2003).
1.4.1.3 Técnica de Filtração em Membrana de Policarbonato (FMP)
A filtração em membrana de policarbonato é utilizada para a realização do
diagnóstico e da quantificação da microfilaremia. É o teste-ouro disponível até o momento
para a avaliação pré-tratamento e como critério de cura pós-tratamento da infecção por
Wuchereria bancrofti. A coleta é feita por punção em veia periférica e deverá ser realizada no
horário de 23 horas à 1 hora da manhã, devido à periodicidade de circulação noturna das
microfilárias. O volume sanguíneo a ser coletado está diretamente relacionado com o objetivo
do diagnóstico: 10 ml para investigação ou controle de cura e 3 ml para quantificação das
microfilárias (BRASIL,2008).
1.4.1.4 Pesquisa de Anticorpos
Os testes preconizados para a pesquisa de anticorpos na doença filarial, até o
momento,
utilizam
extratos
brutos
dos
parasitos
homólogos,
por
exemplo,
a
imunofluorescência [IMF] para W. bancrofti ou heterólogos imunoenzimáticos [ELISA] com
vermes adultos de B. malayi). Isso provoca geralmente reações cruzadas com outras
infecções, fazendo com que a especificidade do teste seja prejudicada Estas técnicas
sorológicas, geralmente não diferenciam os indivíduos com infecção ativa, daqueles com
infecção passada ou os indivíduos que já tenha sido exposto às larvas infectantes, de forma
esporádica ou mesmo contínuo, mesmo que não se tornem infectados. Um novo teste
sorológico para filariose linfática, baseado em pesquisa de anticorpos pelo antígeno
recombinante filarial BmM14, foi recentemente desenvolvido podendo ser realizado a
qualquer hora do dia. Este antígeno foi selecionado de uma biblioteca de expressão de cDNA
de B. malayi sendo reconhecido no soro de pacientes com filariose linfática mas não em
pacientes com infecção por helmintos não filariais. Estudos preliminares com soro de
pacientes da Índia indicaram que o ELISA baseado na detecção de anticorpos IgG4 para
BmM14 parece apresentar uma alta sensibilidade para o diagnóstico de pacientes com
filariose causada pela Brugia malayi ou Wuchereria bancrofti com infecção ativa ou em
endêmicos normais (ARAÚJO, 2009).
1.4.1.5 Pesquisa de Antígeno Circulante Filarial (ACF)
Os anticorpos monoclonais (AcMo) denominados de Og4C3 e AD12 reconhecem
produtos excretórios ou secretórios de W. bancrofti, denominados antígenos circulantes
filariais (ACF). O Og4C3 e um AcMo da classe IgM, que reconhece antígenos solúveis no
soro, plasma ou líquido hidrocélico dos indivíduos infectados com W. bancrofti. O ACF tem
100% de sensibilidade quando o individuo parasitado apresenta uma densidade igual ou maior
a uma MF/ml de sangue. Por meio desse teste, identifica-se aproximadamente 70% dos
indivíduos amicrofilaremicos, porém portadores de vermes adultos vivos (BRASIL, 2009).
1.4.1.6 Técnica de Imagem
A ultrassonografia foi primeiramente descrita, para pesquisa de W. bancrofti, em
1994, quando estudos desenvolvidos evidenciaram vermes adultos em vasos linfáticos
intraescrotais do cordão espermático. Este método permite detectar e monitorar vermes
adultos vivos e dilatação linfática em pacientes com filariose bancroftiana. Quando aplicada
corretamente essa técnica possibilita o diagnostico precoce da infecção e contribui para um
controle de cura mais eficiente, podendo medir diretamente a ação da droga sobre o parasito
(BRANDÃO, 2008).
1.4.1.7 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
Nas abordagens de diagnóstico molecular, a PCR apresenta-se como uma técnica
que possibilita uma grande aplicação no campo das doenças infecto-parasitárias.
Pesquisadores estão trabalhando com essa técnica para detectar DNA de W. bancrofti nos
diversos fluidos biológicos humanos, tais como sangue total, plasma, urina, líquido
hidrocélico e secreção pulmonar. Estudos envolvendo a pesquisa de DNA de W. bancrofti,
também em sangue total, têm demonstrado que a sensibilidade da PCR em amplificar a
família Sspl, gênero-específica para Wuchereria, em 100% dos microfilarêmicos, ocorre
somente acima de 9 Mf/ml (ROCHA, 2002).
O desenvolvimento de métodos laboratoriais que possam ser utilizados durante o
dia, no diagnóstico da bancroftose, e a utilização de métodos moleculares não invasivos
sugerem a técnica por PCR por ela detectar experimentalmente 0,1 pico grama de DNA de W.
bancrofti,o que corresponde aproximadamente 1% do DNA contido em uma MF ou L3, em
sangue ou soro humano. A técnica da PCR para amplificar o Sspl (oligonucleotídeo) pode ser
utilizada na detecção de DNA livre nos diversos líquidos biológicos durante o dia, utilizando
amostras de urina de indivíduos micro e amicrofilarêmicos, foram capazes de amplificar o
DNA de W. bancrofti através do primer Sspl em 100 e 50% das urinas analisadas. A
eficiência desejada através da PCR pode variar de amostra a amostra, dependendo da
quantidade de DNA obtida durante o processamento metodológico. A padronização da
metodologia. Assim, a técnica da PCR poderá ser empregada com maior especificidade como
uma ferramenta de diagnóstico (ROCHA, 2002).
1.5 Tratamento
O tratamento antifilarial está indicado em todos os indivíduos com evidências de
infecção ativa (vermes adultos e/ou microfilárias), independentemente de apresentarem ou
não qualquer manifestação clínica relacionada direta ou indiretamente à bancroftose. A droga
de escolha para o tratamento individual é a dietilcarbamazina (DEC). Infelizmente, o poder
adulticida da droga não é 100% e estima-se que cerca de 50 a 60% dos vermes adultos são
refratários ao tratamento e até agora não foi justificado essa falha. A cura parasitológica de
um dado indivíduo está na dependência da sensibilidade dos vermes à droga e, desse modo,
não é possível antever a resposta terapêutica em cada indivíduo (DREYER, 2002).
O esquema padrão de tratamento com DEC, recomendado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), é de 6mg/Kg/dia por 12 dias, podendo-se dividir a dose total diária
em três subdoses. Porem deve-se evitar sua administração em crianças com menos de dois
anos de idade, gestantes e nutrizes. No tratamento de indivíduos portadores de filariose
bancroftiana, são levados em consideração dois fatores: os efeitos colaterais e as reações
adversas. Os efeitos colaterais sobre o organismo do paciente que se caracterizam,
principalmente, por sonolência, desconforto gástrico e náusea, que são, em geral, leves e bem
tolerados pelos pacientes não sendo necessário cessar o tratamento (BRASIL, 2009).
As reações adversas ao tratamento podem ser sistêmicas, como: febre, hematúria,
cefaléia, mialgia, astenia e tontura, ou localizadas, como: linfangites e linfadenites, com
aumento de volume do linfonodo, além de dor, edema e hiperemia nas regiões próximas à
localização dos vermes adultos sendo assim controlável com uso de medicações sintomáticas.
É importante que se descarte a possibilidade de existência de infecção concomitante por
Onchocerca volvulus ou Loa loa, uma vez que a utilização da DEC, na presença destas
espécies, pode ocasionar reação adversa exacerbada,comprometendo a integridade fisica do
paciente tratado. Para estes casos, a alternativa de tratamento e o uso da Ivermectina
(150μg/Kg) associada com o Albendazol (400mg), em dose única, para eliminação das
microfilárias (BRASIL, 2009).
A DEC não deve ser administrada em mulheres grávidas (apesar de não existirem
relatos na literatura de teratogênese em seres humanos) nem durante o primeiro mês de
lactação. Normalmente, pode ser administrada em crianças após o segundo ano de vida e, a
partir daí, não existe uma idade limite que impeça a sua utilização. É importante lembrar a
possibilidade do aparecimento de reações adversas sistêmicas nos microfilarêmicos idosos,
com outras doenças associadas, tais como cardiopatias ou pneumopatias (DREYER, 2002).
O tratamento coletivo preconizado deve ser realizado com a dietilcarbamazina
(DEC) isolada ou associada ao albendazol ou à ivermectina, administrada em dose única,
anual, durante um período de quatro a seis anos e com cobertura mínima de 80% da
população-alvo (ROCHA et. al, 2010).
1.6 Estratégias de controle da filariose
O enfrentamento da filariose como doença, no Brasil ocorre desde 1910, mas seu
controle só foi iniciado nos anos 50. A campanha nacional pelo seu combate iniciou-se em
1951 e, com 19 anos de atuação, teve suas ações divididas em dois momentos. O primeiro foi
coordenado pelo Serviço Nacional de Malária, de 1951 a 1955, e o segundo ocorreu de 1956 a
1970, sob a coordenação do Departamento Nacional de Endemias Rurais. O primeiro
momento, de 1951 a 1955, contou com atividades pertinentes ao aspecto humano e
entomológico da endemia. Os inquéritos hemoscópicos foram realizados por meio da busca
ativa em 24 localidades brasileiras. Em relação ao combate dos mosquitos, utilizaram-se
inseticida de ação residual, do tipo hexaclorobenzeno (BHC) e dieldrin (MEDEIROS et. al,
2003).
A segunda fase da campanha foi iniciada em 1956, após a criação do
Departamento Nacional de Endemias Rurais. Nessa fase, as ações foram expandidas para
outras localidades, mas, só a partir da década de 60, o Departamento Nacional de Endemias
Rurais começou a executar as primeiras ações para o controle da endemia noutras áreas. Nos
anos 60, o Departamento Nacional de Endemias Rurais considerou que, entre as áreas
trabalhadas as únicas que representavam problema de Saúde Pública eram Recife, Belém,
Salvador e Florianópolis. Durante quase toda a década de 70, essas ações ficaram restritas ao
controle químico do vetor e ao tratamento dos indivíduos infectados nas cidades (MEDEIROS
et. al, 2003).
Em 1993, a Força Tarefa para Erradicação de Doenças elegeu a filariose linfática
como uma das seis doenças infecciosas potencialmente elimináveis. Em maio de 1997, a
Assembleia Mundial da Saúde consolidou essa resolução, anunciando a eliminação global da
filariose como um problema de saúde pública. Em julho de 1997, representantes da OMS
estabeleceram que o controle da filariose fosse feito baseado em dois grandes pilares: a
interrupção da transmissão e o controle da morbidade. A interrupção da transmissão no
planeta está planejada para 2020, com a estratégia do tratamento em massa feito anualmente,
por um período de 4 a 6 anos, com os esquemas supracitados. O controle da morbidade
baseia-se na implementação de programas de prevenção dos episódios agudos bacterianos
(através dos cuidados com a pele), nos portadores de linfedema, e da hidrocelectomia nos
portadores de fluido em cavidade vaginal testicular (DREYER et. al, 2009).
Organização Mundial da Saúde, em assembleia ocorrida em 1997, conclamou a
adoção do Plano Global de Eliminação da Filariose Linfática (PGEFL) buscando a eliminação
dessa endemia até o ano 2020. As principais estratégias do PGEFL estão sedimentadas em
dois importantes pilares: interrupção da transmissão e prevenção e alívio do sofrimento dos
portadores de morbidade De acordo com as diretrizes do PGEFL, a quebra da transmissão da
FL está baseada no tratamento coletivo (TC) A estratégia utilizada foi a mobilização da
comunidade (mutirão) por um período de três a quatro dias, quando foram instalados
minipostos de medicação em vários pontos do bairro (casas comercias, escolas, postos de
saúde e nas residências dos agentes comunitários). O Programa de Filariose de Olinda, após
analisar a estratégia inicial de tratamento realizada porta a porta, modificou-a, incluindo o
tratamento para filariose na rotina do agente de saúde, portanto o tratamento passou a ser
realizado pela equipe do Programa de Saúde da Família no ano de 2007. No ano de 2008, por
orientação do SRNF (Serviço de Referência Nacional em Filariose), foi identificada a
necessidade de seleção de grupos sentinelas em cada uma das novas áreas a serem incluídas
no TC com o fim de monitorar o tratamento. Essa necessidade exigiu reestruturação e
reorganização da logística do programa de filariose no município de Olinda, o que não
permitiu a expansão do tratamento para uma nova área (ROCHA et. al, 2010).
1.7 Identificação de área de transmissão
A identificação da área de transmissão é realizada por inquéritos hemoscópicos
por meio da gota espessa, pelo cartão ICT e triagens. O inquérito da gota espessa é realizado
em grupos específicos da população, a partir dos quais se estima a prevalência da doença na
área sob investigação, além de servir como critério de descarte para situações
epidemiológicas, ou de áreas onde possivelmente teve ações da eliminação de transmissão.
Este inquérito através do cartão ICT tem por objetivo estabelecer o perfil epidemiológico da
área antes da intervenção incluindo toda a população. As triagens são realizadas em residentes
dos locais onde há transmissão, onde toda a população da área endêmica é submetida ao
exame de gota espessa, e as pessoas identificadas como portadoras de microfilárias recebem
tratamento (BRASIL, 2009).
1.8 Notificação compulsória
A FL é de notificação compulsória em alguns dos municípios endêmicos. No
âmbito nacional, poderá ser notificada no conjunto de “doenças de interesse nacional”.
Deverá ser preenchido o formulário de “notificação” de doenças padronizado pelo Sistema de
Informação Nacional de Agravos de Notificação – SINAN.(BRASIL, 2009). Quando há
detecção de novos focos, deve-se notificar como agravo inusitado, de acordo com a
normatização do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010).
A notificação pode ocorrer nas seguintes formas: Caso suspeito toda pessoas que
apresente um ou mais dos sintomas da filariose (Hidrocele, linfedema, Eosinofilia Pulmonar,
Hipertrofia Ganglionar e Quilúria). Caso confirmado todo individuo com ou sem
manifestações clínicas que apresente alguns/ ou todos os exames de diagnóstico de FL
positivos; indivíduos que tenha residido em área endêmica por um período superior a 2 anos,
que tenha contato intra ou peridomiciliar com casos confirmados laboratorialmente, ou resida
em locais onde exista o vetor. (BRASIL, 2010).
1.8.1 Fatores Epidemiológicos
Vários fatores que influenciam na transmissão da filariose linfática têm sido
estudados e modelos têm sido desenvolvidos para entender a dinâmica de transmissão dessa
infecção. Estudos sobre a distribuição da filariose em humanos têm mostrado que um grupo
de fatores, sejam endógenos ou exógenos, apresentam importante função na dinâmica dessa
doença. Problemas urbanos como altas densidades populacionais, ausência de saneamento
adequado e precárias condições de infra-estrutura urbana, associados às condições climáticas
favoráveis, temperatura e umidade mantêm as circunstâncias necessárias para a proliferação
do principal vetor da infecção linfática (ALVES, 2006).
Dada a heterogeneidade da distribuição espacial da filariose linfática em várias
áreas do mundo, uma série de estudos tem sido conduzida a fim de determinar o modo como a
interação com os condicionantes ambientais, e demográficos podem contribuir para a infecção
e para a doença (ALVES, 2006).
1.8.1.1 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação é alimentado,
principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam
da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS Nº 2325 de 08 de
dezembro de 2003). Sua utilização permite a realização do diagnóstico da ocorrência de um
evento na população; podendo fornecer explicações causais dos agravos de notificação
compulsória, indicando riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, e identificando a realidade
epidemiológica de determinada área, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham
acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade (DATASUS,2012).
A Ficha Individual de Notificação (FIN) é preenchida pelas unidades assistenciais
para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação
compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal. Este instrumento deve ser
encaminhado aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica das
Secretarias Municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos em meio magnético
para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). A comunicação das SES com a SVS deverá
ocorrer quinzenalmente, de acordo com o cronograma definido pela SVS (Secretaria de
Vigilância em Saúde) no início de cada ano. Caso não ocorra nenhuma suspeita de doença, as
unidades precisam preencher o formulário de notificação negativa, que tem os mesmos prazos
de entrega (DATASUS, 2012).
Além da Ficha Individual de Notificação (FIN), e da Notificação Negativa, o
Sistema ainda disponibiliza a Ficha Individual de Investigação (FII), que é um roteiro de
investigação, que possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de
transmissão da doença. Esta ficha consta o local de notificação com a data, data dos primeiros
sintomas, informações pessoais do paciente (nome, endereço, idade, sexo, cor, data de
nascimento), informações do notificante, se houve o óbito, se existiu caso semelhante, se o
paciente precisar de bloqueio vacinal, e as hipóteses diagnósticas de acordo com a
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID
10), através dessa FII é descartado agravos com auxilio de diagnósticos específicos e de
acordo com sinais e sintomas de cada doença (DATASUS, 2012).
2 METODOLOGIA
2.1 Abordagem e tipologia da pesquisa
A pesquisa do tipo descritiva exploratória de caráter quantitativo.
De acordo com Gil (2002) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a
descrição das características de determinada população ou de determinado fenômeno, ou o
estabelecimento de relação entre as variáveis. Uma de suas características mais expressivas é
a coleta de dados por meio de questionário e de observação, habitualmente desenvolvidos por
pesquisadores preocupados com a atuação prática. Esse pensamento é corroborado por Hair
Jr. et
al. (2005) que afirmam que as pesquisas descritivas são estudos estruturados e
especificamente criados para medir as características descritas em uma questão de pesquisa
em que a coleta de dados envolve algum tipo de entrevista estruturada como questionários e
entrevistas.
Neste estudo também foi usado a pesquisa exploratória, segundo Vergara (2004)
uma investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado
e sistematizado. Andrade (2001) complementa dizendo que esta se configura como a fase
preliminar, que busca proporcionar maiores informações sobre o assunto que vai se investigar.
Segundo Gil (1999), a pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões para classificá-los e analisá-los.
A pesquisa quantitativa caracteriza-se “pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades
de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas”
(RICHARDSON, 2012, p. 70).
2.2 Descrição do ambiente de estudo
O estudo foi desenvolvido no bairro de Rio Doce Localizado na Regional V, do
Distrito sanitário II, pertencente ao município de Olinda – PE, em parceria com o Serviço
Nacional de Referência em Filarioses, Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães. A pesquisa foi
avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de numeração
15169313.7.0000.5194. A escolha do bairro de Rio Doce se deu por conveniência em que
segundo (BRAGA, 2000) um inquérito realizado no município de Olinda obteve-se
prevalência de 1,3%, onde o bairro de Rio Doce esteve incluído na área de baixa transmissão
e baixo risco ambiental com prevalência de 0,2% por microfilaremia.
2.3 População e amostra
A população de estudo foi composta por residentes do bairro de Rio Doce no
município de Olinda, em que foram escolhidas de forma aleatória por conveniência,
totalizando uma amostra de 250 pessoas a serem examinadas. A OMS sugere como conduta
anterior à introdução de tratamento em massa (TM) em uma determinada área de residência,
inquéritos utilizando cartões ICT. Recomenda-se que seja examinada uma amostra de pelo
menos 250 pessoas.
2.4 Critérios de inclusão e exclusão
Foram incluídas na pesquisa pessoas residentes do bairro de Rio Doce no
município de Olinda há pelo menos 02 anos e que concordaram em participar da pesquisa.
Como critério de exclusão está à população que não reside no bairro e bairros que não estão
incluídos no ambiente de estudo.
2.5 Período e instrumento de coleta dos dados
O período para desenvolvimento do estudo foi de outubro de 2012 a dezembro de
2013. Para a coleta de dados foi utilizado o questionário (ANEXO B)
2.6 Procedimentos para análise e interpretação dos dados
A análise e interpretação dos dados foram realizadas utilizando os programas
Excel e Epiinfo versão 3.5.2. Foi realizada a análise descritiva das características da
população de estudo segundo grupo etário, sexo, USF e Policlínicas. Foi identificado o índice
de positividade da doença no bairro pesquisado e os resultados foram apresentados através de
gráficos e tabelas.
O índice de positividade da infecção filarial foi estimada pelo teste do cartão ICT
que foi realizado nas unidades de saúde e policlínicas do bairro de Rio doce em qualquer
horário do dia. Foram coletados de cada participante do estudo 100 L de sangue capilar nas
unidades de saúde e policlínicas do bairro investigado em que se utilizou o exame do cartão
ICT, segundo um cronograma previamente estabelecido. Nos casos positivos, seria obtido 4
mL de amostra de sangue venoso de cada participante do estudo, para realizar os exames
complementares de filtração em membrana e Og4C3-ELISA, que seria coletado no horário
noturno entre 23h00min e 01h00min, respeitando a periodicidade noturna da W. bancrofti. As
amostras de sangue seriam transportadas e refrigeradas até o Centro de Pesquisas Aggeu
Magalhães, onde seriam armazenadas em geladeira a temperatura de 2 a 8 oC. As amostras
seriam processadas no dia seguinte após a coleta.
3 ASPECTOS BIOÉTICOS
3.1 Análise crítica dos riscos e benefícios
Esta pesquisa foi desenvolvida de acordo com as diretrizes e as normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos (resolução 466/12 do CNS). A
pesquisa foi submetida a um Comitê de Ética em Pesquisa. O projeto apresentou a carta de
anuência do Município pesquisado, para que possa ser autorizada a coleta de dados. Por se
tratar de coleta de dados através de análise de resultados dos testes do cartão de ICT, a
pesquisa não ofereceu risco aos pacientes nem ao município pesquisado. Foi garantido o
anonimato à privacidade e o direito à desistência em qualquer etapa da pesquisa.
3.2 Responsabilidades
O trabalho não trouxe danos, agravos ou ônus aos pacientes e ao município
pesquisado, sendo as informações divulgadas de total responsabilidade dos pesquisadores
envolvidos.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Este estudo envolveu 250 indivíduos do sexo masculino e feminino que
cumpriram os requisitos de inclusão para a pesquisa. A pesquisa obteve uma amostragem com
faixas etárias que variam entre 04 a 87 anos. Dentre os 250 indivíduos submetidos à
investigação 201(80,4%) foram do sexo feminino e 49(19,6%) do sexo masculino,
evidenciando a predominância do sexo feminino.
Dos 250 indivíduos que se submeteram ao teste de ICT, 100% apresentaram
negatividade para filariose, dentre os quais 17(6,8%) afirmaram ter realizado o uso da
medicação DEC e apenas um indivíduo fez uso da medicação por duas vezes.
Figura 1: Caracterização da amostra quanto à distribuição em relação ao sexo, Olinda - PE, 2013
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A figura 1 mostra que a realização do teste de ICT em sua maioria foi em
mulheres, o que corresponde a 80,40% (201), enquanto 19,60% (49) foram em homens. O
estudo demonstrou uma frequência de 100% de negatividade para casos de infecção filarial. A
frequência de parasitados é significativamente maior em jovens do sexo masculino
(BRASIL,2009).
Vários estudos descreveram a relação da filariose linfática com o gênero
masculino, em que, o homem é o mais acometido pela infecção filarial. Em estudo realizado
no município de Jaboatão dos Guararapes, Bonfim e colaboradores (2003) demonstrou que
entre os indivíduos com manifestação clínica da infecção filarial, 69,2% eram do sexo
masculino. Outro estudo corrobora a relação da infecção filarial com sexo masculino, onde se
verificou que dos 213 indivíduos infectados 137 foram do sexo masculino (64,3%) e 76 do
sexo feminino (35,7%) (FALCÃO, 2002). Ainda relacionado ao sexo Neto e colaboradores
(2008) realizou um estudo em Jaboatão do Guararapes em que comparou a ocorrência de
infecção entre os sexos, observou-se um predomínio no sexo masculino (2% masculino; 0,9%
feminino).
Tabela 1: Caracterização da amostra em relação ao uso do dietilcarbamazina dos residentes do bairro
de Rio Doce, Olinda - PE, 2013.
UTILIZAÇÃO DO DEC
Sim
Não
Total
NÚMERO DE UTILIZAÇÕES
0
1
2
Total
N
%
10
240
250
4,00%
96,00%
100,0%
240
9
1
250
96,0%
3,60%
0,40%
100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Na tabela 1 podemos observar quanto ao questionamento do uso da medicação
dietilcarbamazina. Como visto nos dados coletados da pesquisa, pôde-se observar que mesmo
o bairro de Rio doce não ter passado pelo tratamento em massa, 6,8% (17) indivíduos fizeram
uso da medicação dietilcarbamazina enquanto 93% (233) não o fizeram. Questionados quanto
ao número de vezes em que se fez uso da medicação, obteve como resultado 0,40% (1) fez
uso da medicação por duas vezes e 3,6% (9) o fizeram uma única vez.
Figura 2: Caracterização da amostra quanto ao resultado do Teste Imunocromatográfico em Cartão
(ICT), Olinda - PE, 2013
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
O estudo apresentou 100% de negatividade para casos de infecção filarial
realizado com o Teste Imunocromatográfico em Cartão (ICT), e envolveu 250 indivíduos
pesquisados. Segundo (BRASIL,2009) o teste (ICT) apresenta uma sensibilidade entre 96100% e uma especificidade de 100%.
A OMS sugere como conduta anterior à introdução de tratamento em massa (TM)
em uma determinada área de residência, inquéritos utilizando cartões ICT. Recomenda-se que
seja examinada uma amostra de pelo menos 250 pessoas. Esse inquérito tem por objetivo
estabelecer o perfil epidemiológico da área antes da intervenção. (BRASIL, 2009).
Neste estudo, o teste do cartão ICT foi realizado em sua maioria, em mulheres. De
acordo com um estudo de (Bonfim, et. al. 2003), a filariose é prevalente em pessoas do sexo
masculino, ou seja, seu estudo revelou uma maior positividade em homens, sendo esta
diferença significativa em termos estatísticos.
Um estudo de (BRAGA, 2004) revelou que para a filariose linfática, os homens
apresentam mais sinais e sintomas de dano linfático, expressam tipicamente mais
microfilaremia e cargas parasitárias mais elevadas. Estes aspectos caracterizam os homens
como um importante reservatório de parasitas filariais que poderia manter e espalhar a doença
na comunidade.
Ainda segundo (BRAGA, 2000), em inquéritos realizados na década de 90 com o
exame da gota espessa foram encontradas prevalências menores de 1% no bairro de Rio Doce
e nenhum outro estudo foi realizado desde então, todavia, como recomenda a OMS, se faz
necessária a realização de estudos em áreas de baixa prevalência visando a vigilância dessas
áreas (BRASIL, 2009).
Figura 3: Caracterização da amostra em relação ao percentual de exames realizados por Unidade de
Saúde da Família e Policlínicas do bairro de Rio Doce, Olinda – PE, 2013.
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A figura 3 nos mostra que o maior número de pesquisados se deu na USF Rio Doce
V Etapa 44% (110), seguidos da Policlínica Rio Doce II Etapa 31,20% (78) e Policlínica Rio
Doce IV 24,80% (62) totalizando 250 pessoas.
A partir do estudo foi possível observar que o maior número de pesquisados se deu
na USF Rio Doce V etapa, a ocorrência deste resultado não aconteceu de forma proposital,
uma vez que o estudo se deu de forma aleatória por conveniência.
Existem particularidades entre as Policlínicas e USF’s, esta última conta com o
trabalho de equipes da saúde da família, também representado na figura do Agente
Comunitário de Saúde, com seu saber popular, representa um elemento chave para a busca
permanente de comunicação entre a comunidade e as ações em saúde ocorridas na unidade de
saúde. Contudo a divulgação aliada à demanda espontânea que ocorreu na USF Rio Doce V
etapa contribuiu para o resultado desta pesquisa.
Tabela 2: Caracterização da amostra em relação à análise da população segundo a faixa etária, Olinda
– PE, 2013.
Faixa etária
N
%
04-18
35
14,0%
19-40
55
22,0%
41-60
113
45,2%
61-87
47
18,80%
Total
250
100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Neste estudo foram examinadas, ao todo, 250 pessoas, cuja idade variou de 04 a
87 anos. A análise da distribuição da população pesquisada, segundo faixa etária, demonstrou
que o maior número de pesquisados se deu entre a faixa etária de 41 a 69 ano que
representaram 45,2% (41 a 60) anos. As demais faixas etárias apresentaram-se da seguinte
forma: 14% (04-18) anos, seguidos de 18,8% (61-87) anos e por fim 22% (19-40) anos.
De acordo por BRASIL (2009), o pico de microfilarêmicos ocorre na faixa dos 18
aos 25 anos. A detecção de crianças parasitadas é um forte indicio de que ainda está
ocorrendo transmissão em uma área, assim como, a ocorrência de morbidade filarial em
adultos acima de 30 anos pode estar relacionada à transmissão em períodos anteriores. A
maioria dos microfilaremicos não tem sintomatologia aparente, porém funcionam como fonte
de infecção e, do ponto de vista epidemiológico, necessitam de atenção para evitar a dispersão
da parasitose.
Segundo Falcão (2002) ao analisar o grupo etário dos pacientes microfilarêmicos,
observou-se que as maiores concentrações de casos diagnosticados estão nas faixas etárias de
10 a 19 anos, 20 a 29 anos e 30 a 39 anos, com ocorrência 28,6%, 26,4% e 19,7%,
respectivamente. Na análise de Neto (2008), as maiores prevalências ocorreram nas faixas
etárias de 20 a 29 anos (2,2%) e 10 a 19 (1,8%). Apesar dos autores não concordarem com
informações que correspondem à prevalência por faixa etária, ainda assim, o presente trabalho
está em conformidade, uma vez que, o maior número de pesquisados se deu na faixa etária de
41 a 69 anos, aumentando assim a chance para a negatividade de casos de infecção filarial.
Tabela 3: Caracterização da amostra quanto ao tempo de residência na moradia, Olinda – PE, 2013.
Tempo de Moradia (Anos)
N
%
2-7
66
26,40%
8-13
62
24,8%
14-19
52
20,8%
20-25
70
28,0%
Total
250
100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Em relação ao tempo de residência na moradia, o estudo apresentou um período
correspondente a 28,0% (20 a 25) anos que reside no mesmo endereço, seguidos de 26,40% (2
a 7); 24,8% (8 a 13); 20,8% (20 a 25).
O estudo considerou como critério de inclusão um tempo mínimo de dois anos de
residência na moradia. Podemos observar que o maior tempo de moradia no mesmo endereço
correspondeu a 28,8% (20 a 25) anos. Considerando que, a transmissão da FL está na
dependência de uma serie de fatores e por esta razão a infecção e pouco esperada naquelas
pessoas em trânsito ou residentes por pequenos períodos em áreas endêmicas. Nessas áreas,
tem risco aumentado às pessoas que vivem em locais onde as condições socioambientais
favorecem a presença do vetor. (BRASIL, 2009)
Neto (2008) realizou um estudo em que Relacionou a microfilaremia com o
tempo de permanência dos indivíduos, notou-se uma prevalência maior (24,01%) nos
habitantes residindo há mais de cinco anos na área de estudo enquanto que os indivíduos com
tempo inferior apresentaram 13,16%. Essa diferença não foi estatisticamente significativa.
A população do município de Olinda tem uma grande rotatividade de domicílios
(casas de aluguel) podendo haver migração de regiões de altas prevalências para áreas sem
transmissão.
CONCLUSÃO
Durante a pesquisa foi estimado o índice de positividade filarial do bairro
pesquisado em que foi identificada a ausência de casos positivos na população avaliada, por
este motivo, a realização de exames complementares como a filtração em membrana e
Og4C3-ELISA não foi necessário, assim como o tratamento.
Avaliando-se o perfil epidemiológico da população testada foi possível verificar
que a prevalência de realização do exame foi maior no sexo feminino e em faixa etária de 41 a
60 anos. A maior parte da população não apresentava informação sobre o teste do cartão ICT,
por ser um teste não utilizado como diagnóstico para infecção filarial no Município de
Olinda-PE.
A coleta de dados e a realização dos exames na população foram consideradas
satisfatórias para a pesquisa, contudo com ressalva na dificuldade de demanda da população
em alguns períodos da coleta, resultando no maior tempo para obtenção das informações e
realização dos exames.
Diante da ausência de positividade de casos de filariose linfática no bairro
avaliado, é imprescindível que o município de Olinda dê continuidade as ações de vigilância
nas áreas sem intervenção do tratamento em massa para que a infecção não se expanda e fique
cada vez mais focal, de acordo com o que é preconizadas nos Planos Nacional e Global de
Eliminação da Filariose Linfática, com o objetivo de manter a prevalência da infecção a níveis
aceitáveis.
Conclui-se que, o bairro avaliado está situado em área não endêmica de baixa
transmissão, pois através deste estudo confirmamos técnica mais sensível do que a utilizada
de rotina no município, o que permitiu um diagnóstico mais preciso, conferindo assim uma
maior fidedignidade ao resultado alcançado.
RECOMENDAÇÕES
Após análise dos dados obtidos durante o desenvolvimento deste trabalho,
observou-se um resultado de 100% de negatividade para casos de filariose linfática, todavia, é
possível recomendar atividades e estratégias visando alcançar um único objetivo, eliminação
da filariose linfática, pois se sabe que o município de Olinda ainda é considerado uma área
endêmica.
 Realizar o teste do cartão ICT e/ou Gota Espessa a fim de detectar registros em pontos
que não são considerados endêmicos;
 Dar continuidade ao tratamento coletivo das populações nas áreas endêmicas;
 Inclusão de novos bairros do município de Olinda no tratamento coletivo;
 Reavaliação epidemiológica dos focos ativos e dos antigos, para verificar se houve
redução da doença nas áreas tratadas e identificar as novas ocorrências;
 Dar apoio a novas pesquisas;
 Realizar educação permanente para os profissionais de saúde, facilitando a
identificação de problemas e a elaboração de estratégias para a superação dos mesmos;
 Criar políticas e estratégias no combate e eliminação da filariose linfática no
município de Olinda.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO FILARIAL POR WUCHERERIA BANCROFTI COM O
TESTE DO CARTÃO ICT NA POPULAÇÃO DO DISTRITO SANITÁRIO II NO MUNICÍPIO DE
OLINDA/PE __________________________________________________________________________
Pesquisador
Responsável:
RODRIGO
CESAR
ABREU
DE
AQUINO
_________________________________________________________________________
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA.
Telefones para contato: (___) ______________ - (___) ___________- (___) __________
Nome
do
__________________________________________________________________________
Idade: _____________ anos
voluntário:
R.G.___________________
Responsável legal (quando for o caso):
R.G. Responsável legal: _________________________
O (A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “AVALIAÇÃO DA
INFECÇÃO FILARIAL POR Wuchereria bancrofti COM O TESTE DO CARTÃO ICT NA POPULAÇÃO DO
DISTRITO SANITÁRIO II NO MUNICÍPIO DE OLINDA/PE, de responsabilidade do pesquisador Natália
Pereira Marques de Oliveira.
Esta pesquisa tem como objetivo verificar a prevalência da infecção filarial com o teste do cartão ICT na
população residente em bairros do Distrito Sanitário II no município de Olinda. A coleta será realizada para
obtenção de sangue capilar para realização da pesquisa de antígeno circulante de Wuchereira bancrofti pelo
cartão ICT, sendo puncionado a borda lateral do dedo anelar no paciente voluntário.O voluntariado terá como
beneficio a realização de um teste rápido e eficaz, gratuito, além de saber o resultado na hora, poderá ser tratado
ser for positivo e receberá instruções sobre o tratamento e como será realizado.Fica claro que a participação é
voluntária e que este consentimento poderá ser retirado a qualquer tempo, sem prejuízos e garantido
confidencialidade das informações geradas e a privacidade do voluntário.
Eu, __________________________________________, RG nº _____________________ declaro ter sido
informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Ou
Eu, __________________________________________, RG nº _______________________, responsável legal
por ____________________________________, RG nº _____________________ declaro ter sido informado e
concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa acima descrito.
OLINDA, _____ de ____________ de _______
___________________________________________________________________
Nome e assinatura do paciente ou seu responsável legal Nome e assinatura do responsável por obter o
consentimento
___________________________
Testemunha
_________________________________
Testemunha
ANEXO A – CARTA DE ANUÊNCIA
ANEXO B – FICHA DE AUTORIZAÇÃO
ANEXO
C - FICHA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA FILARIOSE
LINFÁTICA
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