Japão: gripe aviária

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Newsletter de 17 de Abril de 2014
Japão: gripe aviária
Especialistas do Ministério japonês da Agricultura realizaram testes em aves
selvagens por toda a zona sudoeste da fazenda onde há três dias foi detetada uma
estirpe altamente patogénica da gripe aviária, com intenção de travar um possível
contágio.
Uma equipa de especialistas terminou ontem o processo de esterilização da fazenda
em Kumamoto, e começou com a desinfestação de todos os veículos que circulam
nas estradas próximas, a fim de evitar o transporte do vírus para outras zonas da
região, informou a emissora pública NHK.
Este surto, o primeiro no Japão em três anos, ocorre depois das autoridades
japonesas alertarem sobre os riscos da doença que surgiu no país devido à migração
das aves e recordando vários casos que surgiram na Coreia do Sul.
Sintoma gripal: só metade procura o médico
Apenas 45% dos adultos e 57% das crianças procuram atendimento quando
apresentam sintomas de gripe. Isto de acordo com um largo estudo realizado por
investigadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados
Unidos (CDC), agora publicado no Journal of Infectious Diseases.
A equipa do CDC entrevistou, via telefone, 75.088 adultos em 31 estados e no
Distrito de Columbia (DC) e os pais de 14.649 crianças em 25 estados e em DC,
de janeiro a abril de 2011. Desses grupos, 8,9 % dos adultos e 33,9 % dos
crianças relataram ter sofrido síndrome gripal (ILI, na sigla inglesa)
recentemente.
Entre aqueles que relataram ILI , 45% dos adultos disseram que procuraram
serviços de saúde. Procurar atendimento médico foi uma maior opção em
pessoas com 65 anos ou mais de idade (60%) ou que relataram doença pulmonar
obstrutiva crónica (62%) , doença cardíaca (59%), doença renal (69%) ,
deficiência (50%) , obesidade (52 % ), ou asma (58 % ).
Entre as crianças com ILI , 57 % procuraram cuidados de saúde , liderada pelo
grupo etário dos 0-4 anos ( 68% ), 5 -11 anos ( 56%); as Afro-Americanas
lideraram a procura (67%) , seguidas das hispânicas (64%) .
De adultos com ILI que procuraram atendimento médico, 35% procuraram
atendimento no prazo de 3 dias e 47% entre 3 a 7 dias após o início dos
sintomas. Os adultos desempregados e aqueles que não têm seguro foram
especialmente susceptíveis no atrasar do tratamento, com apenas 23% a 27% a
procurar de cuidados no prazo de 2 dias.
Além disso, 34 % dos que foram diagnosticados como tendo Influenza receberam
medicamentos antivirais.
Tamiflu pouco mais que placebo?
O Tamiflu, vendido massivamente como tratamento para a gripe, será pouco
mais do que placebo. O comité de peritos internacionais Cochrane Collaboration
(CC), concluiu, após 20 estudos efetuados com o medicamento, que o Tamiflu
apenas retarda os sintomas da gripe por um período de 16 horas no adulto e um
dia nas crianças.
Por outro lado, os estudos mostraram um aumento claro dos efeitos secundários
como náuseas, vómitos, problemas psíquicos, renais e dores de cabeça.
A farmacêutica Roche, que recusou durante um ano divulgar os resultados dos
testes sobre o medicamento, põe em causa os métodos usados pelos cientistas
para chegar a estes resultados. O Tamiflu foi comprado pelos governos do
mundo inteiro em milhares de milhões de unidades por causa da gripe suína em
2009.
Segundo o documento publicado pelo CC, o medicamento reduziu a persistência
dos sintomas de gripe de sete dias para 6,3 dias em adultos, e para 5,8 dias em
crianças. Mas, os autores do relatório dizem que remédios como o paracetamol
poderiam ter um efeito semelhante.
O grupo Cochrane questiona também as alegações de que o tamiflu evitava
complicações como o possível desenvolvimento da pneumonia, dizendo que os
testes foram precários e que não foi possível detectar um "efeito visível" neste
sentido.
Outro argumento usado para defender o stock do tamiflu foi o de que o remédio
diminuía a velocidade com que a doença se espalhava, para dar tempo aos
cientistas para o desenvolvimento de uma vacina.
Os autores do relatório afirmaram que "essa afirmação simplesmente não foi
provada" e que "não há uma forma confiável de estes medicamentos evitarem
uma pandemia".
A análise também afirmou que o tamiflu tem uma série de efeitos colaterais,
incluindo náuseas, dores de cabeça, eventos psiquiátricos, problemas renais e
hiperglicemia.
"Acho que o total de 500 milhões de libras (investidas pela Grã-Bretanha) não
beneficiou a saúde humana de nenhuma forma e podemos mesmo ter
prejudicado as pessoas", disse à BBC Carl Heneghan, professor de medicina na
Universidade de Oxford e um dos autores do relatório.
"Eu não daria (tamiflu) para alívio de sintomas, daria paracetamol", disse à BBC
Tom Jefferson, epidemiologista clínico e ex-clínico geral.
Os investigadores do grupo Cochrane Collaboration não culparam indivíduos ou
organizações em particular e afirmaram que ocorreram falhas em cada passo do
processo, desde a fabricação, passando por órgãos reguladores e chegando até o
governo.
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