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Distrito da Guia
atrai moradores
pela tranquilidade
A GAZETA - CADERNO B
PÁGINA 2
CUIABÁ, 19 DE JULHO DE 2009
SAÚDE EM RISCO
Remédio para Influenza A é
vendido sem receita médica
Tamiflu foi comprado pela reportagem,
na última sexta-feira, em uma drogaria da
Capital sem qualquer dificuldade
Casos e óbitos confirmados pelo novo
vírus, o Influenza A (H1N1), no Brasil
NADJA VASQUES
comunicação da Roche no
Brasil. A empresa também
DA REDAÇÃO
entrou em contato, por email, com 65 mil médicos
possível comprar em Cuiabá, sem
de todo o país, para
receita médica, o único medicamento
informar que o
para o tratamento da Influenza A
medicamento não estaria
(H1N1) - a gripe suína -, o Tamiflu, fabricado
mais disponível nas
pelo laboratório suíço Roche. O uso
farmácias.
indiscriminado do remédio, segundo
A OMS já decretou a
especialistas, pode criar no organismo do
existência de uma
paciente uma resistência ao tratamento. Em
pandemia por conta da
Mato Grosso, 6 pessoas já contraíram a doença.
gripe suína. Isso significa
Até sexta-feira, o Brasil registrava 1.175 casos
que o vírus está sendo
confirmados, com 11 mortes.
transmitido de pessoa
O remédio, de uso oral e pediátrico, foi
para pessoa, de forma
comprado em uma das farmácias da rede
contínua e sustentada. É a
Drogaria América, sem receita. O preço dele era
primeira vez, desde 1968,
R$ 89,30, mas foi adquirido com desconto, por
que o estado de pandemia
R$ 78,58, na tarde de sexta-feira (17). A Gazeta
é declarado. O critério
tentou contato 3 vezes com a direção da
utilizado é a
Drogaria América, ontem, mas não teve retorno.
disseminação regional
Outras farmácias foram consultadas, por
do vírus e não a
telefone, por A Gazeta, sobre a venda do
gravidade da doença
Tamiflu. A maioria não tinha o medicamento
causada por ele. Na
em estoque, mas muitas se ofereceram para
sexta-feira, a OMS
obtê-lo junto à distribuidora. A atendente de
também alertou que o
uma drogaria revelou que recebeu um lote do
vírus H1N1 está se
medicamento mês passado, mas que foi
propagando a uma
vendido rapidamente. A única informação
velocidade “sem precedentes” em comparação a
correta sobre as restrições à venda do Tamiflu
outras epidemias e desistiu de manter uma
foi da Farmácia Unimed. A atendente informou
contagem do número de afetados no mundo. A
que o remédio está agora à disposição na rede
agência de Saúde da ONU decidiu abandonar a
pública de saúde.
prática de dar o número de pessoas infectadas
De acordo com a assessoria de imprensa do
depois que anunciou que mais de 100 mil
Ministério da Saúde (MS), a venda de
pessoas em 140 países já teriam sido
medicamentos sem receita médica é ilegal, pois
contaminadas desde abril.
estimula a automedicação. No caso do Tamiflu
O Ministério da Saúde alerta que pacientes
(fosfato de oseltamivir), a ingestão sem
com sintomas da gripe suína devem procurar a
prescrição médica pode causar problemas à
rede pública de saúde, que está preparada para
saúde pública. “Pode fazer o vírus criar uma
o atendimento.
resistência que quando a pessoa precisar tomar
Critérios - Apenas os pacientes com
o remédio por conta da gripe ele não fará mais
agravamento do estado de saúde nas primeiras
efeito”, alerta a assessora.
48 horas, desde o início dos sintomas, e as
Esse resultado seria extremamente negativo
pessoas com maior risco de apresentar quadro
nesse momento em que o Brasil aparece como o
clínico grave serão medicados com o Tamiflu.
8º país onde está confirmada a circulação do
Os demais terão os sintomas tratados de
vírus. Os outros 7 são Estados Unidos, México,
acordo com indicação médica. O objetivo é
Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino
evitar o uso desnecessário e uma possível
Unido.
resistência ao medicamento, assim como já foi
Isso acontece quando a transmissão se dá
registrado no Reino Unido, Japão e Hong
em uma pessoa sem vínculos com outras que
Kong.
tiveram contato com o vírus. Ainda conforme a
É importante lembrar, também, que todas as
assessoria do MS, o medicamento é oferecido
pessoas que compõem o grupo de risco para
pela rede pública de saúde, gratuitamente, desde
complicações de influenza requerem avaliação
que seja indicado por um médico.
e monitoramento clínico constante de seu
Desde o final de abril, a produção do
médico, para indicação ou não de tratamento
Tamiflu está sendo direcionada para o
com o Tamiflu. Esse grupo de risco é composto
Ministério da Saúde e Organização Mundial de
por: idosos acima de 60 anos, crianças menores
Saúde (OMS), segundo informações da
de 2, gestantes, pessoas com diabetes, doença
empresa responsável pela assessoria de
cardíaca, pulmonar ou renal crônica,
Fotos: AE/Arquivo
deficiência imunológica (como
pacientes com câncer, em tratamento
para Aids), e também pessoas com
doenças provocadas por alterações
da hemoglobina, como anemia
falciforme.
O Ministério da Saúde possui
estoque suficiente de medicamento
para tratamento dos casos indicados.
Além de comprimidos para uso
Brasil já aparece
imediato, há matéria-prima para
como 8º país
produzir mais 9 milhões de
onde está
tratamentos.
confirmada a
Automedicação - Não apenas a
circulação do
ingestão sem indicação médica do
vírus e 11
Tamiflu preocupa as autoridades de
mortes foram
saúde quanto às reações a pacientes
confirmadas até
contaminados pelo Influenza A. O
sexta-ffeira
Ministério da Saúde alerta pais e
profissionais da saúde a ficarem
atentos para a não utilização de
medicamentos contendo ácido
acetilsalicílico, em crianças e
adolescentes em especial, para o
alívio dos sintomas associados às
infecções virais. Entre eles febre,
tosse, dor de garganta, dor de
cabeça, dores no corpo, calafrios e
É
Estado
Casos
Óbitos
Acre
Alagoas
Amazonas
Amapá
Bahia
Ceará
Distrito Federal
Espírito Santo
Goiás
Maranhão
Minas Gerais
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Pará
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Paraná
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Roraima
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Sergipe
São Paulo
Tocantins
Brasil
01
08
01
01
28
06
36
11
10
05
109
04
06
10
05
23
06
48
128
08
02
135
59
05
512
08
1.175
01
07
03
11
Fonte: Ministério da Saúde
Medicamento é distribuído,
desde abril, somente para rede
pública e uso indiscriminado
pode criar resistência
ao tratamento
cansaço. Usados geralmente no
tratamento de doenças virais, os
medicamentos contendo ácido
acetilsalicílico aumentam o risco de
desenvolvimento da Síndrome de Reye
(SR), uma doença rara e grave, que
normalmente ocorre em crianças com
idades entre 4 e 12 anos, embora possa
ocorrer em qualquer faixa etária. A
doença afeta todos os órgãos do corpo,
sendo mais prejudicial ao cérebro e ao
fígado, por causar um aumento agudo
de pressão dentro do cérebro e,
frequentemente, acúmulos volumosos
de gordura nos demais órgãos.
A SR é definida como uma
enfermidade de segunda fase, pelo fato
de ocorrer com qualquer infecção viral
prévia, incluindo a Influenza A
(H1N1), mas com sua frequência
aumentada após exposição a
medicamentos contendo salicilatos.
A síndrome pode ocorrer durante a
recuperação de uma infecção viral ou
pode desenvolver-se 3 a 5 dias após o
início da virose. Seus sintomas
incluem: vômito recorrente ou
persistente, letargia, mudanças de
personalidade como irritabilidade ou
agressividade, desorientação ou confusão,
delírio, convulsões e perda da consciência,
exigindo assistência médica imediata.
Dicas do Ministério da Saúde
Recomendação - Todas as pessoas que apresentarem sintomas devem procurar um posto de
saúde ou seu médico de confiança
Prevenção - Para evitar a doença, alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos com água e sabão e que o
hábito seja frequente. Também é importante cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar e não compartilhar copos, pratos e
talheres
Atendimento - O Brasil possui 68 hospitais
de referência para tratamento de pacientes graves
infectados pelo novo vírus. Nessas unidades, há
cerca de mil leitos com isolamento adequado para
atender aos casos que realmente necessitem de internação. Para reforçar a rede de assistência do
país para tratar os doentes, estão sendo adquiridos
160 kits compostos por um respirador e um monitor, que serão distribuídos aos centros de referência de todo o país
Comunicação - Os resultados de uma pesquisa encomendada demonstram que 66% dos
entrevistados conhecem os sintomas da gripe A
(H1N1) e 75% viram propaganda que fala sobre
os cuidados em relação à doença. Além disso,
67% avaliam de forma positiva a comunicação
em respeito ao tema
OMS alerta que vírus está se
propagando a uma velocidade
‘sem precedentes’ em comparação
a outras epidemias
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