UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR BIANCA MARTINS MAUTONE Análise da força de vendas: Um estudo de caso na empresa K&M Imp. e Com. Ltda. São José 2005 BIANCA MARTINS MAUTONE Análise da força de vendas: Um estudo de caso na empresa K&M Imp. e Com. Ltda. Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação – apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professor Orientador: Rogério Raul da Silva São José 2005 BIANCA MARTINS MAUTONE ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA K&M IMP. E COM. LTDA. Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação em Comércio Exterior da Universidade do Vale do Itajaí, em [dia, mês e ano – constante da ata de aprovação] Prof (a) MSc. Luciana Merlim Bervian Univali – CE São José Coordenador (a) do Curso Banca Examinadora: Prof MSc. Rogério Raul Silva Univali – CE São José Professor Orientador Prof (a) MSc. Simone Santos Guimarães Univali – CE São José Membro Prof (a) MSc. Vanderléia Martins Lohn Univali – CE São José Membro iii Dedico este trabalho em especial aos meus pais, que sempre me incentivaram e acreditaram em mim, me proporcionando todo amor, carinho e dedicação. iii iv Agradeço a Deus, por estar sempre presente em todos os momentos da minha vida e por ter permitido que eu chegasse até aqui. Agradeço a minha família, que sempre me apoio e esteve ao meu lado em todos os momentos. Agradeço ao meu padastro, que contribuiu muito para o meu crescimento pessoal. Agradeço a minha avó Júlia Gonçalves, por todas as palavras e gestos de amor. Agradeço a todos os meus professores, que sempre quando precisei estavam lá para tirar todas as minhas dúvidas e de alguma forma contribuir para a melhora do meu desempenho. Agradeço ao Professor Orientador Rogério Raul Silva, por ter acreditado e viabilizado a concretização deste trabalho. Agradeço as Profas. Simone Santos Guimarães e Vanderléia Martins Lohn, membros da banca examinadora, pelas valiosas sugestões. Agradeço a K&M Imp. e Com. Ltda. pela oportunidade, e principalmente pela credibilidade depositada em mim. iv v Dá-se muita atenção ao custo de se realizar algo. E nenhuma ao custo de não realizálo. Philip Kotler v vi RESUMO Este trabalho tem por finalidade, analisar a força de vendas da empresa K&M Importação e Comércio Ltda., com intuito de propor procedimentos que auxiliem na administração de vendas. No entanto, por meio dessa pesquisa a empresa poderá refletir sobre administração de vendas e sua importância para o seu sucesso e desenvolvimento. Uma proposta de novos procedimentos para administração de vendas adequado a realidade atual, pode proporcionar à empresa expansão; crescimento e desenvolvimento do potencial de vendas. Outro fator importante dessa proposta é de que por meio deste, o crescimento das vendas será gradativo, porém conciso, conquistando cada cliente como se fosse único, resultando em conquistas diárias a cada venda realizada. Esta pesquisa, na sua metodologia, caracteriza-se como qualitativa, descritiva e exploratória, pois pretende apresentar como está estruturada a força de vendas, relacionando-a com a administração de vendas adotada pela empresa. Por meio da análise dos pontos fortes e dos pontos fracos da empresa, foi desenvolvida uma proposta, onde se apresenta sugestões para a administração de vendas, processo de vendas e força de vendas da empresa. Através destes aspectos foram apresentadas à empresa sugestões de métodos adequados à realidade encontrada, descrita na pesquisa, que podem ser aplicados pela gerência, onde poderão auxiliar no trabalho da força de vendas da empresa em estudo. Palavras-chave: Administração de vendas, força de vendas. vi vii ABSTRACT This work has for purpose, to analyse the force of vendas of the company K&M Imp. e Com. Ltda., with intention to consider procedures that assist in the administration of vendas. However, for way of this research the company will be able to reflect on the administration of vendas and its importance for it success and development. A proposal of the new procedures for administration of vendas, adjusted the current reality can provide the organization, expansion; growth and development of the potential of vendas. Another important factor of this proposal is of that for way of this, the growth them vendas will be gradual, however, concise, conquering each custumer as if was only, resulting in daily conquests to each venda carried through. This research is characterized as qualitative, descriptive and exploratória therefore it is intended to describe as the force of vendas of the company is structuralized and to relate with the administration of vendas adopted by the company. The research is a case study, therefore it is characterized by the deep and sxhausting study of the one few objects, in way to allow its ample ans detailed knowledge. As resulto f the analysis of the force of vendas, the proposal of revision for administracion of vendas, structure of the analysis of the following form: aspects of the administration of vendas, processo of vendas and force of vendas. Key words: Administration of vendas, force of vendas. vii viii Lista de ilustrações Figura 1 – Etapas do processo de vendas segundo Kotler e Armstrong.......................28 Figura 2 – Etapas do processo de vendas segundo Churchill e Peter............................29 Figura 3 – Análise da potencialidade dos clientes.........................................................32 Figura 4 – Habilidades para uma negociação bem-sucedida.........................................38 Figura 5 – Processo de comunicação.............................................................................39 Figura 6 – Organograma................................................................................................53 Figura 7 – Processo de vendas proposto........................................................................61 Quadro 1 – Macrofunções e tarefas de um gerente de vendas......................................37 Quadro 2 – Macrofunções e tarefas de um gerente de vendas......................................58 Quadro 3 – Proposta de perfil dos vendedores.............................................................59 Quadro 4 – Fontes externas de recrutamento................................................................64 Quadro 5 – Perfil dos vendedores.................................................................................65 Quadro 6 – Atitudes que provêem motivação...............................................................67 Quadro 7 – Plano de ação..............................................................................................69 viii ix SUMÁRIO Resumo ............................................................................................................................... vii Abstract ............................................................................................................................. viii 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 11 1.1 PERGUNTA DA PESQUISA ....................................................................................... 12 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 12 1.2.2 1.3 2 Objetivos específicos .............................................................................. 12 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 12 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14 2.1 CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................ 14 2.1.1 Marketing ................................................................................................ 14 2.1.2 Ambiente de Marketing............................................................................ 15 2.1.3 Mercado................................................................................................... 17 2.1.4 Comprador Organizacional ...................................................................... 18 2.1.5 O papel do atacado na compra organizacional .......................................... 20 2.1.5 O papel do varejo na distribuição ............................................................. 21 2.2 VENDA PESSOAL .................................................................................................... 22 2.2.1 O papel da venda pessoal ......................................................................... 22 2.2.2 Atividades dos vendedores....................................................................... 24 2.2.3 Relacionamento de vendas ....................................................................... 26 2.3 ETAPAS DO PROCESSO DE VENDAS ......................................................................... 28 2.3.1 Prospectando clientes ............................................................................... 29 2.3.2 Preparando a visita de vendas................................................................... 31 2.3.3 Abordando clientes potenciais qualificados ............................................. 31 2.3.4 Apresentação de vendas ........................................................................... 33 2.3.5 Controlando as objeções........................................................................... 33 2.3.6 Fechando a venda.................................................................................... 34 2.3.7 Formulando um relacionamento de longo prazo ....................................... 35 2.4 ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ................................................................................. 36 2.4.1 Aspectos Fundamentais........................................................................... 36 ix x 2.5 PLANEJAMENTO DE VENDAS.................................................................................. 40 2.5.1 Estrutura da força de vendas..................................................................... 41 2.6 ORGANIZANDO A FORÇA DE VENDAS ..................................................................... 47 2.6.1 3 Tamanho da força de vendas ................................................................... 48 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ................................................................................... 49 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 49 3.2 COLETA DE DADOS ............................................................................................... 49 3.2.1 Observação .............................................................................................. 50 3.2.2 3.2 Entrevista................................................................................................ 51 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................. 52 4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS............................... 53 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................ 53 4.2 ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ................................................................................ 54 4.3 ESTRUTURA DA FORÇA DE VENDAS ....................................................................... 55 4.4 PONTOS FORTES E FRACOS DA ESTRUTURA DA FORÇA DE VENDAS .......................... 56 4.4.1 Força de vendas da empresa ..................................................................... 56 5. PROPOSTAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ........................................ 57 5.1 AÇÕES .................................................................................................................. 67 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 69 7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71 8. APÊNDICE ................................................................................................................ 73 9. ANEXOS..................................................................................................................... 75 x 1 INTRODUÇÃO As grandes e rápidas mudanças das tecnologias e meios de consumo, a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas organizações, possuem uma relação de equivalência, onde cada vez mais os clientes necessitam ser atraídos por diferenciais que facilitem a tomada de decisão da compra. O diferencial pode estar relacionado aos produtos, apelos mercadológicos, promoções e a equipe de vendas. Nesse caso a equipe de vendas deve estar preparada para surpreender o cliente com produtos e serviços, que atendam, criem ou antecipem suas necessidades e expectativas de modo que fiquem satisfeitos. Com isso as organizações, cada vez mais precisam estar atentas às necessidades e desejos dos clientes. No que diz respeito à venda, é importante que as organizações tenham uma forte e bem estruturada equipe de vendas, que seja capaz de atender as necessidades de diversos clientes e criar valores para os mesmos e, conseqüentemente criam valores para seus colaboradores, pois coletam informações sobre as necessidades, desejos e problemas dos clientes, ajudando a melhorar as vendas de seus produtos e serviços. As equipes de vendas estruturadas de acordo com as necessidades da organização, também são capazes de descobrir novos clientes, aumentando as vendas e o lucro. Com base no exposto, pode-se perceber a importância de uma administração de vendas e, principalmente, da força de vendas nas organizações. Sobre isso Churchill e Peter (2003, p.518), salientam que a administração de vendas é importante, pois engloba o planejamento, o direcionamento e controle das atividades de venda pessoal de acordo com as especificidades de cada organização. Já a força de vendas pode ser orientada por meio de um plano de vendas, onde são traçados as metas e estratégias de vendas da organização e suas equipes. Cabe destacar que a elaboração e controle dos planos de vendas são atividades básicas da administração de vendas, que é responsável pelo recrutamento e seleção de equipes ou novos vendedores, promover liderança, motivar equipes e avaliar desempenhos. No entanto, em virtude desses aspectos da administração de vendas, o estudo tem como objetivo analisar a força de vendas da empresa K&M Distribuidora, com intuito de propor procedimentos que auxiliem na administração de vendas. Tal empresa necessitava de uma reestruturação da equipe de vendas e de métodos de recrutamento e seleção, treinamento, motivação de equipes e objetivos de vendas, detectou-se a necessidade de se estudar a força de vendas da empresa, fundada em 1988, localizada em Forquilhinhas, na cidade de São José. A pesquisa é caracterizada como qualitativa descritiva e exploratória. Será um estudo de caso, pois contempla uma empresa e a área de vendas dessa empresa como foco. 1.1 Pergunta da pesquisa Como está atuando a força de vendas da empresa K&M Imp. e Com. Ltda. ? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Analisar a força de vendas da empresa K&M Importação e Comércio Ltda., com intuito de propor procedimentos que auxiliem na administração de vendas. 1.2.2 Objetivos específicos − Investigar as principais variáveis relacionadas à administração da força de vendas; − Detectar os pontos fortes e pontos fracos da estrutura da força de vendas da empresa; − 1.3 Propor procedimentos de administração da força de vendas. Justificativa Uma proposta de novos procedimentos para administração de vendas, adequada à realidade atual pode proporcionar, expansão; crescimento e desenvolvimento do potencial de vendas. Outro fator importante dessa estruturação é de que por meio dela o crescimento das vendas será gradativo, porém, conciso, conquistando cada cliente como se fosse único, resultando em conquistas diárias a cada venda realizada. Esta pesquisa caracteriza-se como viável, pois o pesquisador poderá desenvolvê-la no tempo estimado, possui acesso às informações, funcionários e documentos. Também, sua viabilidade ocorre devido à importância e relevância do tema para a empresa em estudo e as 12 organizações em geral. Já a originalidade da pesquisa é caracterizada pelo motivo de a empresa não ter desenvolvido nenhum tipo de estudos na área de vendas e por não possuir um setor ou responsável específico na área que desenvolva a administração da força de vendas de maneira pensada e organizada. De modo geral, a pesquisa traz a reflexão de que por meio da administração de vendas e, conseqüentemente, a estruturação adequada da força de vendas, as organizações podem aumentar suas vendas, obtendo crescimento econômico, gerando novos empregos, crescimento nas mediações de suas instalações, produzindo assim, expansão de investimentos e recursos humanos. 13 2 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Conceitos Básicos Antes de conhecer os fundamentos sobre administração de vendas, é necessário elucidar alguns outros conceitos básicos. Entre esses conceitos são apresentados os conceitos de: Marketing, Ambiente de Marketing, Mercado e Comprador Organizacional. Por meio destes conceitos pode-se fundamentar o embasamento teórico sobre Administração de vendas e posteriormente, as análises desta pesquisa. 2.1.1 Marketing O marketing é responsável pela identificação das necessidades e desejos dos consumidores, determina quais os mercados alvos que a organização pode atender melhor e planejar produtos e serviços adequados a ele. O marketing ocorre quando as pessoas têm suas necessidades e desejos satisfeitos através do processo de troca. Em 1948, a American Marketing Association (AMA) definiu o marketing como “a realização de atividades de negócios dirigidas ao fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário”. 1 Os mesmos autores definem o marketing atualmente, como o processo de planejar e executar a concepção, definição de preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais. De acordo com o pensamento de Kotler (1999) o marketing pode ser definido como a arte de conquistar e manter clientes. Porém, pode-se ampliar esta definição como sendo a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamento lucrativo com eles. Cabe destacar que desenvolver relacionamentos através de fortes laços sociais e econômicos tornou-se uma meta importante para profissionais de marketing. 1 NICKELS, William G. & WOOD,Marian Burk. Marketing - Relacionamentos, Qualidade, Valor. p.04,1999. 14 Para Drucker (apud Kotler e Armstrong, 1999, p. 03) “o objetivo de marketing é tornar a venda supérflua. É conhecer e compreender o cliente tão bem que o produto ou serviço sirva e venda por si próprio”. Já na visão de Kotler e Armstrong (1999, p. 03) o conceito mais básico e inerente ao marketing é o das necessidades humanas. Necessidades humanas são estados de carência percebida. O homem tem muitas necessidades complexas.Essas necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing são uma parte básica de constituição do homem [...]. Para o autor é necessário que as sociedades atuais, consigam aprimorar e desenvolver objetos que satisfaçam as necessidades dos indivíduos. O vendedor necessita descobrir quais os desejos não alcançados pelos clientes, para isso também é necessário treinamento por parte dos vendedores, para que haja sucesso na busca de conhecer e descobrir quais são realmente essas necessidades dos clientes. De acordo com o pensamento de Cobra (1997, p. 32) o papel social do marketing é, sem dúvidas satisfazer as necessidades do consumidor [...]. Entende-se que o marketing não cria hábitos de consumo, mas estimula a compra de produtos ou serviços que satisfação a alguma necessidade latente [...]”. Já para Richers (2000, p. 05) a definição de marketing é simplesmente como a intenção de entender e atender o mercado [...]. Para que possamos atender ao consumidor, precisamos, primeiro, entendê-lo, isto é, identificar-nos com o que ele quer, para, depois, esforçar-nos para atender aos seus desejos. O resto é adereço. Para Kotler (1998) o marketing estuda as necessidades e desejos dos clientes em segmentos bem definidos no mercado. Para o autor marketing é definido como a arte de descobrir oportunidades, desenvolvê-las e lucrar com elas. 2.1.2 Ambiente de Marketing O ambiente de marketing é importante para as organizações, pois é nele que se encontram as oportunidades de mercado, e, contudo existem fatores que podem agir como 15 possíveis. O administrador precisa estar atento para as mudanças constantes em todos os aspectos: sociais, econômicos... Sendo assim, para as empresas se manterem frente às mudanças, é importante utilizar a busca e a análise ambiental. Pois, sabe-se que à medida que o ambiente de marketing se altera as empresas podem utilizar este processo para monitorar e decifrar as mudanças de maneira constante. Nenhuma decisão ou ação de marketing acontece no vácuo. Fatores no ambiente de marketing interno e externo afetam o que as empresas podem fazer. 2 Verifica-se que é importante o administrador estar atento às mudanças para não ficar alheio as evoluções do mercado. Vamos conhecer posteriormente o mercado como ponto de referência de um bom marketing. Cabe ressaltar que além do conceito de marketing é importante conhecer, também, os conceitos do ambiente de marketing, onde as organizações estão inseridas e passíveis de ameaças e oportunidades. Outro fator importante sobre o ambiente de marketing é que nele podem-se detectar, além das ameaças e oportunidades, os pontos fortes e fracos. No entanto, faz-se necessário o conhecimento do ambiente de marketing, também, para segmentar o mercado de forma a conquistar e manter clientes. Com isso destaca-se que “o ambiente de marketing é constituído de atores e forças externas ao marketing que afetam a capacidade da administração de desenvolver e manter bons relacionamentos com seus consumidores. [...]” (KOTLER E ARMSTRONG 1999, p. 46). O ambiente de marketing é subdividido em dois ambientes: microambiente que são os pontes fortes e fracos e o macroambiente que são as ameaças e oportunidades. [...] o microambiente consiste em forças próximas à empresa que afetam sua capacidade de servir seus clientes [...]. A tarefa de administração de marketing é atrair clientes e relacionar-se com eles, oferecendo-lhes valores e satisfação. Mas essa tarefa não pode ser realizada apenas pelos gerentes de marketing. O sucesso deles depende de outros agentes do microambiente da empresa - outros departamentos da empresa, fornecedores, intermediários de marketing, clientes, concorrentes e vários públicos. (KOTLER E ARMSTRONG 1999, p. 47). 2 Ver NICKELS,William G. & WOOD,Marian Burk. Marketing - Relacionamentos, Qualidade, Valor.p.45,1999 16 Para Las Casas (2002, p. 19) os principais fatores que influenciam no ambiente interno são: • Composto de Marketing: em função do composto de Marketing, é que desprenderá maior esforço do departamento de vendas, como exemplo: produtos complexos para ser vendidos, produtos onde os preços são altos, que exigem muito mais de seus vendedores, um alto nível de conhecimento. • Recursos da companhia: se a empresa possuir maior disponibilidade de recursos, isto contribui para aumentar e estimular as estratégias na área de vendas. • Atitude da administração: é necessário haver uma atenção em especial ao departamento de marketing, isso se torna função de suma importância aos gerentes. • Localização do departamento de vendas no organograma: as variações na localização são muito importantes, em alguns casos essas variações no organograma, residem no grau de importância que recebe ou em suas atribuições. E na visão do autor os principais fatores que influenciam no ambiente externo são: a alta concorrência, que através deste fator necessita-se uma equipe de vendas de alto nível, fornecedores, varejistas, intermediários, governo, comunidade financeira, imprensa e público em geral. 2.1.3 Mercado A credibilidade é a chave para o processo de posicionamento no mercado. São muitos os produtos e tecnologia no mercado, os consumidores sentem-se intimados pelo processo decisório. De acordo com o pensamento de Mckenna (1992) a conquista do endosso do mercado é vital para o sucesso da organização. Não espere o produto entrar em produção e começar a ser distribuído para descobrir se dispõe de infra-estrutura de apoio adequada. Ao conquistar a infra-estrutura, o produto está pronto para avançar para um mercado mais amplo. O sucesso constrói-se sozinho. O produto desenvolve uma imagem positiva e os clientes começam a surgir. É possível, influenciar o processo de posicionamento no mercado. Conhecendo o funcionamento do mercado as empresas podem influenciar a forma como seus produtos são vistos, podem criar uma imagem mais sólida para seus produtos. 17 O conceito de mercado de acordo com o pensamento de Kotler e Armstrong (1999, p. 160) é “o conjunto de todos os compradores, que diferem de várias formas, quanto aos desejos, recursos, localidades atitudes de compra e práticas de compra, em virtude destes tópicos abordados houve a necessidade da segmentação de mercado, que para o autor significa a divisão do mercado em grupos distintos de compradores com diferentes necessidades, características ou comportamentos que possam exigir produtos ou composto de marketing específicos”. Para o autor diferentes empresas têm capacidade de atender diversos segmentos de mercado, a empresa simplesmente foca a parcela de mercado que poderá atender melhor, e buscar sempre o enfoque para as necessidades e desejos de seus clientes. A segmentação de mercado na visão de Moreira et al (2001, p. 44) “é o processo de dividir um grupo heterogêneo entre si, formando segmentos com as mesmas características, comportamentos e necessidades”. No processo de segmentação, é importante que se conheça muito sobre os desejos e necessidades dos seus clientes, quaisquer dados conhecidos e encontrados serão muito importantes, sejam eles de forma interna; que são descobertos através dos vendedores, ou de forma externa; que são pesquisas de marketing. 2.1.4 Comprador Organizacional O comprador organizacional é a chave funcional para o andamento e desenvolvimento de uma organização. Os compradores definem uma hierarquia de valores, desejos e necessidades com base em dados empíricos, opiniões, referências obtidas através de propaganda, experiências anteriores com produtos e serviços. Usam essas informações para tomar decisões. Com isto é necessário saber realmente o que o cliente almeja suas reais necessidades e desejos. São considerados compradores organizacionais os compradores que adquirem para revenda ou para produzir outros bens e serviços. Há vários tipos de compradores organizacionais segundo McCarthy (1997), classificados como compradores industriais ou intermediários. Tais compradores desejam que os vendedores forneçam informações detalhadas que os ajudem a comprar com sabedoria. Algumas pessoas consideram a compra organizacional como algo diferente da compra do consumidor. Portanto, as diferenças triviais do comportamento de compra podem ser 18 importantes porque o sucesso depende freqüentemente do aperfeiçoamento do composto de marketing. De acordo com Churchill e Peter (2003), os compradores organizacionais variam enormemente, de uma pequena oficina mecânica a uma indústria como a General Motors. Entende-se através deste exemplo, que os compradores organizacionais movimentam um mercado composto de menos compradores do que os mercados comuns. Tal fato se justifica, porque há mais indivíduos (consumidores) do que organizações, sendo assim o número de compradores são bem menores. É fato que os compradores organizacionais fazem pedidos maiores do que os consumidores. Um indivíduo sozinho compraria uma televisão, mais um comprador organizacional compraria pelo menos algumas. Os compradores organizacionais têm de responder a uma hierarquia, a um chefe ou acionistas. Portanto os compradores organizacionais sabem que precisam tomar decisões altamente racionais no sentido de custar menos ou de trazer para a organização um retorno maior do que alternativas. As compras organizacionais envolvem uma maior interdependência entre comprador e vendedor. Segundo Churchill e Peter (2003) o número relativamente pequeno de compradores e o tamanho relativamente grande de cada compra tornam cada cliente organizacional mais importante para o sucesso da organização. As compras organizacionais na maioria das vezes envolvem a participação de mais de uma pessoa. Sendo assim para avaliar a extensão das compras organizacionais, é importante pensar em compradores organizacionais dentro de quatro categorias: produtores, intermediários, governo e outras instituições. Os profissionais de marketing atendem este tipo de comprador tanto no mercado doméstico como no mercado internacional. O comprador organizacional na categoria produtores configura o naqueles cujas vendas residem na compra de bens e serviços a fim de produzir outros bens e serviços para venda. Os intermediários são os compradores organizacionais que compram bens e revendem com lucro. Essa categoria inclui os varejistas e os atacadistas. Já na categoria dos governos, os compradores compram das empresas com boas ofertas, porém os vendedores apostam muito nestas vendas por que as mesmas podem valer milhões, bilhões em vendas. E por fim, têm-se as categorias variáveis que são: hospitais, museus, universidades, organizações religiosas e partidos políticos. Tais instituições geram bons lucros, apresentam 19 um poder de venda substancial. Por fim, vale destacar que os compradores organizacionais podem comprar por recompra direta, recompra modificada ou compra nova (CHURCHILL E PETER, 2003). 2.1.5 O papel do atacado na compra organizacional Para McCarthy e Perreault (1997, p. 218) de acordo com a definição do U.S Bureau of the Census, o atacado é considerado “... um conjunto de atividades de pessoas ou estabelecimentos que vendem a varejistas e outros comerciantes e ou usuários industriais, institucionais e comerciais, mas que não vendem em grande quantidade aos consumidores finais”.3 Já para Churchill e Peter (2003) o atacado define-se pelas atividades da empresa que compra, adquire direitos de propriedade, armazena e revende bens e varejistas e outras organizações. Frente às definições apresentadas compreende-se que há de se aprofundar um pouco mais a questão dos atacadistas e dos varejistas, destacando o papel do atacado na distribuição de uma empresa. O Atacadista é o comerciante primariamente destinado a comprar, adquirir direitos de propriedade e, usualmente armazenar e manipular bens em grandes quantidades e revendê-los a varejistas ou a usuários industriais e empresariais. É importante ressaltar que os fabricantes que apenas assumem algumas atividades de atacado não são considerados atacadistas. Mas quando os fabricantes estabelecem depósitos filiais em localizações separadas, esses estabelecimentos especificamente operam como atacadistas. Existem os atacadistas especializados, que na visão de Mccarty e Perreault (1997) são aqueles que possuem ou adquirem a propriedade dos produtos que vendem. São especializados pelos tipos de produtos ou clientes. Geralmente atendem a áreas geográficas relativamente pequenas e vários deles podem estar concorrendo pelos mesmos clientes. 3 Citação original do livro (McCarhy e Perreault, 1997, p. 218). 20 Há ainda os atacadistas de função limitada, que são aqueles que executam algumas funções do atacado. No mercado do atacado, temos ainda os atacadistas que prestam serviços, os atacadistas gerais e os atacadistas de linha única. Salienta-se que há também os atacadistas por correio que atingem áreas distantes e os atacadistas de caminhão que se especializam na entrega de produtos que estocam em seus próprios veículos. 2.1.5 O papel do varejo na distribuição Os bens de consumo são distribuídos pelo varejista, intermediário que serve de elo entre os produtores e os consumidores e tornam mais eficiente as trocas entre ambos. Os varejistas também podem somar valor as trocas para torná-las agradáveis. Segundo Churchill e Peter (2003) o varejo é uma atividade ainda mais ampla do que o atacado. Consiste na venda final, é a venda dedicada exclusivamente para o consumidor final. O varejo é uma atividade que envolve três vezes mais o número de pessoas que trabalham no atacado. Os varejistas são importantes porque proporcionam benefícios tanto aos fornecedores quanto aos compradores. Há alguns varejistas que participam da distribuição física dos produtos. Numa definição semelhante McCarthy e Perreault (1997) afirmam que o varejo cobre todas as atividades envolvidas na venda de produtos a consumidores finais.Considera que o varejo é crucial para os consumidores de qualquer sistema macro-marketing. A maioria dos varejistas dos paises desenvolvidos vende mais de um tipo de produto. Há consumidores que preferem tipos diferentes de varejistas. O varejo muitas vezes fracassa porque os varejistas alugam uma loja e assumem o que os consumidores procurarão, com isto em paises como os Estados Unidos no primeiro ano os novos negócios são encerrados. Vale ressaltar que conforme McCarthy e Perreault (1997) existem diferentes tipos de varejistas. Os varejistas possuem um número quase ilimitado de maneiras para alteras suas ofertas, seus compostos de marketing para atrair um mercado alvo. Temos como exemplo, os varejistas convencionais que constituem as lojas de linha única ou lojas de linha limitada. Tais lojas atingem um determinado mercado alvo. 21 Portanto podemos afirmar que através de leituras de autores como Churchill e Peter (2003) e McCarthy e Perreault (1997) que existe o varejo com loja e o varejo sem loja. Fabricantes e varejistas devem decidir se distribuem os produtos através de lojas ou não, ou se combinam essas duas formas. O varejo que utiliza a estrutura lojista é útil quando os consumidores desejam ver e manusear os produtos, quando uma loja é o local tradicional para a compra de determinados produtos e quando são comuns as compras adicionais por impulso. O varejo da loja também é uma opção adequada para vender produtos que os consumidores desejam usar sempre, já o varejo sem loja por sua vez pode ser utilizado quando os consumidores estão dispostos a esperar até que a encomenda seja entregue e podem tomar decisões de compra sem o manuseio de produtos. 2.2 Venda pessoal 2.2.1 O papel da venda pessoal A venda pessoal é o elemento interpessoal do composto de promoção. A venda pessoal consiste em uma comunicação interpessoal de mão dupla entre vendedores e clientes individuais, seja pessoalmente, por telefone, em videoconferência ou por outros meios. Os vendedores devem estudar mais os clientes para conhecer melhor seus problemas; devem adaptar a oferta de marketing às necessidades especiais de cada cliente e negociar as condições da venda; construindo relacionamentos pessoais de longo prazo com aqueles que tomam as decisões básicas. De acordo com a literatura pesquisada vender é uma das profissões mais antigas do mundo. Entretanto sofreram algumas evoluções. Os vendedores atuais são profissionais treinados e trabalham a fim de desenvolver relacionamentos construtivos e de longo prazo com os clientes. Os relacionamentos se solidificam, pois os vendedores atuais estão atentos a ouvir os clientes, avaliando quais são realmente suas necessidades e desejos, e juntamente com a empresa proporcionar tudo o que a de melhor, solucionando seus possíveis problemas e contribuindo para sua satisfação. (KOTLER E ARMSTRONG, 1999) Na visão de Churchill e Peter (2003) venda pessoal é importante, pois os vendedores formulam suas próprias estratégias de vendas, o que requer conhecimento sobre seus pontos 22 fortes e fracos sobre abordagem que os clientes estão propensos a valorizar. Ao interagir com os clientes, os vendedores obtêm informações sobre os concorrentes, assim além de gerar vendas, os vendedores também desempenham papel fundamental na pesquisa de marketing. Os vendedores podem ser os primeiros na empresa a ouvir falar de inovações ou estratégias de comunicação formuladas pela concorrência. Entretanto a venda pessoal constitui-se um grande aliado no desempenho da empresa. Os autores ainda destacam que os vendedores também podem decidir quando e como agir no pós venda. Os vendedores podem ajudar os clientes a utilizar bem os produtos ou diminuir dúvidas sobre as compras. É neste momento o cliente percebe o vendedor, são detalhes que cativam o cliente e formam relacionamentos lucrativos. Os vendedores compõem a força de vendas das empresas. A administração da força de vendas pode ser conhecida como “[...] é a análise, planejamento, implementação e controle das atividades da força de vendas [...]”. O papel da força de vendas é estudar os clientes para poder conhecer melhor seus problemas, a fim de adaptar a oferta de marketing, as necessidades de cada cliente (KOTLER E ARMSTRONG, 1999, p. 365). Para Kotler (1999) a força de vendas apresenta vantagem de ser muito mais eficaz que uma série de anúncios ou peças de mala direta. O vendedor se encontra com o cliente, responde a perguntas, argumenta contra objeções e fecha a venda. Quanto mais complexo o produto ou o serviço, mais necessário se torna os profissionais de vendas. No caso em que os produtos e preços são muito similares, o vendedor pode construir o único fator capaz de afastar o cliente de um fornecedor e faze-lo pender para outro. As empresas devem ser eficientes e eficazes em contratar os melhores vendedores e pagar-lhes mais. O que importa não é o custo do vendedor, mas seu custo em relação às vendas que gera. Empresas que tentam economizar oferecendo baixa remuneração a seus profissionais de vendas, normalmente acabam com custo mais elevado por venda realizada. A força de vendas funciona como um elo entre a empresa e seus clientes. Em muitos casos os vendedores servem para dois lados – o vendedor e o comprador. Primeiro ele representa a empresa perante os clientes. Vendem aproximando-se dos clientes, apresentando os produtos, respondendo às objeções, negociando preços e condições de pagamento e finalizando a venda. Ao mesmo tempo os vendedores representam os clientes para a empresa, agindo dentro da empresa como defensores dos interesses dos clientes. Transmitindo as preocupações dos clientes com os produtos e ações da empresa, interessam-se pelas 23 necessidades dos clientes e trabalham com outros grupos da empresa para desenvolver mais valor para o cliente (KOTLER E ARMSTRONG 1999). 2.2.2 Atividades dos vendedores De acordo com Moreira et al. (2001) pode-se destacar a função de vendedor como uma das mais importantes dentro da estrutura comercial das empresas, que por sua vez inclui todos os profissionais que efetuam vendas por meio de contato pessoal, telefone ou internet. São inúmeras as atividades de vendedores entre elas; prospecção de novos clientes, previsão de vendas, identificação dos elementos de decisão da empresa, análise das necessidades dos clientes, apresentação de soluções, argumentação técnica e comercial, fechamento do negócio e o acompanhamento comercial e das promessas contratadas. O autor destaca também algumas rotinas de vendas que devem ser utilizadas pelos vendedores: • O cliente em primeiro lugar; • A prioridade é seduzir o cliente; • Os processos causam problemas; • Administre o futuro para o presente; • Procure ser diferente; • Se o cliente não gostou, não houve negócio; • Pessoas geram dinheiro; • Saber fazer é mais importante; • Transforme ameaças em oportunidades; • A ênfase é o pós venda; • Vender é falar hepaticamente; • Vender é ouvir; • Vender é ganhar – ganhar dos dois lados; • O produto é o que o cliente acha que é; • O importante é a diferenciação; • A visão da empresa é ideocrata, mercadocrata e consumocrata; • Venda fazendo networking e criando sinergia; • Faça certo a coisa certa; • Primeiro removam os bloqueadores; 24 • Sempre há um processo melhor; • Quem paga o salário é o cliente externo; • Concorrente que não incomoda é aquele que ainda não nasceu. Os vendedores conquistam os clientes, fascinando-os com produtos, serviços, promoções e prazos de entrega. A mais importante ferramenta pessoal de competitividade do vendedor é saber estar nas características e requisitos para um bom negociador, saber ouvir, desenvolver um processo de simpatia e empatia com o interlocutor, gerar credibilidade e confiança, procurar ter conhecimentos fundamentalmente bons sobre o produto e o mercado e ser objetivo (MOREIRA et al., 2001). A participação do vendedor começa de fato quando há a elaboração do planejamento estratégico da organização, pois está em contato direto com o mercado e possui informações importantes sobre os clientes, conhecem os pontos fortes e fracos da empresa, as ameaças e oportunidades mercadológicas, a atuação da concorrência e o próprio potencial do mercado. Para Churchill e Peter (2003) um vendedor de sucesso adota grandes responsabilidades, pois realiza a venda e coordena todas as pessoas que fazem parte do negócio. Os vendedores de destaque conhecem muito bem as organizações onde trabalham, suas metas e obrigações, conhecem o produto, conhecem o cliente, respeitam seus concorrentes, desenvolve um relacionamento de longo prazo e interligado com a organização e com o cliente; nunca prometer demais, vender somente para resolver problemas específicos, criar oportunidades lucrativas, aproveitar uma oportunidade, melhorar uma experiência para oferecer ao cliente. Churchill e Peter (2003) salientam que os vendedores, com a ajuda de seus auxiliares e com o suporte de outras áreas da empresa, podem ser classificados com base em três funções básicas: a conquista, a tiragem e a entrega de pedidos. A conquista de pedidos é o desenvolvimento de negócios por meio da busca de clientes potenciais, no qual o vendedor fornece informações sobre o produto para convencer os clientes a comprá-los. A tiragem de pedidos é a rotina de conclusão das transações depois que os clientes já decidiram comprar. Os tiradores de pedidos devem ser capazes de responder perguntas, fazer ajustes de preço ou pagamento, controlar reclamações e informar aos clientes sobre mudanças nos produtos. A entrega do pedido consiste levar o produto até o cliente e viabilizar sua utilização, sendo algumas delas: preparar os produtos para a entrega, instalar os produtos, fornecer instruções, manusear produtos na garantia. 25 Além disso, freqüentemente, os vendedores são os primeiros a serem chamados quando surgem dúvidas em torno de uma compra recente. Por este motivo os vendedores devem estar preparados para lidar com uma série de tarefas relacionadas à entrega do pedido. 2.2.3 Relacionamento de vendas Muitas empresas procuram desenvolver um relacionamento de vendas, na qual os vendedores desenvolvem relações mutuamente benéficas e de longo prazo com os clientes. Os clientes geralmente valorizam mais as relações de envolvimento do que a simples tiragem de pedidos. Os clientes desejam colaborar com vendedores de confiança que ofereçam conselhos aprofundados para decisões de compra, ajudem a encontrar soluções imaginativas para os problemas. Para desenvolver um bom relacionamento de vendas é necessário treinar e desenvolver uma força de vendas, que se refere às ações específicas, que visa adaptar profissionais aos requisitos específicos do cargo, ou que leve ao aperfeiçoamento ou melhoria contínua do desempenho profissional. Todo processo de treinamento tem o seu início com a realização de um diagnóstico da situação atual, que surge com o levantamento das necessidades existentes diante dos objetivos da organização, do desempenho dos profissionais de venda quanto a avaliação de desempenho, dos diferentes problemas detectados e que interferem no desenvolvimento da organização (KOTLER, 1999, p. 65). O treinamento proporciona aos vendedores estabelecimento de metas, sugere formas de desenvolver suas habilidades profissionais. O treinamento e o apoio contínuo oferecem técnicas de vendas, estratégias de promoção, administração do tempo, e cria um ambiente de trabalho estimulante (KISCHEL E KISCHEL, 1993, p. 92). Para Churchill e Peter (2003) o treinamento pode dar ritmo aos novatos e qualificar os vendedores experientes, entretanto o treinamento custa dinheiro à organização e tempo aos vendedores, por isso, ambos desejam que ele seja eficaz. Através do treinamento os gerentes de vendas devem tentar unificar a força de vendas, seja em equipe ou em esforços de vendas individuais. Para Moreira et al. (2001) o relacionamento de vendas, ocorre como uma grande aliada no processo de vendas. Toda organização possui objetivos importantes em sua trajetória, como conquista de mercados e fidelização do cliente. Para que estes objetivos 26 possam ser cumpridos de forma plena, a utilização do relacionamento assume um papel importante, pois poderá gerar credibilidade, estimular o desejo no consumo e facilitar na decisão da compra. Além disso, o profissional de vendas exerce o papel de facilitador no mecanismo de relacionamento. É por meio dele que o cliente poderá interagir mais facilmente para sanar suas dúvidas. O cliente busca respostas para suas dúvidas, ou a melhor compreensão das vantagens e desvantagens de um produto ou serviço, terá no profissional de vendas um interlocutor apto a responder às suas perguntas e, principalmente agregar novos atributos pertinentes à concretização do negócio. Outra variável importante na conduta de um profissional de vendas é a postura. Sendo importantíssima para estreitar os relacionamentos com o mercado, a postura de um vendedor deve, muitas vezes, estar dentro de um padrão estipulado pela organização. Ela é parte tangível no contato do cliente com a organização de vendas. O profissional de vendas é a organização diante do cliente; é o responsável pelo relacionamento permanente da organização vendedora com o mercado comprador. Para Mckenna (1992, p. 48) “para sobreviver em mercados dinâmicos, às empresas precisam estabelecer estratégias que sobrevivem às mudanças turbulentas no mercado. Têm que construir alicerces que não sejam derrubados pelas tempestades”. O autor ainda destaca que isso não será feito concentrando-se em promoções e anúncios. Ao contrário, elas precisam conhecer a estrutura do mercado. Por isso, precisam desenvolver relacionamentos com os clientes. 27 2.3 Etapas do processo de vendas A arte de vender envolve um processo de sete etapas, são elas: identificação e qualificação, pré-abordagem, apresentação e demonstração, superação de objeções, fechamento e acompanhamento. Essas etapas ajudam o profissional de vendas a realizar uma específica. O vendedor necessita dominar estes processos. Essas etapas buscam agregar novos clientes e obter os clientes perdidos. Mostrar-se-à na figura 1 as principais etapas de uma venda eficiente (KOTLER E ARMSTRONG 1999, p. 375). Figura 1 – Etapas do processo de vendas segundo Kotler e Armstrong Identificação Pré- e Qualificação Abordagem Fechamento Abordagem Superação de Apresentação Objeções e Demonstração Acompanhamento Fonte: Kotler e Armstrong, 1999 p. 375 Para o autor a arte de vender envolve todos essas etapas, que ajudam o profissional de marketing a fechar uma venda, planejando todas as etapas do processo de vendas, o profissional tende a alcançar o sucesso da venda e a conquista do cliente. Na visão de Churchill e Peter (2003, p. 511) o processo de venda pessoal envolve sete passos: prospecção de clientes, preparação para visita de vendas, abordagem de clientes potenciais qualificados, realização de apresentação de venda, controle de objeções, 28 fechamento de vendas e formação de relacionamento de longo prazo, como mostra o quadro abaixo. Uma abordagem pronta e decorada são menos eficazes do que a formação de um relacionamento com os clientes com base na identificação e atendimento de suas necessidades. Na figura 2 ilustra-se as etapas do processo de vendas. Figura 2 – Etapas do processo de vendas. Procurar Clientes Preparar visitas Abordar clientes de Vendas potenciais Fechar Vendas Controlar Fazer Objeções Apresentações de Vendas Formar Relacionamento à Longo Prazo Fonte: Churchill e Peter, 2003 p. 512 As etapas serão apresentadas a seguir nos itens abaixo, são elas: prospectando clientes, preparando a visita de vendas, abordando clientes potenciais qualificados, apresentações de vendas, controlando as objeções, fechando a venda e formulando relacionamento de longo prazo. 2.3.1 Prospectando clientes De acordo com o pensamento de Churchill e Peter (2003, p. 512) a venda pessoal começa com a prospecção, que significa identificar clientes potenciais. Os vendedores precisam localizar indivíduos ou organizações que possam ser compradoras de seus produtos. Esses compradores potenciais podem ser divididos em três categorias: 1) Indicações; indivíduos que são clientes em potencial. 29 2) Clientes potenciais (prospects); indivíduos ou organizações com interesse no produto. 3) Clientes potenciais qualificados; indivíduos ou organizações que estejam inclinados a comprar e tenham condições para isso. Os vendedores obtêm indicações e clientes potenciais a partir de várias fontes. Entre as mais conhecidas encontram-se as listagens de mala direta, banco de dados, feiras comerciais, clientes anteriores, fornecedores e contatos pessoais. Para os autores as referências fornecidas por clientes existentes, geralmente são responsáveis pelos melhores clientes potencias. Os vendedores criativos utilizavam essas e outras fontes. Para Moreira et al. (2001) a identificação da clientela sobre a qual compensa mais dirigir os esforços e recursos de venda. Podem-se identificar novos clientes de diversas formas: indicação dos clientes atuais, aquisição de listagens e de cadastros de clientes, visita porta a porta, feiras, exposições, anúncios classificados, entidades de classe. Além de procurar vender mais para quem já vende, o vendedor tem que vender para quem ainda não vende, encontrando conquistar novos e antigos clientes. Para o autor prospectar clientes é escolher com quem a empresa pretende gastar seu “cartucho”, para não sair desperdiçando “balas” por ai. Antes de iniciar todo o processo de prospecção é necessário que se façam alguns questionamentos para melhor definir o que de fato deseja e o que está buscando em relação aos novos clientes. Perguntas como: • Quem são os clientes de maior potencial? • Quais são as suas necessidades? • O que o motiva a comprar? • Como é o seu comportamento de compra? • O que de fato ele deseja? • Onde ele está localizado? • Qual a melhor forma de abordá-lo? • Existe algum concorrente atuando nele? Essas perguntas podem ajudar a descobrir mais detalhes sobre o cliente, sendo assim o vendedor consegue projetar o que realmente atende as necessidades e aspirações de seus clientes. 30 2.3.2 Preparando a visita de vendas Preparação são informações melhores sobre os clientes potencias qualificados e sobre como criar valores para eles. Na etapa da preparação, os vendedores devem-se informar melhor sobre o cliente potencial qualificado, e se necessário certificar-se que conhecem os aspectos técnicos e as vantagens oferecidas pelo produto. Os vendedores que pretendem relacionar-se com compradores organizacionais também devem se informar sobre os setores de atividades de seus clientes, seus pontos fortes e fracos e seus objetivos estratégicos (CHURCHILL E PETER 2003, p. 514). Existem dois tipos de vendas: a interna e a externa. Na externa, os vendedores vão à busca dos clientes. Já na interna, o cliente vai até o ponto de venda. Com isso, destaca-se que este item também se refere à venda interna, pois todo este planejamento também se faz necessário. Para Moreira et al. (2001) todo o planejamento pode resultar em nada na hora da visita, é muito importante que todos os cuidados que foram tomados na elaboração da proposta também sejam tomados na realização da visita, e da abordagem. Assim, causar uma boa impressão é fundamental, devendo, portanto, ser pontual, vestir-se adequadamente, ter uma conversa introdutória, apresentar tanto você como a sua empresa e o propósito da visita de forma clara e objetiva, entregar o cartão de visita, criar um ambiente que facilite a exposição da proposta, além de ouvir o cliente. Ser honesto com o cliente e consigo mesmo dá maior segurança e confiabilidade para a apresentação. 2.3.3 Abordando clientes potenciais qualificados Concluído a preparação é feito uma abordagem. A abordagem é o contato inicial com o cliente, as metas da abordagem são: aprender mais sobre as necessidades do cliente, obter atenção e estimular interesse. O modo mais simples de obter atenção e interesse de clientes potenciais é dispor de uma solução potencial para seus problemas. Durante a abordagem os vendedores fazem perguntas e colhem informações do cliente potencial. Alguns vendedores estabelecem contato de uma maneira amigável, adotam um tom de voz agradável e abrem um espaço para bate papo antes de passar aos negócios (CHURCHILL E PETER, 2003, p. 514). 31 Para Kotler (1999) qualificar clientes potenciais envolve determinar se eles estão propensos a comprar e se atendem os requisitos do comprador. Para o autor qualificar significa determinar se um cliente potencial se encontra em condições de comprar um produto. Para Moreira et al. (2001, p. 168) após definir claramente o que está se buscando e coletar uma série de informações sobre os clientes, pode-se então iniciar o processo de análise da potencialidade do cliente, no qual, conforme mostra o quadro abaixo, procura-se compreender e organizar os dados obtidos (Figura 3). Figura 3 – Análise da Potencialidade dos Clientes Listar todos os clientes que foram levantados na fase de prospecção Avaliar o potencial de cada um deles Definir o que vai ser oferecido ao cliente Efetuar a classificação de cada um deles Definir quais são os clientes mais interessantes para a empresa Fonte: Moreira et al, 2001, p. 169 Na abordagem de vendas se enquadra a observação, a identificação, espírito de corpo que é a capacidade de se adaptar as novas circunstâncias, e língua do mundo que significa falar de acordo como o cliente entenda valorização da presença; fazer com que o cliente se sinta valorizado, importante e levar ao cliente informações positivas, criar necessidades de diálogo. Na abordagem se faz necessário desenvolver diálogos para depois fazer perguntas sobre necessidades e desejos dos clientes. Para Kotler e Armstrong (1999), na abordagem, o vendedor tem que possuir a habilidade de iniciar o relacionamento de forma positiva, sabendo como cumprimentar, e como chegar ao cliente. É necessário também que o vendedor esteja com uma boa aparência, 32 saiba como conduzir a conversa de forma agradável e estar atento às observações ao longo do encontro. 2.3.4 Apresentação de vendas A apresentação de vendas é a comunicação da mensagem de venda para o cliente. A apresentação de vendas comunica informações aos clientes, com a meta de estimular interesse adicional. A abordagem tradicional supõe que os vendedores descrevam e demonstrem as qualidades específicas do produto e expliquem como elas podem beneficiar o cliente potencial. Os vendedores orientados para o valor geralmente começam por uma apresentação com perguntas abertas, que ajudam a revelar informações sobre desejos e necessidades do cliente potencial. Os vendedores assim sendo, podem ajudar a formar um relacionamento de longo prazo, em vez de meramente concluir uma única venda, identificando não apenas como um determinado produto pode ajudar, mas como a organização poderia trabalhar com seus clientes. Para Moreira et al. (2001) a apresentação de vendas deve estimular a participação do cliente, avaliar o seu grau de compreensão. Nem sempre os vendedores se preparam de forma correta para fazer uma apresentação de vendas. É possível que em algumas situações venham a ser pegos de surpresa por alguma objeção que não havia sido considerada. Deve-se tentar avaliar o que de fato existe por trás da objeção, pode ser que ela própria traga consigo a resposta que o cliente espera ouvir do vendedor. Para Kotler e Armstrong (1999) a apresentação de vendas consiste no processo que o vendedor explica o produto para o comprador, e mostra quais vantagens e benefícios que este produto lhe proporcionará. É nesse momento que o vendedor começa a pesquisar quais são as reais necessidades do cliente e o que lhe dará maior satisfação. 2.3.5 Controlando as objeções Objeções são razões dos clientes potenciais para não fazer a compra. Podem estar baseados em custos, nas características dos produtos ou ambos. Os vendedores habilidosos sabem, quando as objeções são válidas e demonstram respeito pelo desejo do cliente potencial. Mas esses mesmos vendedores também reconhecem quando as objeções se tornam uma oportunidade para demonstrações adicionais sobre os benefícios do produto. Em algumas 33 situações, os clientes potenciais utilizam as objeções como tática de negociação para levar os vendedores a facilitar a transação. Clientes deste tipo existem no mundo inteiro, mas pode ser útil aos vendedores globalizados se familializar-se com as táticas da negociação típicas de cada país (CHURCHILL E PETER 2003, p. 517). Alguma das objeções mais comuns que os clientes potenciais levantam durante as apresentações de vendas inclui: 1. Eu realmente não preciso disso agora. 2. Não posso arcar com essa despesa. 3. O preço está muito alto. 4. Isso não é o que tinha em mente. 5. Preciso de mais tempo para pensar. 6. Já utilizo uma marca diferente. Qualquer uma destas objeções pode efetivamente colocar um fim em sua apresentação de vendas – se você permitir. Mas ao reagir as objeções de forma positiva e demonstrar que os benefícios da compra superam as desvantagens, você ainda será capaz de fazer a venda. Para Kishel e Kishel (1993) em vez de permitir que as objeções derrotem o vendedor o mesmo deve manter uma atitude positiva. No entanto os vendedores devem estar preparados para aceitar que as objeções do cliente potencial fazem parte do jogo. Para os autores o que separa os vendedores bem sucedidos dos demais é a forma que eles cuidam das objeções. Para Kotler e Armstrong (1999) o vendedor tem que encarar as objeções, como uma oportunidade para proporcionar ao cliente mais informações, e poder transformá-las em motivos para concretizar a venda. Todo vendedor tem que possuir habilidades, ou ser treinado para conseguir superar essas objeções, e conseguir absorver dessas objeções algo que lhe proporcione mais valor na hora da venda. 2.3.6 Fechando a venda O fechamento da venda representa solicitarem pedidos e obter compromisso de compra dos clientes potenciais. Na maioria dos casos os vendedores é que indicam o fechamento do negócio. Quando os clientes potenciais acreditam que os vendedores estão colaborando para criar valor, finalizar a compra é simplesmente o próximo passo. 34 Para Kischel e Kischel (1993, p. 66) há diversas maneiras de fechar uma venda, os métodos mais freqüentemente usados envolvem: • Solicitar o pedido; • Supor que o cliente potencial fará pedido; • Dar ao cliente potencial uma escolha; • Apresentar uma indução maior a compra. Existem dicas para que o fechamento da venda seja efetuado com sucesso, ajudando a comunicação mais efetivamente e fortalecendo a capacidade de efetuar a venda. São elas: • Venda o cliente que há em você. • Lembre-se de que o processo de comunicação é bidirecional. • Coloque-se no lugar do cliente. • Adapte o seu estilo de vendas ao cliente. • Faça perguntas. • Pense antes de falar. • Seja entusiástico. • Esteja preparado. • Acredite no produto. • Solicite o pedido. Para Kotler e Armstrong (1999, p. 376) “grandes fechadores de vendas são como grandes atletas – não tem medo de cair, e só descansam quando fecham à venda.” Esses vendedores possuem autoconfiança no produto que estão vendendo, e principalmente no que estão falando, por isso tem uma habilidade incrível de finalizar o negócio, dentro dos padrões éticos. 2.3.7 Formulando um relacionamento de longo prazo No marketing de relacionamento, o fechamento da venda não é o fim do processo. Os vendedores orientados para o valor continuam trabalhando num relacionamento de longo prazo com os clientes. As atividades para a formação desse relacionamento, que incluem as visitas de acompanhamento de vendas, servem para garantir que os clientes estão satisfeitos com suas compras. Para Moreira et al. (2001) inúmeras empresas estão atentando ao fato de que cada vez mais um número menor de clientes estará respondendo a um percentual cada vez maior de 35 suas vendas e faturamento. Isso é decorrência da globalização e das fusões que estão ocorrendo. Com isso, os clientes de hoje tornaram-se importantes para as empresas e requerem cada vez mais atenção especial e negociações que envolvam não um único vendedor, mas uma equipe de trabalho composta por profissionais que apresentem os dois lados e que sejam capazes de melhorar produtos e processos. O relacionamento com clientes deve ser avaliado no longo prazo, nunca como mais uma possibilidade de se tirar um pedido. O profissional de vendas não deve restringir-se ao produto e sim agir como um verdadeiro consultor, dando ao cliente sugestões que melhorem seu negócio como um todo. Este relacionamento que deve ser construído constantemente com os clientes da organização, o marketing de longo prazo, gera a fidelização do cliente. 2.4 2.4.1 Administração de vendas Aspectos Fundamentais Os esforços da força de vendas precisam ser administrados, para que ocorra um bom desempenho dos vendedores e suas vendas sejam realizadas com sucesso. Eles são governados por um plano de vendas, que significa a declaração formal das metas e estratégias de venda. Cabe destacar que administração de vendas é o planejamento, direcionamento e controle das atividades de vendas pessoais da organização. (CHURCHILL E PETER 2003, p. 518). Na visão de Las Casas (2002), administração de vendas é o planejamento, a organização, direção e controle da equipe de vendas. O trabalho e o sucesso da equipe de vendas refletem em grande parte nas orientações que são transmitidas pela administração de vendas, que através de atitudes e procedimentos influência na atividade destes profissionais. No entanto a função primordial dos gerentes de vendas é administrar e desenvolver a força de vendas, de modo que proporcione resultados benéficos a organização. Para Moreira et al. (2001, p.60) a função do gerente é planejar a força de vendas; administrar a força de vendas e desenvolver as tarefas de vendas. O Quadro 1 mostra detalhadamente as funções de um gerente de vendas. 36 Quadro 1 – Macrofunções e tarefas de um gerente de vendas. Gerente de Vendas Planejamento da força de vendas Tarefas Definir objetivos; propor estratégias, organizar a força de vendas, dimensionar tamanho da força de vendas, criar remuneração atrativa. Administração da força de vendas Recrutar e selecionar equipes, promover liderança, motivar equipes, avaliar desempenhos. Desenvolvimento da força de vendas Treinar, aprimorar relacionamentos. Fonte: Moreira at al. 2001, p. 60 Para auxiliar os gerentes de vendas na administração da força de vendas, faz-se necessário conhecer algumas especificações como: perfil do profissional de vendas, a função da comunicação no processo de vendas, processo de vendas como veículo de comunicação. Perfil do profissional de vendas – ao pensamento de Moreira et al. (2001, p. 64) não existem uma fórmula ou receita correta, que defina qual é o perfil ideal. O mais convencional, é um profissional que se adeque a uma empresa ou um produto, que traga maiores conhecimentos, atributos e qualidades que se aproximem do esperado pelos consumidores. Habilidades de vendas – as principais habilidades técnicas de um vendedor na visão do autor são: habilidades interpessoais, habilidades de negociação e habilidades técnicas, como mostra a Figura 4: 37 Figura 4 – Habilidades para uma negociação bem sucedida. Habilidade Interpessoais Habilidades de negociação • conhecer e administrar as suas fraquezas; • levantar e analisar informações; • conhecer da outra parte as suas necessidades; • planejar a negociação; • executar e controlar a negociação; • levar consigo boas idéias e argumentos; • ser habilidoso para fazer concessões. • ter uma atitude que não gere desconfiança; • saber ouvir e comunicar; • criar um clima de cooperação e confiança entre as partes. as Negociação Bem - Sucedida Habilidades técnicas • conhecer as informações do mercado, como concorrência, legislação e aspectos econômicos, que possam interferir na negociação; • conhecer as vantagens, benefícios e detalhes técnicos do produto ou serviço; • saber o que é bom ou mau negocio. Fonte: Moreira et al. 2001, p. 73 A função da comunicação no processo de vendas – o vendedor que possui suas habilidades e técnicas ao lidar com o cliente, consegue facilmente proporcionar uma aproximação, um encontro de forma sutil, inteligente e perspicaz. Para existir a comunicação de forma rápida, é necessário que haja o emissor e o receptor. A mensagem emitida pelo transmissor só será 38 compreendida se estiver dentro dos padrões que o receptor possa entender. Moreira et al. (2001, p. 132). A figura a seguir representa o processo de comunicação: Figura 5 – Processo de comunicação. Emissor Codificação Mensagem Decodificação Canal ou Meio de Comunicação Amplificador Receptor Ruído Feedback Resposta Fonte: Moreira et al. 2001, p. 132 O vendedor assume o papel de ser o grande canal pela transmissão de sua idéia. Sua postura diante do cliente é muito importante, e a boa comunicação será responsável pelo sucesso da negociação. Os mecanismos de comunicação necessitam ser trabalhados, as atividades de suporte mútuo somado as posturas individuais dentro do conjunto fazem parte de uma estratégia de comunicação vitoriosa (MOREIRA et al. 2001) O profissional de vendas como veículo de comunicação – o vendedor assume o papel de meio de comunicação entre a organização e o cliente. O vendedor precisa ter a sensibilidade de sentir o mercado, deve propor soluções, expor idéias, informações, pois o vendedor estará motivando o interesse do mercado em adquirir um determinado produto ou serviço. 39 O vendedor é um dos grandes canais de comunicação no mercado, ele faz com que haja o envolvimento, o convencimento e a conquista do cliente potencial (MOREIRA et al. 2001). 2.5 Planejamento de vendas Para Las Casas (2002) planejamento significa decidir com antecipação o que deve ser feito, e através dele é possível precaver-se contra as eventualidades futuras, adequando a empresa ao nível de atividades necessárias. Esta pesquisa, elaborada para propor ações de vendas, vê o planejamento de vendas como um ponto fundamental a ser discutido. Toda a empresa que pretende estabelecer-se no mercado, garantir e obter êxito nas vendas, precisa de um plano de vendas que priorize detalhadamente objetivos, estratégias, estrutura da força de vendas e remuneração. 4 Em relação aos objetivos, o autor afirma que as empresas devem definir cuidadosamente os objetivos específicos que esperam atingir com suas forças de vendas. Caso não sejam estabelecidas normas, os vendedores tendem a gastar a maior parte de seu tempo vendendo os produtos consolidados para clientes atuais, negligenciando os produtos novos e os clientes potenciais. Para o autor as empresas devem dispor suas forças de vendas estrategicamente para que chequem aos clientes certos, no momento certo e da maneira correta. O planejamento de vendas de uma empresa tem um longo horizonte de tempo e olha para o futuro em termos da missão da organização. A estratégia da força de vendas tem implicações em sua estrutura. Se a empresa vende uma linha de produtos a um único setor, com clientes geograficamente dispersos, seria adequado utilizar uma força de vendas estruturada por territórios. Se ela vende muitos produtos a diferentes tipos de clientes, pode necessitar de uma força de vendas estruturada por produto ou por mercado (...) (KOTLER 1998, p. 600). 4 Ver KOTLER. Philip.Administração de Marketing:Análise, planejamento, implementação e controle, 1998. 40 No que se refere ao tamanho da força de vendas, a empresa após definir o número de clientes que deseja atingir, deverá usar uma abordagem de carga de trabalho para estabelecer o tamanho da força de vendas (KOTLER 1998). Em relação à remuneração, a administração deve determinar o nível e os componentes de um plano de remuneração eficaz. O nível de remuneração deve ter alguma relação com o “preço de mercado” vigente para o tipo de trabalho de vendas e habilidades exigidas (KOTLER 1998, p. 603). 2.5.1 Estrutura da força de vendas É necessário estudar o tamanho do mercado, a demanda esperada para poder estabelecer a quantidade de funcionários suficiente para atender a demanda. Conforme a atuação da organização no mercado se houver crescimento, expansão maior será a necessidade de uma estrutura de vendas mais complexa. O aumento do número de profissionais leva a necessidade de criarem-se mais níveis ou departamentos. A estrutura de vendas deve ser eficaz, voltada a entender e atender as necessidades dos clientes, tentar reaproveitar ao máximo o tempo, não os desperdiçando com burocracias desnecessárias, que não interfere no resultado final da organização (MOREIRA et al. 2001). Para Las Casas (2002) na contratação da equipe de vendas a administração de vendas deve estabelecer o número de vendedores necessário para a organização, levando em conta os seguintes critérios: previsão de vendas, expectativas de mudanças da força de vendas, programa de marketing. a) Descrição dos cargos Para Las Casas (2002, p. 97) “a descrição do cargo é um documento escrito com o resultado do que se concluiu na etapa da análise; seu objetivo é orientar os entrevistadores e todos os que estão envolvidos na contratação”. Faz-se necessário possuir os requisitos técnicos do cargo como: atividades dos vendedores, planejamentos, atividades rotineiras, a quem estão subordinados, informações sobre produtos e serviços e como devem ser oferecidos aos clientes. 41 Para Moreira et al. (2001, p. 215), a descrição dos cargos “leva em consideração os aspectos que vão desde o seu título, sua posição na estrutura, até as tarefas e atribuições, quer sejam diárias, mensais, anuais ou até mesmo esporádicas”. O importante na descrição do cargo é que o funcionário possa utilizar todas as suas habilidades, possuindo responsabilidades para o sucesso ou até o fracasso no que está desenvolvendo ou atuando. b) Recrutando vendedores Para Moreira et al. (2001, p. 236) o recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos de pesquisa e algumas intervenções sobre diversas maneiras de fornecer a organização um número de pessoas necessárias para o alcance das metas. Para o autor, quando se realiza um recrutamento é necessário que haja uma solicitação possuindo vaga para a função desejada. De posse desta solicitação, é importante que sejam estabelecidos os objetivos da contratação, como: estabelecer o cargo, a urgência, perfil e local de trabalho. Após o objetivo da contratação é feito a descrição do cargo, para que possa com maior convicção achar o profissional que esta procurando. Em seguida se faz o planejamento do processo de recrutamento, verificando as fontes internas e externas, as técnicas a serem utilizadas e os métodos de triagem mais apropriados. O autor ainda destaca que as fontes internas são “recursos internos disponíveis dentro da própria organização”. Através de processos de transferências, promoções internas e utilizando-se de programas de treinamento e desenvolvimento das pessoas, identificando na empresa uma série de profissionais que teriam interesse em preencher a vaga. As fontes externas “são formadas por profissionais fora da organização, pelos recursos humanos disponíveis no mercado de trabalho”. Essas fontes externas possibilitam à entrada de profissionais de fora da organização, que poderão dar um novo estímulo a organização. O processo de recrutamento envolve algumas atividades como: decidir que vendedores serão contratados, até selecionar indivíduos para cargos específicos na área de vendas. A organização precisa definir os tipos de pessoas que devem vender melhor seus produtos e descobrir como identifica-las. E necessário para isso contrata-lo, treina-lo e supervisiona-lo. Para a organização da escolha de um vendedor inadequado, pode acarretar despesas, pois seu investimento não terá retorno. Ainda ao demiti-los, necessita procurar substitutos mais satisfatórios, o que despenderá mais investimentos (CHURCHILL E PETER, 2003). 42 Para o autor, qualquer que seja a rotina escolhida para montar a força de vendas precisarão encontrar vendedores para representar os produtos da organização. Existem muitas maneiras de conseguir candidatos para cargos de vendas, como pedir sugestões a outros funcionários, contatar agências de emprego ou afixar anúncios em faculdades e universidades, que sempre estão repletas de recém formados entusiasmados e dispostos a receber treinamento. Antes dos gerentes de vendas avaliarem os candidatos às vagas, é preciso delinear o tipo de pessoa procurada. Assim o gerente de vendas prepara mais análise e uma descrição de cargo. A análise do cargo para o autor é “a investigação das atividades, tarefas, responsabilidades e influências ambientais envolvidas no cargo, ao passo que a descrição do cargo é um relatório detalhado das descobertas da investigação” (CHURCHILL E PETER 2003, p. 521). Com base na descrição, o gerente pode criar um perfil adequado do candidato à vaga de vendedor. As descrições das características ideais podem servir como indicadores de habilidades como inteligência, aptidões verbais e habilidades matemáticas, além de certo talento para vendas (CHURCHILL E PETER, 2003). c) Treinando vendedores De acordo com o Churchill e Peter (2003) os vendedores podem tornar-se mais experientes por meio de treinamentos proporcionados pela organização. No entanto o treinamento exige investimentos por parte da organização e tempo aos vendedores, e por isso ambos desejam que ele seja eficaz. A força de vendas pode ser unificada através do treinamento. Os autores destacam que tanto para as organizações envolvidas em vendas em equipe, quanto para as organizações que simplesmente desejam estreitar as relações entre a força de vendas e o resto da organização. De acordo com o autor, a definição dos objetivos do treinamento parte exatamente das necessidades que foi diagnosticada no levantamento anterior, que são as fases de levantamento das necessidades, definição do objetivo, determinação do método e avaliação dos resultados. Para cada necessidade haverá um ou mais objetivos que deverão ser atingidos. Se a dificuldade do vendedor for ao fechamento da venda, pois neste momento ele não sabe ou tem dificuldades para argumentar ou vencer as objeções do cliente, pode-se determinar 43 como objetivo a ser atingido desenvolver as habilidades de negociação, o raciocínio com números e a memória visual. O método de treinamento a ser utilizado, deve-se dar preferência àquele que facilite o processo e esteja adequado às características das pessoas, para que o conteúdo do programa de treinamento seja absorvido pelo profissional de vendas. Após a realização do método de treinamento é importante que se faça a avaliação dos resultados obtidos no processo e das mudanças de atitude e comportamento (MOREIRA et al. 2001, p. 257). d) Remuneração, comissões e incentivos da força de vendas Para atrair bons vendedores no seu quadro da força de vendas, o administrador necessita oferecer uma boa remuneração aos seus vendedores. Uma empresa que oportuniza prêmios por bons desempenhos nas vendas, uma renda regular, bem como, um pagamento justo pelas funções desempenhadas assegura um quadro de vendedores que vestem a camisa em qualquer situação. A empresa conseguirá bons resultados nas vendas com a implantação de um plano de remuneração digno que atenda as necessidades econômicas de seus vendedores. Kotler (1998, p. 603) nos diz que: “...o nível de remuneração deve ter alguma relação com o preço de mercado,vigente para o tipo de trabalho de vendas e habilidades exigidas”. Tal afirmativa revela a importância de uma remuneração bem planejada e condigna com os objetivos da força de vendas da empresa. Um plano de remuneração consistente deve conter uma análise de fatores internos e externos à empresa. Faz-se necessário um plano de remuneração simples e de fácil compreensão. A empresa pode fazer um plano de remuneração com base no salário fixo, com base em comissões e com base em salário fixo e incentivo. A empresa que elabora um plano de remuneração aos seus vendedores com base nas comissões, sugere que os mesmos ganhem uma porcentagem fixa ou variável das vendas. Sendo assim, os planos que revertem comissões aos vendedores oferecem três vantagens: incentivo aos vendedores para que eles dêem tudo de si na força de vendas; vincula de forma mais compatível às despesas decorrentes do processo de vendas, e por fim, torna possível que a empresa delimite diferentes comissões sobre diferentes produtos e tarefas de vendas, influenciando a maneira pela quais os vendedores empregam seu tempo. Uma desvantagem que Kotler (1998) coloca-nos sobre as comissões nas vendas, é que para a empresa é dispendioso , pouco seguro e conseqüentemente compromete a força de 44 vendas; pois se a comissão não é fixa esta pode variar de forma regressiva ou progressiva. Vale ressaltar que o importante é que o pagamento das comissões sobre a margem bruta proporciona maior grau de motivação para vendedores melhorarem seus compostos de produtos e de clientes e com isto os lucros da empresa também melhora. Há empresas que estabelecem o seguinte plano de remuneração com comissões: 70% são o fixo e 30% são as comissões. Deste modo, as vendas são mais incentivadas, os vendedores se esmeram e este plano ajuda muito na época em que o comércio apresenta vendas fracas. Já no que se refere aos prêmios, considera-se uma forma de complementar ou substituir outros incentivos. Os prêmios compensam boas vendas, condecoram por méritos os bons vendedores. Um aspecto negativo desta proposta de recompensa pela força de vendas, é que ás vezes o julgamento pessoal por parte da empresa pode desqualificar ou ser injusta com a força de vendas. e) Avaliação dos vendedores Uma avaliação dos vendedores requer a obtenção de informações regulares de suas atividades. Avalia-se para observar o andamento do desempenho dos vendedores e da força de vendas. Ressalta-se que para avaliar é necessário: as fontes de informação, as comparações de vendedor para vendedor; a comparação das vendas atuais com as anteriores; a avaliação formal de desempenho e qualitativa de vendedores. As fontes de informação consistem nos relatórios de vendas elaborados pelos vendedores. A prestação de contas por parte dos mesmos também é uma fonte de informação. Os relatórios são excelentes fontes, pois indicam o desempenho das vendas. Já as comparações de vendedor para vendedor são importantes para avaliá-lo, porque mostram o desempenho de uns frente aos outros. A administração da empresa deve-se interessar pela contribuição de cada vendedor e o grau de satisfação dos clientes em relação a cada vendedor (KOTLER 1993). 45 f) Questões éticas da venda Para Churchill e Peter (2003, p. 529) “os dilemas éticos envolvem conflitos entre as vendas imediatas que um vendedor pode gerar ao tirar partido de clientes potenciais em contraposição aos benefícios da formação de relacionamentos positivos e duradouros com esses mesmos clientes [...]”. Os conflitos ocorrem devido aos benefícios que as práticas enganosas geram. Os vendedores cada vez mais têm que se conscientizar que práticas antiéticas destroem todo relacionamento de longo prazo, todo esforço em conquistar e manter clientes se torna em vão. É necessário também que os gerentes certifiquem-se que não basta apenas vender a qualquer custo, é preciso saber como vender, enfatizando as decisões éticas dos vendedores. Para Moreira et al. (2001, p. 77) a ética profissional se refere à forma clara e honesta que a venda se processa, para que o cliente se sinta confiança na natureza exata que é oferecido, como: taxas extras de frete, preço certo, estipular a real taxa de juros se houver, condições de pagamento e as obrigações nas quais incorre efetuado o pedido. Para o autor é antiético o vendedor induzir o cliente, trazendo informações incorretas. O vendedor não deve negociar produtos indevidos ou deturpar a imagem dos produtos. A organização deve treinar seus profissionais para defenderem seus interesses e de forma lícita, conseguir as vantagens mais atrativas. g) Manipulação de clientes potenciais Para Churchill e Peter (2003, p. 529) a venda pessoal não é vista com bons olhos, pois muitos vendedores adotam táticas manipuladoras. Alguns vendedores fazem afirmações abusivas sobre os produtos, tentando assim manipular seus clientes, induzindo a compra. Cabe ressaltar que, quando um vendedor “faz uma afirmação falsa sobre as características ou benefícios de um produto, seu comportamento não é somente antiético, mas também ilegal”. Para o autor táticas indevidas, podem resultar em péssimas conseqüências não só para os vendedores, mas também para a organização, que fica mau vista em relação aos clientes, sendo que este tipo de tática não agrega valor a organização e não proporciona a formação de relacionamento de longo prazo com o cliente. 46 2.6 Organizando a força de vendas Para Churchill e Peter (2003, p. 519) para alcançar a eficácia entre os vendedores é estabelecido território de vendas, designando os clientes atuais e potenciais, a seus vendedores. As estruturas são divididas em estrutura geográfica, por produto e por cliente. Para o autor na estrutura geográfica é estabelecido limites do território para que sejam efetuadas visitas pelos vendedores. O vendedor atende os clientes e representa os produtos da organização em seu território. Já na estrutura por produto é necessário possuir conhecimentos técnicos sobre o produto que está sendo oferecido ao cliente. É preciso possuir uma força de vendas adequada e eficaz, cada vendedor atende a clientes potenciais e existentes para determinados produtos. A estrutura por produto se torna dispendiosa no sentido que mais de um vendedor possa atender um único cliente. Outra estrutura seria por cliente, que ocorre quando é designado a um vendedor ou uma equipe para atender um único cliente. Essa equipe estruturada torna-se ineficaz, quando o vendedor despende todo o tempo e atenção em relação a um único cliente. Mas em contra partida pode resultar na satisfação e conquista de clientes, proporcionando grandes vendas. A estrutura organizada por cliente se adequa ao uso de equipe interfuncionais e do marketing orientado para o valor. Não obstante, os territórios geográficos e por produtos também podem ser administrados enfetizando-se o valor. Para que a força de vendas organizada tanto por estrutura geográfica, por produto e por cliente seja administrada enfatizando o valor que é necessário que os vendedores consigam captar as necessidades e desejos dos clientes, superando suas expectativas. Para Moreira et al. (1999, p. 62) a estrutura de vendas deve ser trabalhada de acordo com as características do mercado ou do produto que a organização trabalha, algumas informações como: atividades desenvolvidas pelos concorrentes, capacidade de compra dos clientes, serão avaliadas e a partir dessas variáveis pode-se estruturar uma melhor equipe de vendas. O administrador deve determinar o número ideal de vendedores. A equipe de vendas poderá também ser estruturada de modo misto, através de uma força própria e de representantes ao mesmo tempo. Segundo Casas (2002, p. 94) para organizar a força de vendas o administrador deve levar em conta: 47 a) Previsão de vendas - esta precisa ser positiva, objetivando um maior número de vendedores; b) Expectativas de mudanças da força de vendas - o administrador precisa estar ciente que em determinado momento a equipe pode se desfazer, vendedores vão e vem por inúmeros motivos, dentre eles o da concorrência. c) Programa de marketing – faz-se necessário um plano para lançar os produtos no mercado, e é importante que a força de vendas acompanhe este momento. Para Las Casas (2002) é importante que a organização da força de vendas dê suporte ao desenvolvimento e integração dos objetivos estratégicos corporativos, de negócios, de marketing e de vendas. Para isto salienta-se definir critérios para a estruturação da força de vendas desde o controle gerencial até mesmo as posições de linha. Sendo assim, Cobra (1994) afirma que há duas prerrogativas básicas para a força de vendas: a força de vendas direta e a força de vendas indireta. A primeira utiliza os vendedores que visitam diretamente o cliente, já a segunda os representantes ou distribuidores é que visitam o cliente. 2.6.1 Tamanho da força de vendas Há inúmeros meios para determinar a força de vendas ou cálculo do número ideal de vendedores, mas, a maioria quantifica apenas alguns dos fatores que precisam ser considerados na decisão de como devem ser vendidos os produtos da empresa. Para isto, o método escolhido pela empresa para avaliar a expansão da força de vendas é que definirá o tamanho da força de vendas. As constantes avaliações do mercado é que darão este feedback ao administrador e a equipe de vendas. Aspectos importantes devem ser considerados para avaliar o tamanho da força de vendas, são eles: os custos de vendas, a penetração no mercado e os custos de fabricação. Para Kotler (1998) o tamanho da força de vendas de uma empresa se define pelas estratégias que a mesma elabora para vender, bem como a estrutura da sua força de vendas. Portanto, considera os vendedores como o patrimônio mais importante da empresas. Justifica através desta que o aumento no número de vendedores implica o aumento das vendas e dos custos. 48 3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO 3.1 Caracterização da pesquisa Esta pesquisa caracteriza-se como do tipo qualitativa. Segundo Richardson (1999, p. 79) a pesquisa qualitativa “[...] pode ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social [...]” descrevendo a complexidade de determinado problema, analisar e interpretar variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuindo no processo de mudança de determinado grupo possibilitando o entendimento do comportamento dos indivíduos. Também, esta pesquisa se classifica como descritiva exploratória, pois se pretende descrever como está estruturada a força de vendas da empresa e relacionar com a administração de vendas adotada pela empresa. De acordo com Gil (1999, p. 44) “[...] têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis [...]”. As pesquisas descritivas e exploratórias são as mais usadas nas organizações e habitualmente são realizadas pelos pesquisadores sociais preocupados com ação prática. A pesquisa será um estudo de caso, pois contempla uma empresa e a área de vendas dessa empresa como foco. Para Gil (1999, p. 72) “[...] é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado [...]”. 3.2 Coleta de dados Para a obtenção dos dados que fundamentaram o entendimento do tema com mais profundidade, foi usado como método à coleta de dados. Os dados primários foram por observação direta intensiva que é realizada por meio de observação e entrevista, e os dados secundários através de fontes internas da empresa, como documentos e relatórios. A análise documental será utilizada para coletar dados em documentos, formulários, manuais e etc. Para Gil (1999, p. 160) [...] não são apenas pessoas vivas que constituem fontes de dados. Muitos dados importantes na pesquisa social provêm de fontes de “papel”; arquivos 49 históricos; registros estatísticos; diários; biografias; jornais; revistas entre outros [...]. Pesquisas como esta proporciona economia no tempo em relação aos levantamentos de campo. 3.2.1 Observação A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar (LAKATOS E MARCONI 1999, p. 90). Há vários tipos de modalidade de observação, que variam de acordo com as circunstâncias. Ander-Egg (apud Lakatos e Marconi 1999, p. 91) apresenta quatro tipos: a. Segundo os meios utilizados: • Observação não estruturada (Assistemática). • Observação estruturada (Sistemática). b. Segundo a participação dos observados: • Observação não participante. • Observação participante. c. Segundo o número de observações: • Observação individual. • Observação em equipe. d. Segundo o lugar onde se realiza: • Observação efetuada na vida real (trabalho de campo). • Observação efetuada em laboratório. Neste estudo trata-se de uma observação estruturada (sistemática), onde se realiza em condições controladas, sabendo-se exatamente o que se procura, utilizando-se de vários instrumentos como quadros, anotações, relatórios, escalas etc. 50 No que diz respeito à participação do observador, trata-se de uma observação participante natural, pois o observador se incorporou ao grupo, sem ocultar o seu objetivo ou a sua missão, fazendo-os compreender a importância da investigação. Diz-se "natural", pois o observador pertence ao mesmo grupo que investiga (LAKATOS E MARCONI, 1999). No que se relaciona ao número de observações, pode-se citar a observação individual, devido o fato de se realizar por somente um observador, onde se intensificou a objetividade de suas informações. E por fim, no que diz respeito ao lugar onde se realiza, trata-se de uma observação na vida real feita no ambiente real (empresa), podendo assim registrar os dados à medida que ocorreram, espontaneamente, sem a devida preparação. 3.2.2 Entrevista A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. E um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (LAKATOS E MARCONI, 1999, p. 94). Conforme Lakatos e Marconi (1999, p. 95) existem três tipos de entrevista, a padronizada ou estruturada, nela o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; a despadronizada ou não estruturada, nela o entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere, esse tipo de entrevista apresenta três modalidades: entrevista focalizada, entrevista clínica e entrevista não dirigida; por fim temos a entrevista painel, que consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. Neste estudo utiliza-se a entrevista despadronizada na modalidade focalizada, pois as perguntas podem ser respondidas dentro de uma conversação informal, explorando mais amplamente a questão, havendo um roteiro de tópicos relativos ao problema que se estuda e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser, sem obedecer a uma estrutura formal. 51 3.2 Análise dos dados De acordo com Gil (1999, p. 165) a análise de conteúdo desenvolve-se em três fases: a) pré-análise; b) exploração material; c) tratamento dos dados, interferência e interpretação. A pré-análise é a fase de organização. Inicia-se com os primeiros contatos com os documentos. A exploração do material constitui uma fase longa com o objetivo de administrar sistematicamente as decisões tomadas na pré-análise. Já, o tratamento dos dados, objetiva tornar os dados validos e significativos. 52 4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 4.1 Caracterização da empresa A empresa K&M IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO LTDA. tem 17 anos, pois foi fundada em 01 de dezembro de 1988, com sede em Forquilhinhas – São José, SC. A empresa opera no ramo de comércio de equipamentos e componentes eletrônicos, antenas (parabólicas, digitais, sky) e acessórios; prestação de serviços de instalação dos mesmos, disponibilizando mais de 200 itens para melhor atender seus clientes. a) Missão Ser a melhor empresa de comércio de antenas (parabólicas, digitais, sky) do estado de Santa Catarina. b) Organograma Diretor Departamento administrativo Departamento vendas de Departamento de almoxarifado Figura 6 - Organograma Diretor – responsável pelo planejamento, controle e organização dos demais departamentos da empresa. Departamento administrativo – responsável pela função administrativa, financeira e contábil da empresa. 53 Departamento de vendas – responsável pelas vendas e por todas as etapas que prosseguem a venda. Departamento de almoxarifado – responsável pelo controle e organização do estoque. 4.2 Administração de vendas O profissional de vendas deve sempre estar atento às oportunidades do mercado voltado ao seu público-alvo. Logo é necessário que seja feito um planejamento para que se alcance os resultados favoráveis para a organização. Neste caso, a administração de vendas pode proporcionar uma adequada estrutura de vendas, desde que leve em consideração: suporte para captar a atenção do cliente, a forma como vai se estruturar a abordagem, mostrar o produto em sua melhor forma, proporcionar todas as informações necessárias para os clientes, e manter uma boa imagem da organização para o cliente (MOREIRA et al. 2001). Então por meio da pesquisa, procurou-se levantar alguns aspectos de como ocorre à administração de vendas na empresa. Abordaram-se as questões como: recrutamento, seleção, treinamento, perfil do vendedor e remuneração. Com a análise dos dados observados, destaca-se que quanto ao recrutamento, os vendedores na maior parte são recrutados por indicação de terceiros, porém em algumas situações através de empresas governamentais que encaminham profissionais habilitados. O gerente foi questionado porque julga que pessoas conhecidas são melhores, obtendo-se como resposta que estas pessoas já têm noção do perfil do funcionário que estão precisando. A seleção na empresa é feita por meio de entrevistas, pois na visão do gerente se consegue verificar o comportamento e a postura do candidato. Em relação ao treinamento, o funcionário novato é acompanhado por um funcionário antigo, e também são fornecidos catálogos de produtos, o período de experiência do funcionário é de 90 dias. Para o gerente as características desejadas de um vendedor são: boa influência verbal, facilidade de trabalhar em equipe, ser honesto, ter empatia, atender bem o cliente, conquistar o cliente, conhecer os produtos e ser um bom negociador. Sobre as características dos atuais vendedores, o gerente os enquadra nas características citadas, porém havendo necessidade de treinamento para aperfeiçoá-los. De modo geral destaca-se que os vendedores possuem as tarefas de atender os clientes, manterem a loja organizada, esclarecer dúvidas e atender telefones. Quanto à 54 participação dos vendedores em cursos ou palestras, é opcional, participa quem tiver interesse. A empresa faz a divulgação das palestras e cursos, e faz o pagamento da inscrição dos interessados. Em relação à remuneração dos funcionários, é pago um salário fixo mais bonificações ao vendedor interno, desde que o mesmo estimule que o cliente quite os débitos anteriores a cada nova compra. Já ao vendedor externo, é pago fixo mais comissão. Os pagamentos são realizados mensalmente. De modo geral, como se pode perceber, não há uma formalização da administração de vendas. O gerente entrevistado não trabalha exclusivamente com o setor de vendas, acumulando funções de toda a administração da empresa. 4.3 Estrutura da força de vendas A empresa atua no ramo de equipamentos e componentes eletrônicos, antenas (parabólicas, digitais, sky) e acessórios; prestação de serviços de instalação dos mesmos, desde dezembro de 1988, localizada na Rua: Manoel Joaquim dos Santos, Forquilhinhas, São José. Disponibiliza mais de 200 itens em estoque. E seu faturamento anual gira em torno de R$ 470.000,00 (quatrocentos e setenta mil reais). A equipe de vendas é composta por 1 (um) gerente e 2 (dois) vendedores sendo um interno e outro externo. O recrutamento se processa através de entrevistas. O treinamento é dado nos primeiros 3 meses de experiência, é fornecido catálogos sobre os produtos e suas características. Os equipamentos disponibilizados na operação de vendas são: computadores, calculadoras, fax, Internet e celular. A empresa disponibiliza dois vendedores, um vendedor interno e um externo, eles não possuem metas, nem cotas pré-estabelecidas. O vendedor interno atua nas vendas de balcão, e atende clientes da grande Florianópolis. Já o vendedor externo, percorre o norte e o sul do estado de Santa Catarina. Durante as observações, buscou-se avaliar também, os conhecimentos dos vendedores sobre a internet, condições de trabalho, equipe de vendas e tarefas do cargo. Detectou-se que os vendedores possuem conhecimento sobre internet, pois a utilizam para passar orçamentos a clientes e fazer consultas cadastrais, entre outros. 55 Em relação às condições de trabalho detectou-se a necessidade de haver mais vendedores, pois o fluxo de clientes na loja era muito grande, os clientes ficam bastante tempo aguardando para serem atendidos. Sobre a avaliação do cargo, as tarefas mais importantes citadas pelos vendedores são: conhecer o produto, bom relacionamento com os clientes, mostrar os produtos, tirar dúvidas e ser maleável com o cliente. 4.4 Pontos fortes e fracos da estrutura da força de vendas Por meio da análise dos resultados procurou-se destacar os principais pontos fortes e fracos, que possam estar influenciando no desempenho da força de vendas da empresa. Então, no sub-capítulo 4.4.1 se faz menção dos pontos que foram levados em consideração na elaboração da proposta. 4.4.1 Força de vendas da empresa Detectou-se, na percepção dos funcionários, como principais pontos fortes: localização da empresa, variedade de produtos, qualidade, quantidade, atendimento, preço, entrega rápida e boas condições de pagamento. E os pontos fracos foram: não existe responsável pelo setor de força de vendas e poucos vendedores. Em relação à quantidade de vendedores, observou-se que o número de vendedores era insuficiente, pois para o vendedor externo é desgastante viajar por todo o estado, tendo em vista que a contratação de outro vendedor dividiria sua área de abrangência e lhe traria mais tempo para dedicar aos seus clientes e também para detectar clientes potenciais. Sobre as tarefas do seu cargo, o vendedor interno avaliou como em dias de movimento é desgastante, já o vendedor externo também respondeu que são cansativas, pois muitas vezes a quantidade de pessoas para atender é muito grande. Quanto à avaliação da empresa, os vendedores destacam que a empresa tem crescido e precisa rever seu modelo administrativo, falta organizar a parte de vendas, a administração é boa porque é aberta a sugestões e esta sempre tentando melhoras a loja e o atendimento. 56 5. PROPOSTAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Com base nos resultados da análise da força de vendas (itens 4.2, 4.3 e 4.4), da Empresa K&M IMP. E COM. LTDA., desenvolveu-se uma proposta para melhor desenvolver a administração de vendas. A proposta está estruturada da seguinte forma: aspectos da administração de vendas, processo de vendas e força de vendas. a) Aspectos da administração de vendas Primeiramente, cabe destacar que a função e atividade do gerente de vendas, em relação à força de vendas podem ser divididas em três etapas: planejar, administrar e desenvolver a força de vendas (figura 7). No entanto, destaca-se que, de acordo com as observações realizadas, não há uma estrutura na administração das vendas, ou seja, o gerente não possui especificidade nas decisões em relação à força de vendas, fazendo-se necessário o conhecimento dessas etapas por parte do mesmo. Quadro 2 – Macrofunções e tarefas de um gerente de vendas. Macrofunções de um gerente de vendas (etapas) Planejamento da força de vendas Administração de força de Vendas Desenvolvimento da força de vendas Tarefas Definir objetivos (traçar metas de vendas) Propor estratégias Organizar a força de vendas Dimensionar o tamanho da força de vendas (mais vendedores) Criar remuneração atrativa (comissão de vendas). Recrutar e selecionar equipes Promover liderança Motivar equipes Avaliar desempenhos (avaliar a evolução das vendas de cada vendedor) Treinar (traçar metas de treinamento, criar rotinas de treinamento) 57 Aprimorar relacionamentos (comemorar metas de vendas) Fonte: Adaptado de Moreira et al, 2001, p. 60 Outro aspecto importante é sobre o perfil adequado do profissional de vendas. Logo, além de suas funções o gerente deve levar em consideração o perfil de seus vendedores. Com isso é necessário padrão, para servir de base ao gerente, apresenta-se um perfil que a empresa pode estabelecer e utilizar no recrutamento e seleção dos vendedores e escolha de treinamentos futuros. Quadro 3 – Proposta de perfil dos vendedores. Perfil do profissional de vendas Descrição Habilidades interpessoais O profissional de vendas gosta de estar com pessoas e se relacionar com elas, procura entender e conhecer os clientes, para descobrir quais são suas necessidades. Naturalidade O profissional de vendas deve mostrar naturalidade nas suas abordagens. Deve demonstrar sinceridade e espontaneidade. Visão O profissional de vendas deve estar atento as necessidades de consumo do cliente; atender as expectativas requer visão de futuro e de negócios. Obstinação A busca em superar objetivos e metas estipuladas, fazem do profissional de vendas uma pessoa dinâmica e obstinada a alcançar seus resultados. Identificação com o trabalho O profissional de vendas necessita acreditar no que faz e no produto que vende, suas 58 qualidades e atributos. Necessita acreditar que o produto no qual vende pode agregar mais valor a vida de seu cliente. Saber ouvir e atender o cliente O vendedor precisa ouvir para poder compreender as preocupações e ponto de vista dos clientes. A capacidade de reconhecer as necessidades do cliente é uma característica muito importante do profissional de vendas. Flexibilidade / Adaptabilidade O profissional de vendas necessita adaptar-se as mudanças do mercado, atualização do produto e principalmente as necessidades dos clientes, pois todos estão sempre em constantes mudanças. Preparação O vendedor deve estar preparado para tirar dúvidas do seu cliente e conhecer qualidades técnicas do seu produto. Inspirar confiança O vendedor deve possuir atitudes honestas e éticas. Pro ativo O vendedor necessita aderir posturas mais críticas e participativas, sendo capazes de opinar e dar sugestões. Energia O vendedor deve ser uma pessoa de grande energia, motivando pelo bom humor, sua atividade e conhecimento. Fonte: adaptado de Moreira (2001) De acordo com a literatura, não existe uma fórmula para descobrir qual o perfil ideal, o que existe é o profissional de vendas mais adequado, que possua maior número de qualidades e atributos que se aproximem do que a organização espera. Porém, é necessário ter conhecimento deste perfil. 59 b) Processo de vendas Para padronizar o processo de vendas, ou seja, para que todos os vendedores tenham a mesma dinâmica de atendimento, organizou-se um fluxo ilustrativo do processo de vendas da empresa apresentado na Figura 7. Figura 7 – Processo de vendas proposto. Qualificando Pré-Abordagem clientes potenciais A abordagem Analise das A apresentação necessidades do cliente Superação dos objetivos Cadastramento Fechamento atualizado dos clientes Pós-venda (Acompanhamento e manutenção) Fonte: Elaborado pelo autor. A venda pessoal é constituída por etapas que proporcionam o melhor desenvolvimento do processo de vendas explicitadas na figura 7. Devido ao fluxo intenso de clientes na loja e a grande gama de clientes a serem visitados pelo vendedor externo, torna-se necessário que os vendedores busquem identificar necessidades e desejos nos clientes reais e os potenciais, que estão dispostos a comprar seus produtos. 60 No entanto, os vendedores precisam preparar sua abordagem diariamente, como abordar e o que irá falar para o cliente durante o desenvolver das vendas. O vendedor necessita fazer uma apresentação detalhada de acordo com as necessidades de seus clientes. Também no desenvolver das vendas podem surgir objeções e os vendedores devem estar preparados para ouvir e argumentar. Além disso, os vendedores devem preparar e manter o ambiente da loja organizado e limpo. Atualizar o cadastro do cliente, tornar-se uma etapa importante para agilizar o pedido. É após estas etapas fechar a venda é o próximo passo. Para completar o processo de vendas pode-se disponibilizar um serviço pós venda, pois ajudará a fortalecer as relações com os clientes (DALRYMPLE/PARSONS 2003, p. 173). Quanto à pós-venda sugere-se como ação que cada vendedor fique responsável pala pós-venda de seus clientes, No que diz respeito a contatar com o cliente após feita a venda, verificando se todo o processo de venda ocorreu como ele esperava etc. Também uma sugestão, é fazer contatos estipulando períodos, com os clientes antigos e novos, verificando se os mesmos estão precisando de materiais, informando-lhes nossa diversificação nas condições de pagamento e como um brinde, no mês de seu aniversário proporcionar um desconto de 15% por exemplo, sobre o valor de qualquer mercadoria. O vendedor necessita saber realmente qual são as necessidades e aspirações dos seus clientes, com o trabalho do pós venda o cliente irá se sentir importante e lembrado, principalmente por saber que a organização sente-se preocupada em atendê-lo bem. c) Força de vendas Ainda como apoio a decisão do gerente e adequação de suas tarefas, quanto à força de vendas, essa proposta contempla as seguintes questões: Como agilizar a força de vendas? Como recrutar e selecionar a força de vendas? Treinamento, promovendo liderança e motivando a força de vendas? • Como organizar a força de vendas A melhor maneira de organizar a força de vendas na organização se estabelece através de uma análise desenvolvida pelo gerente, considerando os fatores externos, podendo citar o mercado e os fatores internos, que envolve a cultura interna da organização. Através destes elementos pode-se dizer que um departamento de vendas pode ser organizado, por produto, 61 por cliente ou por região, ou pela combinação destes três elementos, que é o que ocorre na empresa em estudo. É necessário, portanto que a organização desenvolva uma análise aprofundada, que proporcione melhores alternativas para organizar a força de vendas e a combinação possível da força de vendas. Em relação a força de vendas, verificou-se a necessidade de mais vendedores, tanto interno quanto externos, pois existe uma sobrecarga nos vendedores. Seria necessário organizar a força de vendas para que não ocorresse sobrecarga de trabalho nos vendedores. O gerente precisa planejar a força de vendas, necessita mais vendedores, propor sugestões, metas para que os vendedores se esforcem mais e também se sintam estimulados por alcançarem estas metas. • Como recrutar e selecionar a força de vendas O recrutamento utiliza técnicas e pesquisas sobre as fontes capazes de proporcionar a organização um número de pessoas necessárias ao alcance de suas metas. Para fazer um recrutamento é necessário haver a solicitação, abrindo vaga para a função. Através da solicitação também se faz necessário saber algumas características como; cargo, urgência, características básicas, perfil e local de trabalho. Depois de esclarecido toda esta etapa é feito o planejamento do recrutamento, utilizando-se das fontes internas ou externas. A empresa necessita rever suas especificações em relação a recrutar e selecionar sua força de vendas. O funcionário a ocupar o cargo de vendedor precisa ser bem escolhido, precisa possuir certas habilidades, gostar de lidar com o público, dinamismo e iniciativa, boa fluência verbal, entre outros quesitos. Então se propõe à empresa seguir técnicas utilizadas para recrutar e selecionar pessoas que ocupem os cargos em questão, atendendo as necessidades e objetivos da organização. Existem algumas fontes de recrutamento que a empresa pode utilizar: fontes internas e externas. As fontes internas são pessoas inseridas dentro da empresa que tenham interesse em preencher a vaga e perfil adequado. Existem algumas desvantagens, utilizando-se desta fonte, pois pode ocorrer conflito de interesses entre os funcionários. A vantagem é a rapidez, redução no custo do recrutamento e treinamento de integração. A divulgação pode ser feita através de cartazes em murais. As fontes externas são pessoas fora da organização que possuam interesse em preencher a vaga. A vantagem proposta por este recrutamento é que estes profissionais trazem 62 novas idéias, dando um novo ânimo à organização. E a desvantagem é a existência de falta de motivação e satisfação dos funcionários existentes que possuem interesse a vaga (MOREIRA et al. 2001, p. 237). Como modelo para a empresa sugere-se algumas formas de fontes externas de recrutamento existentes, conforme o quadro abaixo: Quadro 4 – fontes externas de recrutamento. COMO TRAZER TALENTOS NA ÁREA DE VENDAS PARA A EMPRESA Banco de dados da empresa, feito através de recrutamentos anteriores ou de candidatos que se apresentarem espontaneamente. Cartazes ou informativos solicitando aos funcionários que apresentem colegas ou familiares para preencher determinada vaga (já adotado pela empresa verbalmente). Cartazes ou anúncios expostos nos lugares de maior circulação de pessoas externas a empresa apontando a existência de vaga, por exemplo, no departamento de compras ou na vitrine / entrada da loja. Anúncio em jornal ou revistas. Contato com empresas que fazem parte do mercado, como fornecedores, canal de distribuição e clientes. Órgãos de classe como ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), Sebrae e Senac. Empresas especializadas em recrutamento e seleção. Escolas faculdades, universidades ou centros educacionais profissionalizantes. Fonte: adaptado de Moreira et al. 2000, p.237 Após feita a escolha da forma de recrutamento se faz à triagem, que significa uma pré análise do processo de seleção, que possibilita que estejam somente no processo de seleção os candidatos que atendam os pré-requisitos a vaga. A seleção tem como objetivo escolher e classificar os candidatos que vierem do recrutamento e aprovados pela triagem, que se enquadram nas necessidades da organização, ou seja, no perfil adequado. É importante saber algumas características do candidato. O quadro 5 abaixo mostra algumas características que podem ser avaliadas nos candidatos a vaga. 63 Quadro 5 – Perfil dos vendedores. Exemplo de perfil para um candidato a uma vaga em vendas Gostar de lidar com o público É a regra número um: quem não gosta de lidar com o público nem deve trabalhar na área de vendas. Dinamismo e iniciativa É preciso saber como abordar o cliente, possuir sempre respostas para as possíveis perguntas dos clientes. Capacidade de negociação e persuasão Possuir argumentos suficientes para convencer o cliente e criar alternativas para solucionar seus problemas. Boa fluência verbal e voz agradável É preciso ter um português correto, tanto oral como escrito e boa dicção. Saber ouvir e ser paciente Entender o problema do cliente e ser paciente. Escolaridade Ensino médio e estar sempre cursando nível superior. Cursos e conhecimento de informática Domínio de informática. Experiência Mínimo de um ano na área. Idade Entre 21 e 30 anos. Fonte: Adaptado de Moreira et al. 2000, p.240 O processo de seleção é composto de algumas etapas como: entrevista teste de aptidão, teste de personalidade e teste de simulação. Porém, sugere-se a empresa a entrevista e um teste de aptidão. A aprovação do candidato é feita através da aprovação destas etapas. Por meio destas técnicas se torna mais fácil descobrir o profissional de vendas mais adequado a ocupar o cargo. • Treinamento, promovendo liderança e motivando a força de vendas. De acordo com o pensamento de Moreira et al. (2001) o treinamento esta interligado ao aperfeiçoamento contínuo do desenvolvimento do profissional de vendas e 64 conseqüentemente o seu crescimento e desenvolvimento dentro do seu cargo e da organização. Na pesquisa elaborada, verificou-se a necessidade de treinamento aos vendedores, pois o que se mostra na pesquisa, participa o funcionário que tiver interesse. Propõe-se, no entanto que o treinamento seja dado para todos os funcionários. É importante lembrar que o processo de treinamento é composto de algumas etapas como: levantamento das necessidades, definições dos objetivos, determinação do método de treinamento e avaliação dos resultados. Cabe a empresa tornar obrigatório a participação. Levantamento das necessidades – é feito um levantamento das necessidades existentes, e verifica-se o que pode ser melhorado no desenvolvimento no processo de vendas. Definição dos objetivos – a definição dos objetivos parte da necessidade que foi diagnosticada no levantamento das necessidades. Verifica-se qual a dificuldade encontrada no vendedor, se está no fechamento da venda, na abordagem e assim por diante. Em cima destes objetivos é que será feito o treinamento. Determinação do método de treinamento – é necessário que o treinamento se adapte as características das pessoas, procurando que o conteúdo do programa de treinamento seja facilmente entendido pelo profissional de vendas. Avaliação dos resultados – os principais tópicos a serem avaliados são se o processo de vendas proporcionou as modificações desejadas. No entanto, cabe ao gerente identificar as necessidades de treinamento de seus vendedores levando em consideração o seu desempenho. Já quanto a promoção de liderança, destaca-se que ocorre quando uma pessoa se destaca entre as demais por suas atitudes e ações e consegue influenciá-las. Proporciona interação em um grupo de pessoas direcionando a alcançar um objetivo ou metas estabelecidas. O papel do líder é identificar as necessidades das pessoas e saber qual a decisão que deve ser tomada. O líder desempenha uma função bastante complexa, contendo funções como: explorar o potencial dos vendedores, alinhar, fazer acontecer e dar autonomia (MOREIRA et al. 2001, p. 269). Pode-se sugerir a empresa elaborar reuniões mensais para discutir sobre as vendas, proporcionando interação entre o grupo. Outro ponto importante é a motivação. Pode conceituar motivação como “a disposição de exercitar um nível persistente e elevado de esforço na direção de metas organizacionais, condicionada pela capacidade do esforço de satisfazer certa necessidade individual” (MOREIRA et al. 2001, p. 271). Pode-se dizer que uma das tarefas mais difíceis dos gerentes de vendas é conseguir manter a equipe de trabalho motivada. A proposta sugerida é que o 65 gerente de vendas proporcione um bom desenvolvimento no trabalho, integrando pessoas, melhor execução das tarefas, distribuindo de maneira uniforme responsabilidades, comissionando todos os vendedores, preocupando-se com suas necessidades e conseqüentemente aumentando a produtividade. Em relação à remuneração salarial, deveriam existir comissões nas vendas para o vendedor interno, pois ele se sentiria mais entusiasmado e motivado a vender. O vendedor precisa ser motivado constantemente para poder incrementar seu ritmo de trabalho. A motivação também pode ser definida como “a energia que flui de dentro das pessoas, direcionando a ação” e como toda energia se não for alimentada, acaba (Moreira et al. 2001, p. 272). A desmotivação da equipe de vendas esta ligada a alguns fatores como: remuneração baixa ou diferença de remuneração entre os demais componentes da equipe, distribuição de responsabilidade, carga de trabalho, protecionismo, falta de objetividade, falta de clareza nas definições das metas e dos prêmios a serem distribuídos, pouca preocupação com os funcionários em relação as suas necessidades, condições precárias de trabalho e falta de reconhecimento. O quadro a seguir apresenta exemplos de atitudes motivacionais que podem ser adotadas pelo gerente da empresa. Quadro 6 – Atitudes que provêem motivação. ATITUDES MOTIVACIONAIS QUE PODEM SER ADOTADAS NA EMPRESA 1. Agir de acordo com seu discurso. 2. Valorizar, confiar e respeitar cada vendedor. 3. Dar apoio sem assumir o controle. 4. Dividir informações, conhecimentos e habilidades. 5. Reforçar sempre o trabalho bem feito. 6. Reconhecer e analisar as alternativas apresentadas pela equipe de vendas. 7. Assegurar-se de que as pessoas entenderam os objetivos e as metas a serem atingidas. 8. Ter certeza que as pessoas estão preparadas e orientadas para assumir sua função em vendas. 9. Incentivar a iniciativa e as idéias dos vendedores. 10. Possibilitar que os profissionais corram riscos que os levem ao crescimento. 11. Deixar que a equipe faça aquilo que ela tem condições de fazer. 12. Delegar o que for possível, desafiando e desenvolvendo habilidades. 66 Fonte: Moreira et al. 2001, p.273 Outra sugestão para motivar a equipe de vendas é adotar o mérito “Vendedor do Ano”. Este mérito é resultado de avaliação da equipe de vendas e por parte dos gerentes e vendedores. Pode ser realizado na 1° quinzena do mês de janeiro de cada ano, para iniciar neste período a divulgação do vendedor do ano. O mérito deve ser entregue a somente um vendedor. Para a escolha pode-se utilizar, por exemplo, os seguintes itens: • Metas de vendas no período; • Assiduidade no trabalho; • Pontualidade; • Participação nos eventos (internos e externos); • Relacionamento com os colegas; • Participação de reuniões. Para cada elemento a empresa atribuirá pontos e utilizarão critérios de desempate, de acordo com o regulamento pré-estabelecido. O mérito vendedor do ano terá sua foto em destaque, durante o ano que foi eleito, por ter alcançado os objetivos estipulados. 5.1 Ações Depois de analisado a força de vendas da empresa, foram apresentadas algumas ações que podem auxiliar no planejamento de vendas e também ajudar para uma melhor compreensão dos elementos que compõe a força de vendas de uma organização, que é o tema em estudo. O quadro a seguir mostra algumas estratégias e ações que podem ser tomadas pelo gerente de vendas. 67 Quadro 7 – plano de ação. ATIVIDADES RESPONSÁVEL Contratar uma Gerente de vendas empresa especializada em recrutamento e seleção. Comissionar o Gerente de vendas vendedor interno, com intuito do mesmo se sentir mais motivado. Comparar as vendas Gerente de vendas atuais com as anteriores, com intuito de avaliar o desempenho dos vendedores. Inscrever seus Gerente de vendas vendedores em um curso especializado em treinamento de vendas. Fonte: elaborado pela autora. QUANDO QUANTO Janeiro/2006 R$ 600,00 Janeiro/2006 1% sobre o valor líquido de suas vendas. Janeiro/2006 Não há custo, pois serão utilizadas as planilhas existentes para realizar as comparações. Fevereiro/2006 R$ 95,00 por participante (15h/aulas) O quadro foi preenchido com as percepções da autora a respeito dos elementos que compõem a força de vendas, com base nos fundamentos teóricos após a leitura de diversos autores que falam sobre tais elementos. 68 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa teve como tema a força de vendas, foi estabelecido que o objetivo desta fosse descrever e analisar a força de vendas da empresa K&M Importação e Comércio Ltda. Hoje criar uma venda utilizando-se por meio de marketing, tornou-se fundamental. Com isso é necessário que as organizações estejam informadas e atentas as mudanças, equilibrando paradigmas e buscando perceber as aspirações do futuro e a cada movimento e necessidade e desenvolvida pelos clientes. A venda é um encontro pessoal entre vendedores e clientes a empresa deve entender como esta relação funciona. Então para isso se faz necessário uma estrutura de vendas adequada, dando suporte necessário para captar as necessidades e desejos dos clientes, aprimorando as etapas do processo de vendas dentro destes aspectos, verificou-se como ocorre a administração de vendas, a estrutura da força de vendas e os pontos fortes e pontos fracos da empresa. Concluise que em relação aos procedimentos da administração de vendas, notou-se que a empresa utiliza a administração como um todo, não proporcionando métodos adequados e restritos ao recrutamento, seleção e treinamento dos vendedores, em virtude de não adotar procedimentos adequados de administração de vendas. Não há um conhecimento do perfil do vendedor atual, como não possui um perfil desejado. No que diz respeito à estrutura da força de vendas, conclui-se que a mesma deve ser regida por um plano de vendas. Também se detectou que a empresa necessita de mais vendedores. Por fim, se faz necessário que exista uma política institucional de treinamento onde todos participem. Analisado os pontos fortes e pontos fracos, detectou-se como ponto fraco: a falta de vendedores e a falta de planejamento de vendas, proporcionando ao vendedor uma rotina de vendas e treinamento. Já os pontos fortes são: atendimento, preço, qualidade, variedade. Com isso, propõe-se a empresa realize uma revisão de administração de vendas, que está estruturada da seguinte forma: Aspectos da administração de vendas, Processo de vendas e Força de vendas. Em relação aos aspectos da administração de vendas, a mesma deve 69 proporcionar ao gerente o conhecimento de suas funções, que são: planejar, administrar e desenvolver a força de vendas. Já no processo de vendas, a empresa deverá padronizar o processo de vendas, para que todos os vendedores tenham a mesma dinâmica de atendimento, propondo-se um fluxo de processo de vendas. E por fim, a força de vendas deverá proporcionar ao gerente uma visão de como organizar a força de vendas, como recrutar, selecionar e treinar, promover liderança e motivar a força de vendas. Através destes aspectos o trabalho mostrou à organização uma nova visão dos métodos mais adequados para ser aplicada na força de vendas, com intuito de propor procedimentos que auxiliem na administração de vendas. Por meio desta pesquisa sugere-se que a K&M Imp. e Com. Ltda. contrate uma empresa especializada em recrutamento e seleção, onde alcançará colaboradores com os quesitos necessários para preencher a vaga de vendedor. Em relação ao treinamento, propõese que a empresa inscreva seus funcionários em um curso especializado em treinamento de vendas, para o desenvolvimento dos colaboradores dentro do seu cargo. E com intuito de motivar os funcionários sugere-se que a empresa reveja o modo como está remunerando seus vendedores, para que não haja diferença entre eles. Com relação ao trabalho pode-se dizer que foi muito gratificante fazê-lo, pois o aprendizado aconteceu em diversos âmbitos, o conhecimento adquirido durante esta jornada será bem útil ao longo da vida profissional bem como pessoal da acadêmica. O aprendizado começa na pesquisa teórica porque há familiaridade com o assunto e passa-se a ter uma noção sobre o que dizem os mais diversos autores sobre o tema. Com a aplicação da pesquisa, através da entrevista semi-estruturada torna-se visível como os elementos que compõem as vendas são perceptíveis dentro de uma organização, basta ter o conhecimento teórico sobre cada um, conhecimento este adquirido na leitura dos autores referenciados que a visualização dos elementos que compõem as vendas torna-se parte do conhecimento. Enfim a pesquisa enriquece o conhecimento e motiva a junção da teoria com a prática de forma real. 70 7. REFERÊNCIAS ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de inevestigación social: para trabajadores sociales. 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. Quarta parte, Capítulo 26. COBRA, M. Administração de vendas. 4. ED. São Paulo: Atlas, 1994 COBRA, Marcos. Marketing Básico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. CHURCHILL, Gilbert; PETER, Paul. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2003. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. DALRYMPLE, D.; PARSONS, L. Introdução a administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. KISHEL, Gregory; KISHEL, Patricia. Marketing de rede de vendas. Tradução José Carlos Barbosa dos Santos. São Paulo: Makron Books, 1993. KOTLER, Philip; Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. Tradução Bazán tecnologia e lingüística. São Paulo: Futura, 1999. KOTLER, Philip; Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. Tradução Ailton Bomfim Brandão. São Paulo: Atlas, 1998. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de vendas 6. ed. . São Paulo: Atlas, 2002. MARCONI, M.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa e elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 1999. MCCARTHY, Edmundo Jerome; PERREAULT, Willian Daniel. Marketing essencial: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. MCKENNA, Regis. Marketing de relacionamento: estratégias bem sucedidas para a era do cliente. Tradução: outras palavras consultoria lingüística de informática. Rio de Janeiro: Campus, 1992. MOREIRA J.C.T. et. al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2000. MOREIRA J.C.T. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2001. 71 NICKELS, William G.; WOOD, Marian Burk. Marketing de relacionamentos, qualidade, valor. Rio de Janeiro: LTC, 1999. PETER, F, DRUCKER. Visões estratégicas e práticas para uma nova era. Tradução: Cyntia Azevedo. São Paulo: Futura, 1999. RICHERS, Raimar. Marketing: uma visão brasileira. São Paulo: Negócio Editora, 2000. ROESCH, Silvia M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 72 8. APÊNDICE Apêndice – Roteiro de entrevista Entrevista com o gerente: 1. Treinamento a) De que forma é feito o treinamento dos vendedores? b) Qual é o período de experiência? 2. Recrutamento a) De que modo é feito o recrutamento na empresa? b) E de que forma é feita a seleção? 3. Perfil dos vendedores? a) Qual o perfil dos vendedores? b) Quais as características desejadas em um vendedor? 4. Remuneração a) Como os vendedores são remunerados? Entrevista com os vendedores: 1. Treinamento a) Você recebeu treinamento quando ingressou na empresa? b) Você recebe treinamento com freqüência? 2. Recrutamento a) Como você ficou sabendo da oferta de emprego? 73 b) Como você foi selecionado? 3. Estrutura da força de vendas a) Como você avalia a quantidade de vendedores para a empresa? b) Como você avalia a administração da empresa que trabalha? c) Como você avalia as tarefas do seu cargo? 4. Motivação a) Qual a atitude que deve ser tomada pela empresa que o deixaria mais motivado? 74 9. ANEXOS 75