PNAIC/2015 TERCEIRO CICLO DE FORMAÇÃO Módulo III CONCEPÇÃO DE CRIANÇA, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO Claudinéia Maria Vischi Avanzini Lisandra Ogg Gomes O que é ser criança? O que significa a infância? Infância e criança são sinônimos? Crianças e suas infâncias... Cada grupo deverá produzir um cartaz e apresentar as principais reflexões que o texto aponta a respeito das crianças e suas infâncias a partir... GRUPO 1 2 3 4 5 6 Compreensão histórica de infância Concepção histórica de criança má, imanente, inocente, inconsciente Ótica sociológica Campo da psicologia Plano pedagógico Campo da psicanálise O que é ser criança? O que significa a infância? – enquanto ser genérico. Crianças – a partir do modo como vivem suas infâncias. Infância – como uma geração ou fase da vida. Não podemos conceber como sinônimos infância e criança. Não podemos idealizar uma única infância ou criança – são diversas as infâncias que as crianças vivem. p. 9 Criança O mundo da infância... A compreensão histórica das ideias acerca das crianças exige entender duas questões: 1) em qualquer época, a preocupação com elas e a educação delas sempre existiu; 2) o conhecimento social construído acerca das crianças não se deu apenas na sociedade européia. p.10 Concepções de determinadas épocas acerca de “Infância”, “Criança” e “Educação” Para entender a história e as concepções, tanto a respeito da infância, como da criança, das crianças e suas infâncias, o texto toma como base as Ciências Sociais, a partir dos campos da História, Psicologia, Filosofia, Sociologia e Educação. p. 10 Antiguidade/Idade Média Era grande a mortalidade infantil; Estrutura familiar coletiva; Reconhecimento ao processo de dependência cultural; As relações entre crianças, jovens, adultos e velhos se davam a partir de uma hierarquia fundamentada em grupos de idade (etapas biológicas e funções sociais); A escola de responsabilidade da Igreja, era dirigida a uma minoria. Para os mais pobres e mesmo para as meninas de famílias de classe economicamente dotada, a educação era doméstica. p. 10 Século XV Crescente vontade de salvar as crianças; Grandes transformações na sociedade (moralização dos comportamentos, nascimento da família moderna e a ampliação nas formas de comunicação); Participavam do mesmo espaço temporal crianças de diferentes estratos sociais; Começa a se concretizar e difundir a ideia de uma escola para todos. p. 11 Séculos XVI, XVII e XVIII As instituições de educação se abrem para um número crescente de laicos, nobres e burgueses e, mesmo que posteriormente, para as famílias socialmente mais modestas; Comenius (1592/1670) defendia a universalização da escola e reconhecia que todos os homens têm direito ao conhecimento; Escola constituída por um corpo de professores formado nas ordens religiosas, disciplina rígida e classes numerosas. p.12 Hobbes (1588/1679) “Os homens são maus por natureza”. A criança precisa ser educada e controlada, como forma de proteger a sociedade; Práticas pedagógicas de correção, adestramento, controle e aprimoramento do corpo e da mente infantis; Constituição familiar tornou-se, sobretudo, nuclear e privada; A criança passou a ser considerada por um conjunto de características próprias e por sua fragilidade e vulnerabilidade. p.12 Thomas Locke (1632/1704) – as crianças são seres passivos e a aprendizagem ocorre pelas vivências adquiridas com os objetos; Jean Jacques Rosseau (1712/1778) – as crianças não são adultos em miniatura, são naturalmente boas e devem ser educadas com liberdade e respeito. São indivíduos dotados de uma atividade intelectual autônoma. A educação deve ser de estímulo, cuidado, segurança e simplicidade, através de jogos, em ambientes que permitam uma formação por meio da experiência, manipulação e ação. p.13 John Século XIX A infância passou a ser estudada por diferentes áreas do conhecimento (Sociologia, Psicologia, Psicanálise), as quais construíram imagens e discursos acerca dessa fase da vida como portadora de mensagens e valores; Piaget (1896/1980) e Vygotsky (1896/1934) estudam a criança como construtora do seu conhecimento e como ser singular de dimensões diversas. p.15 Freud (1856/1939) – considera a infância como o passado do adulto. É a criança inconsciente, um recurso para compreender os desvios, delitos e anormalidades do adulto; Entre o final do Século XIX e início do Século XX, a infância era caracterizada como “um período da vida humana em que a criança é incapaz de falar de si mesma e de discernir, encontrando-se totalmente dependente do adulto”; Modelo universal de criança e de Infância (desconsiderado fatores sociais, econômicos, culturais, físicos, psíquicos e políticos). p.16 Sigmund Séculos XX A infância se torna uma realidade de fato, um fenômeno social; Após a 2ª Guerra Mundial houve um movimento pelos direitos das crianças; A classificação das idades da vida das crianças variou ao longo da história. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA/1990) dispõe a respeito da proteção integral, considerando criança a pessoa até 12 anos incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade. p.17 As concepções desse período questionam o modelo de criança universal, pois se reconhece que as crianças são plurais e pertencem a diferentes culturas; Também é contestada a ideia de a socialização ser apenas horizontal – do adulto para a criança, uma vez que nas relações entre crianças, elas são co-construtoras ativas em seus mundos sociais. p.17 Igreja e Mídia Reconhece-se que as infâncias são diversas, pois as crianças atuam e participam nos espaços socioculturais, e de seus tempos. p.9 Família e Escola Grupos de pares Processos de Socialização das Crianças Séculos XXI A individualidade surge como elemento essencial na contemporaneidade. A institucionalização familiar e escolar se tornaram os ancoradouros da infância e para as crianças; A infância passou a ser reconhecida como uma geração que é parte de uma estrutura social, e as crianças como atores sociais; Aos poucos o processo de educação da infância está sendo desescolarizado, ou seja, trata-se de compreender aquilo que a criança faz de si, e aquilo que se faz dela, e não simplesmente aquilo que as instituições inventam para ela. p.19 Reconhece-se que nos seus processos de socialização, as crianças sofrem diversas influências, que não terminam quando deixam a infância; É fundamental conhecer as interações que as crianças estabelecem em seus espaços e tempos sociais, e a cultura delas; As instituições criadas para as crianças efetivam a infância, e reconhecem a infância como um grupo sociais. p.20 “(...) O que temos, por certo, é que em todas as épocas as crianças foram cuidadas, educadas, participaram, atuaram e se pronunciaram nos seus espaços sociais, mas de maneiras diversas, as quais, se relacionam à estrutura e às ações sociais de cada período histórico. ” (grifo nosso, p.21)