Autonomia e governo de si Sujeito de aprendizagem, aprendizagem do sujeito Leni Vieira Dornelles Problematizar o termo INFÂNCIA: • Que infância é esta ou de que infâncias estamos falando? As múltiplas infâncias hoje. a infância de rua: com suas crianças que vivem e sobrevivem sem a proteção do adulto... a infância trabalhadora: com as crianças nas carvoarias, nas plantações de cana, nas colheitas de cizal, na prostituição das ruas... a infância cyber: das crianças que lidam com as novas tecnologias de games, internet, televisão à cabo, lan houses... Autonomia como governo de si • Governar a si mesmo significa estabelecer relações consigo mesmo, transformar-se. • Ser capaz de fazer funcionar determinadas práticas sobre si mesmo. Regime de verdades • Parece verdade que: produzimos na escola autonomia como liberdade; • No entanto, trabalhamos para: submissão, docilidade, normalização. Normalizando o cuidar de ontem e de hoje Ontem: cuidar- atividades voltadas para a higiene, sono, alimentação... Hoje: Cuidar e educar na Creche ou na Escola Infantil inclui: * organização da escola * organização do espaço * organização dos sujeitos * organização dos materiais Educar e cuidar Cuidar e educar são indissociáveis num projeto educativo infantil, pois, incluem, participação e produção dos sujeitos infantis em uma experiência cultural própria de um grupo social, numa interação entre um ambiente de cuidado, afeto e recursos materiais. Educar/cuidando numa experiência que supere: o disciplinamento o silêncio a submissão a obediência a servidão Uma experiência que possibilite o Criançar • as mudanças acontecem ao longo das infâncias; • os direitos estão sendo negados às crianças; • as crianças pensam diferente dos adultos; • a criança não é o adulto e podemos inventar com ela novas possibilidades da vida infantil. Criançar em defesa • da criança-poeta, da criança-artista, da criança-pintora, da criança-cantora, e, principalmente, da criança-brincante. • Inventarmos com elas a vida com capacidade de criançar e sobretudo de criançar-se. Um criançar que possibilite: • • • • • • • • • • o sonho a novidade a fantasia a invenção a brincadeira a espontaneidade o lugar para a emoção a solidariedade o lugar para o desejo o prazer o gosto pelo belo a criatividade a sensibilidade a subjetivação a expressão a generosidade a curiosidade a paixão a convivência fraterna com o outro Acima de tudo viver intensamente • Com muita generosidade o criançar - o devir-criança como uma ética de afirmação da vida.