Psicologia Social É o estudo científico de manifestações comportamentais de caráter situacional, suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas ou pela mera expectativa de tal interação, bem como dos processos cognitivos suscitados pelo processo de interação social. Psicologia Social Os objetos investigados por essa área da psicologia são então a interação, a interdependência entre os indivíduos, o encontro social. Dessa perspectiva, alguns dos principais conceitos são: a percepção social, a comunicação, as atitudes e a mudança de atitudes, o processo de socialização, os grupos sociais e os papéis sociais. Percepção Social Quando uma pessoa encontra outra(s), o primeiro processo que se desencadeia é o da percepção social. Percebemo-nos mutuamente e formamos uma impressão acerca do outro. A interação social suscita uma interpretação mais subjetiva do que a que ocorre na percepção de objetos, e tendemos a pensar: por que alguém faz isso ou aquilo, o que ela pretende .... Comunicação A percepção acerca do outro é uma forma de comunicação que depende da atribuição de significado à situação vivida. A comunicação é um processo que passa pela percepção, na medida em que envolve codificação e decodificação de mensagens, seja pelo meio cognitivo, seja pelo meio expressivo. Há um processo de interdependência, conformidade e influência entre as pessoas que se comunicam. Atitudes A partir da percepção social, o indivíduo organiza suas informações, relacionando-as com afetos e desenvolvendo uma predisposição para agir em relação às pessoas e objetos. Na psicologia social definimos atitude como uma predisposição – positiva ou negativa, para agir numa determinada direção. Diferente do que se pensa no senso comum, nós não tomamos atitudes (ação, comportamento), mas sim desenvolvemos atitudes (crenças, valores) em relação aos objetos do meio social. Atitudes A análise de atitudes e preferências constitui um objetivo de primeira necessidade para a compreensão de comportamentos, como o racismo, as ideologias, modelos estereotipados, etc., como também nos mecanismos de modificação de atitudes. Processo de Socialização A formação do conjunto de nossas crenças, valores e significações dá-se no processo de socialização. Nesse processo, o indivíduo torna-se membro de um determinado conjunto social, aprendendo seus códigos, normas e regras básicas de relacionamento, apropriando-se do conjunto de conhecimentos já sistematizados e acumulados por esse conjunto. Grupos Sociais Para a psicologia social, um grupo é formado pela reunião de pessoas que compartilham um objetivo, produzindo traços de filiação e interação social entre elas. Esse conjunto de pessoas deve estar em contato, considerar-se mutuamente como membros de um grupo e ter algo importante em comum. Assim, quando temos um encontro como o da sala de aula, podemos dizer que estão se encontrando representantes de diferentes grupos sociais: você, sua família, seus amigos, sua religião, etc. Papéis Sociais Se entendemos a sociedade como um conjunto de posições sociais (médico, professor, filho, aluno, pai, etc.), as expectativas de comportamento estabelecidas pelo social para cada posição determinam o papel prescrito. Assim, sabemos o que esperar de alguém que ocupa determinada posição. Quando aprendemos um papel social, aprendemos também o papel complementar (ex: pai-filho, alunoprofessor...). Existem situações sociais que afetam o comportamento das pessoas, promovendo tensões tão grandes que levam a um comportamento inadequado. Mas nem sempre somos loucos por fazer coisas loucas. Quando a gente vê um comportamento desagradável, tendemos a nos excluir: ”nós, que somos boa gente”. Essa é uma forma presunçosa de se colocar em relação a determinadas pressões sociais. Algumas variáveis podem levar muitos adultos “normais” a se comportarem de modo muito diferente do que acredita ser o adequado. Como exemplo disso, podemos citar o experimento de Zimbardo, que criou uma prisão simulada no subsolo do Dpto. de Psicologia da Universidade de Stanford. Nessa “prisão”, ele colocou um grupo de jovens normais, amadurecidos , estáveis emocionalmente e inteligentes. Ao acaso, Philip Zimbardo designou metade dos alunos para funcionarem no papel de prisioneiro, e outra metade para funcionarem no papel de policiais. Assim eles viveram durante 6 dias. “Ao cabo de apenas 6 dias, tivemos que fechar nosso arremedo de prisão, porque o que vimos foi assustador. Não demorou muito e eles assumiram seus papéis. A maioria se transformou realmente em “prisioneiro”e “guarda”, já incapaz de diferenciar o papel que interpretavam de sua condição verdadeira. Houve dramáticas mudanças em seus comportamentos, pensamentos e sentimentos. Em menos de uma semana, a experiência da prisão desfez (temporariamente) vários aprendizados sociais: os valores humanos foram suspensos, os auto-conceitos foram desafiados e surgiu o que há de mais vil da natureza humana. Ficamos horrorizados porque vimos alguns rapazes (guardas) tratando seus colegas (prisioneiros) como se fossem animais desprezíveis, mostrando prazer na crueldade, enquanto os outros (prisioneiros), tornaram-se servis, robotizados que só pensavam em fugir, em sobreviver e no ódio acumulado pelos guardas”.