A percepção de profissionais da saúde sobre a assistência

Psicólogo inFormação
ano 18, n, 18 jan./dez. 2014
Copyright © 2014 Instituto Metodista de
Ensino Superior CNPJ 44.351.146/0001-57
A percepção de profissionais da saúde
sobre a assistência domiciliária ao idoso
Health professionals’ perception of home
care for the elderly
Olinda Tereza Rugene*
Eligiane Pinheiro Pena Onofre**
Resumo
A atenção à saúde no domicílio insere-se como uma tecnologia de
cuidados que tem sido incorporada às novas demandas da população.
O presente estudo procurou conhecer a percepção de profissionais
da saúde sobre a assistência domiciliar ao idoso. Trata-se de uma
investigação qualitativa, descritiva, na qual foram entrevistados 18
profissionais da área da saúde de um instituto de geriatria e gerontologia de São Paulo (SP), Brasil, instituição pública que atende, em
nível ambulatorial especializado, pacientes a partir dos 60 anos de
idade. Os resultados evidenciaram a assistência domiciliária ao idoso
como um serviço diferenciado em saúde que favorece as ações de
acordo com as necessidades específicas dos idosos e que representa
uma prática enriquecedora para os profissionais. As relações entre
o cuidador, familiares e pacientes e os problemas socioeconômicos
dos atendidos foram apontados pelos entrevistados como principais
dificuldades nesse tipo de atendimento.
Palavras-chave: serviço de assistência domiciliária; paciente domiciliar;
idoso; equipe de assistência ao paciente.
* Psicóloga no Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (Jem). Especialista
em psicoterapia psicodinâmica e psicoterapia breve pelo Ippesp. Mestranda
em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo.
Email: [email protected]
** Psicóloga clínica - Programa de Aprimoramento Profissional em Gerontologia.
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Olinda Tereza Rugene & Eligiane Pinheiro Pena Onofre
Abstract
Home health care is a care technology that has been incorporated
to the new demands of the population. The present study sought to
find out the “health professionals’ perception of home care for the
elderly”. This qualitative, descriptive research interviewed 18 health
professionals of a Geriatric and Gerontology Institute of São Paulo
(SP), Brazil, a public specialized institution that assists outpatients
over 60 years old. The results revealed that home care for the elderly
is a differentiated health service that favors actions according to the
specific needs of the elderly and enriches the professionals’ practice.
The relationship between the caregiver, family, and patients and
socioeconomic problems were cited by respondents as the main difficulties in this type of care.
Keywords: home care services; homebound persons; elderly; patient
care team.
Introdução
Diante da crescente população idosa no País e das consequências desse processo de envelhecimento, o atendimento à saúde em
domicílio surge como uma proposta de cuidados que tem sido
incorporada às novas demandas da população, configurando-se
como uma necessidade ante essa realidade. Observa-se, também,
que a população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2012), sofrerá grandes mudanças
quanto ao perfil etário, e a população idosa aumentará em cinco
vezes até 2060 (IBGE, 2013), quando comparada com o ano 2000,
ocasião em que a população idosa representava 5,6% do total de
habitantes no País.
Embora o envelhecimento não seja sinônimo de doença e incapacidade, é indiscutível que muitos idosos serão acometidos por
doenças e agravos crônicos não transmissíveis em condição permanente ou de longa duração. Por tais razões, requererão cuidados e
acompanhamento contínuos, em virtude de tratar-se de uma condição de saúde sem perspectiva de cura (BRASIL, 2006; IBGE, 2012).
Deste modo, a assistência domiciliar será ainda mais necessária, pois
essa modalidade de atendimento, além de trazer inúmeros benefícios quanto ao conforto e manutenção de saúde, também auxiliará
na redução de danos e de custos em saúde pública. É interessante
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lembrar que a Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2003a)
considera esse tipo de atenção em saúde uma provisão de serviços
de saúde com o objetivo de promover, restaurar e manter o conforto, bem como a função e a saúde das pessoas, incluindo cuidados
para uma morte digna. Esses serviços podem ser classificados como
preventivos, terapêuticos, reabilitadores, de acompanhamento por
longo prazo e cuidados paliativos.
Com relação à assistência domiciliar, verifica-se que as mais
antigas referências a essa forma de atendimento em saúde remontam
ao século XIII a.C. (AMARAL et al., 2001). Existem relatos de que no
final do século XVII o cuidado ao doente no domicílio misturava-se com o surgimento da assistência hospitalar. Tratava-se de uma
tendência surgida numa época em que igrejas e outras instituições
religiosas ofereciam atendimento aos necessitados, atingindo, progressivamente, os hospitais no século XIX mantidos por ordens
religiosas (CHIBA; YAMAGUCHI; HIGA-TANIGUCHI, 2008). Comentam ainda esses autores que, após o término da guerra, em 1947,
o hospital de Montefiori deu início a um programa de atendimento
a pacientes no domicílio como um serviço extensivo da internação
hospitalar, sendo o primeiro registro de assistência domiciliar a
favorecer a alta precoce em relação à internação, estendendo-se até
a recuperação funcional do paciente.
No Brasil não existem registros formais sobre o histórico da
assistência domiciliar, mas verifica-se que houve iniciativas em diferentes regiões do País. Em 1919, segundo Duarte e Diogo (2000),
foi criado, no Rio de Janeiro, o Serviço de Enfermeiras Visitadoras.
Ainda no Rio de Janeiro, em 1949, fundou-se o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (Samdu). No ano de 1967,
o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo instituiu o
Sistema de Assistência Domiciliar à Saúde (ADS), tendo como foco
as ações consideradas de baixa complexidade e os pacientes com
doenças crônicas que precisavam dar continuidade ao tratamento,
sendo sua meta principal a redução do número de leitos ocupados
(AMARAL et al., 2001).
Com a expansão da assistência domiciliar, na década de 1990, e
sem uma normatização, cada um dos serviços de saúde, públicos ou
privados, ou mesmo as instituições de ensino e publicações acadêmicas,
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apresentavam definições diferentes para o cuidado prestado no
domicílio (CHIBA; YAMAGUCHI; HIGA-TANIGUCHI, 2008).
As normatizações referentes aos cuidados de saúde no domicílio, no âmbito nacional, não fizeram parte do projeto inicial dos
sistemas de saúde, mas foram inseridas de forma complementar e
continuam evoluindo, buscando acompanhar o desenvolvimento
desta área. Atualmente existem algumas leis e resoluções que apresentam diretrizes e regulamentam o funcionamento desse serviço
(REHEN; TRAD, 2005). A primeira regulamentação do Ministério
da Saúde foi a Portaria nº 2.416, de 23 de março de 1998 (BRASIL, 1998), que definiu “internação domiciliar” no Sistema Único
de Saúde (SUS). Em 2002, a Lei nº 10.424 10 acrescentou artigos e
capítulos à Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080 – BRASIL, 1990),
incluindo o subsistema de atendimento e internação domiciliar
(BRASIL, 2012).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2006),
por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 11, de 26
de janeiro de 2006, definiu as diretrizes dos serviços de atenção
domiciliar, definindo o termo assistência domiciliar “como conjunto
de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas
desenvolvidas em domicílio”. A Carta dos Direitos dos Usuários da
Saúde foi aprovada no Conselho Nacional de Saúde e, em agosto de
2009, foi publicada a Portaria nº 1.820 (BRASIL, 2009), que dispõe
sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, e incluiu a atenção
domiciliar como garantia dos direitos dos usuários. A Portaria MS
nº 2.527, de 27 de outubro de 2011, redefiniu a atenção domiciliar
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), trazendo como ponto
inovador deste documento considerar a atenção e os serviços de
assistência domiciliar como substitutivos ou complementares às
modalidades de atenção à saúde já existentes (BRASIL, 2011).
A preocupação com os idosos que têm dificuldade de locomoção
e/ou estão acamados, a atenção especial às doenças prevalentes no
envelhecimento e a garantia de assistência domiciliar estão presentes na Lei n.º 10.741, de 1.º de outubro de 2003, que dispõe sobre
o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003b). O atendimento prioritário a
esse segmento é considerado, também, nas atuais regulamentações
sobre a assistência domiciliar.
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Em estudos sobre a atenção domiciliar, a questão do envelhecimento da população e o consequente aumento das doenças
crônico-degenerativas são apontados como os principais fatores
para o desenvolvimento e implantação desses serviços (BAPTISTA,
RODRIGUES, BAPTISTA, 2010; THUMÉ et al., 2010; LEME; DIAS,
2007; TIEPPO, 2007; REHEM; TRAD, 2005).
A assistência domiciliar aos idosos pode ser considerada uma
modalidade de atendimento recente no Brasil – tornou-se realidade a
partir de 1990 –, e vem se consolidando de forma consistente a partir
das normatizações e regulamentações referentes às áreas da saúde e
de garantias de direitos (CHIBA;YAMAGUCHI; HIGA-TANIGUCHI,
2008). Para os profissionais que lidam especificamente com a população idosa, que visam à promoção, manutenção e reabilitação
de seus pacientes, essa modalidade de atendimento torna-se um
instrumento indispensável no exercício de suas práticas (CHIBA;
YAMAGUCHI; HIGA-TANIGUCHI, 2008).
É necessário enfatizar que, em grande parte dos atendimentos
domiciliares, os cuidados são de longo prazo. Assim, a efetividade
do serviço não se constitui somente no tratamento e na cura da
doença, mas no trabalho com as diversas situações que emergem
no contexto domiciliar a cada visita realizada. A intervenção
profissional não se restringe apenas ao acompanhamento do paciente
em si, mas busca evitar que o próprio ambiente domiciliar adoeça
(GIACOMOZZI; LACERDA, 2006).
A implantação dessa modalidade de atendimento apresenta
relevância e desafios, tendo sua efetividade relacionada à capacidade técnica, ao planejamento, à organização do serviço/equipe e
à avaliação no contexto dos serviços de saúde.
O aprofundamento em relação a essa modalidade de atendimento torna-se relevante no sentido de verificar como os profissionais de
saúde que atuam na assistência domiciliar percebem e posicionam-se diante desta modalidade de atendimento. Diante do exposto, o
presente estudo teve por objetivo identificar a percepção de profissionais da saúde em relação à assistência domiciliar ao idoso.
Método
Buscando compreender este evento sob a ótica dos profissionais
que realizam a assistência domiciliar, este estudo configurou-se
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como uma pesquisa qualitativa, descritiva/exploratória. Segundo
argumentou Nogueira-Martins (2004), a abordagem qualitativa
busca compreender, de forma particular, aquilo que se estuda; não
se preocupa com generalizações populacionais, princípios e leis; seu
foco de atenção é centralizado no específico, no peculiar, buscando
mais a compreensão do que a explicação dos fenômenos estudados.
Participantes
Participaram deste estudo 18 profissionais de uma equipe de
saúde que realizavam, dentre as suas funções, assistência domiciliar (AD). Definiram-se como critérios de inclusão os profissionais
da saúde que atuavam na assistência domiciliar havia pelo menos
seis meses, que faziam parte do quadro efetivo dos funcionários e
que concordaram em participar da pesquisa assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os participantes foram:
médicos geriatras; visitadores sanitários; enfermeiros; auxiliares
de enfermagem; fonoaudiólogos; nutricionistas; fisioterapeutas;
educadores físicos; terapeutas ocupacionais; assistentes sociais;
odontólogos; assistentes de consultório dentário; psicólogos e
farmacêuticos.
Local
O estudo foi desenvolvido em um instituto de geriatria e gerontologia de São Paulo (SP), instituição pública que atende, em nível
ambulatorial especializado, pacientes a partir dos 60 anos de idade.
Instrumento
Foi utilizado um questionário, elaborado especialmente para
o presente estudo, contendo uma parte que levantou dados objetivos, tais como faixa etária, tempo de trabalho e experiência na área
de assistência domiciliar. Noutra parte deste mesmo instrumento
buscou-se identificar, por meio de temas levantados, a percepção
dos profissionais em relação à assistência domiciliar.
Procedimentos
Após a identificação dos profissionais, houve uma abordagem
pessoal com cada um para dar esclarecimentos sobre a pesquisa e
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agendar horário para o preenchimento do questionário, com previsão
de uma hora de duração, realizado no próprio instituto, de acordo
com a disponibilidade do profissional. Para a identificação dos participantes na apresentação dos trechos descritivos apresentados neste
trabalho, utilizou-se a letra inicial de “profissional” ,“P”, seguida
do número do participante, de acordo com a ordem de realização
do preenchimento do questionário, de maneira a assegurar a privacidade do participante.
Para o tratamento dos dados coletados, utilizou-se a análise
de conteúdo, técnica bastante difundida em pesquisas qualitativas
(SEVERINO, 2007), cujo objetivo é a busca do sentido, ou sentidos,
de um documento, sob a forma de discurso proferido em diferentes
linguagens, como escrita, oral, imagens ou gestos (CAMPOS, 2004),
buscando compreender de forma crítica o conteúdo manifesto ou
aquele contido nas comunicações. Assim, na análise, retiraram-se do
texto descrito algumas categorias, buscando-se aglutinar o conteúdo
apresentado pelos diferentes sujeitos. Na apresentação dos resultados, foram separados alguns trechos dos discursos dos sujeitos, de
modo a ilustrar o significado do conteúdo.
Aspectos éticos
Para a realização dessa pesquisa foram respeitados os aspectos
éticos referentes às pesquisas com seres humanos, preconizadas
pela Resolução nº 466/12 do Ministério da Saúde. Todos assinaram
o TCLE. Adotaram-se, também, as recomendações do Código de
Ética Profissional de Psicologia, Resolução CFP nº 010/2005 e da Resolução CFP n.º 023/2007. Essa pesquisa foi submetida ao Comitê de
Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde da Secretária da Saúde do
Estado de São Paulo (Cepis), por meio da Plataforma Brasil (CAAE:
22439913.7.0000.5469) e aprovada sob o parecer nº 506.946/2013.
Resultados e discussão
A assistência domiciliar foi implantada há aproximadamente
dez anos, no Instituto em que foi realizada a pesquisa, a partir da
necessidade de atender os pacientes que estão impossibilitados de
receber atendimento em ambulatório em razão da dificuldade de
locomoção e maior grau de comprometimento.
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Perfil dos profissionais
A maioria dos profissionais que atuam na assistência domiciliar
é do sexo feminino (83%) e possui, em média, 43 anos de idade (as
idades variam de 30 a 60 anos). São, em média, formados há dezoito
anos, com variação entre 1 e 30 anos. Em relação ao tempo de atuação
profissional no instituto, mais da metade está no local há mais de seis
anos, constituindo, assim, um perfil de equipe bastante heterogêneo.
Constatou-se que os profissionais que realizam AD atendem, também, na própria instituição, e que os pacientes aí inseridos já foram
acompanhados ambulatorialmente e, muitas vezes, pelos mesmos
profissionais que hoje prestam o atendimento no domicílio.
Percepção sobre a assistência domiciliar
Com relação à percepção sobre a assistência domiciliar, foram
elencadas as respostas que apresentam representatividade em relação
aos participantes e as que trazem relevância ao estudo.
A assistência domiciliar foi compreendida e conceituada pelos
profissionais, de maneira geral, como um serviço diferenciado em
saúde, ressaltando o caráter individualizado, ou seja, de acordo com
a necessidade de cada paciente:
Um tipo de assistência fornecido a pacientes em domicílio, no qual
são atendidos por profissionais de diferentes áreas, a fim de suprir
suas demandas e colaborar para uma melhor qualidade de vida para
pacientes e seus cuidadores e/ou familiares ( p.2).
É uma modalidade de oferta de serviço de saúde disponibilizada pela
equipe multidisciplinar de saúde, onde a condição clínica do paciente
torna-se parte de um plano de tratamento integrado, cuja finalidade
é a ação preventiva, curativa, reabilitadora especializada, tendo o
cuidado e o olhar para o aspecto de saúde física, social e psicológica
do cuidador também ( p. 14).
Os profissionais definiram a assistência domiciliar de acordo
com seus estudos a respeito do assunto e suas experiências de intervenção e contato com pacientes e familiares. Todas essas informações
fazem parte de um constructo perceptual do profissional acerca do
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tema. Observou-se, assim, que os profissionais apresentaram uma
definição comum, mas também algumas especificidades na compreensão da AD, o que pode ser explicado de acordo com a formação
e experiência profissional de cada um.
A compreensão da AD também esteve relacionada com a forma como os profissionais executam as ações, indicando as possibilidades e limitações entre esses dois cenários: o consultório e o
domicílio. De acordo com Lacerda et al. (2006), a diversidade de
entendimento pode ser explicada também pelo fato de a AD estar
em processo de expansão nas práticas de saúde e não completamente implantada, e por não fazer parte da formação e capacitação
dos profissionais de saúde.
O profissional acaba ampliando sua visão sobre a realidade e o contexto em que o paciente está inserido. É enriquecedor ( p.12).
É uma atividade profissional diferente do atendimento em consultório,
no que diz respeito a perceber alguns hábitos e rotinas, não só pelo
relato, mas pela percepção do contexto ( p.16).
É complexo, pois é um setting terapêutico ampliado que envolve contextos familiares e as inter-relações, porém possibilita uma intervenção
ampla e cautelosa a fim de não causar o atravessamento da assistência
na vida doméstica das pessoas no domicílio em questão (p.17).
Os profissionais de saúde, de maneira geral, estão acostumados com a assistência à saúde em hospitais, clínicas ou em outras
instituições públicas ou privadas cuja característica primordial é o
deslocamento daquele que está em busca do tratamento [usuário],
aceitando as regras, rotinas e dinâmica de trabalho desses locais
(GAVIÃO, 2000).
No início, fiquei um pouco receosa, pois era novidade para mim, uma
vez que no hospital em que trabalhava não havia esse tipo de atendimento. Agora encaro com mais facilidade, procurando respeitar esse
ambiente, que é o do paciente e de seus familiares ( p.2).
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É muito bom aprender a adaptar-se para realizar os procedimentos;
temos que montar praticamente uma clínica em cada residência, ter
familiares e cuidadores em volta observando cada passo ( p.7).
Diferentemente do exercício profissional em ambulatório, no
caso da assistência domiciliar, os pontos fundamentais abrangem,
além do cliente e equipe multiprofissional, a família, o contexto domiciliar e o cuidador. Os profissionais que irão atuar nesse contexto
deslocam-se do consultório, território definido e bem conhecido em
sua prática, e vão ao encontro do paciente em seu domicílio, território indefinido e desconhecido; não estão imunes aos sentimentos
que esse movimento provoca em sua atuação e vivência, tanto profissional como pessoal (LACERDA et al., 2006).
Dada as diferentes formas de atuação e as singularidades
inerentes ao âmbito domiciliar, os profissionais responderam, de
acordo com suas perspectivas, o que consideram ao adentrar nos
domicílios dos pacientes:
A condição socioeconômica, a dinâmica familiar, a recepção do cuidador em relação à assistência domiciliar e a qualidade de vida do
paciente e de como ele é cuidado ( p.11).
Observo tudo: condições socioeconômicas do paciente, sua rotina
diária, os cuidados recebidos, quem cuida e como cuida e as relações
familiares, assim como possíveis mudanças no ambiente, nas relações
familiares e nos cuidados, buscando qualidade de vida ( p.12).
As respostas foram praticamente unânimes quanto às observações, que vão além das questões relacionadas à sua especialidade. De
um modo geral, os profissionais observam a estrutura dos domicílios,
a dinâmica familiar e a receptividade ao atendimento no domicílio.
O posicionamento dos profissionais coincide com o que é exposto na literatura a respeito das questões peculiares que aparecem
no cuidado em domicílio. Para Leme (2000), na AD, é importante
considerar o ambiente e a estrutura familiar como sendo o local de
convivência das pessoas, os membros da família, a história e biografia de cada um; torna-se imprescindível o respeito à individualidade
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e privacidade do paciente, possibilitando a minimização do estresse
inerente ao cuidado da saúde, contribuindo para a aceitação dos
cuidados e, com isso, a eficiência dos procedimentos.
Nesse sentido, a relevância de atender no domicílio consiste no
fato de que é justamente neste contexto que o doente e sua família
apresentam seus modos singulares de compreender a vida e o processo de saúde-doença. É neste local que se expressam, dizem o que
pensam e sentem, colocam seus valores e a maneira pela qual se
relacionam e explicam os acontecimentos de sua vida (BAPTISTA;
RODRIGUES; BAPTISTA, 2010).
Assistência domiciliar e a relação
profissional-paciente
Em relação à aproximação com os pacientes e familiares, esse
contato dos profissionais propicia o conhecimento das condições
de suporte familiar e o ambiente físico e psíquico de vida do paciente, e isto não pode ser colocado em segundo plano, mas é um
componente indispensável à prática de assistência e eficácia da sua
atuação, como afirma Leme (2000) e é ressaltado por quase todos
os profissionais entrevistados.
Como, quase sempre, as equipes de saúde dependem de familiares/
cuidadores para orientação e coleta de informações na consulta ambulatorial no domicílio, acredito ser fundamental observar a dinâmica
dos familiares e quais são os potenciais colaboradores para o cuidado e
o bom informante, além, é claro, de poder inferir melhor as condições
socioeconômicas e psicológicas do paciente assistido ( p.18).
O respeito ao espaço do paciente e a necessidade de adequar-se às orientações e a capacidade de entendimento e realidade dos
destes e seus familiares também foi evidenciada nas respostas.
Quando entramos nos domicílios, devemos orientar o paciente observando o nível de entendimento do paciente e do cuidador ( p.4).
Eu entro, cumprimento, observo, oriento e ensino os cuidadores; tiro
as dúvidas do paciente ou cuidador; se for para prestar cuidados
diretamente, eu presto, como curativos e medicações ( p.5).
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É importante salientar que esta postura dos profissionais está
dentro do que é esperado quando se pensa na AD. Como visto
em outro estudo sobre a AD, quando o profissional entra em
contato com o domicílio do paciente, ele procura desenvolver suas
ações interagindo com a família e considerando todos os fatores
envolvidos naquela situação (fatores sociais, econômicos, culturais,
espirituais) que refletem nas condições de saúde e não somente nas
queixas ou problemas apresentados pelos pacientes (LACERDA et
al., 2006), dados estes apontados também, pelos profissionais.
Sobre a atuação propriamente dita, os profissionais descreveram as atividades que realizam e como executam os procedimentos
de acordo com as necessidades e as possibilidades do paciente,
adaptando-se, muitas vezes, às condições ambientais.
Avaliação do ambiente, avaliação do contexto familiar, cuidador,
paciente, avaliação da patologia e condições associadas, avaliação
da necessidade de intervenção, planejamento do projeto junto com a
família/cuidador/paciente, execução e reavaliação ( p.17).
Tento entrevistar o doente quando possível e seu familiar/cuidador,
obrigatoriamente, além de refazer exame físico e tentar estabelecer
uma lista de problemas, o que permite, de forma o mais holística e
abrangente possível, definir prioridades e propor tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, além de, também, conforme prioridades,
introduzir outros membros da equipe multiprofissional ( p.18).
Trabalhar no domicílio do paciente proporciona um contexto de atuação bastante singular. O domicílio é um local privativo e impregnado
das intimidades da vida do paciente e daqueles que convivem com
ele, o que exige, por parte dos profissionais, atenção especial quanto à
preservação dos objetivos e os limites de sua atuação (GAVIÃO, 2000).
O paciente cuidado no contexto do lar recupera-se mais rápido porque
é acolhido e recebe orientações mais específicas à sua condição ( p.4).
O paciente e os familiares ficam felizes de serem atendidos em suas
necessidades em casa, com mais conforto, evitando os grandes transtornos [que teriam] se tivessem que ir até o serviço ( p.5).
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A humanização, juntamente com a observação e o contato mais
próximo à família em seu contexto próprio, enriquece o atendimento
e aproxima a equipe do paciente e de seus familiares. Estas considerações aparecem frequentemente nas respostas dos profissionais
de saúde como benefícios decorrentes deste tipo de atendimento,
o que vai ao encontro das opiniões de outros autores (BAPTISTA;
RODRIGUES; BAPTISTA, 2010; LACERDA; GIACOMOZZI, 2006;
LEME 2000).
Assistência domiciliar e a atuação
multiprofissional
Verificou-se que os profissionais procuram se organizar e cada
um executa sua função de acordo com a demanda de atendimento;
fazem encaminhamento para outras áreas quando necessário e discutem de forma conjunta os casos em reuniões.
A questão de trabalhar em equipe “interprofissional” aparece,
em alguns momentos, como um ideal de atenção à saúde do idoso,
na qual os profissionais de áreas diversas interagem nas áreas comuns, dentro de sua especificidade. Este aspecto foi apontado como
fundamental no atendimento, uma vez que vários profissionais
prestam atendimento ao mesmo paciente.
Embora o paciente seja atendido por uma equipe “interprofissional”, o que se preconiza é que cada profissional estabeleça sua
própria rotina, dentro de seu âmbito de conhecimento e que possa
referenciar o paciente ou seu cuidador à equipe quando perceber
essa necessidade (LEME, 2000).
É bastante gratificante, pois permite que se possa desenvolver, entre
os membros da equipe, a interdisciplinaridade e a trandisciplinaridade
durante as reuniões de equipe com os profissionais envolvidos( p. 18).
A atuação em equipe multiprofissional, ampliando o entendimento
do quadro de saúde do idoso e atuação com os membros da família
envolvidos no cuidado, proporciona melhores condições de atendimento, resultando em qualidade de vida e conforto emocional ao
paciente num momento tão delicado, como também às famílias ( p.12).
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O que se verifica é que as equipes podem ser compreendidas
como estruturas dinâmicas, que funcionam ora de forma mais integrada, ora mais estratificada. Sendo assim, a equipe não é multi,
inter ou transdisciplinar; seu funcionamento é que pode ser definido
de uma ou de outra maneira, ou seja, em um determinado momento, a equipe pode funcionar como multi, inter ou transdisciplinar
(GÁLVAN, 2007).
Observou-se que nenhum dos entrevistados apontou a existência de conflitos em relação ao “espaço” de trabalho de cada membro
da equipe. Ao contrário, evidenciaram, como ponto positivo da AD,
a oportunidade de trabalhar além da formação profissional.
Assistência domiciliar e dificuldades na atuação
Dentre as dificuldades encontradas pelos profissionais neste
tipo de atendimento, as principais foram: as relações do cuidador
principal e familiares com o paciente; a resistência em aceitar as
orientações da equipe; dificuldades socioeconômicas dos pacientes
e cuidadores; escassez de suporte social.
As relações interpessoais entre o paciente e seus cuidadores e/ou familiares podem ajudar ou ser um grande entrave para o tratamento
do paciente. Outro grande problema é quando há falta de higiene
pessoal e no ambiente ( p.2).
Geralmente, a insuficiência de cuidados que, apesar de toda boa intensão dos cuidadores e familiares, às vezes, por questões culturais/
financeiras e psicobiológicas dos cuidadores, impossibilita solicitar
melhores cuidados, e, ao mesmo tempo, não serem cabíveis outras
providências como se descreve na legislação ( p.18).
Como visto, o atendimento em domicílio propicia um contato
mais abrangente com a realidade do paciente, possibilitando observar dados da dinâmica familiar, diferentemente do que acontece no
ambulatório. Esses dados podem ser úteis quando utilizados como
subsídios para intervenção (LAHAN, 2004).
Outras dificuldades apontadas referiram-se à falta de alguns
profissionais, acarretando a diminuição de visitas domiciliares, a difiPsicólogo inFormação, ano 18, n. 18, jan./dez. 2014
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culdade de uma rede de apoio e a necessidade de mais equipamentos
para serem utilizados no domicílio, no caso de algumas profissões.
O déficit de alguns profissionais, causando a diminuição das visitas
domiciliares, e, por consequência, o ganho de qualidade; reabilitação
dos pacientes e a dificuldade do sistema de ter uma rede de referência
e contrarreferência ( p.11).
Não ter equipamentos para levar ao domicílio para avaliar paciente
e falta de suporte social para fornecimento de alimentos básicos e
suplementos ( p.13).
Dessa forma, os profissionais destacaram questões que não se
referem ao atendimento em si, mas que, de alguma forma, podem
interferir na qualidade dos serviços prestados. Na assistência domiciliária existem situações que podem dificultar a realização das
visitas, dentre elas, fatores sociais e políticos (SAKATA et al., 2007).
Considerações finais
Verificou-se, por meio dos discursos dos sujeitos, que a assistência domiciliária é uma prática enriquecedora para os profissionais
e contribui também para o aperfeiçoamento das ações da área da
saúde em resposta às necessidades da população atendida.
No ambiente domiciliar, os profissionais conseguem realizar
um trabalho mais adequado à real situação do paciente, pois, ao
considerarem os determinantes e condicionantes do processo, tanto
de saúde como doença, podem intervir de acordo com a demanda
do paciente e de seu ambiente.
Como visto, os profissionais realizam a AD de acordo com suas
peculiaridades, ressaltando a necessidade do trabalho multidisciplinar. As diferenças apontadas sobre a AD sugerem considerar
a especificidade de cada disciplina e dos profissionais envolvidos
nessa atuação.
A compreensão e a avaliação deste modelo assistencial, bem
como a prática profissional, podem favorecer o aperfeiçoamento
deste serviço e a busca de alternativas que contribuam para um
melhor atendimento da população em seu ambiente domiciliar. AcrePsicólogo inFormação, ano 18, n. 18, jan./dez. 2014
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ditamos que a atitude de pensar sobre suas ações possa conduzir o
profissional a sair da situação de simplesmente agir e possibilite um
momento de reflexão sobre seu papel neste contexto, considerando
que nosso país possui uma população idosa em grande expansão, o
que implica a necessidade de criação e ampliação de atendimentos
específicos a essa faixa etária.
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Endereço para correspondência:
Olinda T. Rugene
email: [email protected]
Recebido em 13/01/2014
Aceito em 10/05/2014
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