1 Relevância da Fisioterapia no período gestacional Tatiane Furtado da Silva1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia2 Pós-graduação em Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia – Faculdade Ávila Resumo O presente estudo teve como enfoque a relevância da fisioterapia sobre a qualidade de vida de gestantes bem como sua capacidade de minorar desconfortos causados por alterações musculo esqueléticas, prevenir, recuperar mais rápido lesões e influenciar beneficamente partos vaginais. Estudos mostram que a preocupação com o bem esta das mulheres vem desde observação das escravas no Antigo Egito que tinham partos melhores, até os dias de hoje no qual se pensa cada vez mais em qualidade de vida, maior participação da mulher durante o parto. A Fisioterapia vem aos poucos sendo inserida como uma terapia aliada aos recursos já existentes na saúde da mulher. A fisioterapia tem se mostrado de grande importância para diminuir internações. A gestação é um momento singular que deve ser vivenciado ao máximo, com ajuda de uma equipe preparada para propiciar uma experiência plena e natural. Este estudo ocorreu através de pesquisa bibliográfica realizada de janeiro de 2012 a Maio de 2013, através de estudo de artigos e literaturas existentes no meio acadêmico que abordaram o assunto eleito. Concluímos com a finalização desse estudo que a Fisioterapia tem efeitos benéficos sobre a qualidade de vida da gestante e pode ajudar a prevenir maiores lesão no períneo. Palavras-chave: Trabalho de Parto; Parto Natural; Lesões do Assoalho Pélvico e Fisioterapia. 1. Introdução No decorrer da história pessoas que possuem um estilo de vida mais ativo durante o período da gestação tiveram mais benefícios ao longo dela, despertando o interesse de estudiosos sobre a qualidade de vida das gestantes. Escritos datados da época do Antigo Egito já referiam sobre as escravas que tinham partos mais fáceis do que suas patroas, possivelmente por estarem mais aptas às exigências do parto. Aristóteles no século III a.C. observou que as mulheres sedentárias sofriam mais durante o parto, demorando mais para dar à luz, se comparadas às mulheres que continuavam trabalhando durante a gravidez. Nos dias de hoje, a prática de atividade física durante o ciclo gravídico-puerperal vem recebendo atenção de pesquisadores e profissionais que compõem a equipe obstétrica, no que diz respeito ao estudo das vantagens e dos riscos reais dos exercícios, quando comparado ao sedentarismo (GARDIN & ARTRAL, 1999; OCANHAS, 2003). Na Obstetrícia o fisioterapeuta tem desempenhado um papel importante na equipe que assiste a gestante, com registros pelo menos desde 1912, quando a fisioterapeuta Dra. Minnie Randell juntamente com o obstetra Dr. J. S. Fairbain desenvolveram o conceito de “Obstetrícia Preventiva”, no hospital St. Thomas, em Londres. Na época as mulheres ficavam cerca de 3 semanas no leito em repouso absoluto após o parto; Randell e Fairbain, criaram com a presente necessidade um programa de exercícios que são desenvolvidos no leito, auxiliando a recuperação musculo-esquelética no pós-parto e ensinando o repouso através do relaxamento, evitando assim a imobilização 1 Pós-graduanda em Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia. Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. 2 2 constante na cama. Apenas na década de 20, as atenções se voltaram também para o período gestacional (POLDEN & MANTLE, 1997; SOUZA, 1999). O termo fisioterapia pré-natal teve surgimento com a influência do trabalho da médica Kathleen Vaughan, que observou que as gestantes sedentárias tinham partos mais difíceis em comparação com as barqueiras e as camponesas, as quais tinham uma vida mais ativa durante a gravidez (VAUGHAN, 1951 apud GARDIN & ARTRAL, 1999). A presença do fisioterapeuta no acompanhamento do trabalho de parto não é uma prática comum estabelecida em grande parte de nossa sociedade e nem incluída no sistema de saúde. Porém, este profissional tem a importante função de orientar e conscientizar a mulher para que ela desenvolva toda a sua potencialidade, que será exigida neste momento, tornando-a segura e confiante (CASSOL, EGM, 2001). A fisioterapia é, segundo o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), “uma área de conhecimento em saúde, que estuda os distúrbios cinéticos e sinérgicos funcionais que acometem os órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por trauma ou por condições adquiridas”. A gravidez, por ser considerada uma condição adquirida pela mulher em idade fértil, que promove alterações de diversos tipos no corpo feminino, passou a contribuir para o crescimento, como profissão, dessa nova área de atuação da fisioterapia na saúde da mulher, a obstetrícia; dando assim ao fisioterapeuta uma importância crescente como profissional habilitado para tratar os possíveis distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares da gravidez, aliviar as algias existentes pelas alterações biomecânicas e orientar sobre a realização das atividades de vida diária bem como a vida profissional, melhorando assim qualidade de vida das gestantes (POLDEN & MANTLE, 1997; SOUZA, 1999; ROCHA & SOUZA, 1999; REVISTA FISIOBRASIL, 2003; REVISTA O COFFITO, 2003). No Brasil a fisioterapia aplicada à obstetrícia é ainda enquadrada como uma das áreas de atuação mais recentes dentro da profissão, tendo sido determinada a sua obrigatoriedade no curso de graduação, em todo o território nacional, apenas a partir da reforma curricular de 1985. Porém a sua prática rotineira só foi implantada, pela primeira vez, no serviço ambulatorial da Maternidade Escola Hilda Brandão, em Minas Gerais, no ano de 1988, e visava o atendimento fisioterápico às gestantes, tanto no pré-natal como no parto e puerpério imediato. Essa área, por ser pouco explorada aqui no Brasil, não está ainda firmemente estabelecida dentro do quadro de profissões que respondem pela saúde da mulher, deixando o fisioterapeuta obstetra sem um papel bem definido nas equipes que auxiliam as gestantes (SOUZA, 1999; REVISTA O COFFITO, 2003). A reeducação perineal existe há mais de vinte anos (dentro da fisioterapia) e não para de evoluir, sendo fundamentada em bases anatômicas e neurofisiológicas com duplo objetivo: melhora dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e controle da dor (SELEME, 2002). A intervenção Fisioterapêutica proporciona reeducação da função respiratória, intestinal, dos músculos do assoalho pélvico e do sistema circulatório. Também passa orientações em relação aos cuidados com as mamas e quanto às posturas assumidas durante o cuidado com o bebê. O Fisioterapeuta atua amenizando as queixas e melhorando a qualidade de vida destas mulheres. Os exercícios respiratórios compreendem a reeducação da respiração diafragmática através da propriocepção (SOUZA, 1999; STEPHENSONE O’CONNOR, 2004). É bastante conhecido que a América Latina apresenta as mais elevadas taxas de cesárea entre todos os países do mundo. Especificamente para o Brasil estas taxas eram as maiores do planeta até 1997, quando foram suplantadas pelas do Chile, que apresentam tendência de crescimento. Com as medidas governamentais implantadas no Brasil a partir de 1998, foi possível deter e até mesmo reduzir um pouco as taxas de cesárea no país. Embora, evidentemente por motivos éticos, não existam ensaios clínicos controlados comparando o parto vaginal com a cesárea, com relação a uma série de resultados maternos e perinatais como seria desejado, todas as evidências indiretas ou provenientes de estudos observacionais têm demonstrado genericamente vantagem do parto vaginal comparativamente à cesárea. Além de uma série de 3 complicações mais relacionadas ao parto por cesárea do que ao parto vaginal, vários estudos têm também demonstrado um risco relativo de morte materna maior para o parto por cesárea em relação ao vaginal, principalmente associado à ocorrência de complicações hemorrágicas, infecciosas, embolia pulmonar e acidentes anestésicos. É bem verdade que, em vários contextos, a falta de acesso à cesárea quando necessária como a todos os procedimentos de atenção obstétrica de emergência, pode representar o risco maior de morte materna (BELIZAM, JM, 2000). Durante a gestação, a musculatura do assoalho pélvico sofre um prolongado teste de resistência ao sustentar, além dos órgãos pélvicos, o bebê, o novo útero e todos os demais anexos embrionários (placenta, cordão umbilical, etc.). Normalmente este aumento deve ser de 11 Kg, mas muitas vezes chega a orbitar os 20 Kg (OLIVEIRA, 2006). Tais mudanças são, principalmente, o resultado da interação de alguns hormônios, sendo a progesterona, o estrogênio e a relaxina, os de maior influência; no entanto, alguns desses ajustes podem resultar em desconforto, ou mesmo em dor, causando limitações durante a realização das AVD’s e/ou AVP’s. Embora essas alterações possam ocorrer em todos os órgãos e sistemas do corpo da gestante, como pele (hiperemia e aumento da sudorese), trato urinário (aumento dos rins, alterações na reabsorção de glicose e hipotonicidade do sistema), sistema endócrino (secreção de progesterona, estrogênio e relaxina, entre outros hormônios, aumentada) e gastrointestinal (diminuição da sua função), (ARTAL, 1996; BALASKAS, 1998; REZENDE, 1998; KISNER & KONKLER, 1998; VALADARES, 1999; ROMEM et al, 1999; SILVEIRA & LINHARES, 2002; O’CONNOR & STEPHENSON, 2004). Uma das principais causas da mudança na estática e na dinâmica musculo esquelética da gestante é o constante crescimento do útero, embora ele não pertença ao sistema locomotor. Sua posição anteriorizada dentro da cavidade abdominal, além do aumento no peso e no tamanho das mamas, são fatores que contribuem para o deslocamento do centro de gravidade da mulher para cima e para frente, podendo acentuar a lordose lombar e promover uma anteversão pélvica. A fim de compensar essa hiperlordose lombar e manter a linha de visão, a gestante aumenta a flexão anterior da coluna cervical, anteriorizando a cabeça, hiperestende os joelhos, alarga a base de suporte e transfere o peso para a região dos calcâneos (LOPES & ANDRADE, 1995; ARAÙJO, 1997; WANG & APGAR, 1998; ALMEIDA & SOUZA, 1999; MCNITT-GRAY, 1999; SILVEIRA, 2003). Segundo a literatura, é comum entre as gestantes, a dor lombar, a partir do terceiro trimestre, a mobilidade apresenta-se reduzida, apesar da ação hormonal constante, principalmente em tornozelos e punhos, como resultado da retenção hídrica, o que provoca edema gravitacional em tornozelos, e parestesias, fraquezas musculares e dores noturnas nos punhos, caracterizando a Síndrome do Túnel Carpal, outra patologia comum na gravidez (MÔNACO, 1996; COLLINTON, 1996; KISNER & KONKLER, 1998; ARTRAL & SHERMAM, 1999; KARZEL & FRIEDMAM, 1999; SILVEIRA & LINHARES, 2002). As alterações no sistema respiratório são extensas e incluem mudanças na sua anatomia e função. O diafragma se desloca cerca de 4 cm para cima, em consequência do crescimento uterino e do alargamento das costelas inferiores. Isso promove um aumento dos diâmetros ântero-posterior e transverso do tórax da gestante em mais ou menos 2 cm, além de aumentar o ângulo subcostal, que passa de 68°, no início da gravidez para 103°, ao final dela (A.C.O.G., 1994; LOPES & ANDRADE, 1995; PARRISH & CARLSON, 1998; WANG & APGAR, 1998; MACHADO & AROEIRA, 1999; O’CONNOR & STEPHENSON, 2004). Segundo a literatura, as modificações na posição de repouso do diafragma e na configuração da caixa torácica não reduzem a cavidade do tórax, promovendo uma elevação na ventilação-minuto e no volume corrente da gestante; mas como a capacidade vital pouco se altera, esse aumento é, na realidade, conseguido às custas de uma redução nos volumes de reserva expiratória e residual (ARTRAL et al, 1995; SOULTANAKI et al, 1996; ROMEM, 1999; MACHADO & AROEIRA, 1999). O exercício pré-natal, como já mencionado anteriormente, tem como objetivo principal de melhorar a qualidade de vida da 4 gestante, através da aplicação de um programa de exercícios, fornecer orientações sobre a realização das atividades cotidianas, as quais necessitam ser adaptadas às circunstâncias da gestação, e de um apoio psicológico. Nesse sentido, o programa de exercícios elaborado pelo fisioterapeuta especialista nessa área, deve ser específico, exclusivo e individualizado para cada gestante em particular, sendo composto por exercícios de intensidades leves, visando melhorar a flexibilidade, a força e o condicionamento físico para a progressão do ciclo gravídico-puerperal sem, no entanto, levar a gestante à exaustão ou fadiga (STERNFELD, 1995; POLDEN & MANTLE, 1997; KISNER & KONKLER, 1998; ROCHA & SOUZA, 1999; ST. JOHN-REPOVICH, 1999; SILVEIRA, 2003; O’CONNOR & STEPHENSON, 2004). Com os avanços tecnológicos e médicos, busca-se proporcionar as gestantes uma maior segurança em relação à mortalidade materna e fetal. Sendo a prática de atividade física incentivada por vários organismos nacionais e internacionais que visa à promoção da saúde. Os principais aspectos relacionados entre a atividade física e o trabalho de parto são: o risco de parto prematuro, facilidade do trabalho de parto, melhor recuperação pós-parto e redução do número de cesáreas (BATISTA, DANIELE 2003). O Brasil é um dos líderes mundiais em cesarianas, estima-se que no país mais de 40% dos partos são cesáreos, sendo que os partos realizados em hospitais privados e de convênio excedem em até 80% em algumas regiões (FARMER, RICHARD, 1991; HATIMSKY, SONIA, 2002; MCARDLE, WILLIAN, 1996; SANTOS, LUIZ, 1998; SHANGOLG, G.L, 1984). Embora o parto cesáreo seja seguro, a morbimortalidade nessa cirurgia ultrapassa a do parto vaginal com aumento do risco de morte materna, complicações como infecção puerperal, hemorragia, embolias e acidentes anestésicos (MCARDLE, WILLIAN,1996; SHANGOLG, G.L, 1984). O indicativo de parto cesáreo por parte das gestantes é o medo da dor no momento do parto e a possibilidade de evitar dores após a cirurgia, através de fortes analgésicos, permitindo à mulher manter intactas a anatomia e fisiologia da vagina e do períneo, importante para o coito vaginal (HATIMSKY, SONIA; ROTTINER, DAPENE, 2002). Os benefícios que a atividade física proporciona durante o período gestacional estão relacionados com a prevenção e redução de lombalgias, dores em mãos e pés, estresse cardiovascular, fortalecimento muscular pélvico, maior flexibilidade e tolerância à dor (diminui a dor e toleram melhor o trabalho de parto) em relação às gestantes não treinadas ou do que as que se exercitam esporadicamente, controle do ganho ponderal e elevação da autoestima da gestante com a diminuição do número de partos prematuros e cesáreas, e aumento o número de partos vaginais (MAMEDE FV, 2004; LOPES TC, 2003). Para se determinar a atividade física adequada, deve-se propor uma atividade física agradável e segura, procurando respeitar os limites físicos e funcionais (quadro clínico) em que a gestante se encontra. A adequação das cargas de treinamento deve estar em consonância com o nível da aptidão física da gestante, respeitando os princípios da individualidade e da sobrecarga (MAMEDE FV, 2004). As sessões de fisioterapia, geralmente, são compostas por exercícios realizados no solo e/ou na piscina aquecida (hidroterapia), com indicações e contra-indicações determinadas, devendo ser iniciadas apenas a partir do segundo trimestre de gravidez, quando os riscos de aborto numa gravidez normal são pequenos. Segundo a literatura, todas as gestantes que não apresentarem sangramento vaginal, histórico de aborto espontâneo, patologias pulmonares e/ou cardiovasculares, perda de líquido amniótico, entre outras condições a critério do obstetra, estão aptas à realização de exercícios de intensidade adequada a seu estado físico, tendo assim indicação para o programa fisioterápico pré-natal (POLDEN & MANTLE, 1997; ROCHA & SOUZA, 1999; ST.JOHN-REPOVICH et al, 1999; GALLUP, 1999; CHUN, 2001; CORDIOLI, 2003; PRIBUT & PERRI, 2003; O’CONNOR & STEPHENSON, 2004). Ao ser encaminhada para um acompanhamento fisioterápico pelo obstetra, a gestante deve passa por uma avaliação completa e pormenorizada, composta por uma entrevista ou anamnese e um exame físico, realizados pelo fisioterapeuta, antes do início das sessões. Na anamnese serão 5 coletadas as informações pessoais sobre a gestante e sua família, os dados da gestação atual, sintomas relacionados à gravidez e seus ajustes além da aferição dos sinais vitais. No exame postural, o fisioterapeuta poderá observar a gestante em várias posturas, durante a realização de alguns movimentos e também ao caminhar, detectando assim as principais dificuldades da gestante para então elaborar uma conduta fisioterápica de maneira aliviá-las (POLDEN & MANTLE, 1997; ROCHA & SOUZA, 1999; O’CONNOR & STEPHENSON, 2004). Há um consenso geral na literatura científica de que a manutenção de exercícios de intensidade moderada durante uma gravidez não complicada proporciona inúmeros benefícios para a saúde da mulher (J SCI, MED, 2002). Exercícios para o músculos do assoalho pélvico podem ser realizados antes e depois do parto, pois, essa musculatura sofre danos devido à sustentação de todo o peso gerado pelo bebê e também por toda a força feita na hora do parto. Os exercícios podem ser realizados com frequência em diversas posições como: decúbito dorsal, decúbito lateral, decúbito ventral, sentada, em pé e de cócoras. A bola suíça é um instrumento de grande valia para treino da musculatura pélvica, pois melhora a percepção sensorial e a força desta musculatura além de exercitar simultaneamente várias estruturas musculares dos segmentos pelve-perna e pelve-tórax (CARRIÈRE, 1999). Os exercícios para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico são recomendados durante as fases de evolução da mulher, sendo importante exercitá-los, sobretudo na fase gestacional e pós gestacional. Períneo muito enfraquecido pode levar a prolapso genital e a outras consequências, tais como incontinência urinária de esforço, disfunção sexual e outras complicações. (BARACHO, 2007). Segundo Santos (2004), a maioria das mulheres são incapazes de realizar uma contração somente pela simples instrução verbal, por isso é importante um controle palpatório intravaginal e a presença de um fisioterapeuta para orienta-la. De acordo com Géo & Lima (2001), a cinesioterapia para o assoalho pélvico é isenta de efeitos colaterais e morbidade, ao contrário das cirurgias. Anatomia do Assoalho Pelvico No encerramento da pelve encontra-se a musculatura do assoalho pélvico que é formado por músculos, ligamentos e fáscias, e tem como objetivo sustentar os órgãos internos, principalmente o útero, a bexiga e o reto. Proporciona ação esfincteriana para a uretra, vagina e o reto, além de permitir a passagem do feto, por ocasião do parto. O assoalho pélvico fecha a cavidade inferior, sendo limitada anteriormente pelo arco púbico e posteriormente pelo cóccix, lateralmente limita-se pelos ramos e ísquios púbicos e pelos ligamentos sacro tuberais existentes entre as tuberosidades isquiáticas e as margens laterais do sacro e do cóccix (BARACHO, 2007). O assoalho pélvico consiste dos músculos coccígeos e elevadores do ânus, que conjuntamente são chamados de diafragma pélvico, que é atravessado à frente pela vagina e uretra e ao centro pelo canal anal (FREITAS, MENKE & RIVOIRE, 2002). Os MAP, ao contrario dos outros músculos estriados encontrados no corpo, ficam em estado constante de contração, permitindo um posicionamento eficiente da junção uretrovesical (RETZKY e ROGERS, 1995). Gravidez Durante a gestação, como se pode imaginar, a sobrecarga na MAP é radicalmente aumentada. Afinal, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos agora ela precisa sustentar todo o peso do bebê e dos anexos embrionários (placenta, líquido amniótico, etc.) durante todo o dia, especialmente quando a mulher está em pé ou sentada (POLDEN & MANTLE, 2002). Com a evolução da gravidez, a bexiga deslocase, sendo comprimida pelo útero gravídico e o assoalho pélvico sofre uma sobrecarga e sua força muscular diminui, devido às alterações hormonais e biomecânicas normais da gestação. Essa situação juntamente com outros fatores como presença de constipação intestinal crônica (comum nas mulheres), má postura, ganho excessivo de peso, e hábitos urinários inadequados (como “segurar” a vontade de urinar por muito tempo), podem levar a gestante a incontinência urinária. (SOUZA, 2002). Por volta dos anos 50, Arnold Kegel, médico 6 ginecologista, foi o primeiro a introduzir o treinamento da musculatura do assoalho pélvico feminino para tratar a incontinência urinária. Em seu primeiro estudo ele obteve 84% de cura de mulheres com incontinência urinária, onde o protocolo incluía palpação vaginal e observação clínica da contração voluntária da musculatura do assoalho pélvico e o uso do biofeedback para mensurar a pressão vaginal durante os exercícios. Hoje existe uma variedade de aparelhos de biofeedback usados na prática clínica para ajudar no treinamento da musculatura do assoalho pélvico feminino (MORKVED, 2002). No período puerperal podem ocorrer também prolapsos, principalmente devido a um parto vaginal prolongado, idade, multiparidade, gemelaridade, aumento de peso uterino, tamanho do feto ou por manobras obstétricas inadequadas, onde os estiramentos dos ligamentos e músculos pélvicos são inevitáveis. Uma das queixas relatadas pelas mulheres e a sensação de relaxamento vaginal, principalmente, nas relações sexuais, há também sensação de peso no baixo ventre e falta de confiança quando submetidos ao esforço físico por medo de perderem urina (FONSECA, 2004). Nesse período, uma MAP bem fortalecida oferece um apoio maior ao útero, o que reduz a pressão sobre a bexiga e diminui as dores lombares, tão comuns às gestantes, especialmente nos últimos meses precedentes ao parto. De forma semelhante, a MAP forte permite uma recuperação melhor e muito mais rápida no pós-parto (POLDEN & MANTLE, 2002). Há necessidade de se trabalhar esses músculos durante toda a gravidez, para que no momento do parto ajudem na proteção contra lesões e disfunções do assoalho pélvico como a incontinência urinária e fecal, disfunções sexuais e prolapsos de vísceras. (SOUZA, 2002). O fortalecimento da musculatura pélvica está fundamentado no preceito de que movimentos voluntários repetidos proporcionam aumento da força muscular. Dessa forma, os exercícios perineais são benéficos por acarretar fortalecimento dos elementos de sustentação e por melhorar a resistência uretral (MATHEUS, 2006). O exercício regular é contra-indicado em mulheres com as seguintes complicações (BENNELL, K ,2001): Contra-indicações absolutas - Doença miocárdica descompensada - Insuficiência cardíaca congestiva - Tromboflebite - Embolia pulmonar recente - Doença infecciosa aguda - Risco de parto prematuro - Sangramento uterino Conduta de atendimento no Solo A sessão começa com uma caminhada de 5 minutos, a qual prepara o sistema cardiorrespiratório e os músculos e articulações dos membros inferiores e superiores para o exercício. Deve ser realizado também um alongamento dessas cadeias musculares. Essa primeira etapa dura em média 10 a 15 minutos, sendo chamada de série metabólica. Em seguida, tem-se início a etapa conhecida como série principal, a qual é composta por exercícios respiratórios para as fases do trabalho de parto, e exercícios para o fortalecimento e tonicidade de todos os grupos musculares, principalmente as musculaturas do assoalho pélvico e do abdômen, que são os grupamentos mais solicitados no parto, tendo duração de 20 a 25 minutos. A sessão termina com um relaxamento, que visa aliviar as tensões musculares ainda existentes, desaquecimento do corpo e regularização das frequências cardíaca e respiratória, durando cerca de 10 a 15 minutos (POLDEN & MANTLE, 1997; ROCHA & SOUZA, 1999; CLAPP III, 2001). As salas, onde serão realizadas as sessões, devem ser devidamente preparadas para dar conforto e tranquilidade às gestantes, e equipadas, a fim de facilitar os exercícios de fortalecimento muscular, com materiais como colchonetes, 7 almofadas, rolos acolchoados, barras ou bastões, bolas de tamanhos diferentes, faixas elásticas do tipo Thera-Band, as quais possuem resistências diferentes, entre outros utensílios. A sessão deve ser realizada regularmente, com um mínimo de duas vezes na semana (GALLUP, 1999; O’CONNOR, 1999). Hidroterapia A água possui propriedades físicas peculiares que a transformam em um meio terapêutico muito eficiente e seguro para a realização da sessão. O empuxo e a pressão hidrostática, juntos, reduzem o peso corpóreo da gestante, auxiliam o retorno venoso e condicionam o coração, diminuindo assim os riscos de lesão musculoesquelética e os edemas gravitacionais. Além disso, os músculos respiratórios precisarão trabalhar contra a soma das pressões hidrostática e intra-abdominal, melhorando assim o condicionamento e tonicidade dessa musculatura e a capacidade inspiratória da gestante (KATZ, 1999; REDONDO, 1999; PREVEDEL, 2003). O que diferencia as sessões realizadas na piscina das sessões no solo é que, na hidroterapia, algumas recomendações são necessárias. O nível ideal da água para a realização dos exercícios é na altura do esterno, cobrindo o abdômen sem colocar pressão sobre as mamas e, dessa maneira, facilitando a manutenção da postura vertical. Como a transpiração e o esforço de um movimento não são percebidos dentro da água, eles podem levar ao superaquecimento da mulher, com possível dano ao feto. Assim sendo, a temperatura adequada e segura para se trabalhar com gestantes na piscina deve estar em torno de 31°. Outra recomendação importante é a aferição das frequências cardíaca e respiratória bem como da pressão arterial, antes do início e após o final de cada sessão (DRINKWATER & ARTRAL, 1999; PREVIDEL, 2003). Na piscina, assim como no solo, são também utilizados alguns materiais, como pranchas de natação, bolas, halteres próprios para a água, bastões, flutuadores de várias formas, entre outros utensílios que, além de facilitarem os exercícios de fortalecimento muscular, tornam a sessão mais prazerosa e divertida para a gestante. Cada sessão na piscina aquecida tem uma duração de 45 a 60 minutos, não devendo ultrapassar 1 hora, evitando-se assim a fadiga da grávida (KATZ et al, 1999; REDONDO, 1999). Benefícios dos exercícios Hidroterapêuticos Os benefícios dos exercícios no solo e na água são extensos e envolvem todos os sistemas do organismo feminino. Os principais efeitos da prática de atividade física sobre o corpo da gestante incluem o alívio da sintomatologia dolorosa, como as lombalgias; a melhora da circulação de retorno, tanto linfática quanto venosa, auxiliando na redução dos edemas da gravidez; promove uma reeducação postural, já que a gestação altera a posição do centro de gravidade da mulher; melhora o tônus muscular e promove um maior relaxamento; melhora a função intestinal, pois a obstipação é uma queixa comum entre as gestantes; melhora o condicionamento do aparelho cardiorrespiratório; facilita o trabalho de parto, tornando-o mais efetivo e menos doloroso; promove uma recuperação mais rápida do parto, além de aumentar a auto-estima da gestante, proporcionando um bem-estar físico e emocional (STERNFELD, 1995; STERNFELD, 1997; CHUN, 2001). Sinais e Sintomas de Alerta durante os Exercícios Se a gestante vivenciar qualquer sensação desconfortável durante ou após os exercícios, deve parar imediatamente a atividade e informar ao fisioterapeuta responsável pelas sessões bem como ao seu médico. Os sinais e sintomas de alerta incluem, entre outras condições a critério médico: taquicardia, tonturas, cefaléia, contrações uterinas, sangramentos vaginais, vazamento de líquido amniótico, náuseas, falta de ar, dor lombar e/ou pélvica, diminuição dos movimentos fetais, edema súbito de tornozelos, punhos ou face, e ganho ponderal insuficiente ou perda de peso (ST. JOHN-REPOVICH, 1999; SCHNIRRING, 2002). 8 Riscos associados ao Exercício Pré-Natal Embora a prática regular de atividade física traga inúmeros benefícios para a gestante, ela envolve também alguns riscos, tanto para a mãe como para o feto, quando mal orientada. Os possíveis riscos maternos são: lesão no aparelho locomotor (músculos, ligamentos e tendões), hipotensão postural, arritmias, parto prematuro, abortos espontâneos, hipoglicemia, entre outros. Para o feto, os riscos incluem: crescimento retardado, malformações e sofrimento fetal, além de prematuridade e o recém-nascido pode apresentar hipotermia e redução da gordura corpórea. Determinar a intensidade, duração e frequência do treino, respeitando os ajustes da gravidez e o estado físico da gestante reduz significativamente o aparecimento dos riscos citados (STERNFELD et al, 1995; STERNFELD, 1997; KARDEL & KASE, 1998). 2. Metodologia Para a elaboração dapresente revisão bibliográfica, foram utilizados livros e artigos de revistas indexadas, em sites de busca como Scielo, Bireme, Pubmed, Medline Lilacs e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os critérios adotados para a seleção foram livros dos últimos 10 anos e artigos dos últimos 5 anos. Para a presente pesquisa bibliográfica, foram realizadas leituras em periódicos de bases de dados eletrônicos, que abrangeram o tema escolhido. A pesquisa foi realizada no período de 2012 a 2013. As palavras-chave utilizadas foram: Trabalho de Parto, Lesões no Assoalho Pélvico, Parto Natural e Fisioterapia. Restringiu-se a artigos publicados nos idiomas português e inglês, e aos estudos realizados com seres humanos. Os estudos foram pré-selecionados por meio dos títulos e da leitura previa dos respectivos resumos. 3. Discussão e Resultado Desde muitos anos, os obstetras veem abandonando a atitude passiva diante da dor do parto e buscando meios de combatê-la, ou ameniza-la. Mesmo nos tempos atuais, o momento do parto e caracterizado por sentimentos de angústia por parte das parturientes (BARACHO, 2007; MALDONADO, 2000). O simples acompanhamento de um fisioterapeuta nesse período auxilia nas alterações que ocorrem durante a gravidez em decorrência do peso e desvios da postura podendo assim através de exercícios de relaxamento, reduzir a sensação de desconforto gestacional, como: a dor na parte superior ou inferior das costas pode ser aliviada com compressas quentes, massagem, exercícios para correção postural, carregar, empurrar, arrastar e alcançar objetos (STEPHENSON E O’CONNOR, 2004). Em estudo realizado em maternidade Pública Municipal de Betim observou-se que a maioria das puérperas atendidas encontrava-se em um estado de recuperação fisiológica sem intercorrências, o que permite a atuação fisioterápica adequada. Para tanto, a presença do fisioterapeuta nessa maternidade pôde assegurar que os exercícios fossem realizados de maneira correta e gradual (TIROLLE, MARIANA, 2008). No levantamento literário pôde-se observar que a cinesioterapia para o assoalho pélvico de acordo com o médico ginecologista Arnold Kegel, em 1948, é um importante recurso utilizado pela fisioterapia uroginecológica para acelerar os processos de recuperação, evidenciando resultados positivos quanto ao restabelecimento de força. De acordo com Sengler & Grosse (2002), a reeducação do períneo agrupa diferentes técnicas de cinesioterapia aplicada com objetivo de melhorar a qualidade e o controle da musculatura estriada do diafragma pélvico. Mas Bernardes et al. (2000), a cinesioterapia é um tratamento efetivo, desde que a motivação da paciente também seja trabalhada para assim promover a melhora ou cura da incontinência urinária por até mais de cinco anos. Segundo Oliveira. (2004) as fases da cinesioterapia do músculo do assoalho pélvico seguem a sequência de aumento do músculo levantador do ânus, conscientização e isolamento dos músculos agonistas e antagonistas, aumento da força muscular e da ação reflexa dos músculos do 9 assoalho pélvico durante as atividades de vida diárias. Assim concluiu que é fundamental que todas as mulheres tenham consciência da musculatura do assoalho pélvico e mesmo sem sintomas clínicos de incontinência urinária elas deveriam se submeter a cinesioterapia destes músculos diariamente. Wells (1990), em grupo único com amostra de 46 mulheres, de 42 a 92 anos, com incontinência urinária e com uso diário de estrógeno, realizaram 53 minutos por dia de cinesioterapia, sendo 10 minutos a cada 3 ou 4 horas, resultando em 96% de alívio dos sintomas. Moreno (2004) diz que a cinesioterapia é um recurso fisioterapêutico mais indicado para gestantes, pois é um método que não possui contra-indicação, além de ser de baixo custo e fácil aplicabilidade. Morkved & Bo (1996) estudaram o efeito do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico após o parto em 132 mulheres, resultando assim no aumento da força desta musculatura das mulheres estudadas. Das gestantes que realizaram parto vaginal, concordamos com os resultados que se referem às mulheres que se exercitam durante a gestação, pois tendem a ganhar menos massa corporal e parir bebês menores que os de controle. Todas as mulheres diminuíram sua frequência respiratória com o desenvolvimento da gestação, realizando as atividades com mais dificuldade, principalmente nos últimos meses gestacionais, e as mulheres que realizaram atividade física toleraram melhor a dor do parto do que as fisicamente inativas. Bio (2007) observou em seu estudo que a intervenção fisioterapêutica na assistência ao trabalho de parto auxilia na ação da estrutura osteomuscular facilitando a progressão do trabalho de parto, melhora a mobilidade pélvica promovendo a evolução da dilatação, além de que o uso consciente do corpo, estimulado pelo auxilio do fisioterapeuta, favorece o parto vaginal. Bavaresco (2009) constatou em seu estudo que a maioria das gestantes não obtém conhecimento da importância da fisioterapia durante o parto. Isto pode justificar-se pelo fato de a grande maioria dos hospitais e maternidades não oferecerem atendimento fisioterapêutico durante o período gestacional. Em estudos apontam que o fisioterapeuta especializado possui ferramentas capazes de influenciar positivamente resultados perineais durante o parto. Desde 1912 quando o terapeuta Minnie Randall levou os princípios da fisioterapia a obstetrícia, no qual aponta a importância do fisioterapeuta na equipe obstétrica, com reconhecida e declarada contribuição (BARBOSA A, CARVALHO L, 2005). O fisioterapeuta obstétrico deve preparar a mulher para mudanças físicas que sofrerá do começo ao fim do período gestacional a fim de minimizar o stress provocado pelas alterações musculoesquelética sofrida ao longo da gestação (POLDEM M, MANTLE J, 2000). De acordo com o ministério da saúde a gestante deve ser preparada para vivenciar a gestação e o parto como uma experiência natural. Isso envolve uma serie de procedimentos que ultrapassam os procedimentos clínicos rotineiros (OLIVEIRA E, DUARTE M, 2004). 4. Conclusão Ao realizar esta pesquisa podemos observar que a fisioterapia pode contribuir para a qualidade do trabalho de parto facilitando todas as suas fases, pois possui técnicas próprias que podem contribuir para o alivio da dor, permitir que a gestante tenha uma melhor consciência corporal, prevenir ou minimizar lesões no assoalho pélvico bem com suas implicações, tempo de internação e pronta recuperação no pós-parto, bem como é de sua responsabilidade também dar o devido esclarecimento às gestantes quanto aos tipos de parto e todas as possibilidades de parto existentes. Isso é fundamental para que ela tenha autonomia sobre a decisão que mais lhe agradar. Embora a comprovação no meio cientifico seja muito limitada pois temos poucas publicações nesta área de atuação fisioterapêutica o que dificultou a fundamentação teórica do presente estudo, na prática, suas técnicas têm mostrado resultados muito satisfatórios, contribuindo para um trabalho de parto mais rápido, com menos dor e mais qualidade através de técnicas de massagens perineais, técnicas respiratórias e exercícios específicos para facilitar o parto da parturiente. É de grande importância que período prénatal a grávida seja orientada quanto às etapas que irá vivenciar durante o período gestacional, 10 no trabalho de parto e no pós-parto, ou puerpério. Os esclarecimentos da gestante são sempre necessários, uma vez que a mulher bem preparada e devidamente acompanhada pode contribuir satisfatoriamente para a evolução natural do parto, o que pode diminuir tempo de internação e infecções hospitalar. É função do fisioterapeuta especializado em Saúde da Mulher trabalhar com a gestante, orientando e sensibilizando-a para que desenvolva toda a potencialidade do seu corpo no pré e durante o parto, cujo controle e coordenação serão exigidos neste momento, a qual na maioria dos casos, a gestante não tem o acompanhamento adequado e desconhecem todo potencial do seu Assoalho Pélvico o que pode levar a contrações erradas ou pouco efetivas. O presente estudo além de destacar a importância da intervenção fisioterapêutica, destacou também a necessidade de mais trabalhos científicos na área Gineco-obstetrica desenvolvida pelo fisioterapeuta bem como a importância da inserção deste profissional em ambientes que prestam atendimento a saúde da mulher. Concluímos com a finalização desse estudo que a abordagem fisioterapêutica tem efeitos benéficos sobre a qualidade de vida da gestante e pode ajudar a prevenir maiores lesão na musculatura do assoalho pélvico nos partos expulsivos, em como dar informações sobre aleitamento e posturas corretas a serem adotadas durante a amamentação a fim de evitar lesões musculo esqueléticas devido à má postura. De modo que, na literatura estudada observou-se que o acompanhamento fisioterapêutico durante o período gestacional reduz a prevalência de algias, controle da ansiedade, melhora a auto-estima, melhora da imagem, melhor compreensão das fases da gestação, e diminuir tempo de internação afim de diminuir gastos públicos com internações prolongadas em função de lesões perineais e prevalência de partos com intervenções cirúrgicas e traz diversos benefícios muesculoesqueléticos, desde que praticados dentro de limites ideais para a condição das gestantes, revelando-se, assim, a fundamental importância da fisioterapia. Referências ARTAL, R. Exercise: Na Alternative Therapy for Gestational Diabetes. Phys Sportmed, [Sl], v.24, n.3, p.54-66, mar.1996. ARAÚJO, D. Expecting Questions about Exercise and Pregnancy. Phys Sportmed, [Sl], v.25, n.4, p.85-93,1997. ARTAL, R., SHERMAN, C., DiNUBILE, N.A.(Ed.). Exercise during Pregnancy: Safe and Beneficial for Most. Phys Sportmed, [Sl], v.27, n.8, p.61-70,1999. A.C.O.G. Committee on Obstetric Practice. Exercise during pregnancy and postpartum period, Committee Opinion. No.189. Int J Gynaecol Obstet, [Sl], v.45, n.1, p.65-70,1994. Atendimento de puérperas pela fisioterapia em uma maternidade pública humanizada. Fisioter e Pesqui. vol.15 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2008. Belizan JM, Althabe F, Barros FC, Alexander S. Rates and implications of caesarean sections in Latin America: ecological study. BMJ. 1999;319(7222):1397-400. BALASKAS, J. New Natural Pregnancy: A practical holistic guide to wellbeing from conception to birth. 2ed. United Kingdom: Gaia Books, 1998, p.30-42. BATISTA, Daniele; CHIARA, Vera; GUGELMIN, Ângela; MARTINS, Paula. A atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil. Pernambuco, v.3, p. 151-8, jun. 2003. BARACHO, E. Physiotherapy Applied to obtetrícia, uruginecology and aspects of mastology. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Bennell, K. The female athlete. In: Brukner P, Khan K: Clinical sports medicine, 2.a ed, Austrália, McGraw-Hill, 2001. p. 674-99. BERNARDES, N. O. PERES, F. R., SOUZA, E. L. B., SOUZA, O. L., Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. v 22, n 1; Rio de Janeiro, jan/fev 2000. Bio, E.R. Intervenção fisioterapêutica na assistência ao trabalho de parto. São Paulo. 2007. página 106. Bavaresco, GZ. Souza, RSO, Almeica, B. Sabatino JH. Dias M. O fisioterapeuta como profissional de suporte à parturiente. 2009. página 3264. Cassol EGM, Canfield JT, Morais EN. Desempenho motor e emocional de parturientes durante o 2º período do trabalho de parto. Rev Bras Fisioter 2001; 5(1):9-16. 11 COLLITON, J. Back Pain and Pregnancy: Active Management Strategies. Phys Sportmed, [Sl], v.24, n.7, p.8288,1996. CLAPP III, J.F. Recommending exercise during pregnancy. [Sl]: Contemporary OB/GYN, jan.2001. DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. São Paulo: Cortez, 1991. FACHIM, Odília. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico, Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27(11): 67782. FARMER, Richard; KIRSCHBAUM, Thomas; POTTER et al. Uterine rupture during trial of labor after previous cesarean section. Am J Obstet Gynecol, Los Angeles, v. 165, p. 996-1001, oct., 1991. //scholar.google.com.br, 09/03/20013. FREITAS, F.; MENKE, C. H.; RIVOIRE, W. Rotinas em ginecologia. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. FERNANDES, José. Técnicas de Estudo e Pesquisa.Goiânia: Kelps, 2000. GARDIN, S.K., ARTAL, R. Perspectivas Históricas. In: ARTAL, R., WISWELL, R.A., DRINKWATER, B GÉO, M. S., LIMA, R. S. B. C., Incontinência Urinária e Fístulas Urogenitais. In: VIANA, L. C., MARTINS, M., GEBER, S., Ginecologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Medsi.2001.L. O Exercício na Gravidez. 2ed. São Paulo: Manole, 1999, p.1-7. HOTIMSKY, Sonia; RATTNER, Daphne; VENANCIO, Sonia et al. O parto como eu vejo ou como eu o desejo? Expectativas de gestantes, usuárias do SUS, acerca do parto e da assistência obstétrica. Caderno Saúde Pública. v. 18 (5), p. 1303-1311, set./out., 2002. KISNER, C.; KONKLER, C.J. Princípios de Exercícios para Pacientes Obstétricas. In: KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 3ed. São Paulo: Manole, 1998, p.581-613. KARZEL, R.P.; FRIEDMAN, M.J. Lesões Ortopédicas na gravidez. In: ARTAL, R.; WISWELL, R.A.; DRINKWATER, B.L. O Exercício na Gravidez. 2ed. São Paulo: Manole, 1999, p.123-132. KATZ, J. Exercícios aquáticos na gravidez. 2. ed. São Paulo: Manole, 1999. LOPES, C.M.; ANDRADE, J. Programação de exercícios na gravidez. RBM-Ginecologia e Obstetrícia, [Sl], v.6, n.4, p.222-224,1995. LOPES, C.M.; ANDRADE, J. Programação de exercícios na gravidez. RBM-Ginecologia e Obstetrícia, [Sl], v.6, n.4, p.222-224,1995. Lopes TC, Madeira LM, Coelho S. O uso da bola do nascimento na promoção da posição vertical em primíparas durante o trabalho de parto. Rev MinEnferm, 2003. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica . São Paulo: Atlas, 1997. McNITT-GRAY, J.L. Biomecânica Relacionada ao Exercício na Gravidez. In: ARTAL, R.; WISWELL, R.A.; DRINKWATER, B.L. O Exercício na Gravidez. 2ed. São Paulo: Manole, 1999, p.133-139. MÔNACO, J.E. Orthopedic Considerations in Pregnancy. Prim Care Update Ob/Gyn, [Sl], v.3, n.6, p.197-200, 1996. MACHADO, M.G.R.; AROEIRA, L.C. Alterações no sistema respiratório na gravidez. In: SOUZA, E.L.B.L. Fisioterapia aplicada à Obstetrícia e Aspectos de Neonatologia: Uma visão multidisciplinar. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Helth, 1999, p.67-74. MCARDLE, Willian; KATCH, Victor; KACTH, Frank. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho físico. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. Mamede FV, Almeida AM, Clapis MJ. Movimentação/deambulação no trabalho de parto: uma revisão. 2004. MORKVED, S.; BO, K.; FJORTOFT, T. Effect of Adding Biofeedback to Pelvic Floor Muscle Training to Treat Urodynamic Stress Incontinence. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2002; 4(100); 730-39. MATHEUS, L. M. et al. Influência dos Exercícios Perineais e dos Cones Vaginais à Correção Postural, no Tratamento da Incontinência Urinária Feminina. Rev. Bras. Fisioterapia, São Carlos, v. 10, n.4, out/dez, 2006. MORENO, A. L. Fisioterapia em Uroginecologia. São Paulo: Manole, 2004. MORKVED, S., BO, K., The effect of post-natal exercise to strengthen the pelvic floor muscles. Acta Obstetric Gynecol Scand. 75: pág.382-385, 1996. MORAES, Irani Novah. Elaboração da Pesquisa Científica. Rio de Janeiro: Ateneu, 1996. OCANHAS, M.C.B. O Papel da Fisioterapia. Revista Gravidez & Gestação. São Paulo: Ed. Minuano, n.1, ago.2003. OLIVEIRA, C. Efeitos da Cinesioterapia no Assoalho Pélvico durante o ciclo GravídicoPuerperal. Dissertação de Mestrado – USP, São Paulo, 2006. OLIVEIRA, Z.M.L.P. Vivenciando o parto humanizado: um estudo compreensivo fenomenológico sob a ótica de adolescentes. Belo Horizonte, 2001. 146folhas. Disertação( Mestrado em Enfermagem)-UFMG. POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. 2ed. São Paulo: Santos, 1997. PARRISH, D.; CARLSON, B. Exercising during Pregnancy: What to tell your patients. Women’s Health Prim Care, [Sl], v.1, n.2, p.171-179, 1998. 12 PREVEDEL, T. T. S. et al. Repercussões maternas e perinatais da hidroterapia na gravidez. Rev. Bras. Ginecol. Obstet.; Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, fev., 2003. ROCHA, M.F.; SOUZA, E.L.B.L. Atuação do fisioterapeuta no pré-natal. In: SOUZA, E.L.B.L. Fisioterapia aplicada à Obstetrícia e Aspectos de Neonatologia: Uma visão multidisciplinar. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Helth, 1999, p.89-104. REVISTA FISIOBRASIL. Rio de Janeiro: Gráfica Lisboa, n.61, set./out.2003. REVISTA O COFFITO. São Paulo: Seta. n.19, jun./jul./ago.2003. REZENDE, J. Obstetrícia. 8ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998, p.104-150. ROMEM, Y.; MASAKI, D.I.; ARTAL, R. Ajustes Fisiológicos e Endocrinológicos à Gravidez. In: ARTAL, R.; WISWELL, R.A.; DRINKWATER, B.L. O Exercício na Gravidez. 2ed. São Paulo: Manole, 1999, p.09-30. RETZKY, S. S.; ROGERS, R. M. A Incontinência Urinária na mulher. Clinical Symposia. São Paulo: Novartis, v. 47, n. 3, 1995. REDONDO, K.; MACEDO, F.; HASSEGAWA L. R., RANGEL, J. Hidroterapia em gestantes. Disponível em: http://www.kathialr.hpg.ig.com.br/ saúde / 10/index_int_5.html acessado em 13/ 02/ 2013. SOUZA, E.L.B.L. Considerações de um fisioterapeuta obstetra. In: SOUZA, E.L.B.L. Fisioterapia aplicada à Obstetrícia e Aspectos de Neonatologia: Uma visão multidisciplinar. 2ed. rev.e amp. Belo Horizonte: Helth, 1999, p.19-21. Sabatino H, Dunn PM, Barcia RC. Parto Humanizado: formas alternativas. Campinas: Editora da Unicamp; 2000. STEPHENSON, Rebecca G.; O’CONNOR, Linda J. Fisioterapia aplicada à ginecologia eobstetrícia. 2 ed. São Paulo: Manole, 2004. SILVEIRA, A.D.; LINHARES, P.S. A Atuação Fisioterapêutica na Gestante com Dor Lombar: Um estudo de caso. A Fisioterapia, [Sl], 1999. Disponível em: http://www.fisioterapia.com.br/publicacoes/arquivos/atuacgeslombar.htm. Acesso em: 11 jan.20013. SOULTANAKI, H.N.; ARTAL, R.; WISWELL, R.A. Prolonged exercise in pregnancy: glucose homeostasis, ventilatory and cardiovascular responses. Semin Perinatol, [Sl], v.20, n.4, p.315-327, 1996. STERNFELD, B. Physical Activity and Pregnancy Outcome: Review and Recommendations. Sports Med, [Sl], v.23, n.1, p.33-37, 1997. SILVEIRA, S. Fisioterapia em Obstetrícia, São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.planeta.terra.com.br/saude/phisiosan/fobst.htm. Acesso em: 14 jun, 2012. St.JOHN-REPOVICH, W.E. et al. Orientações de Exercícios para a Gravidez. In: ARTAL, R.; WISWELL, R.A.; DRINKWATER, B.L. O Exercício na Gravidez. 2ed. São Paulo: Manole, 1999, p.299-312. SANTOS, Luiz; AMORIM, Melania et al. Fatores prognósticos para o parto transvaginal em pacientes com cesárea anterior. Revista Brasileira Ginecologia Obstétrica. Recife, v. 20 (6), p. 342-349, jul., 1998. www.scielo.com.br, 05/10/2012. SHANGOLG, G.L. Exercise and the adult female: hormonal end endocrine effects. Exercise and Sport Sciences Reviews. Baltimorev, v. 12, p. 53-76, 1984. SMA statement. The benefits and risks of exercise during pregnancy. J Sci Med Sport 5: 11-9, 2002. SANTOS, V. Reeducação do Pavimento Pélvic, 2004. SOUZA, E. Fisioterapia Aplicada a Obstetrícia. 3ªed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002. SALOMON, Décio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fonte, 1995. SEVERINO, Antônio Joaquim . Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez,1996. VAUGHAN, K. Exercise before child birth. London: Farber & Farber Limited, 1951, p.11-29. VALADARES, J.D. Interações Fisiológicas na Gravidez. In: SOUZA, E.L.B.L. Fisioterapia aplicada à Obstetrícia e Aspectos de Neonatologia. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Helth, 1999, p.41-56.