EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA DO BRASIL Questão: 1 (Med.Vassouras) "Comprando fidalgos para o seu serviço, contratando arqueiros na Inglaterra para combater a aguerrida cavalaria de Castela, o burguês abriu suas algibeiras à causa do Mestre" e da independência nacional. "A empresa agradaria a Deus, ao rei, à fidalguia e às classes econômicas. Ultimamente as lutas com Castela, o assalto a Ceuta surgia aos olhos de todos como um derivativo solucionante dos problemas do reino." (Manuel Nunes Dias, O Descobrimento do Brasil.) Considerando os trechos citados, assinale a alternativa correta. (A) Embora proveitosa para a nobreza (fidalguia), para o rei e para as classes econômicas (burgueses), a expansão marítima objetivava, acima de tudo, a expansão do catolicismo. (B) A centralização do poder permitiu a concentração de recursos do tesouro e da legislação em benefício da expansão marítima, acima das discordâncias da nobreza particularista tradicional. (C) A empresa marítima portuguesa, ao contrário do que o nome indica, foi um episódio de expansão feudal em busca de territórios para a expansão da autoridade nobre. (D) A conquista de Castela feita pelos portugueses só se completou quando a cidade espanhola de Ceuta se rendeu a tropas burguesas do Mestre de Avis. (E) A conquista de Ceuta era indispensável para que o governo português reunisse recursos para combater o rei de Castela e manter a independência do país. Questão: 2 (FUVEST) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes - como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, "comércio tão santo, tão seguro e tão ativo" que o nome do Salvador, "nunca antes nem de ouvir dizer conhecido", ressoava agora nas plagas africanas… Luiz Felipe Thomaz, "D. Manuel, a Índia e o Brasil". Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado. Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana. b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa. c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis. d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional. e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã. Questão: 3 (PUC/SP) "Coube a Portugal a tarefa de encontrar uma forma de utilização econômica das terras americanas que não fosse a fácil extração de metais preciosos. Somente assim seria possível cobrir os gastos de defesa dessas terras. (...) De simples empresa espoliativa e extrativa idêntica à que na mesma época estava sendo empreendida na costa da África e nas Índias Orientais - a América passa a constituir parte integrante da economia reprodutiva europeia, cuja técnica e capitais a ela se aplicam para criar de forma permanente um fluxo de bens destinados ao mercado europeu." Celso Furtado. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971, p. 8. Adaptado. Segundo o texto, a colonização sistemática do território brasileiro por Portugal favoreceu (A) A integração da América a uma economia internacionalizada, que tinha a Europa como centro. (B) O estabelecimento das feitorias na costa atlântica do Brasil, responsáveis pela extração e pelo comércio de pau-brasil. (C) A constituição de forte hegemonia portuguesa sobre o Oceano Atlântico, que persistiu até o século XVIII. (D) O início de trocas comerciais regulares e intensas do Brasil com as colônias portuguesas das Índias Orientais. (E) A construção de fortalezas no litoral brasileiro, para rechaçar, no século XVI e no XVII, as tentativas de invasões francesas e holandesas. Questão: 4 (UNESP) Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 35 e 36. Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. (...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. (Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.) Ao caracterizar a escravidão na África e a venda de escravos por africanos para europeus nos séculos XVI a XIX, o texto (A) destaca os diferentes papéis representados por africanos, europeus e americanos na constituição de um novo espaço de produção e circulação de mercadorias. (B) reconhece que europeus, africanos e americanos se beneficiaram igualmente das relações comerciais estabelecidas através do Oceano Atlântico. (C) afirma que a globalização econômica se iniciou com a colonização da América e não contou, na sua origem, com o predomínio claro de qualquer das partes envolvidas. (D) sustenta que a escravidão africana nas colônias europeias da América não exerceu papel fundamental na integração do continente americano com a economia que se desenvolveu no Oceano Atlântico. (E) ressalta o fato de a América ter se tornado a principal fornecedora de matérias-primas para a Europa e de que alguns desses produtos eram usados na troca por escravos africanos. Questão: 5 (FUVEST) É assim extremamente simples a estrutura social da colônia no primeiro século e meio da colonização. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da população espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semilivres. Da simplicidade da infraestrutura econômica - a terra, única força produtiva, absorvida pela grande exploração agrícola - deriva a da estrutura social: a reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida. Há naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas, elas não são, contudo bastante profundas para se caracterizarem em situações radicalmente distintas. Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª. Ed. São Paulo: Brasiliense, p. 26-29, 1993 (1942). Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial, a) só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido sobre indivíduos que porventura fizessem parte de outras. b) havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam diretamente ligadas a critérios econômicos. c) todos os membros das classes existentes queriam se transformar em proprietários rurais, exceto os pequenos trabalhadores livres, semilivres ou escravos. d) diversas classes radicalmente distintas umas das outras compunham um cenário complexo, marcado por conflitos sociais. e) a população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não alteravam a simplicidade da estrutura social. Questão: 6 (MACK) Contudo tornava-se cada dia mais claro que se perderiam as terras americanas a menos que fosse realizado um esforço de monta para ocupá-las permanentemente. Este esforço significava desviar recursos de empresas muito mais produtivas do oriente. (Celso Furtado) Para garantir sua presença em terras americanas e contornar os gastos elevados de uma colonização, o governo português introduziu: a) o sistema de capitanias, que transferia a particulares, em troca de privilégios e terras, as despesas da colonização. b) a centralização administrativa através do governo geral. c) a emigração maciça de mão-de-obra livre para a colônia, tendo em vista seu povoamento e desenvolvimento interno. d) a criação de um sistema administrativo, totalmente original, baseado em feitorias que incrementaram o povoamento. e) o enfrentamento militar com as potências invasoras e a perda de consideráveis áreas coloniais. Questão: 7 (UFSCAR) Cobravam o pedágio da ponte de madeira que ligava Recife a Santo Antônio, o que, sem contar os outros tributos, deu a ganhar àqueles, que tinham levado o empreendimento com o fim de utilidade pública, cem vezes mais que o seu custo. Os arrendatários que haviam combinado a construção fizeram-se pagar em Recife, na Cidade Maurícia, exigindo impostos tão excessivos pelos direitos de passagem da ponte para os homens, cavalos, carros e mercadorias, que um homem a cavalo e seu escravo chegavam a pagar trinta soldos. (Roulox Baro e Pierre e Moreau, século XVII. Adaptado.) É correto afirmar que o texto A) Apresenta o crescimento das cidades ligadas à produção do açúcar, que foi incentivado pela administração portuguesa colonial no Brasil. B) fala que melhoramentos urbanos construídos pelos holandeses no Nordeste não tinham como finalidade o bem público. C) sugere que, apesar dos impostos, a população colonial considerava os investimentos urbanos portugueses nas cidades uma importante benfeitoria pública. D) ressalta o fato de que os investimentos urbanos coloniais eram pequenos diante da riqueza econômica rural. E) valoriza a presença dos europeus no processo de implantação da civilização urbana nas terras coloniais brasileiras. Questão: 8 (IBMEC) "O aproveitamento dos rios que procuram o Oceano, no extremo norte, prende-se, assim, ao velho caminho das Monções, que avança do sul, do planalto paulista. A função histórica dessa autêntica estrada fluvial de perto de dez mil quilômetros, que abraça quase todo o território da América portuguesa, supera a de qualquer das outras linhas de circulação natural do Brasil, sem excluir a do São Francisco, chamado, por alguns historiadores, o 'rio da unidade nacional'." (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Monções. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989, p.65.) Neste texto, o historiador Sérgio Buarque de Holanda fala sobre as Monções, um importante acontecimento do período colonial. A respeito disso é correto afirmar que as Monções: A) foram expedições que usavam o rio Tietê para penetrar no território brasileiro, que resultaram na descoberta de minas na região dos atuais estados de Mato Grosso e Goiás no século XVIII B) eram incursões dos bandeirantes pelo interior do continente usando o rio São Francisco, tendo como objetivo o aprisionamento de índios no decorrer do século XVIII. C) eram rotas, utilizadas pelos tropeiros, para abastecer as regiões de minas de ouro em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais com produtos alimentícios e mulas para as atividades auríferas. D) foram um caminho, descoberto pelos bandeirantes, entre a região paulista e as minas de ouro existentes na atual região de Minas Gerais, e supervisionado pelo governo português. E) foram movimentos organizados pelo governo português no século XVII visando aumentar o território brasileiro e integrar novas regiões, como o centro-oeste, ricas em ouro e diamantes. Questão: 9 (ESPM) Entre os anos de 1600 e 1756, floresceu uma civilização extremamente progressista na região nordeste do território gaúcho, o que compreende desde o norte do Uruguai até o noroeste do Rio Grande do Sul, nas margens do rio Uruguai e ultrapassando o rio, onde hoje é a província de Missiones na Argentina e parte do sul do Paraguai. Nesse território se concentravam os povos guaranis e seus aliados charruas. Organizaram uma forma de vida social impressionante. Tudo isso era visto com muita desconfiança e ganância pelos impérios da época. Cansados de fazer guerra entre si, o império português e o império espanhol celebraram um tratado, em 1750, em que trocaram a colônia de Sacramento, um pequeno povoado sob domínio dos portugueses, por um imenso território guarani, que ia do norte de Montevidéu até Assunção, no Paraguai, como se fosse espanhol. Era guarani. Os povos guaranis não aceitaram e resolveram defender seu território e seu modo de viver. A maior parte dos guerreiros foi massacrada, mas eles não se entregaram. (Revista Caros Amigos, março 2006.) O texto trata respectivamente de um tratado e de um conflito: A) Tratado de Santo Ildefonso e Guerra Guaranítica. B) Tratado de Santo Ildefonso e Guerra dos Mascates. C) Tratado de Badajós e Guerra dos Emboabas. D) Tratado de Madri e Guerra dos Mascates. E) Tratado de Madri e Guerra Guaranítica. Questão: 10 (ENEM) Os tropeiros foram figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do Brasil colonial. A palavra tropeiro vem de "tropa" que, no passado, se referia ao conjunto de homens que transportava gado e mercadoria. Por volta do século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lombo de mulas. O tropeirismo acabou associado à atividade mineradora, cujo auge foi a exploração de ouro em Minas Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de pedras preciosas também atraiu grandes contingentes populacionais para as novas áreas e, por isso, era cada vez mais necessário dispor de alimentos e produtos básicos. A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos, os tropeiros comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho, que era servido com farofa e couve picada. O feijão tropeiro é um dos pratos típicos da cozinha mineira e recebe esse nome porque era preparado pelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado. Disponível em <http://www.tribuna>doplanalto.com.br. Acesso em 27 nov.2008. A criação do feijão tropeiro na culinária brasileira está relacionada à (A) atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam nas minas. (B) atividade culinária exercida pelos moradores cozinheiros que viviam nas regiões das minas. (C) atividade mercantil exercida pelos homens que transportavam gado e mercadoria. (D) atividade agropecuária exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de alimentos. (E) atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge de exploração do ouro. Questão: 11 (FGV) Entre as mudanças operadas no Brasil pela intervenção do Marquês de Pombal estão a / o: a) criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, a exploração direta das minas de diamante e incentivo à ampliação dos colégios jesuíticos; b) expulsão da Companhia de Jesus, a extinção das capitanias hereditárias e a redução dos impostos coloniais; c) exploração direta das minas de diamante, a extinção da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a criação do Estado do Maranhão; d) apoio e financiamento da Companhia de Jesus, a redução de impostos coloniais e a extinção da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão; e) incentivo às instalações manufatureiras na Colônia, a expulsão da Companhia de Jesus e a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. Questão: 12 (MACK) A 20 de novembro de 1695, Zumbi, o líder máximo do quilombo era morto, encerrando um dos episódios mais marcantes da História Colonial, a utopia de Palmares. Sobre estes fatos podemos dizer que: a) Palmares caiu em função das dificuldades de subsistência, já que os quilombolas nada produziam. b) o fato de haver poucas mulheres no quilombo inviabilizou socialmente o grupo. c) Ganga-Zumba e Zumbi jamais divergiram e caíram juntos na defesa do quilombo. d) roupas contaminadas de doenças infecciosas, ataques sucessivos, divisão da liderança foram táticas usadas na destruição de Palmares, que caiu conquistada por Domingos Jorge Velho. e) Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista, foi derrotado pelos palmarinos, sendo o quilombo conquistado pelos holandeses. Questão: 13 (FUNREI) "O 'bicho roedor da consciência' não poupa os elementos coloniais, neste final do século XVIII." Carlos Guilherme Mota, Historiador. As revoltas coloniais de fins do século XVIII, as Conjurações Mineira (1789) e Baiana (1798), ou dos Alfaiates, diferenciaram-se das anteriores, como a dos mascates (1710) e a de Felipe dos Santos (1720). As diferenças se explicam, sobretudo, pela influência do liberalismo e das transformações do mundo contemporâneo, tais como A) a influência da Independência dos EUA entre os mineiros, modelando a visão de uma Monarquia Constitucional, e o impacto da Revolução Francesa entre os baianos, mobilizando setores pobres e levando à crítica dos privilégios de classe e raça. B) o impacto da Revolução Francesa entre os mineiros, modelando a visão de uma república democrática, e a influência da Independência dos EUA entre os baianos, desenvolvendo ideais separatistas e antiescravistas. C) a influência da Independência dos EUA entre os mineiros, modelando a visão de uma república de proprietários, e o impacto da Revolução Francesa entre os baianos, mobilizando setores pobres e levando à crítica dos privilégios de classe e raça. D) a influência da Independência dos EUA entre os mineiros, criando uma tendência antiescravista, e o impacto da Revolução Francesa entre os baianos, mobilizando setores da pequena-burguesia para o estabelecimento do terror. Questão: 14 (UNICID) Atendendo a representação, que fizestes subir a minha real presença sobre se achar interrompido e suspenso o comércio desta Capitania, com grave prejuízo dos meus vassalos e da minha Real Fazenda, em razão das críticas e públicas circunstâncias da Europa; e querendo dar sobre este importante objeto alguma providência pronta e capaz de melhorar o progresso de tais danos: sou servido ordenar interina e provisoriamente, enquanto não consolido um sistema geral que efetivamente regule semelhantes matérias, o seguinte. Primo: Que sejam admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportadas, ou em navios estrangeiros das Potências, que se conservam em paz e harmonia com a minha leal Coroa, ou em navios dos meus vassalos[...] (D. João, Príncipe Regente, em 1808. R. Macedo. História administrativa do Brasil). O excerto de texto refere-se (A) a abertura dos Portos às Nações Amigas, medida adotada por D. João como forma de retribuir à Inglaterra o auxílio de sua Armada na fuga de Portugal e compensar a perda de mercados britânicos na Europa. (B) ao fim do monopólio real sobre as manufaturas, abrindo espaço para que fossem produzidos no Brasil as mercadorias necessários à população e que anteriormente tinham que ser comprados de Portugal. (C) ao estabelecimento da tarifa protecionista conhecida como "Alves Branco" responsável pelo surto de industrialização atravessado pelo Brasil cujo maior representante foi o Barão de Mauá. (D) ao reforço do Pacto Colonial, medida que enriquecia Portugal na medida em que o Brasil só podia manter relações comerciais com sua metrópole, fosse para a exportação, fosse para a importação. (E) às medidas defendidas pelo Marquês de Pombal que, como representante das idéias iluministas em Portugal, defendia a modernização e abertura da colônia como forma de trazer maiores ganhos à metrópole. Questão: 15 (UFMG) Analise estas duas representações do chamado Grito do Ipiranga, de 7 de setembro de 1822: Independência ou Morte, de Pedro Américo (1888) Proclamação da Independência, de François René-Moreaux (1844) A partir da análise dessas duas representações e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que, em ambas, A) a disposição dos atores, coletivos e individuais, bem como dos aspectos que compõem o cenário, é diferenciada e expressa uma visão particular sobre D. Pedro, na primeira, como o protagonista central; na segunda, como líder de uma ação popular. B) as mesmas concepções históricas e estéticas fundamentam e explicam a participação dos mesmos grupos sociais e personagens históricos: o príncipe, militares, mulheres, camponeses e crianças. C) D. Pedro, embora seja o protagonista, se destaca de modo diferente: na primeira, ele recebe o apoio de diversos grupos sociais; na segunda, a participação das camadas populares é mais restrita. D) os artistas conseguem causar um mesmo efeito: descrever a Independência do Brasil como um ato solene, grandioso, sem participação popular e protagonizado por D. Pedro. Questão: 16 (VUNESP) A primeira Constituição brasileira [de 25 de março de 1824] nascia de cima para baixo, imposta pelo rei ao "povo", embora devamos entender por "povo" a minoria de brancos e mestiços que votava e que de algum modo tinha participação na vida política. (Boris Fausto, História do Brasil. ) Entre os dispositivos dessa Carta Constitucional estavam presentes (A) a autonomia provincial, o fim do tráfico negreiro e o voto secreto. (B) o voto indireto e censitário, o Conselho de Estado e o Poder Moderador. (C) a divisão em três poderes, o fim do padroado e o ensino laico e gratuito. (D) o parlamentarismo, a cidadania dos índios e a separação Igreja e Estado. (E) um parlamentarismo unicameral, o centralismo político-administrativo e o voto aberto. Questão: 17 (FGV- Eco) (...) os cidadãos armados foram de fato convocados para cumprir a "missão pacificadora" combatendo as insurreições, sedições, rebeliões, movimentos quilombolas e todo tipo de "desordens" promovidos pelos "inimigos da nação". Os contingentes da Guarda Nacional só eram acionados, porém, se constatada a ineficácia das forças armadas. (Ronaldo Vainfas (dir.), Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Essa instituição foi criada no contexto (A) do Grito do Ipiranga, em 1822, como resposta imediata às ameaças portuguesas de mandar tropas para evitar a emancipação política do Brasil. (B) da dissolução da Assembléia Nacional Constituinte, em 1823, quando as forças repressivas do Império foram derrotadas por milícias particulares. (C) da Confederação do Equador, em 1824, por causa da enorme força militar e do prestígio político conquistados pelos pernambucanos. (D) da abdicação de Dom Pedro I, em 1831, pois houve uma série de agitações políticas e sociais no Rio de Janeiro, inclusive rebeliões entre grupos militares. (E) do Golpe da Maioridade, em 1840, pois a maior parte das províncias do norte e nordeste não aceitava a coroação de Dom Pedro II com apenas 15 anos de idade. Questão: 18 (UNESP) Entre as várias rebeliões ocorridas no período regencial destaca-se a chamada Guerra dos Farrapos, iniciada em 1835. O conflito (A) prosseguiu até a metade da década seguinte, quando o governo do Segundo Império aumentou os impostos de importação dos produtos bovinos argentinos e anistiou os revoltosos. (B) demonstra que as disputas comerciais entre Brasil e Argentina se iniciaram logo depois da independência e desde então se agravaram, até atingir a atual rivalidade entre os dois países. (C) permitiu a adoção de um regime federalista no Brasil, uma vez que as negociações entre o governo imperial e os rebeldes determinaram a autonomia política riograndense. (D) revela a impossibilidade de estabelecer relações políticas e diplomáticas na América Latina após a independência política e durante o período de formação dos estados nacionais. (E) impediu a continuação do período regencial e levou à aceitação de outra exigência dos participantes da revolta: a antecipação da maioridade do futuro imperador Pedro II. Questão: 19 (MACK) No quadro político brasileiro do Segundo Reinado, criou-se, em 1847, o cargo de presidente do Conselho de Ministros, dando então ao país uma forma muito peculiar de parlamentarismo. Sobre esse fato, são feitas as seguintes afirmações: I. Como resultado direto dessa inovação política, eclodiram rebeliões em diversas províncias, sendo as mais importantes a Farroupilha, no Rio Grande do Sul, e a Praieira, em Pernambuco. II. A presidência do Conselho de Ministros enfraqueceu e ofuscou o papel político de D. Pedro II, transformado daí em diante em mero joguete nas mãos de liberais e conservadores. III. O novo sistema de governo funcionava, na prática, segundo o modelo inglês, subordinandose o poder executivo, exercido pelo Imperador, ao poder legislativo, exercido pela Câmara. Assinale: A) se apenas I é correta. B) se apenas I e II são corretas. C) se apenas I e III são corretas. D) se apenas I, II e III são corretas. E) se apenas I, II e III são incorretas. Questão: 20 (ENEM) O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma "bebida verdadeiramente cristã". THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado). A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao A) ateísmo. D) islamismo B) judaísmo. E) protestantismo C) hinduísmo. Questão: 21 (ENEM) O suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva da prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu Davatz. "As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. Em quase toda parte, falta qualquer espécie de calçamento ou mesmo de saibro. Constam apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estiagens e hospedarias como as da Europa. Nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na Europa qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo" Em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam o interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos. DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil. São Paulo: Livraria Martins, 1941(adaptado) O impacto das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes europeus foi importante, porque (A) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares, no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximidades da capital, São Paulo. (B) a expansão da malha ferroviária pelo interior de São Paulo permitiu que mão-de-obra estrangeira fosse contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos. (C) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica. (D) os fazendeiros puderam prescindir da mão-de-obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros provenientes de outras regiões para trabalhar em suas plantações. (E) as notícias de terras acessíveis atraíram para São Paulo grande quantidade de imigrantes, que adquiriram vastas propriedades produtivas. Questão: 22 (UNICAMP) A política do Império do Brasil em relação ao Paraguai buscou alcançar três objetivos. O primeiro deles foi o de obter a livre navegação do rio Paraguai, de modo a garantir a comunicação marítimo-fluvial da província de Mato Grosso com o restante do Brasil. O segundo objetivo foi o de buscar estabelecer um tratado delimitando as fronteiras com o país guarani. Por último, um objetivo permanente do Império, até o seu fim em 1889, foi o de procurar conter a influência argentina sobre o Paraguai, convencido de que Buenos Aires ambicionava ser o centro de um Estado que abrangesse o antigo vice-reino do Rio da Prata, incorporando o Paraguai. (Adaptado de Francisco Doratioto, Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai. (São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 471.) Sobre o contexto histórico a que o texto se refere é correto afirmar que: A) A Guerra do Paraguai foi um instrumento de consolidação de fronteiras e uma demonstração da política externa do Império em relação aos vizinhos, embora tenha gerado desgastes para Pedro II. B) As motivações econômicas eram suficientes para empreender a guerra contra o Paraguai, que pretendia anexar territórios do Brasil, da Bolívia e do Chile, em busca de uma saída para o mar. C) A Argentina pretendia anexar o Paraguai e o Uruguai, mas foi contida pela interferência do Brasil e pela pressão dos EUA, parceiros estratégicos que se opunham à recriação do vice-reino do Rio da Prata. D) O mais longo conflito bélico da América do Sul matou milhares de paraguaios e produziu uma aliança entre indígenas e negros que atuavam contra os brancos descendentes de espanhóis e portugueses. Questão: 23 (FGV - Eco) Dia 2 de dezembro era o dia do aniversário do imperador. No ano de 1870, D. Pedro II recebeu um presente de grego no dia dos seus anos: um novo jornal começava a circular nesse dia na Corte. Seu título: A República. Nas páginas de seu primeiro número vinha estampado o Manifesto Republicano... Não deve ter sido o melhor dos aniversários de Sua Alteza Imperial. (Margarida de Souza Neves e Alda Heizer. A ordem é o progresso: o Brasil de 1870 a 1910, 1991.) O manifesto a que o texto se refere (A) denunciava o endêmico atraso brasileiro, relacionando-o diretamente com a exploração do trabalho compulsório. (B) defendia uma organização política federalista para o Brasil, em contraposição ao centralismo do Império. (C) creditava os males nacionais à insistência da monarquia em manter o amplo poder das assembleias provinciais. (D) apontava para a necessidade da imediata industrialização do Brasil, tendo como modelo a experiência francesa. (E) partilhava de concepções próprias dos caudilhos da América Latina, como a defesa da reforma agrária radical. Questão: 24 (MACK) "Este comércio de carne humana é, pois, um cancro que corrói as entranhas do Brasil (...) Torno a dizer, porém, que eu não desejo ver abolida de repente a escravidão; tal acontecimento traria consigo grandes males". José Bonifácio, 1823. "Como é sabido, no Brasil, a abolição tardou, só se concretizando após longa e dolorosa agonia (...). Tão longo e socialmente penoso foi o processo de abolição que, aos contemporâneos (...), parecia que não viria nunca". Maria Helena Machado. " 'Teremos grandes desastres, se não houver providências enérgicas e imediatas': a rebeldia dos escravos e a abolição da escravidão". In: Keila Grinberg e Ricardo Salles (orgs.). O Brasil Imperial, v.III (1870-1889). São Paulo: Civilização Brasileira, 2009, p.369 Considerando os trechos acima, conclui-se, corretamente, que uma das explicações para a tardia abolição da escravidão, no Brasil, deveu-se A) ao caráter gradualista que ela adquiriu, satisfazendo, em grande medida, aos anseios de uma parcela da elite, preocupada com as possibilidades sociais, econômicas e políticas dos recém-egressos da escravidão. B) às tentativas de grupos abolicionistas em erradicar a escravidão desde o início do século XIX como, por exemplo, o grupo liderado pelo poeta e advogado Luís Gama, em São Paulo, denominado "Caifases". C) ao medo, por parte da elite, de que os emancipados pudessem ascender econômica e politicamente, uma vez que, desde 1871, era assegurado o direito à educação e à participação política a esses grupos. D) à constatação de que havia o medo, em potencial, de parcelas da elite em assumir seus anseios em prol da abolição, uma vez que, por tradição, os grandes proprietários eram retrógrados e desfavoráveis a mudanças. E) às discussões em torno do assunto no Conselho de Estado, demoradas e não conclusivas, que só fizeram adiar as medidas efetivas em torno da emancipação gradual, como exposto no texto de José Bonifácio. Questão: 25 (UNIFESP) "Mete dinheiro na bolsa - ou no bolso, diremos hoje - e anda, vai para diante, firme, confiança na alma, ainda que tenhas feito algum negócio escuro. Não há escuridão quando há fósforos. Mete dinheiro no bolso. Vende-te bem, não compres mal os outros, corrompe e sê corrompido, mas não te esqueças do dinheiro... E depressa, depressa, antes que o dinheiro acabe". (Machado de Assis, 1896.) Essa passagem evoca o clima que se criou no país com A) a valorização do café. B) a Abolição. C) a Guerra do Paraguai. D) o Encilhamento. E) o ciclo da borracha. Questão: 26 (Mack) 1 de janeiro, consagrado à comemoração da fraternidade universal; 21 de abril, consagrado à comemoração dos precursores da independência brasileira, resumidos em Tiradentes, 3 de maio, consagrado à comemoração da descoberta do Brasil; 13 de maio, consagrado à fraternidade dos brasileiros; 14 de julho, consagrado à comemoração da República, da liberdade e da independência dos povos americanos; 7 de setembro, consagrado à comemoração da independência do Brasil; 12 de outubro, consagrado à comemoração da descoberta da América; 2 de novembro, consagrado à comemoração geral dos mortos e 15 de novembro, consagrado à comemoração da pátria brasileira. Citado em Marco Antonio Villa. A história das constituições brasileiras: 200 anos de luta contra o arbítrio. São Paulo: Leya, 2011, p.28 Pela análise dos feriados acima, estabelecidos logo após a proclamação da República em 1889, conclui-se que a) uma das preocupações do novo regime foi estabelecer o laicismo do Estado, permitindo a permanência de apenas um feriado de origem religiosa. b) houve a preocupação, no início, em transformar o Brasil em um Estado laico, o que não foi seguido pela primeira constituição republicana, de 1891. c) essa nova forma de governo preocupou-se tanto com o patriotismo como com a religiosidade dos brasileiros, estabelecendo o catolicismo como religião oficial. d) os ideais positivistas, sem importância no contexto da crise do Império, foram adotados logo no início do novo regime, daí a preocupação com feriados. e) as tentativas de relacionar o novo regime com a História do Brasil foram bem sucedidas, porém a religião oficial continuou a do Império: o catolicismo. Questão: 27 (UNIFESP) Aquilo não era uma campanha, era uma charqueada. Não era a ação severa das leis, era a vingança. Dente por dente. Naqueles ares pairava, ainda, a poeira de Moreira César, queimado; devia-se queimar. Adiante, o arcabouço decapitado de Tamarindo; devia-se degolar. A repressão tinha dois pólos o incêndio e a faca... Ademais, não havia temer-se o juízo tremendo do futuro. A História não iria até ali. (Euclides da Cunha. Os sertões.) Essa passagem do livro A) revela a preocupação que os protagonistas de ambos os lados tinham com relação às implicações políticas de suas ações. B) denuncia mais do que a crueldade de ambos os lados, o sentimento de impunidade entre as forças da repressão. C) mostra que ambos os lados em luta estavam determinados a destruir o adversário para não deixar provas de sua conduta. D) critica veladamente a ausência de interesse por parte da opinião pública e da imprensa com relação ao episódio relatado. E) indica que o autor, por acompanhar de longe os acontecimentos, deixou-se levar por versões que exageraram a crueldade da repressão. Questão: 28 (MACK) As moças ricas não podem compreender o casamento senão com o doutor; e as pobres, quando alcançam um matrimônio dessa natureza, enchem de orgulho a família toda, os colaterais e os afins. Não é raro ouvir alguém dizer com todo orgulho: - Minha prima está casada com o doutor Bacabau. (...) O título - doutor - anteposto ao nome tem na Bruzundanga o efeito do - dom - em terra de Espanha. Mesmo no Exército, ele soa em todo o seu prestígio nobiliárquico. Quando se está em face de um coronel com o curso de engenharia, o modo de tratá-lo é matéria para atrapalhações protocolares. Se só o chama tout court - doutor Kamisão - ele ficará zangado porque é coronel; se se o designa unicamente por coronel, ele julgará que o seu interlocutor não tem em grande consideração o seu título universitário-militar. Lima Barreto - Os Bruzundangas A sátira que o escritor carioca traçou a partir da descrição da "República dos Estados Unidos da Bruzundanga" se refere, no trecho acima, a um fenômeno próprio da sociedade brasileira da época. Trata-se do A) bacharelismo. B) coronelismo. C) parnasianismo. D) arrivismo. E) militarismo. Questão: 29 (ENEM) Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado). A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavamnos em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior. TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado). Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização: A) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças. B ) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período. C) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas. D) A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias. E) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias. Questão: 30 (ENEM) Charge capa da revista "O Malho", de 1904. Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com> A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto políticosocial da época, essa revolta revela A) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária. B) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias. C) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população. D) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral. E) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite. Questão: 31 (UNIRIO) "Há muito tempo , Nas águas da Guanabara, O dragão do mar reapareceu, Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu. Conhecido como almirante negro, Tinha a dignidade de um mestre - sala (...)" (O mestre-sala dos mares, de João Bosco e Aldir Blanc) A música retrata um importante movimento ocorrido no Brasil durante a Primeira República. Tal movimento foi motivado pela: (A) prisão de lideranças anarquistas entre os marinheiros negros que, discriminados pelo racismo vigente, se revoltaram contra os poderes da República. (B) opressão da classe operária, penalizada pela alta do custo de vida gerada pelos desdobramentos da política do encilhamento. (C) mobilização popular originada das políticas sanitaristas do governo republicano, que impunham a vacinação obrigatória no Rio de Janeiro. (D) imposição de castigos aos ex-escravos, os quais, com o processo da Abolição, vieram a se transformar em mão-de-obra barata para a marinha mercante. (E) imposição aos marinheiros de castigos corporais em função da vigência do código disciplinar da Marinha que remontava ao Império. Questão: 32 (ENEM) A serraria construía ramais ferroviários que adentravam as grandes matas, onde grandes locomotivas com guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam, para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos que existiam em meio às matas eram destruídos por este deslocamento. Machado P. P. Lideranças do Contestado. Campinas Unicamp. 2004 (adaptado). No início do século XX, uma série de empreendimentos capitalistas chegou à região do meiooeste de Santa Catarina - ferrovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais gerados por esse processo estão na origem da chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se (A) a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores de serraria, resultando em um processo de êxodo rural. (B) o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra. (C) a desorganização da economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da região. (D) a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos agentes. (E) o crescimento dos conflitos entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional. RESPOSTAS: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. B B A A E A B A E C 11. E 12. D 13. C 14. A 15. A 16. B 17. D 18. A 19. E 20. D 21. B 22. A 23. B 24. A 25. D 26. A 27. B 28. B 29. C 30. A 31. E 32. C 33. VUNESP (...) 2º.. Que seja respeitado do modo mais absoluto o direito de associação para os trabalhadores; 3º. Que nenhum operário seja dispensado por haver participado ativa e ostensivamente no movimento grevista; 4º. Que seja abolida de fato a exploração do trabalho dos menores de 14 anos nas fábricas; (...) 6º. Que seja abolido o trabalho noturno das mulheres; 7º. Aumento de 35% nos salários inferiores a 5$000 e de 25% para os mais elevados; (...) 10º. Jornada de oito horas (...) (O que reclamam os operários. A Plebe, 21.07.1917. Apud Paulo Sérgio Pinheiro e Michael Hall. A classe operária no Brasil, 1889-1930 - Documentos, 1979.) As reivindicações dos participantes da greve geral de 1917, em São Paulo, indicam que A) Os governos da Primeira República aceitavam os movimentos sociais, permitindo o convívio harmonioso e democrático entre as classes sociais. B) O Brasil não dispunha de legislação trabalhista e as condições de vida e trabalho dos operários eram, na maioria dos casos, ruins. C) Os trabalhadores já haviam conquistado o direito pleno de associação e de greve, mas ainda se submetiam a longas jornadas diárias de trabalho. D) O Estado assumia o papel de intermediário nas negociações trabalhistas,mantendo neutralidade diante de conflitos sociais. E) Os sindicatos operários eram rigorosamente proibidos, devendo os trabalhadores reivindicar aumentos salariais diretamente aos patrões. 34. (UNIFESP) Em tempo de forte turbulência republicana, o ano de 1922 converteu-se em marco simbólico de grandes rupturas e da vontade de mudança. Eventos como a Semana da Arte Moderna, o levante tenentista, a criação do Partido Comunista e ainda a conturbada eleição presidencial sepultaram simbolicamente a Velha República e inauguraram uma nova época. (Aspásia Camargo, "Federalismo e Identidade Nacional", Brasil, um século de transformações. 2001.) Pode-se afirmar que a situação descrita decorre, sobretudo, A) do forte crescimento urbano e das classes médias. B) do descontentamento generalizado dos oficiais do Exército. C) da postura progressista das elites carioca e paulista. D) do crescimento vertiginoso da industrialização e da classe operária. E) da influência das vanguardas artísticas européias e norte-americanas. 35. (MACK) A 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado em uma confeitaria do Recife por João Dantas, um de seus adversários políticos. Tal fato desencadeou a Revolução de 1930, que tinha como antecedente importante A) a vitória da Aliança Liberal nas eleições, contestada pela oposição, que alegava fraude no processo eleitoral. B) a cisão entre as oligarquias paulista e mineira nas eleições de 1930, além da crise mundial de 1929, que atingiu duramente a cafeicultura paulista. C) o apoio de Luís Carlos Prestes à Revolução de 1930, seguindo os objetivos do Tenentismo. D) a adesão de Júlio Prestes às oligarquias dissidentes do Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais, que condenavam a postura de Washington Luís. E) a forte oposição dos Tenentes ao movimento revolucionário de 1930, visto pelo grupo como oligárquico e sem propostas reformistas. 36. (PUC/SP) "Com a criação dos Sindicatos Profissionais moldados em regras uniformes e precisas, dá-se às aspirações dos trabalhadores e às necessidades dos patrões expressão legal normal e autorizada. O arbítrio, tanto de uns como de outros, gera a desconfiança, é causa de descontentamento, produz atritos que estalam em greves [...] Os sindicatos ou associações de classe serão os pára-choques dessas tendências antagônicas." COLLOR, Lindolfo, Ministro do Trabalho, 19/3/1931, citado por Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1984, p.84. A declaração acima, de Lindolfo Collor, Ministro do Trabalho em 1931, é exemplar da relação entre Estado e trabalhadores durante o período Vargas, caracterizada pela A) disposição governamental de atuar como árbitro dos conflitos sociais e de controlar as organizações de trabalhadores. B) liberdade de reunião, ação e funcionamento das associações de operários, independentemente de sua posição ideológica. C) aceitação das reivindicações trabalhistas e pela implantação de legislação trabalhista francamente prejudicial aos interesses do patronato. D) proibição da unicidade sindical, o que provocou o surgimento de muitos sindicatos por categoria e a divisão na luta dos trabalhadores. E) repressão a toda mobilização operária e pela perseguição às lideranças trabalhistas de direita e de esquerda 37. (FGV- Adm) "A revolta paulista, chamada revolução Constitucionalista, durou três meses e foi a mais importante guerra civil brasileira do século XX (...) Sua causa era praticamente inatacável: a restauração da legalidade, do governo constitucional. Mas seu espírito era conservador: buscava-se parar o carro das reformas, deter o tenentismo, restabelecer o controle do governo federal pelos estados." CARVALHO, J. M. de, Cidadania no Brasil: o longo caminho: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 100. A respeito da situação política brasileira no início da década de 30, é correto afirmar: A) A maior parte da oligarquia paulista havia aderido à Revolução dirigida por Getúlio Vargas ansiando por uma modernização no país que envolvesse uma reforma eleitoral, a centralização política federal e o reconhecimento dos direitos trabalhistas. B) Apesar de derrotada militarmente, a revolta acabou levando à convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte com novas regras eleitorais, como o voto secreto que dificultava a ocorrência de fraudes e o direito de voto para as mulheres. C) A maior parte da oligarquia paulista acabou por articular-se com Luís Carlos Prestes, exdirigente da coluna Prestes-Miguel Costa, que havia aderido ao comunismo e tornara-se a principal liderança política do Partido Comunista. D) Os paulistas defendiam um amplo programa nacionalista e procuravam garantir o retorno da normalidade democrática quebrada com o movimento revolucionário de 1930, que representava os interesses dos setores oligárquicos dos diversos estados da federação. E) A Revolução Constitucionalista foi inicialmente uma revolta da oligarquia paulista e sofreu, posteriormente, um processo de radicalização política que levaria à intensificação de greves e manifestações populares em todo o país, em prol da democracia. 38. (PUC/SP) Assim como os nazistas e os fascistas, os integralistas pregavam a substituição da luta de classes pela ascensão dos melhores, para renovar as camadas dirigentes e continuar estrutural e funcionalmente o seu papel na sociedade. Antonio Candido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 129. Adaptado. O texto compara nazismo, fascismo e integralismo, identificando-os A) no anseio de estabelecer um governo proletário, capaz de frear a ascensão da burguesia e de patrocinar amplas reformas sociais e políticas. B) na aceitação da luta de classes como princípio das relações sociais e na valorização da reforma administrativa como forma de eliminar os problemas políticos. C) no esforço de valorizar a identidade nacional, único traço capaz de impedir a luta de classes e assegurar a formação de um governo socialista. D) na rejeição da ideia de que a sociedade seja movida pela luta de classes e na defesa de que o poder seja exercido por um grupo limitado e privilegiado de pessoas. E) na busca de uma revolução proletária internacional e no reconhecimento do papel central que o governo deve exercer na harmonização das relações sociais. 39. (MACK) Os movimentos armados de novembro de 1935 foram fatos históricos tipicamente nacionais, que eclodiram a partir de situações gestadas e desenvolvidas no contexto da sociedade brasileira da época, baseados nas tradições das lutas populares e na significativa participação de setores e lideranças políticas oriundas das camadas médias urbanas, principalmente os militares. Marly de Almeida G. Vianna, Revolucionários de 35 O trecho acima refere-se aos movimentos armados conhecidos como Intentona Comunista.. Partindo da afirmação contida no trecho, assinale a alternativa cujo conteúdo NÃO tenha relação direta com a origem e as causas destas insurreições. A) A organização de um movimento popular e de classe média contra o Integralismo, no plano nacional, e contra o Nazifascismo, no internacional. B) A oposição de setores do meio operário e de intelectuais a Getúlio Vargas, visto por eles como um ditador, simpatizante dos governos de Hitler e Mussolini. C) A organização, pela ANL, de uma "frente antifascista" que deveria unir operários, profissionais liberais e Forças Armadas. D) A revolta, em 1932, contra o governo de Getúlio Vargas, organizada pelos grupos ligados à oligarquia cafeeira paulista, reunidos em torno das idéias constitucionalistas. E) A existência de uma tradição insurrecional dos tenentistas e de setores populares, ligados ao PCB e à ANL, e o prestígio de sua figura principal, Luís Carlos Prestes. 40. (PASUSP) Quando foi outorgada em 1937, a Constituição conhecida como Polaca, tropas policiais cercaram o Congresso, sem encontrar resistência. Getúlio Vargas, em discurso, justificou o Estado Novo: "(...) mantido pelo poder constituinte da nação, o governo continuou, no período legal, a tarefa de restauração econômica e financeira, e procurou criar atmosfera de serenidade e confiança para atender às justas reivindicações das classes trabalhadoras. Quando os partidos políticos se dissolveram, haviam perdido sua razão de ser. Hoje, o governo não tem mais intermediários entre eles e o povo. Há, sim, o povo, no seu conjunto, e o governante, dirigindo-se se a ele, de modo que o povo, se sentindo amparado nas suas aspirações e nas suas conveniências, não tenha necessidade de recorrer a intermediários para chegar ao chefe de Estado" Antonio Pedro Tota. O Estado Novo, 1991. Adaptado. Sobre o discurso de Vargas, é incorreto afirmar que A) legitima a soberania do Estado com a personalização do poder: O chefe é a própria Nação. B) define a forma autoritária do exercício do poder com a extinção dos partidos políticos. C) reforça, com um tom paternalista, a relação direta do povo com o Estado. D) acentua a necessidade de paz e harmonia para atender às aspirações dos trabalhadores. E) atribui o fechamento do Congresso à auto-extinção dos partidos políticos. 41. (FGV) Seguem-se as afirmativas que caracterizam a fase do Estado Novo: I - poder passou a ser descentralizado, aumentando a autonomia dos Estados com a nomeação de interventores estaduais; II - a política de intervencionismo estatal teve papel destacado no Estado Novo, principalmente no setor da indústria de base, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional; III - em 1937, apesar do golpe de Estado, Vargas mantém aberto o Congresso e privilegia os partidos políticos mais fortes; IV - as realizações no Estado Novo no setor petrolífero foram muito importantes, destacandose a criação da Petrobrás que instituiu o monopólio do petróleo no Brasil; V - o governo passou a ficar, no Estado Novo, com o poder de controlar a propaganda nacional e a censura à imprensa através do Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP. Escolha: a) se as afirmativas II e V estiverem corretas; b) se apenas as afirmativas II, IV e V estiverem corretas; c) se apenas as afirmativas IV e V estiverem corretas; d) se apenas as afirmativas I, II, III e IV estiverem corretas; e) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. 42. (MACK) Considere as informações seguintes acerca dos partidos e do cenário político brasileiro entre 1945 e 1964. I. O PTB, criado em setembro de 1945 por inspiração de Getúlio Vargas, representava os operários urbanos, cujos sindicatos haviam estado sob influência do trabalhismo varguista. II. A UDN, poderosa força de oposição legal ao getulismo, desempenhou importante papel na crise política de agosto de 1954, que culminou com o suicídio de Vargas. III. A aliança entre o PSD e o PTB garantiu, em 1955, a vitória de Juscelino Kubitschek (com João Goulart como vice-presidente), derrotando o candidato udenista Juarez Távora. IV. O PCB, cuja legalidade foi reconhecida em 1945, embora nunca houvesse vencido uma eleição presidencial, sempre conseguiu eleger um número elevado de deputados e senadores ao longo do período democrático. V. A ARENA e o MDB foram criados como uma tentativa de solucionar o impasse gerado pelo fracasso do parlamentarismo, rejeitado pelo plebiscito de 1963. São corretas A) apenas I, II e III. B) apenas I, II e IV. C) apenas II, III, IV e V. D) apenas I, IV e V. E) I, II, III, IV e V. 43. (UFMG) O segundo Governo Vargas (1951-1954) caracterizou-se por forte orientação nacionalista. Entre as iniciativas que marcaram esse período, destaca-se a criação da Petróleo Brasileiro S.A., a Petrobras, mediante a Lei n. 2.004, aprovada pelo Congresso em 3 de outubro de 1953. É CORRETO afirmar que essa Lei A) deu origem à campanha "O petróleo é nosso", o que reforçou o sentimento nacionalista entre os brasileiros e fez crescer o apoio a Vargas. B) foi o estopim da crise política que levou ao suicídio de Vargas, pois a Lei deixou a distribuição do petróleo nas mãos de empresas estrangeiras. C) motivou a crítica, por parte do escritor paulista Monteiro Lobato, à criação da empresa estatal de petróleo. D) teve como eixo a imposição do monopólio estatal sobre a produção de petróleo, considerado condição necessária para a soberania nacional. 44. (MACK) Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História. Carta Testamento de Getúlio Vargas O suicídio do Presidente Vargas ocorreu em 24 de agosto de 1954; entre as causas do trágico desfecho, destacamos: A) o apoio da UDN aos projetos nacionalistas e intervencionistas de Vargas, que gerou a oposição do Partido Comunista. B) o atentado a Carlos Lacerda e os graves problemas econômicos que impediam a continuidade do modelo nacionalista e paternalista. C) a tentativa frustrada de um novo golpe, liderado por Vargas, para se consolidar no poder. D) o fracasso de projetos nacionalistas implantados pelo governo Vargas, como a Petrobrás. E) o forte apoio norte-americano, sobretudo devido ao envio de tropas brasileiras à Guerra da Coréia, fato que atraiu a ira dos nacionalistas. 45. (VUNESP) A construção de Brasília durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) teve, entre suas motivações oficiais, A) afastar de São Paulo a sede do governo federal, impedindo que a elite cafeicultora continuasse a controlá-lo. B) estimular a ocupação do interior do país, evitando a concentração das atividades econômicas em áreas litorâneas. C) deslocar o funcionalismo público do Rio de Janeiro, permitindo que a cidade tivesse mais espaços para acolher turistas. D) tornar a nova capital um importante centro fabril, reunindo a futura indústria de base do Brasil. E) reordenar o aparato militar brasileiro, expandindo suas áreas de atuação até as fronteiras dos países vizinhos. 46. (MACK) Em fins de agosto de 1961, a imprensa anunciava que Ranieri Mazzilli assumia o governo em seguida à inesperada renúncia de Jânio Quadros. O presidente vinha sendo alvo das agudas críticas, entre outras razões, porque A) a política econômica adotada por Jânio assumia cada vez mais uma orientação efetivamente socialista, visível na aproximação das relações diplomáticas e comerciais com Cuba e com a URSS. B) acirrava-se o desacordo entre o presidente e seu vice, João Goulart, eleito por outro partido, tornado impossível a permanência de um e outro, juntamente, no comando político do país. C) grande parte do empresariado nacional se descontentara com a política demasiado democrático do presidente, que pusera em execução um sem-número de planos de melhorias sociais, tanto nas cidades como no campo. D) setores conservadores da sociedade se opunham ao caráter "independente" da política externa de Jânio, sobretudo após a inopinada condecoração, pelo presidente, do ministro cubano Ernesto Guevara. E) havia claros indícios de que, com o apoio das Forças Armadas, Jânio pretendia articular um golpe contra o Congresso Nacional (as "forças ocultas" da carta-renúncia), fechá-lo e governar ditatorialmente. 47. (UNICAMP) Em 30 de março de 1964, o Presidente João Goulart fez um discurso, no qual declarou: "Acabo de enviar uma mensagem ao Congresso Nacional propondo claramente as reformas que o povo brasileiro deseja. O meu mandato será exercido em toda a sua plenitude, em nome do povo e na defesa dos interesses populares." (Adaptado de Paulo Bonavides e Roberto Amaral, Textos políticos da história do Brasil. Brasília. Senado Federal, 2002, vol. 7, p. 884.) Sobre o contexto em que esse discurso foi pronunciado, é possível afirmar o seguinte: A) Enfrentando a oposição de setores conservadores, Jango tentou as reformas de base, que deveriam abranger a reforma agrária, a eleitoral, a educacional e a financeira, para garantir apoio popular ao seu mandato. B) Quando Jango apresentou ao Congresso Nacional as reformas de base, elas já haviam sido alteradas, abrindo mão da reforma agrária, para agradar aos setores conservadores, e não apenas às classes populares. C) Com as reformas de base, Jango buscou afastar a fama de esquerdista, colocando na ilegalidade os partidos comunistas, mas motivou a oposição de militares e políticos nacionalistas, ao abrir o país ao capital externo. D) Jango desenvolveu um plano de reformas que deveriam alterar essencialmente as carreiras dos militares, o que desagradava muitos deles, mas também reprimiu várias greves do período, irritando as classes populares. 48. (MACK) Como se dava tão freqüentemente na História brasileira (1889, 1930, 1937, 1945), o confronto político civil foi abreviado por um golpe de Estado militar. Thomas E. Skidmore A respeito do Golpe de Estado de 1964, NÃO é correto afirmar que A) os udenistas estavam entre os vencedores, já que, frustrados na luta contra Vargas e seus herdeiros, chegavam ao poder pela intervenção militar. B) o regime populista e as possibilidades de um capitalismo autônomo estavam esgotados no contexto da época, para alguns historiadores e economistas. C) o Presidente João Goulart era pressionado, constantemente, tanto pela direita, que o tachava de comunista, quanto pela esquerda, que o considerava excessivamente moderado, e que esta polarização ideológica contribuiu para o movimento golpista. D) os setores conservadores e a grande imprensa apoiavam as reformas de base e não admitiam interferências do capital estrangeiro e de seus aliados na política brasileira. E) sua implantação interrompeu um período de florescimento da cultura brasileira, de forte politização de massas, e foi, em parte, o resultado da falta de unidade da esquerda e de lideranças muito personalistas. 49. (VUNESP) Durante o regime militar brasileiro (1964-1985), ocorreram: A) fim do intervencionismo estatal na economia, ampliação da autonomia dos estados e controle militar do sistema de informações. B) ampliação dos programas sociais voltados à saúde e à educação, crescimento industrial e saneamento completo das contas públicas. C) limitação dos investimentos estrangeiros no país, erradicação da inflação e pagamento da dívida externa brasileira. D) fortalecimento do poder executivo, relativo esvaziamento do legislativo e do judiciário e aumento da participação estatal na economia. E) modernização tecnológica nas comunicações, incremento dos transportes aéreo e ferroviário e maior equilíbrio na distribuição de renda. 50. (PUC-SP) Em dez anos de vigência, o AI-5 tivera tempo de punir 1607 cidadãos, dos quais 321 cassados: seis senadores, 110 deputados federais e 161 estaduais, 22 prefeitos, 22 vereadores . Além da cassação, os senadores e 100 deputados federais tiveram seus direitos políticos suspensos por 10 anos. Entre as punições a funcionários públicos, estavam o afastamento de três ministros do Supremo Tribunal Federal e de professores universitários. Paralelamente a essa caçada, o AI-5 desenvolveu um implacável expurgo nas obras criadas: em dez anos, cerca de 500 filmes, 450 peças de teatro, 200 livros, dezenas de programas de radio, 100 revistas, mais de 500 letras de música e uma dúzia de capítulos e sinopses de telenovela foram censurados. Zuenir Ventura., 1968: o ano que não terminou. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 285-286. Adaptado. O texto menciona alguns efeitos do Ato Institucional nº 5, decretado em 1968 e revogado em 1978. Podemos dizer que o AI-5 A) foi uma reação ao complô da mídia, dos artistas e de parte dos políticos, que pretendiam implantar o socialismo no Brasil. B) determinou o fim da democracia no país e instaurou a primeira ditadura da história do Brasil. C) permitiu ao governo militar aplicar seu programa de amplas reformas sociais, sem a resistência dos setores conservadores da sociedade. D) ampliou os poderes do regime militar vigente, eliminando garantias constitucionais. E) extinguiu os partidos de oposição e impediu as manifestações de todos os políticos. 51. (UNESP) Entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, a economia brasileira obteve altos índices de crescimento. O fenômeno se tornou conhecido como milagre econômico e derivou da aplicação de uma política que provocou, entre outros efeitos, A) êxodo rural e incremento no setor ferroviário. B) crescimento imediato dos níveis salariais e das taxas de inflação. C) aumento do endividamento externo e da concentração de renda. D) estatização do aparato industrial e do setor energético. E) crise energética e novos investimentos em pesquisas tecnológicas. 52. (ENEM) Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, jornalistas, estamos encaminhando este documento ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiça esperamos a realização de novas diligências capazes de levar à completa elucidação desses fatos e de outros que porventura vierem a ser levantados. Em nome da verdade. In: O Estado de S. Paulo, 3 fev. 1976. Apud. FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999. A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a medidas como o abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. A análise dessa medida tomada indica a A) certeza de cumprimento das leis. B) superação do governo de exceção. C) violência dos terroristas de esquerda. D) punição dos torturadores da polícia. E) expectativa da investigação dos culpados. 53. (FGV- Economia) A cor amarela foi escolhida como símbolo da campanha das diretas. mais do que a mensagem de sabedoria que muitos quiseram sustentar, tratava-se de uma forma de não deixar o vermelho das bandeiras de esquerda dominar as praças e avenidas. (Flávio de Campos, Oficina de história do Brasil) O objetivo do movimento Diretas Já! era o estabelecimento das eleições diretas para a presidência da República, daí a luta pela aprovação de uma emenda constitucional, a Dante de Oliveira. Acerca desse processo, assinale a alternativa correta. A) Com a aprovação da emenda Dante de Oliveira, articulou-se uma chapa encabeçada por Ulisses Guimarães, tendo como vice, Itamar Franco, que representavam todas as forças políticas de oposição ao regime autoritário nascido em 1964. B) A aprovação da emenda Dante de Oliveira permitiu uma ampla articulação política de oposição ao regime de exceção, a Aliança Liberal, que venceu as eleições diretas de 1985, com a chapa José Sarney (PMDB) e Leonel Brizola (PDT). C) A emenda Dante de Oliveira não foi aprovada e o PMDB, em aliança com setores dissidentes do partido governista, por meio do Colégio Eleitoral, elegeram Tancredo Neves, como presidente do Brasil, em janeiro de 1985. D) A derrota da emenda Dante de Oliveira enveredou o movimento Diretas Já! para caminhos mais radicais, como o apoio à Greve Geral de junho de 1984 e a recusa em participar do Colégio Eleitoral em janeiro de 1985. E) Para a aprovação da emenda Dante de Oliveira, as forças de oposição à Ditadura Militar foram obrigadas a aceitar as eleições diretas apenas em 1989 e o Colégio Eleitoral elegeu o senador Itamar Franco para presidente do Brasil. 54. (ESPM) Com a volta dos militares aos quartéis e a redemocratização do Brasil, o presidente José Sarney convocou uma Assembléia Nacional Constituinte, que foi eleita em novembro de 1986. Em 05 de outubro de 1988 foi promulgada aquela que ficou conhecida por "Constituição Cidadã". Assinale entre as alternativas aquela que apresente novidades incorporadas ao texto constitucional brasileiro em 1988: A) Ampliação da cidadania com a extensão do direito de voto aos analfabetos; criação do "habeas data" que permite ao cidadão obter informações relativas à sua pessoa, constantes de registros oficiais. B)Ampliação da cidadania com a extensão do direito de voto aos maiores de 16 anos - voto facultativo; fim da unicidade sindical. C) Fim da unicidade sindical; obrigação das empresas estrangeiras manterem no mínimo 2/3 de empregados brasileiros. D) Instituição da reeleição para presidência da república e mandato presidencial de cinco anos. E) Voto universal obrigatório para maiores de 18 anos (exceto analfabetos, soldados e cabos); o direito do presidente baixar decretos com força de lei. 55. (MACK) A respeito do Plano Real, programa brasileiro com o objetivo de estabilização econômica, é correto afirmar que A) foi elaborado pelo ministro da Economia da época, Dílson Funaro, e apesar da resistência por parte dos partidos de oposição, foi implantado, com sucesso, no final do governo José Sarney. B) o ministro Fernando Henrique Cardoso, durante o governo Itamar Franco, anunciou o programa que tinha como objetivo acabar com a inflação e estabilizar a economia. C) o plano econômico, idealizado pela equipe econômica do governo Itamar Franco, não apresentou, inicialmente, resultados expressivos no combate à inflação, o que gerou um desgaste político para o presidente Itamar. D) a desconfiança, por parte dos partidos de oposição, na eficácia do Plano Real em efetivamente combater a inflação não permitiu que o presidente Itamar pudesse se candidatar à reeleição como presidente da República. E) o presidente Fernando Henrique Cardoso, para tentar solucionar os problemas relacionados à ineficácia do Plano Real instituiu, no inicio do seu governo em 1995, uma nova moeda, o real. 56. (MACK) ° Desregulamentação do mercado nacional ° Ampla política de privatização das empresas estatais ° Manutenção de altas taxas de juros para atração do capital estrangeiro ° Corte de gastos governamentais destinados a serviços e programas sociais ° Flexibilização da legislação trabalhista As medidas relacionadas acima se destacaram entre as mais importantes da política econômica posta em prática ao longo dos oitos anos do governo FHC (1995-2002). Há certo consenso segundo o qual elas permitem caracterizar essa política como sendo A) nacional-desenvolvimentista. B) comunista. C) neoliberal. D) keynesiana. E) socialista. RESPOSTAS: 33. B 41. A 49. D 34. A 42. A 50. D 35. B 43. D 51. C 36. A 44. B 52. E 37. B 45. B 53. C 38. D 46. D 54. A 39. D 47. A 55. B 40. E 48. D 56. C