competencia interpessoal no transtorno mental e ef

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade Física Adaptada e Saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
ESTUDO
COMPARATIVO
DA
COMPETÊNCIA
INTERPESSOAL
ENTRE
ADULTOS
PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS QUE PRATICAM E NÃO PRATICAM UMA
ATIVIDADE FÍSICA REGULAR
Kátia Gomes da Silva PALADINO
Janaína CODEA
RESUMO
O presente estudo teve como propósito investigar o nível da competência interpessoal de pessoas
que apresentam transtornos mentais praticantes de atividade física regular, exemplificada pelas
práticas de exercícios físicos, experiências de lazer e atividades utilitárias, inseridas no programa
de tratamento psiquiátrico, e comparar tal competência com a de pessoas que apresentam o
mesmo diagnóstico, embora sejam de outra instituição psiquiátrica também na Zona sul do Rio de
Janeiro, e não praticam uma atividade física regular no programa de tratamento. A avaliação
realizou-se através de um questionário validado sobre o nível da competência interpessoal, que foi
aplicado por psicólogos de cada instituição. A amostra se constituiu de 3 indivíduos por grupo,
com transtorno psicótico esquizofrênico, sendo 2 indivíduos do tipo residual e 1 do tipo paranóide,
em ambos os grupos. O tratamento estatístico apresentou-se com limitações inerentes ao
tamanho amostral, n = 6, limitando a abordagem estatística a uma análise do tipo heurística, isto
é, buscando destacar as relevâncias das observações segundo as maiores freqüências nas
respectivas distribuições. Cada resposta das questões do questionário foi avaliada por uma
psicóloga. A partir de tal avaliação, concluiu-se que os pacientes que têm como parte do programa
de tratamento a atividade física regular apresentam um melhor discernimento para se relacionar
com o outro, possui um julgamento e o valor humano mais próximo da realidade, e percebe a
importância do convívio social, isto é, tem um nível da competência interpessoal mais
desenvolvido que os pacientes que não praticam atividade física regular no programa de
tratamento da instituição, pois os mesmos mostraram ter uma percepção que não valoriza o
contato
social,
no
âmbito
do
relacionamento
humano
apresentando
comportamentos
estereotipados no que concerne às expressões de afeto, de princípios morais e éticos e do papel
do outro na vida do EU.
Palavras-Chave: Transtorno Mental, atividade física , competência interpessoal
2
INTRODUÇÃO
De forma geral, os transtornos mentais ou comportamentais são manifestações psíquicas
que começam no final da adolescência ou início da idade adulta, antes dos 40 anos, e tendem a
deteriorar a personalidade do indivíduo. Até hoje não se conhece algum fator causal específico
dos transtornos psíquicos. Há, no entanto, evidências de que haveria uma combinação de fatores
biológicos ou biofísicos, psicoemocionais e ambientais ou sócio-históricos, que contribuiriam em
diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença. Sabe-se que filhos de
indivíduos esquizofrênicos têm uma chance de aproximadamente 10% de desenvolver a doença,
enquanto na população geral o risco de desenvolver a doença é de aproximadamente 1%
(ABUCHAIM e ABUCHAIM, 2004).
Alguns transtornos psíquicos são diagnosticados a partir das seguintes classificações e
características, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, DSM-IV
(2002): a esquizofrenia, um grupo de transtornos caracterizados pela perda de contato com a
realidade,
acentuadas
perturbações
do
pensamento,
da
percepção
e
presença
de
comportamentos bizarros. Em algumas fases, delírios ou alucinações quase sempre acontecem e
têm duração de no mínimo 6 meses com 1 mês de sintoma da fase ativa. Seus tipos são
paranóide, desorganizado, catatônico, indiferenciado e residual. No transtorno do humor
(transtorno bipolar), que se refere a perturbações do humor normal, a pessoa pode ficar
extremamente deprimida, anormalmente eufórica ou pode alternar períodos de euforia e
depressão. O Transtorno da ansiedade (ou transtorno do pânico), no qual a ansiedade é o
principal sintoma, a mesma é experimentada pelo individuo de forma freqüente, a menos que este
evite situações temidas (fobias) ou tente resistir a prática de alguns rituais ou pensamentos
persistentes (Transtorno obsessivo).
A Classificação de Transtornos Mentais e Comportamentais da CID-10- em adultos (1998)
categoriza os transtornos como: transtorno mental orgânico que ocorre com o uso de substâncias
psicoativas (drogas); transtorno mental psicótico, que implica em transtornos do humor;
esquizofrenia; transtornos neuróticos; estresse e transtornos de personalidade. Os transtornos
neuróticos, psicofisiológicos e de personalidade são considerados transtornos do desenvolvimento
do ser humano, que ocorrem, principalmente nas fases da infância e da adolescência,
caracterizados, por exemplo pelo retardo mental.
Para relatar e compreender o sofrimento psíquico é necessário um critério de avaliação do
próprio indivíduo e seu mal-estar psicológico, isto é, a relação dele com ele mesmo e sua estrutura
psicológica, e não só o critério de adaptação ou desadaptação social. Os sintomas podem ser de
3
diferentes formas, sendo identificados em quadros clínicos que recebem um nome como,
neurose, anorexia, distúrbio obsessivo-compulsivo, psicose, síndrome do pânico, psicastenia e
outros. Freud definiu os quadros clínicos como neurose, subdividida em neurose obsessiva,
neurose fóbica, neurose histérica e a neurose traumática. E psicose subdividida em paranóia,
esquizofrenia e psicose maníaco-depressiva (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 2001).
Porém, avanços nos estudos da genética no imageamento do cérebro e na neurociência
básica, apontam mudanças no diagnóstico de transtornos cerebrais. Correlacionando variações do
DNA com riscos de doenças, pesquisas recentes puderam identificar diferenças nas seqüências
genéticas do paciente tornando-o mais vulnerável a transtornos como esquizofrenia, autismo ou
outras doenças. Assim, os diagnósticos ou psicodiagnósticos estão sendo mais específicos devido
ao avanço tecnológico que favorece um melhor tratamento de tais transtornos, devido àquele
tornar-se mais adequado, além de que o diagnóstico antecipado permitirá que os médicos
detenham ou retardem a evolução do transtorno (HEYMANN, 2004).
Para Fonseca (1998), a questão do comportamento humano esta ligado diretamente ou
indiretamente a uma sociologia das motivações que são incorporadas aos indivíduos pela
educação ou pelas relações socioculturais. O comportamento não é apenas determinado pelo que
as pessoas gostariam de fazer, mas também pelo que elas pensam que devem fazer, baseandose nas normas sociais, no que elas têm feito, seus hábitos, e pelas conseqüências esperadas de
seu comportamento, isto é, o comportamento é uma resultante de múltiplas atitudes
(RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2000). Tratando-se de transtorno mental, Rangé (1998)
afirma que estas pessoas apresentam problemas na área de relacionamento interpessoal, e
segundo Gardner (2002) a inteligência interpessoal é descrita como a habilidade para
compreender, responder adequadamente a humores, temperamentos, motivações e desejos de
outras pessoas, ou seja, como conviver com outras pessoas em diferentes âmbitos ou contextos
sociais. Segundo o autor Antunes (2004), as características do comportamento de pessoas que
têm uma baixa inteligência interpessoal, dentre outras, são: não perceber o outro; adotar
determinados comportamentos que somente o terão por temer represálias externas.
Na perspectiva do movimento humano, pode-se dizer que o comportamento é a execução
do movimento, que diz respeito à atividade física, definida pela FIEP:
como qualquer movimento corporal decorrente de contração
muscular, como dispêndio energético acima do repouso e
constitui-se como um comportamento humano complexo,
voluntário e autônomo, com componentes e determinantes
de ordem biológica e psico-sócio-cultural e que pode ser
4
exemplificada pelas práticas do esporte, exercícios físicos,
danças e determinadas experiências de lazer e atividades
utilitárias (p. 22-23).
Estudos comprovam que a atividade física leva o indivíduo a uma melhor participação social
resultando em um bom nível de bem estar biopsicofísico, fatores esses que contribuem para a
melhoria da qualidade de vida ( apud CHEIK et al, 2003). E o conceito individual de qualidade de
vida depende da carência que a pessoa apresenta, podendo definir o nível de qualidade de vida
ideal como um grau ótimo de atendimento das necessidades existentes em cada indivíduo
(DANTAS, OLIVEIRA, 2003).
Os autores Duarte e Lima (2003) abordam a atividade física adaptada com o objetivo de
aprimorar a motricidade humana de pessoas com necessidades educativas especiais, adequando
as metodologias de ensino, respeitando os limites, as diferenças e proporcionando assim uma
inclusão dessas pessoas no âmbito social, que passam a
conviver muito melhor com suas
necessidades após a influência da atividade física adaptada, segundos estudos científicos.
Segundo Roeder (2003) a atividade física como recurso terapêutico, na busca da saúde
mental, recebe a denominação de atividade sensório-motora (ASM), que são vivências corporais
decorrentes da prática de diferentes atividades físicas, pelas quais o indivíduo percebe-se como
corpo biofísico, psicoemocional e sócio-histórico, que se movimenta dentro das suas
possibilidades e limites, ou seja, suas circunstâncias. Para a autora, a atividade física em uma
intensidade leve/moderada é a mais adequada quando se trata de transtorno mental, como uma
medida de segurança e prevenção de problemas clínicos como, por exemplo descompensação do
quadro psíquico. E de acordo com Nieman (1999), a atividade física alivia a ansiedade e
depressões mentais. Recentemente, tem sido reforçada a evidência de que a atividade física
praticada regularmente está relacionada a uma série de benefícios de saúde física e mental
(PATE, PRAIT e BLAIR, 1995).
Desta forma, constituiu-se o objeto de investigação deste estudo comparativo, a
competência interpessoal de pacientes que apresentam diagnósticos de transtornos mentais,
praticantes e não praticantes de uma atividade física regular com o objetivo de lazer e fins
utilitários, proposta dentro da programação de tratamento de duas instituições psiquiátricas,
denominadas de hospital-dia.
METODOLOGIA
Amostra
5
A amostra foi composta por 6 indivíduos apresentando desordens psíquicas, do gênero
masculino da faixa etária entre 34 e 52 anos, oriundos de 2 instituições psiquiátricas, ambas
localizadas na zona sul do Rio de Janeiro e identificadas como hospital-dia. A amostra apresentase em dois grupos distintos no estudo relativo à pratica de atividade física regular com o objetivo
de lazer e fins utilitários. Um grupo composto por 3 indivíduos não praticantes de tal atividade
física, e um outro grupo também composto de 3 indivíduos praticantes da atividade física regular
com os objetivos apresentados hà 5 anos dentro do programa de tratamento de uma instituição
psiquiátrica. Sendo que, em ambos os grupos, 2 indivíduos apresentam transtorno psicótico
esquizofrênico do tipo residual classificados pela CID-10 como F20.5 e 1 indivíduo classificado
como F20.0, transtorno psicótico esquizofrênico do tipo paranóide. Os indivíduos foram
previamente autorizados a participarem da pesquisa pela direção da instituição, e não foram
controlados e levados em consideração os aspectos familiares e ambientais que pudessem ser
caracterizados como uma influência externa.
Instrumento
O instrumento da pesquisa foi um questionário de avaliação da competência interpessoal,
validado por três Mestres em psicologia da Universidade Estácio de SÁ e foi aplicado pelos
psicólogos de cada instituição em voga.
QUESTIONÁRIO PARA IDENTIFICAÇÃO DO NIVEL DE COMPETÊNCIA INTERPESSOAL
6
1- Como se sente em locais abertos com pessoas desconhecidas?
muito bem (
)
bem (
)
normal (
)
mal (
)
muito mal (
)
2- Costuma elogiar os outros?
3 -Costuma ajudar as pessoas de sua convivência ?
4- Sente-se desmotivado e desinteressado para se relacionar com o outro?
5- Sente-se necessidade ou desejo de prejudicar o outro de alguma forma?
Respostas 2- 5.
sim (
)
não (
)
parcialmente (
)
às vezes (
)
dificilmente (
)
6- Age sempre de acordo com seus limites?
7- Se comporta de forma sociável em lugares públicos?
Respostas 6-7.
totalmente (
)
parcialmente (
)
às vezes (
)
dificilmente (
)
8- Quando uma pessoa se aproxima de você para pedir uma informação, por exemplo dentro
de um clube ou supermercado, costuma dar atenção?
9- Entende e respeita as vontades e os desejos dos outros?
10- Você faz alguma coisa em prol do outro?
11- Acha que possui facilidade para construir amizades?
12- Tem uma boa relação social com sua família?
13- Você acha que é capaz de influenciar na decisão dos outros?
Resposta 8- 13.
sim (
)
não (
)
parcialmente (
)
às vezes (
)
dificilmente (
)
14- Atualmente, como se sente em relação a sua auto-estima?
muito bem (
)
bem (
)
regular (
15- Sente-se sozinho? sim (
)
)
não (
pouco satisfeito (
) parcialmente (
)
insatisfeito (
) às vezes (
)
) dificilmente (
)
16- Sente-se bem, quando está solitário?
sim (
)
não (
)
parcialmente (
)
às vezes (
)
dificilmente (
)
17- Acredita que a prática de uma atividade física regular em grupo pode facilitar a melhoria da
sua relação com os outros? Totalmente (
facilita (
)
parcialmente (
)
pouco facilita (
)
não
)
18- Você percebe a figura de um professor como alguém que pode lhe ajudar, através do
acompanhamento e supervisão da sua atividade física, a melhorar seu estado psicológico?
totalmente ( ) parcialmente ( ) com algumas deficiências ( ) com poucas deficiências (
com muitas deficiências (
Tratamento Estatístico
)
)
7
Observando as limitações inerentes ao tamanho amostral, n = 6, foi limitada a abordagem
estatística a uma análise do tipo heurística, isto é, buscou-se destacar as relevâncias das
observações segundo as maiores freqüências nas respectivas distribuições. Essas análises se
deram dentro de um contexto particular de cada questão do instrumento questionário. Como
índices de respostas os valores 1, 2, 3, 4 e 5, fizeram referência nesta ordem as respostas
objetivas de cada questão em particular.
Face as limitações estatísticas para esta abordagem, as sínteses e conclusões do presente
estudo foram naturalmente condicionadas a serem estruturadas segundo um cenário particular do
investigador, uma vez que estatisticamente a abordagem no contexto numérico ficou muito
limitada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os indivíduos que compuseram a amostra foram submetidos a uma avaliação da competência
interpessoal através de um questionário validado por psicólogos. O Grupo1 de adultos que
apresentam transtornos mentais participantes de um programa regular de atividade física de uma
instituição psiquiátrica, mostrou uma competência interpessoal mais desenvolvida que o Grupo 2
que são adultos de outra instituição que não participam de um programa regular de atividade física
,sendo que ambas instituições apresentam as mesmas propostas para tratamento psíquico. Os
resultados do questionário,evidenciaram as respostas mais freqüentes em cada questão, e se
realizou uma análise psicológica das respostas devido a esta ser um fator determinante para a
compreensão dos resultados. No Grupo1 as respostas analisadas apresentaram características de
melhor compreensão dos estímulos cognitivos presentes na relação interpessoal; julgamento da
realidade favorável ao convívio e relacionamento social do ser humano, bem como , uma grande
dispersão na maioria das respostas, podendo esta ser observada no exemplo da tabela 1, o que
sugere uma diferença de percepção da realidade compatível com as características particulares de
cada respondente. O Grupo2 se mostrou mais convergente, o valor do convívio social não foi
apresentado nas respostas, sendo apresentado um padrão de conduta tendo uma característica de
respostas estereotipadas no que concerne às expressões de afeto, de princípios morais e éticos em
relação à sociedade, podendo ser observadas no exemplo na tabela 2. Foi também observado que
o Grupo2 não permite se aproximar do outro para um relacionamento social. E importante ressaltar
a semelhança de 5 respostas nas quais se destaca que tanto o Grupo1, como o Grupo2 percebem
8
suas facilidades e habilidades para se relacionar com o outro e apresentam um grau de
agressividade positivo, observados nos exemplos da tabela 3 e 4 abaixo.
Tabela 1
Tabela 2
Gr
Gr
P.04
1
2
1
1
2
1
3
4
5
0
0
1
Gr
Gr
P.06
1
2
3
1
1
2
0
2
2
0
0
0
0
3
4
5
0
0
0
0
0
1
Tabela 3 e 4
Gr
Gr
P.03
1
2
1
2
2
2
0
0
3
0
0
4
1
1
5
0
0
Gr
Gr
P.05
1
2
1
0
0
2
3
3
3
0
0
4
0
0
5
0
0
CONCLUSÃO
Considerando a análise dos dados coletados acerca das diferenças evidenciadas neste
estudo sobre o nível do desenvolvimento da competência interpessoal de adultos que apresentam
transtornos mentais diagnosticados, especificamente transtorno psicótico esquizofrênico dos tipos
residual e paranóide, participantes e não participantes de um programa de atividade física regular,
pode-se concluir que a prática da atividade física regular com objetivos de lazer e atividades
utilitárias é mais um fator que favorece um melhor desenvolvimento da competência interpessoal
referente aos aspectos psicossociais, biofísicos, psicoemocionais
e ambientais ou sócio-
históricos.
O presente estudo confirma o resultado de outras pesquisas que revelam ser a atividade
física regular um fator que leva o indivíduo a uma melhor participação social resultando em um
bom nível de bem estar biopsicofísico, fatores esses que contribuem para a melhoria da qualidade
de vida (apud CHEIK et al, 2003). Portanto, o estudo comprova a efetividade da prática da
atividade física regular inserida no programa de atividades terapêuticas de instituições
psiquiátricas identificadas como hospital-dia, já que revelou um melhor desenvolvimento no
convívio social dos adultos com transtornos mentais inseridos neste tipo de programa, que visa a
organização metodológica de uma atividade física regular adaptada, respeitando limites, a
reeducação afetiva e social , bem como motora (cinético-biomecânico funcional) específica a cada
9
tipo e fase biopsicomotora do paciente. A atividade física regular com fins utilitários e de lazer
confirma a hipótese de investigação por ser uma área de estudo, que tem como parte de seus
objetivos estimular e otimizar o desenvolvimento pleno do aprendiz, dando ênfase principalmente
ao desenvolvimento afetivo-motor e social, já que se trata de transtornos mentais cujos os estados
emocionais são bem variáveis e alternados. A relevância deste estudo implica na eficácia da
atuação da Educação Física na melhora da competência interpessoal dos praticantes do
programa já citado. Assim, verificou-se que os pacientes participantes de um programa de
atividade física regular apresentaram respostas mais coerentes com valores comportamentais
mais condizentes com a natureza humana acerca do convívio social, tornando-os mais próximos
do comportamento “normal” esperado pela sociedade beneficiando o relacionamento social dos
mesmos, que considerado por Nahas (2001) é uma das ações que refletem em um estilo de vida
resultando na melhora da qualidade de vida do ser humano.
Em última análise, os resultados revelados sugerem que um programa de atividade física
regular inserido no programa de atividades terapêuticas de instituições psiquiátricas pode ser
considerado uma prática metodológica compatível com o lazer e a autonomia, que influencia no
desenvolvimento da inteligência interpessoal de adultos portadores de transtornos mentais, como
a esquizofrenia paranóide e residual.
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