SUBPROJETO DO PIBID / ÁREA DE FILOSOFIA (2014-2018) Tema do Projeto Institucional / UFG Formação de professores e desenvolvimento da profissão docente: reflexões e ações acerca de seus impactos na cultura escolar Tema do Subprojeto de Filosofia FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE FILOSOFIA E EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA: a que será que se destina o valor formativo da atividade filosófica no espaço escolar, sob as condições culturais de nossa época? I – Campo de atuação do subprojeto: Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – CEPAE, da Universidade Federal de Goiás, no âmbito do Ensino Médio Colégio Estadual Professor José Carlos de Almeida, no âmbito do Ensino Médio II – Fundamentação Para lançar uma luz sobre a pergunta que formulamos no subtítulo deste subprojeto: a que será que se destina o valor formativo da atividade filosófica no espaço escolar, sob as condições culturais de nossa época? recorremos à resposta dada por Foucault quando inquirido sobre a atualidade da filosofia: “creio que existe um certo tipo de atividades ‘filosóficas’ em domínios determinados, que consistem, em geral, em diagnosticar o presente de uma cultura; é esta a verdadeira função que podem ter hoje os indivíduos a quem chamamos de filósofos” (1994, p. 620; os grifos são nossos). Certamente, uma das funções dos indivíduos que estão sendo formados para habitar o espaço escolar, na condição de professores de filosofia, seria primeiramente essa: identificar os modos de funcionamento, as condições e as práticas que caracterizam a cultura escolar, para estabelecer uma relação com a escola que não seja de mera adesão1. Invoquemos Foucault, uma vez mais, para lembrar a característica mobilizadora da filosofia e a tarefa filosófica essencial no presente: “[...] combater nossas familiaridades, não para mostrar que somos estranhos em nosso próprio país, mas para mostrar quanto nosso próprio país nos é estranho e quanto tudo aquilo que nos cerca e que tem a aparência de uma paisagem aceitável é, de fato, resultado de uma série de lutas, de conflitos, de dominações, de postulados etc” (1994b, p. 750). Quanto à tarefa filosófica essencial: “jamais consentir em estar inteiramente confortável em nossas próprias evidências. Jamais deixá-las dormir, mas também não crer que um fato novo basta para revertê-las [...] lembrarmos que, para lhes conferir a indispensável mobilidade, é preciso olhar longe mas também muito perto e em torno de si” (1994a, p. 787). Retenhamos essas palavras: “olhar longe...”. No nosso contexto significa pensar a formação de professores de filosofia buscando pistas nas investigações que, a exemplo daquelas que conduziram Foucault para outros tempos e lugares (à Grécia e à Roma antigas, à história inicial da filosofia), possam nos ajudar a discernir as particularidades do nosso próprio lugar. Talvez assim, possamos lançar o olhar para o que está próximo de nós, para nos predispor a fazer de nossa própria prática um lugar de transformações e de superação de “O olhar que diagnostica não é o que simplesmente acata.” (Muchail, Salma Tannus. Filosofia, hoje – decorrências éticas, 2005, s. p). 1 2 nossas desesperanças. “Olhar em torno de si” e se por à escuta. “Primeiro, porque escutar o que dizem os filósofos ensina-nos, na mesma medida em que aprendemos com eles, quão pouco sabemos, e nos preserva, saudavelmente, da ingenuidade de querer fazer filosofia hoje como se fôssemos os primeiros. Mais ainda, a leitura atenta das filosofias é indispensável porque, não só curiosidade nem só erudição, dota-nos, precisamente, de um olhar recuado que propicia melhor visão do nosso próprio presente” (Muchail, 2005, s.p.). Pensar, pois, a atividade docente nas instituições escolares de nosso tempo passa pela compreensão de que a cultura escolar reflete as condições mais gerais da cultura em nossa época, o que requer considerar - entre muitos outros fatores que, por falta de espaço, não podem ser tratados aqui -, o impacto na instituição escolar do progressivo esvanecimento do sentido de formação. Se seguirmos as reflexões de Claude Lefort (1999, p. 220), “a ideia segundo a qual a instituição possa propriamente ser geradora de cultura, a ideia segundo a qual a “Cidade”, para empregar o vocabulário clássico, possa propriamente ser como que uma ‘pessoa’, possa propriamente ser ‘formadora’ e ‘formada’, essa ideia está ausente do pensamento de nossos tempos”. Quando, segundo Lefort, a educação ou a instrução se deixa dominar pelos imperativos da técnica, a figura do educador tende a se apagar para dar lugar à figura de um simples agente de transmissão de conhecimentos. Ocorre que, “o conhecimento como tal não pode se isolar da formação do Sujeito, [pois] o próprio conhecimento, como acesso à cultura, possui dimensão ética, dimensão política, dimensão estética” (Lefort, 1999, p. 219). Essas dimensões do processo de formação, com efeito, cederam lugar aos discursos e práticas pedagógicas que, ao proclamarem como ideal educativo o desenvolvimento de “competências e habilidades”, ou à formação escolar como um investimento em “capital humano”, ilustram as transformações operadas no campo das políticas educacionais, na adoção de reformas pedagógicas e nos meios e recursos a partir dos quais se pensam, orientam e avaliam as práticas educativas. À luz desse diagnóstico (sombrio), caberia trazer uma pergunta feita por Hannah Arendt no contexto de suas reflexões sobre as vicissitudes do conceito de política no século XX. Trata-se de uma interrogação que, à primeira vista, pode sugerir ceticismo e desesperança: “a política ainda tem algum sentido?”2. Essa pergunta, transposta para o campo da educação, poderia ser formulada assim: “a experiência escolar ainda tem algum sentido?”3 É a radicalidade da questão que nos inspira a transpô-la para o âmbito específico da experiência escolar, “em oposição a um processo de crescente submissão da educação escolar à lógica instrumental que reduz o ideal de uma formação educacional ao de uma funcionalidade em termos de conformação social. Um processo que, à força de tentar imprimir à escola toda sorte de finalidades extrínsecas, dela parece retirar qualquer sentido intrínseco” (Carvalho, 2013, p. 103; itálicos do original). E o seu sentido intrínseco, à luz das reflexões deste autor, é muito próximo ao sentido que Arendt atribui à escola: um lugar de acolhimento dos novos num mundo preexistente que pressupõe um duplo compromisso por parte do educador. Por um lado, o de zelar pela durabilidade desse mundo de heranças culturais no qual ele os acolhe e inicia. Por outro, cabe-lhe cuidar para que os estudantes possam vir a se inteirar do legado das realizações humanas - saberes, práticas, conhecimentos, costumes, princípios, ideias, livros, obras de arte, composições musicais, ferramentas, 2 Não se trata de uma interrogação de cunho niilista. Ao contrário, ela deve ser compreendida como mais uma das “perguntas antiniilistas feitas numa situação objetiva de niilismo em que o nada e o ninguém ameaçam destruir o mundo” (Arendt, 2008, p. 269). A questão objetiva que a leva a propor a questão nesses termos é o preconceito do mundo moderno em relação à política; é a convicção generalizada de que à política – e não à sua ausência – se devem as trágicas experiências do totalitarismo, da ameaça nuclear e da desertificação de um mundo cuja durabilidade é posta em risco pela ascensão da produção e do consumo como objetivos supremos do viver juntos. 3 Essa transposição foi feita por José Sérgio Fonseca de Carvalho, no último capítulo de sua tese de livre docência: Educação – uma herança sem testamento (USP, 2013). 3 artefatos, enfim, obras às quais um provo atribui grandeza, valor e significado público, “o que Dilthey chamou de geistige Welt [...]. Um mundo de fatos, não de ‘coisas’; de ‘expressões’ que têm significado e exigem compreensão” (Oakeshott apud Carvalho, 2013, p. 23). Para termos acesso a essa herança – simbólica e material – e dela nos apropriarmos, é necessária a formação educacional, uma aprendizagem, o que é bem diferente, portanto, do treinamento em competências necessárias à manutenção da vida. É, pois, a educação, em seu sentido largo, que imprime a cada existência individual a potencialidade de pertencimento a uma comunidade histórica e cultural, ao mundo comum. É dessa perspectiva que o ensino e o aprendizado se justificam não por terem uma aplicação imediata às demandas da vida, “mas por sua capacidade de se constituir como uma experiência simbólica de relação com o mundo comum” (Carvalho, 2013, p. 23). Desse modo, afastemo-nos da dimensão técnica, utilitária e funcional da aprendizagem reduzida à aquisição de competências, para pensá-la em seu potencial formativo e façamos uma aproximação do conceito de formação para indicar a forma singular pela qual a aprendizagem opera transformações na constituição daquele que aprende e em sua relação com o mundo. Não é possível prever os resultados de uma experiência formativa, embora seja possível testar se alguém detém ou não uma informação, se domina uma técnica específica, se desenvolveu uma competência a partir do uso de certos instrumentos padronizáveis. Não é o caso, porém, quando se trata de mensurar o sentido e a intensidade com que a apreciação de uma obra de arte, por exemplo, teve um papel formativo para alguém. Como destaca Lefort (1999, p. 211), a noção de formação “acolhe a indeterminação, já que quem aprende está sendo requisitado, não tanto para dominar um certo lote de conhecimentos, mas sim para travar um novo relacionamento com o saber [...] que lhe permite, ao longo de sua vida, continuar a ler os autores, haurir incansavelmente, por seus exemplos, um alimento espiritual, e ir interminavelmente ao encontro, à conquista de sua humanitas”. III - Justificativa As ações propostas neste subprojeto estão em consonância com o princípio segundo o qual a prática da investigação é imanente ao exercício da docência em filosofia. Do mesmo modo, as práticas de ensino simultaneamente com as condições adequadas para estudos e pesquisas são fundamentais para viabilizar o projeto de uma educação de qualidade para todos em face da massificação do ensino médio. Esse é um problema que nos confronta com duas exigências: assumir uma posição política comprometida com o projeto de melhoria da qualidade do ensino na educação básica; enfrentar o desafio didático de ensinar ou tornar acessível um saber especializado - a Filosofia - para um público tão vasto; e, ainda, a criação de metodologias de ensino para dar conta das exigências teórico-epistemológicas da disciplina de filosofia. À luz dessas orientações, espera-se que, a Faculdade de Filosofia em interação com o Cepae e o Colégio Estadual Professor José Carlos de Almeida, possam levar a cabo um projeto de formação compartilhado, no qual a docência esteja vinculada às práticas de leitura e escrita de textos filosóficos; à leitura filosófica de textos e linguagens de outros registros (literários, artísticos, jornalísticos, políticos, tecnológicos); à análise dos materiais didáticos adotados pela escola; e, à produção e publicação de novos materiais didáticos. Espera-se alcançar esses objetivos com a colaboração de docentes da Faculdade de Filosofia integrados aos grupos de estudos: Kalós; Kinosophia; Filosofia da fotografia e Biopolítica. IV - Ações previstas 4 Participação dos bolsistas na disciplina acessória: “Tópicos de Filosofia” por meio da qual distintos problemas filosóficos serão trabalhados, a partir da seguinte orientação metodológica: busca de fundamentação em um autor da filosofia para tratar dos temas/problemas com a apropriação de distintas linguagens: poéticas, pictóricas, fotográficas, fílmicas, musicais e tecnológicas; produção de textos didáticos para promover a aproximação dos alunos do pensamento dos autores estudados. Realização de Oficinas: Essa ação cumpre o propósito de interagir os bolsistas com discentes das escolas-campo por meio da atividade de Leitura e Escrita de Textos Filosóficos. Métodos como o estrutural, de interpretação hermenêutica, dentre outros, serão adotados na perspectiva de explorar as diferentes formas que a escrita do texto filosófico assumiu historicamente: diálogos, tratados, ensaios, cartas, aforismos, romances, confissões autobiográficas, poemas, textos dramatúrgicos. Concursos de Textos Filosóficos: Essa ação busca interagir os licenciandos/bolsistas com os alunos das escolas e requererá a preparação dos bolsistas no trabalho de orientação aos candidatos; promove, ainda, a interação da FAFIL com as escolas parceiras, à medida que os concursos serão realizados em duas etapas: o estudo prévio para a escrita do texto e a defesa pública do trabalho realizado mediante uma banca constituída por professores da Faculdade de Filosofia e das escolas parceiras. Oferta de Minicursos: Ação integradora (FAFIL-Escolas-Campo) com o objetivo de aprimorar a formação dos docentes das escolas quanto à utilização em sala de aula de recursos didáticos, como o filme, a fotografia, entre outros, como também com a discussão de um tema candente no ensino da disciplina: a avaliação. No tocante aos discentes, serão ofertados minicursos sobre o contemporâneo envolvendo problemas sociais, éticos e políticos e suas relações com a cultura escolar. Realização do 2ª Encontro Estadual de Professores de Filosofia em abril de 2014 e do 3º Encontro em abril de 2016. Constituição de um fórum permanente de discussão e debates com os professores de filosofia da Educação Básica sobre os problemas que cercam o ensino de filosofia no Estado de Goiás; integração dos professores e alunos dos cursos de Licenciatura em Filosofia com professores de Filosofia da Educação Básica com o propósito de qualificar o ensino de filosofia nesses espaços. Análise de Livros Didáticos de Filosofia adotados pela Escola Campo: Essa ação é especialmente importante porque promove a discussão sobre o material didático utilizado nas aulas de filosofia, podendo ter impactos no trabalho pedagógico dos professores das escolas. Ao mesmo tempo, pode levar os bolsistas a uma reflexão sobre os conhecimentos aprendidos no seu curso de graduação. Produção e Publicação de Material Didático: Os materiais didáticos a serem produzidos visam subsidiar a ação pedagógica dos bolsistas na sala de aula e nas oficinas a serem oferecidas aos alunos das escolas. Os resultados dessa produção serão organizados em uma coleção de “Cadernos Didáticos” a ser publicada em série: (i) Temas de filosofia para o ensino médio; (ii) O filme como um recurso didático nas aulas de filosofia; (iii) A fotografia como um recurso didático nas aulas de filosofia; (iv) A avaliação no ensino de filosofia. Avaliação: Atividade constitutiva do desenvolvimento de todas as ações e envolve a participação de toda a equipe. Encontros semanais serão realizados para verificação da aprendizagem de atitudes e critérios para participar coletivamente da avaliação e de 5 submissão à crítica de planos de aulas e de oficinas, textos didáticos, trabalhos a serem apresentados em eventos para a divulgação dos resultados das pesquisas individuais e das intervenções pedagógicas dos bolsistas nas escolas-campo. V – Resultados pretendidos Formação de professores A dimensão didático-pedagógica da filosofia é valorizada quando se cultiva o espírito dos estudantes que fizeram a opção pela docência. Nesse sentido, o projeto encoraja os licenciandos a seguir a carreira do magistério e o seu mérito é não dissociar o conhecimento específico da filosofia do conhecimento do campo educativo. Espera-se que as ações do projeto continuem contribuindo para que os estudantes se ocupem, de um lado, com o trabalho do pensamento e, de outro, com o exercício de atividades práticas na vida da escola, por meio de uma intervenção afinada com as preocupações e interesses de pesquisa de cada um dos bolsistas. Os trabalhos produzidos pelos bolsistas, apresentados e discutidos nos eventos, bem como a publicação do livro: Filosofia: entre o ensino e a pesquisa – Ensaios de Formação (Goiânia: Edições Ricochete, 2012 - ISBN: 978-85-400-0469-6) mostram que a investigação filosófica no âmbito da licenciatura é possível e que a produção de textos resultantes de pesquisas na graduação é uma atividade que pode ser realizada pelo bacharelando e pelo licenciando, com igual qualidade. Licenciatura O PIBID-Filosofia abre um espaço para (re) pensar e discutir os princípios que norteiam a matriz curricular do curso de licenciatura em filosofia da UFG, como também para que a licenciatura ganhe mais visibilidade e mais vitalidade, ao despertar a atenção e o interesse do estudante que chega à Universidade e ainda não decidiu se vai cursar o bacharelado ou a licenciatura. A Faculdade de Filosofia da UFG participa, pela primeira vez, de um programa com as feições do PIBID, que oferece aos estudantes da licenciatura a oportunidade de engajamento em um trabalho de investigação filosófica acerca do ensinar e aprender filosofia na educação básica. O projeto preenche, portanto, uma lacuna, ocupa um espaço, até então, vazio e, com isso, o ensino de filosofia como tema de pesquisa filosófica começa a ganhar entre nós, um estatuto tão filosófico quanto qualquer outro. No horizonte de nossa atuação no campo da formação de professores de filosofia, pretendemos também intervir na reelaboração (em curso) do Projeto Pedagógico da Licenciatura em Filosofia, como membro do NDE (Núcleo Docente Estruturante). Abre-se, assim, com a nossa participação, a possibilidade de constituirmos uma identidade para o nosso curso de Licenciatura afinada com o nosso compromisso de qualificar a formação dos licenciandos em Filosofia da UFG. Educação básica O retorno da Filosofia como disciplina curricular obrigatória no Ensino Médio, após o percurso turbulento que envolveu a ampla mobilização, no Brasil, de professores de filosofia que, nos últimos trinta anos, lutaram pela inclusão da disciplina no currículo do ensino médio brasileiro, coloca a exigência de enfrentar, agora, as dificuldades e os desafios, e o muito que ainda há por fazer no plano propriamente institucional, para dar ao ensino de filosofia, nos espaços que lhe foram abertos, uma fisionomia mais consistente. Se a volta da filosofia ao ensino médio é fruto de uma articulação política e de um discurso defensivo que procurou 6 justificar a necessidade da filosofia nesse nível de ensino, talvez por isso a formulação de uma proposta didática mais sistematizada tenha ficado em segundo plano. É dessa perspectiva que, a nosso ver, “ações articuladas e concentradas, evitando-se a dispersão de esforços” - uma das diretrizes e metas propostas pelo PIBID -, coincide com o propósito da comunidade de professores de filosofia que, nas instituições de ensino superior e no ensino médio vêm travando um intenso debate, hoje, no Brasil sobre a necessidade de qualificar a formação de professores para que, assim, a permanência da disciplina de filosofia na educação básica possa ser assegurada. Referências ARENDT, Hannah. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 1988 CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. Educação: uma herança sem testamento (Tese de Livre Docência). São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 2013 (inédito). FOUCAULT, Michel. Dits et écrits. vol. 1. Paris: Gallimard, 1994. ________. Dits et écrits. v. 3. Paris: Gallimard, 1994a. ________. Dits et écrits. v. 4. Paris: Gallimard, 1994b. LEFORT, Claude. Formação e autoridade: a educação humanista. In: Desafios da escrita política. Tradução Eliana de Melo Souza. São Paulo: Discurso Editorial, 1999; p. 207-223. MUCHAIL, Salma Tannus. Filosofia hoje – decorrências éticas (Palestra realizada no TUCA – Teatro da Universidade Católica de São Paulo – na série de debates “Café Filosófico”), setembro, 2005 (texto inédito).