Artigo de Divulgação Um Tratamento Simplificado para Correção da Má Oclusão de Classe II, Divisão 1 com Mordida Aberta: Relato de um Caso Clínico A Simplified Approach for Class II, Division 1 open Bite Malocclusion Treatment: A Case Report Resumo Marcos Roberto de Freitas A Ortodontia atualmente apresenta-se com uma variedade muito grande de aparelhos, tanto nas áreas preventiva, interceptora como corretiva, permitindo ao ortodontista muitas opções, porém criando muitas dúvidas em relação ao planejamento, principalmente quando se trata da ancoragem extrabucal. Devido a isto o ortodontista deve antes de elaborar um planejamento, avaliar todas as características clínicas e cefalométricas, para depois selecionar o aparelho indicado, observando suas vantagens e desvantagens, como também a necessidade de realizar determinadas modificações nos aparelhos, para sua adaptação em determinados casos, auxiliando assim durante a mecânica. Apesar do aparelho extrabucal ter sido desenvolvido há muito tempo, e atualmente muitos ortodontistas recusarem-se a utilizá-lo, devido à sua desvantagem em relação à colaboração do paciente, em muitos casos este se faz necessário, proporcionando um melhor resultado após o tratamento, o que é mais importante para a maioria dos pais e pacientes. Assim, este artigo tem o objetivo de demonstrar a correção de uma má oclusão de Classe II, divisão 1, na dentadura mista, com padrão de crescimento vertical, maxila protruída e mandíbula acentuadamente retruída, com mordida aberta anterior, onde utilizou-se o AEB conjugado, como contenção deste, o AEB (IHG) com uma PLA modificada e após esta fase, o aparelho ortodôntico fixo, dando-se ênfase a obtenção da restrição do crescimento maxilar e à maximização do crescimento mandibular. Concluindo-se que este tipo de aparelho quando bem indicado em relação às características faciais do paciente e ao seu nível de colaboração, apresenta-se bastante efetivo. INTRODUÇÃO A má oclusão de Classe II, divisão 1 atinge a maior parte da população que procura tratamento ortodôntico, segundo Silva Filho, Freitas e Cavassan16, apresentando-se em 40% da mesma, com uma etiologia multifatorial e muitas vezes encontra-se associada a outros problemas como a atresia da maxila e a mordida aberta. Também Marcos Roberto de Freitas * Rejane Targino Soares Beltrão ** Karina Maria Salvatore de Freitas ** Joarez Vilas Boas *** José Fernando Castanha Henriques **** Guilherme Reis Pereira Janson***** Palavras-chave: Tratamento da Classe II. Aparelho Extrabucal. Mordida Aberta. * ** *** **** Professor Associado do Departamento de Odontopediatria,Ortodontia e Saúde Coletiva da FOB-USP. Mestrandas em Odontologia, área de concentração em Ortodontia, na FOB-USP. Especialista em Ortodontia pala FOB-USP. Professor Titular e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da FOB-USP e Coordenado do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia (Doutorado). ***** Professor Associado do Departamento de Ortodontia e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, ao nível de Mestrado da FOB-USP. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 93 interessado em classificar a etiologia dos problemas dento-esqueléticos, Sassouni15, afirmou que a Classe II, divisão 1, esquelética resultaria de um prognatismo maxilar, retrognatismo mandibular ou de ambos, com ou sem alterações dimensionais, variando de acordo com o grau da má oclusão. Moyers12 dividiu a má oclusão de Classe II podendo-se apresentar com 6 possibilidades no sentido ântero-posterior e cinco verticais, ou ainda a combinação das mesmas, o que permite um plano de tratamento durante a fase de crescimento, que tenha como objetivo, a restrição do crescimento ântero-posterior da maxila ou a liberação para o crescimento da mandíbula, ou ainda os dois fatores associados. Já a mordida aberta anterior pode ser resultante de causas diversas como: a irrupção incompleta dos dentes anteriores, alterações nos tecidos linfóides da região da orofaringe, que levam a dificuldades respiratórias e ao mau posicionamento da língua, persistência de um padrão de deglutição infantil e presença de hábitos bucais deletérios, desenvolvendo-se como o resultado da interação de vários fatores etiológicos. Com o objetivo de abordar uma opção de tratamento simples, para corrigir tanto a má oclusão de Classe II, divisão 1, com prognatismo maxilar e a mordida aberta anterior concomitantemente, esse artigo apresenta um caso clínico, com as alterações cefalométricas que ocorreram após a utilização de um aparelho removível com grade palatina, associado ao arco extrabucal, de acordo como proposto por Thurow17, e Henriques et al.8 Como também uma forma simples para facilitar a utilização da placa lábio ativa associada ao arco extrabucal, durante o período de contenção ativa. REVISÃO DE LITERATURA Desde muito tempo vários autores vêm utilizando o arco extrabucal, realizando-se algumas 94 modificações na tentativa de melhores resultados, como Plint13, que utilizou o arco facial inserido em tubos soldados às bandas dos molares, sendo que o aparelho removível era retido por grampos adaptados sobre os tubos dos molares. Enquanto Ferguson et al.4 descreveram métodos de inserção do aparelho extrabucal ao aparelho removível. Com este mesmo intuito, Cousins e Clarck3 descreveram um aparelho incorporando tubos no acrílico, na região palatina dos incisivos superiores, onde o braço interno do arco facial era inserido realizando a abertura da mordida, o suficiente para permitir que o fio passasse entre os incisivos superiores e inferiores. De acordo com Henriques et al.8, o aparelho removível modificado deve apresentar 5 componentes principais: placa de acrílico superior, um parafuso expansor, arco vestibular, grampos de Adams e um arco extrabucal. Considerando-se o controle vertical como um componente importante no tratamento das discrepâncias ântero-posteriores severas, Fotis et al.6 observaram a influência da ancoragem extrabucal com tração alta, adaptado a um “splint” maxilar na região molar, analisando as alterações nas relações esqueléticas e alveolares em pacientes com Classe II, divisão 1, esquelética com retrognatismo mandibular. A maioria dos pacientes apresentava-se no estágio da dentadura mista precoce e exibia uma sobressaliência acentuada, além da relação molar distal, observando-se durante o tratamento uma maior velocidade de crescimento da mandíbula em sentido ânteroposterior, e uma velocidade mais lenta após o tratamento. Enquanto Horowitz e Hixon10 afirmam que essas alterações na velocidade de crescimento e desenvolvimento, da terapia em alterar o curso fisiológico do processo de crescimento, podem até mesmo revertê-lo, de modo que após o término do tratamento as estruturas tendem a retornar ao seu curso normal de desenvolvimento. Segundo Barros1, o I. H. G. deve ser utilizado nos padrões mesofaciais ou dolicofaciais suaves, em que não interessa a extrusão de molares. Nos dolicofaciais, a tração deve tornar-se mais oblíqua à medida que a tendência do crescimento se torne mais vertical. Neste caso, com a restrição da extrusão do molar superior, juntamente com a neutralização do deslocamento vertical da maxila, evita-se o comprometimento do posicionamento da mandíbula, impedindo-se a sua rotação. Também cita que a força de intrusão será mais acentuada se o braço externo do AEB estiver dobrado abaixo do plano oclusal. Em pacientes dolicofaciais, cujo crescimento é predominantemente vertical e o padrão muscular é hipotônico, contraindica-se a extrusão dos molares superiores, pois a mandíbula, neste caso, iria girar em sentido horário, retraindo o mento e aumentando ainda mais a altura facial ântero-inferior. Tudo isso contribuiria para um perfil já comprometido. Como também Ricketts14, concluiu que a direção da tração, nesses casos, deve ser ao nível da fissura pterigomaxilar, comprimindo a parte posterior da maxila contra os ossos adjacentes, impedindo que ela se desloque para baixo, neutralizando-se a rotação mandibular. Bass2, utilizou uma placa de acrílico associada com tração extrabucal, para o tratamento da Classe II, esquelética, obtendo-se a restrição e redirecionamento do crescimento maxilar e o aumento na velocidade do crescimento mandibular. Como observou algumas limitações em relação ao crescimento mandibular, o mesmo também utilizou um aparelho ortopédico funcional associado à tração R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 extrabucal, concluindo-se que com o aparelho ortopédico funcional obtém-se algumas vantagens para casos de Classe II, esquelética, tais como: uma aparência facial mais agradável; coordenação precoce da musculatura bucofacial; diminuição ou minimização das cirurgias ortognáticas; início da terapia corretiva precocemente e redução do número de casos com extração. Henriques et al.9, com o objetivo de estudar cefalometricamente as estruturas dentoesqueléticas em pacientes com Classe II, divisão 1, compararam os tratamentos realizados com dois tipos de ancoragem extrabucal em dois grupos, com idade média de 10 anos. Um grupo foi tratado com aparelho removível conjugado à ancoragem extrabucal e o outro com ativador associado ao arco extrabucal. Concluindose após a análise estatística que: a)quanto à influência do tratamento não ocorreram alterações no padrão de crescimento nos dois grupos; b)houve restrição de crescimento maxilar nos 2 grupos, apresentando crescimento mandibular significante no 2º grupo e mais discreto no primeiro; c)os incisivos superiores apresentaram uma inclinação significante para palatino e os inferiores não sofreram alteração significante de suas posições iniciais nos dois grupos. Uner e Yucel18, avaliaram cefalometricamente, os efeitos no desenvolvimento dentoesquelético maxilar e mandibular, como também o padrão de crescimento rotacional de um aparelho removível maxilar ortopédico, modificado, combinado com um arco extrabucal de tração alta. Selecionaram um grupo controle para comparar e distinguir das alterações de crescimento normais, avaliando-se que o aparelho teve ambos efeitos ortopédico e ortodôntico, no padrão de crescimento das estruturas dentoesquelética. Demonstrou-se existir uma relação entre a direção das rotações total da mandíbula e maxila, o que pode ter proporcionado uma rotação mandibular para frente, mudando o padrão de crescimento mandibular de uma direção posterior para anterior, restringindo o crescimento maxilar no sentido vertical e anterior, mudando assim o padrão de crescimento da maxila. Como também o bloco de mordida de acrílico proporcionou uma alteração favorável na direção do crescimento condilar de uma direção posterior para anterior. Após estudar os efeitos dentários e ortopédicos do arco extrabucal de tração alta, no tratamento ortodôntico da má oclusão de Classe II, divisão 1, em uma amostra de pacientes de 9 a 12 anos, Firouz, Zernik e Nanda5, concluiram que o crescimento do ponto A foi significantemente reduzido utilizando-se cerca de 500g de força, com redução de 0,5 mm no crescimento horizontal da maxila em relação ao grupo controle, onde observou-se também um componente intrusivo de 0,54mm nos molares superiores, sem que houvesse uma redução estatisticamente significante na altura facial inferior. Deve-se também durante o planejamento, observar além das indicações e alterações cefalométricas dos aparelhos funcionais, as suas contra-indicações, que de acordo com Graber7, relacionam-se em: casos de AFAI aumentada e crescimento mandibular vertical; incisivos inferiores protruídos; pacientes portadores de estenose nasal e pacientes sem potencial de crescimento. Desta forma objetiva-se demonstrar um caso clínico, em que se realizou a correção de uma má oclusão de Classe II, divisão 1, com padrão de crescimento equilibrado, maxila suavemente protruída e mordida aberta anterior, utilizando-se o AEB conjugado e o aparelho ortodôntico fixo pré-ajustado, dando-se ênfase aos seus efeitos dentoesqueléticos e faciais, como também a grande necessidade da colaboração do paciente. FIGURA 1 - Fotografia frontal inicial. FIGURA 2 - Fotografia de perfil inicial. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 CASO CLÍNICO A paciente N. M. G., sexo feminino, leucoderma, brasileira, com 8 anos e 11 meses, procurou o Departamento de Ortodontia da FOB-USP para tratamento, apresentando um perfil facial acentuadamente convexo, altura facial aumentada, padrão facial de Classe II, com prognatismo maxilar e retrognatismo mandibular e ausência de selamento labial passivo, com respiração bucal, deglutição atípica, musculatura mentoniana hipotônica e hábito de sucção do 95 polegar (Fig.1, 2). Ao exame intrabucal constatou-se um trespasse horizontal de 8 mm, uma mordida aberta de 4 mm, má oclusão completa de Classe II, divisão 1, com ausência de apinhamento superior e inferior, sem desvio mandibular da relação cêntrica para máxima intercuspidação habitual (Fig. 3-5). A análise cefalométrica evidenciou as medidas padrão11 apresentadas na tabela 1, destacando-se as seguintes características: perfis ósseo e mole acentuadamente convexos; padrão de crescimento equilibrado; relação acentuadamente desarmônica entre as bases apicais, com maxila protruída e mandíbula acentuadamente retruída; incisivos superiores com inclinação normal e bem posicionados no sentido ântero-posterior em relação à base óssea apical; incisivos inferiores acentuadamente inclinados para lingual e acentuadamente retruídos em relação à base óssea apical, e altura facial ântero-inferior acentuadamente aumentada. O planejamento consistiu na utilização de um aparelho removível conjugado ao AEB (IHG) com grade palatina, por um tempo aproximado de 20hs/dia, durante 10 meses (Fig. 6), e uma placa lábio ativa (PLA). Porém a paciente não colaborou com a utlização da PLA, sendo necessária a instalação de um arco lingual de Nance, com uma mola soldada na região ântero-inferior para vestibularizar os incisivos inferiores, que encontra- vam-se muito lingualizados. Após este período obteve-se a correção da má-oclusão de Classe II. Iniciouse então a fase de contenção, onde idealizou-se soldar à PLA ao AEB (Fig. 7), pois a mesma apresentava dificuldades em posicionar corretamente a PLA. Utilizou-se este apenas à noite, durante 30 meses, sendo retirado na dentadura permanente, em que foi instalado o aparelho ortodôntico fixo da técnica de Roth (Fig. 8), sendo também indicada para fonoterapia. O aparelho ortodôntico fixo foi utilizado durante 8 meses, finalizando-se o tratamento com uma boa relação molar Classe I, de Angle, apresentando-se as 6 chaves da oclusão, de Andrews (Fig. 9) e um perfil harmonioso, pela FIGURA 3 - Foto intrabucal lateral direita. FIGURA 4 - Foto intrabucal frontal. FIGURA 5 - Foto intrabucal lateral esquerda. FIGURA 6 - AEB conjugado. FIGURA 7 - AEB com a PLA soldada, fase de contenção ativa. 96 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 TABELA 1 Principais medidas cefalométricas padrão1, iniciais, pós-ortopedia e pós-corretiva. MEDIDAS Padrão Iniciais Pós-ortopedia Pós-corretiva NAP 7,1º 17º 15º 7º SNA 80,9º 84º 82º 79º SNB 77º 74º 75º 75º ANB 3,9º 10º 7º 4º FMA 30,8º 31º 29º 29º SN.GOGN 35º 35º 35º 36º SN.GN 73º 71º 72º 74º 1.NA 22º 22º 10º 13º 1-NA 3,2mm 4mm 1mm 4mm 1.NB 24,3º 16º 30º 28º 1-NB 4mm 1,5mm 6mm 8mm IMPA 87º 85º 99º 97º N.Perp-A -1,8mm 3mm +1mm -1,5mm N.Perp-P -9,3mm -13mm -13mm -7mm Co-A 83mm 88mm 90mm 90mm Co-Gn 104,5mm 108mm 114mm 118mm AFAI 61,5mm 70mm 77mm 78mm FIGURA 8 - Fase de intercuspidação da mecânica ortodôntica corretiva (técnica de Roth). FIGURA 9 - Finalização do caso, observe a relação molar, canino e a coincidência das linhas médias superior e inferior. restrição do crescimento maxilar e liberação do crescimento mandibular (Fig. 10). Instalando-se logo após a remoção do aparelho fixo, uma placa de Hawley com grade palatina e um 3 x 3, como contenção, para ser utilizado durante a metade do tempo ativo de tratamento. Analizando-se as tabelas 1 e 2, os traçados de sobreposição (Fig.12) e as fotografias de perfil inicial e final (Fig. 10, 11), observa-se a real restrição maxilar que houve no sentido anterior ao crescimento, apresentando-se nitidamente o aumento do ângulo nasolabial, da fotografia lateral inicial para a final (Fig. 10, 11). Como pode-se também observar (Fig. 12), que a utilização deste aparelho, resultou na rotação em sentido horário do complexo naso-maxilar, o que proporcionou a correção da mordida R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 aberta e a imediata interrupção da sucção do polegar. DISCUSSÃO Os valores cefalométricos obtidos ao final do tratamento condizem com os relatos encontrados na literatura5,8,1,6,7, observando-se que houve: restrição do crescimento maxilar no sentido ântero-posterior; relação satisfatória entre as bases ósseas; aumento expressivo 97 FIGURA 11 - Fotografia lateral final. FIGURA 10 - Fotografia lateral inicial. do comprimento efetivo mandibular; melhora do perfil facial, lembrando que não estaria indicado para este caso um aparelho ortopédico de avanço mandibular, devido à AFAI acentuadamente aumentada; suave extrusão dos molares superiores, porém considerado normal ao crescimento maxilar, como também os molares inferiores mesializaram e extruíram. Esta suave extrusão ocorrida, demonstra que o AEB (IHG) conjugado foi eficiente no controle do crescimento vertical da maxila, como demonstrado1,7,15. Em relação à AFAI, houve um aumento, o que não condiz com o relato de Firouz, Zernik e Nanda5, de haver uma redução estatisticamente não significante. É de grande importância se observar, que devido à cobertura de acrílico oclusal, liberando os contatos dentários, favoreceu o crescimento mandibular, que pode ser considerado expressivo neste caso, permitindo uma grande melhora no perfil facial ósseo e tegumentar15, não estando de acordo com Bass2, que considera esses efeitos limitados ao AEB conjugado, já que neste caso o aparelho ortopédico funcional estaria contra-indicado devido à AFAI aumentada. FIGURA 12 - Traçados de sobreposição inicial e final. TABELA 2 Comparação entre a quantidade de crescimento normal11 e o crescimento do paciente, dos 9 aos 13 anos. VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DO ATLAS Idade 98 9a VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DO PACIENTE 13a Dif. Idade 9a 13a Dif NAP 7,1 3,7 -3,4º NAP 17º 7º -10º SNA 80,9º 80,6º -0,3º SNA 84O 82º -2º SNB 77º 77,9º +0,9º SNB 74º 75º +1º ANB 3,9º 2,7º -1,2º ANB 10º 4º -6º FMA 25º 22,1º -2,9º FMA 31º 29º -2º SN.GOGN 32º 31,6º -0,4º SN.GOGn 35º 36º +1º SN.GN 76,1º 77,2º +1,1º SN.GN 71º 72º +1º N.perp.A -1,8 +0,2 +2,2 N.perp.A +3 -1,5 -4,5 N.perp.P -9,3 -3 +6,3 N.perp.P -13 -7 +6 Co-A 83 88,9 +5,9 Co-A 88 90 +2 Co-Gn 104,5 116,8 +12,3 Co-Gn 108 118 +10 AFAI 61,5 66,4 +4,9 AFAI 70 78 +8 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 CONCLUSÃO A avaliação das mudanças cefalométricas e de perfil, induzidas pelo AEB conjugado, neste caso, demonstrou que houve ambos efeitos ortopédico e ortodôntico, observando-se uma melhora acentuada da discrepância esquelética proporcionada pela restrição do crescimento maxilar e por um aumento do crescimento mandibular, o qual se tornou possível devido à cobertura de acrílico oclusal, que liberou a arcada dentária inferior, e à criatividade em se soldar a PLA ao AEB, facilitando a utilização da mesma. A relação molar foi corrigida principalmente devido à restrição do crescimento maxilar, mesialização do molar inferior e logicamente tudo ocorreu como conseqüência da perfeita colaboração da paciente, sem a qual não teria sido possível este tipo de mecânica que apesar de simples, requer total colaboração do paciente. Se faz relevante salientar que a fase de contenção do AEB conjugado deverá corresponder, em média, a metade do tempo de tratamento ativo, utilizando-se o aparelho apenas à noite, e ainda observar periodicamente as alterações dento-esqueléticas, avaliando-se a necessidade da aparelhagem ortodôntica fixa, após esta fase, como demonstrado neste caso. the appliances for its adaptation in specific cases, thus helping during mechanics. Even though the extraoral appliance was developed long ago, and nowadays many orthodontists refuse to use it, due to its disadvantage in relation to patient cooperation, in many cases its use is necessary to provide result following treatment, which is the most important aspect for most parents and patients. Therefore, this article aims at demonstrating the correction of a Class II, Division 1 malocclusion in the mixed dentition with vertical growth pattern, protruded maxilla and markedly retruded mandible, with anterior open bite. A combined extraoral appliance was utilized and for its retention the EBA (IHG) with a modified active lip bumper and after this phase, the fixed orthodontic appliance, giving emphasis to maxillary growth restriction and normal mandibular recovery. It was concluded that this appliance is quite effective, when properly indicated in relation to the patient’s facial characteristics and his/her cooperation level. Key words: Treatment of Class II. Div 1. Extraoral Appliance. Open Bite. Abstract Currently orthodontics presents a great variety of appliances in the preventive and interceptive areas, as well as in the corrective one, providing the orthodontists with many options, although raising many doubts as to planning mainly when it comes to extrabuccal anchorage. Due to these facts, the orthodontist must, prior to elaborating a planning, evaluate all clinical and cephalometric characteristics aiming at selecting the indicated appliances, by observing its advantages and disadvantages, as well as the need to perform certain modifications in R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, maio/jun. 2003 99 REFERÊNCIAS 1 - BARROS, C. C. Ancoragem. In: FERREIRA, F. V. Ortodontia: diagnóstico e planejamento clínico. São Paulo: Artes Médicas, 1997. cap.19, p. 391417. 2 - BASS, N. M. Dentofacial orthodopedics in the corretion of Class II malocclusion. Br J Orthod, London, v. 9, no.1, p. 3-31, Jan. 1982. 3 - COUSINS, A. 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