Aparelhos extra-bucais – indicações e efeitos esperados em pacientes adolescentes www.institutowerneck.com Eduardo César Werneck Fernanda Silva Mattos Márcio Garcia Silva Adriano Marotta Araújo Introdução Os aparelhos extra-bucais são indicados no tratamento de problemas verticais e sagitais da maxila e mandíbula em pacientes dentro do período de crescimento e desenvolvimento do complexo crânio-facial. Por se tratar de um dispositivo extra-bucal, necessita de colaboração do paciente além de domínio técnico-científico do ortodontista. Desenvolvimento Clínico Paciente de 13 anos e 06 meses, gênero masculino, sem problemas transversais ou de espaço, Classe II bilateral clínica e esquelética, convexidade do ponto A 4,5 mm (perfil ósseo convexo), protrusão maxilar (profundidade maxilar de 93,0°), padrão mesofacial (plano mandibular 25,5°) e mordida profunda clínica de 4,5 mm. O tratamento realizado consistiu em aparelho extra-bucal (AEB) em tração média baixa (Khlohen) com força de 500g, por 12 h/dia para o estabelecimento de uma relação de Classe I clínica e esquelética. Fig 2: fotos intra-bucais pré-tratamento. Observa-se relação de Classe II bilateral e a mordida profunda A B Fig 1: fotos extra-bucais pré-tratamento de frente (A) e de perfil (B). C Fig 3: AEB posicionado. Pode-se notar uma diminuição da convexidade facial e consequente melhora do perfil após 5 meses de uso. D Fig 4: Telerradiografias pré (C) e pós-tratamento (D). Observa-se o estabelecimento da Classe I, correção da mordida profunda e melhora da convexidade facial. Fig 5: fotos intra-bucais pós-tratamento. Verificou-se a relação de Classe I bilateral atingida e sobremordida adequada. Considerações Finais A utilização do AEB no tratamento da Classe II exige o conhecimento dos princípios biomecânicos para a condução do caso de forma que os efeitos colaterais sejam minimizados e os benéficos maximizados1. Fatores como idade esquelética do paciente, linha de ação, magnitude da força e tempo de utilização devem ser considerados para o sucesso do tratamento1,2. No caso apresentado, apesar do paciente ter iniciado o tratamento no final do surto de crescimento, a cooperação do mesmo aliado a um correto diagnóstico pelo ortodontista permitiram o sucesso do tratamento com a correção da maloclusão de Classe II e da mordida profunda, em tempo adequado (15 meses). Referências Bibliográficas 1. Shimizu RH et al. Princípios biomecânicos do aparelho extrabucal. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial, v. 9, n. 6, p.122-156, nov/dez, 2004. 2. CombrinkFJ, Harris AM, SteynCL, Hudson AP. Dentoskeletal and soft-tissue changes in growing class II malocclusion patients during non-extraction orthodontic treatment. SADJ, v.61, n.8, p. 344-50, sep, 2006.