Mordida aberta anterior – da dentição mista à dentição permanente

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Mordida aberta anterior – da dentição mista à
dentição permanente
www.institutowerneck.com
Introdução
Eduardo César Werneck
Fernanda Silva Mattos
Márcio Garcia Silva
Adriano Marotta Araújo
A mordida aberta anterior pode ser do tipo dento-alveolar, quando os hábitos parafuncionais estão fortemente envolvidos em seu
desenvolvimento, ou esqueletal, quando existem alterações no crescimento e desenvolvimento do complexo crânio-facial, anormalidades
musculares e participação de hábitos parafuncionais1. Dessa forma, com o objetivo de discutir o tratamento das mordidas abertas de
natureza esqueletal, apresenta-se um caso clínico.
Desenvolvimento Clínico
Paciente do gênero masculino, com 6 anos e 5 meses, iniciou o tratamento na dentição mista com hábitos de interposição lingual tanto
em deglutição quanto em repouso, macroglossia de caráter funcional, plano palatal girado no sentido anti-horário, com protrusão da maxila
(profundidade maxilar 94,0°) e retrusão da mandíbula (profundidade facial 85,0°). Clinicamente apresentava relação de Classe I de caninos.
A
B
Fig 1: Fotos extra-bucais no início do tratamento.
Observa-se em “A” o padrão dolicofacial e em “B”
a convexidade do perfil.
Fig 2: Fotos intra-bucais no início do tratamento. Verifica-se a mordida aberta anterior envolvendo até a região de molares
decíduos com erupção incompleta dos incisivos centrais superiores, atresia maxilar sem cruzamento dentário, ausência de
trespasse vertical anterior com sobremordida negativa de 10,0mm.
Fig 3: Fase 1 - disjuntor de McNamara (2/4 de volta por 10 dias e
contenção por 4 meses), seguido de AEB com cobertura oclusal e
tração alta (força de 500g, 12h/dia por 6 meses) em conjunto com a
grade impedidora de língua.
Fig 4: Fase 2 – Ortodontia corretiva com alteração de colagem dos bráquetes em 0,5mm para
cervical e utilização de elásticos triangulares intermaxilares, com tempo de tratamento de 12
meses.
Fig 6: Fotos intra-bucais no final do tratamento.
Fig 5: Fotos extra-bucais no final do tratamento.
Considerações Finais
A mordida aberta anterior geralmente é de difícil tratamento devido ao fato de ser consequência da interação de diferentes fatores
etiológicos no crescimento da maxila e mandíbula, função dos lábios e língua, e desenvolvimento dento-alveolar. O diagnóstico cuidadoso e
intervenção no tempo certo irão aumentar o sucesso do tratamento2,3. No caso apresentado verificou-se o estabelecimento de uma oclusão
adequada e uma melhora considerável no perfil do paciente. A subdivisão em 2 fases permitiu uma melhor colaboração do paciente e,
consequentemente, diminuição do tempo de tratamento.
Referências Bibliográficas
1.
Proffit WR, Fields Jr HW, Sarver DM. Ortodontia contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007.
2.
Werneck EC. Diagnóstico baseado em evidências.Cruzeiro: IEPC; 2009.
3.
Werneck EC. Ortodontia: uma técnica ao alcance de todos. Cruzeiro: IEPC; 2007.
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