Seca e conjuntivite andam juntas Apesar de tardio e irregular, com

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Seca e conjuntivite andam juntas
Apesar de tardio e irregular, com algumas chuvas, o período de seca vai mostrando seus impactos
em algumas regiões do País. Um deles é o aumento dos casos de conjuntivite nos consultórios
oftalmológicos. Ocorre que a baixa umidade também afeta as lágrimas. "Há diminuição do filtro
lacrimal, o que reduz a defesa dos olhos, deixando-os mais expostos às infecções”, de acordo com a
médica do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Dorotéia Matsuura (CRM 9146/DF).
O filme lacrimal age como defensor dos olhos e, quando evapora com mais facilidade, deixa a região
suscetível a alergias e também às conjuntivites. Como medida de precaução, a oftalmologista orienta
para que nesse período cultive-se, a partir de orientação médica, o hábito de aplicar lubrificantes
oculares para manter os olhos protegidos por mais tempo.
Conjuntivite é uma inflamação na conjuntiva, que é uma fina membrana transparente que reveste o
globo ocular e o interior das pálpebras. Existem três formas de conjuntivite: bacterianas, virais e
alérgicas.
Contágio - Altamente contagiosa, a conjuntivite bacteriana deixa o olho muito vermelho, produzindo
grande quantidade de secreção e se manifesta nos dois olhos simultaneamente. Normalmente não
vem acompanhada de dor nem de inchaço.
Diagnosticada com maior frequência, a conjuntivite viral pode se originar até em uma gripe
provocada pela mudança de temperatura nesse período do ano em que os dias são quentes e as
noites frias. Esse quadro é comum porque a conjuntivite viral é causada pelo mesmo vírus que
provoca o resfriado, assinala a médica do HOB.
Desta forma, este tipo de conjuntivite também é contagioso, “tanto quanto um resfriado, que se
espalha rápido”. O quadro viral é definido por vermelhidão ocular, lacrimejamento intenso, sensação
de areia nos olhos, uma pequena quantidade de secreção, inchaço das pálpebras e dor.
A conjuntivite alérgica não é contagiosa e aparece quando o olho entra em contato com alguma
substância irritante. Segundo Dorotéia, trata-se de um tipo de conjuntivite geralmente associado à
vermelhidão na parte branca do olho ou da pálpebra interna que algumas vezes é confundida com
outras formas de conjuntivite.
Cura – Os tratamentos variam de acordo com o tipo de conjuntivite instalado no olho de seu portador.
Mais fácil e rápida de tratar, segundo a médica, a conjuntivite bacteriana exige a instilação
(aplicação) de colírios antibióticos. Em geral, a partir do terceiro dia de tratamento, é possível
perceber melhora.
Mais cuidados são necessários para tratar a conjuntivite viral, porque o vírus tem um ciclo próprio
de manifestação, normalmente são sete dias. Nesse período, o médico indica medidas para suportar
o incômodo como compressas de água gelada, higienização dos olhos com soro fisiológico e,
eventualmente, a indicação de aplicação de lágrima artificial. A depender da agressividade do vírus,
depois do quarto ou quinto dia pode surgir uma membrana interna nas pálpebras, configurando a
fase aguda da infecção. “Quando este quadro se apresenta, há também inchaço na região palpebral e
a conjuntivite só começa a apresentar melhora depois que o médico retira essa membrana. Nesses
casos, o tempo de cura leva em torno de 30 dias”, adianta Dorotéia.
Já na conjuntivite alérgica, é importante a identificação do agente alérgico. São comuns os quadros
de conjuntivite alérgica em épocas frias e secas. O alérgeno mais comum de acordo com a médica é
o pólen e para tratar esse tipo de conjuntivite, é importante saber sobre o agente causador da
alergia, retirá-lo do ambiente frequentado pelo paciente, por ser irritante, e administrar
anti-histamínicos, usados para aliviar os sintomas das manifestações alérgicas em geral.
Olho seco – A síndrome do olho seco, patologia oftalmológica que se manifesta quando falta
lubrificação adequada aos olhos, consequente de pouca quantidade de lágrimas ou pela má
qualidade delas, também é responsável por uma parte significativa dos desconfortos oculares que se
evidenciam no período da seca.
Entre os principais sintomas do olho seco estão a irritação, ardência, vermelhidão, embaçamento da
visão, coceira, lacrimejamento excessivo, sensação de areia nos olhos e até intolerância às lentes de
contato. Para detectar a Síndrome do olho seco existem testes específicos e seu diagnóstico só pode
ser feito por especialistas, orienta a médica do HOB.
Além de aspectos ambientais, como o clima e a geografia do local onde mora o portador,
medicamentos como antidepressivos, anti-alérgicos e anti-hipertensivos também reduzem a
quantidade de lágrimas e produzem sintomas da síndrome do olho seco.
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