CBS25. Fagocitose de células apoptóticas infectadas com Streptococcus pneumoniae promove diferenciação linfócitos Th1 Niño VE, Dejani NN, Verdan FF, Salina ACG, Medeiros AI Introdução: A rápida e eficiente remoção de células apoptóticas por fagócitos, denominada eferocitose, é um processo imprescindível para preservação do tecido. Sabe-se que em condições não infecciosas a fagocitose de células apoptóticas promove a síntese de mediadores como PGE2, TGF-β e IL-10, que promove um microambiente anti-inflamatório que propicia um microambiente para a diferenciação celular do tipo Treg. Entretanto, um elegante estudo utilizando células apoptóticas infectadas com E. coli demonstrou que a fagocitose destas células promove a geração não apenas de citocinas anti-inflamatórias, como TGF-β, mas também de IL-6 e IL-23, resultando em um microambiente favorável para a diferenciação de células Th17. A atuação da PGE2 na imunidade adaptativa vem sendo investigada quanto à diferenciação e ativação de linfócitos Th1, Treg e Th17. Resultados preliminares de nosso grupo de pesquisa demonstram que a fagocitose de células apoptóticas infectadas com E. coli, além de promover a síntese de citocinas como IL-6 e TGF-β também induz a produção de altos níveis de PGE2. Objetivo: Avaliar se o tipo de patógenos, ou PAMP (Padrões Moleculares Associados ao Patógeno), no interior de células apoptóticas infectadas poderia influenciar no padrão de diferenciação de células T. Metodologia: Para tanto, como fonte de células apoptóticas infectadas utilizou-se células RAW264-7 infectadas com uma bactéria Gram-positiva, Streptococcus pneumoniae (MOI - 1:20, bactérias opzonizadas com 50% de soro imune). Após a 4h de fagocitose, as células foram irradiadas com UVC(5mJ) e a apoptose foi avaliada pela marcação com 7ADD/Anexina. Para gerar meio condicionado (MC) células dendríticas (CD) foram co-cultivadas com células apoptóticas infectadas na proporção 1:1, durante 18h. Para o ensaio de diferenciação, linfócitos T naive (CD25-CD62LHighCD44Low) foram cultivados na presença MC ou citocinas polarizantes para Th1 ou Th17 na presença de anti-CD3 e anti-CD28. A diferenciação celular foi avaliada mediante a marcação com anticorpos anti-CD4, anti-IL-17 e anti-IFN. Resultados e Discussão: A porcentagem de células apoptóticas precoces foi de 15,4% (Anexina+/7AAD) e de apoptóticas tardias 27,63% (Anexina+/7AAD+). Diferente do observado previamente para E. coli, a diferenciação de linfócitos T na presença de MC oriundo da fagocitose de células apoptóticas infectadas com S. pneumoniae foi capaz de promover a diferenciação de 8,46% de linfócitos TCD4+/IFN+ e 0% de linfócitos Th17. Estes resultados sugerem que durante o reconhecimento e fagocitose de células apoptóticas-infectadas pelas CD, o tipo de PAMPs no interior de células apoptóticas pode influenciar diretamente a produção de mediadores solúveis e, portanto condicionar o microambiente para diferenciação das subpopulações de linfócitos T CD4. Palavras-chave: Fagocitose, Th1, células apoptóticas. Apoio financiero: CNPq, FAPESP, PAEDEX.