No 11 / 2012 Instituto de Relações Internacionais DEBATES GA CINT O informativo sobre os debates no âmbito do Gacint Grupo de Análise da Conjuntura Internacional As eleições nos Estados Unidos A três meses da eleição para presidente nos Estados Unidos, o Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP (GACINT) recebeu o jornalista Paulo Sotero, atual Diretor do Brazil Institute of the Woodrow Wilson International Center, no dia 17 de agosto de 2012 . Sotero fez uma cuidadosa análise da disputa eleitoral americana, levando em consideração elementos como a crise econômica e a polarização e radicalização da política partidária, que estão hoje em curso nos Estados Unidos. Os comentários foram feitos por Carlos Eduardo Lins da Silva, editor da revista Política Externa. Prognósticos sobre a reeleição de Carlos Eduardo Lins da Silva, Pedro Dallari e Paulo Sotero Barack Obama Paulo Sotero inicia a sua apresentação, enfatizando que, embora os últimos eventos e tendências das pesquisas de opinião indiquem uma possível vitória do presidente Barack Obama, é preciso ter cuidado ao fazer qualquer tipo de previsão. Apesar de existirem dados positivos que sugerem esse resultado, há outros, no entanto, que favorecem o seu principal contendor, Mitt Romney, exgovernador do Estado de Massachusetts. Barack Obama e Mitt Romney possuem diversas características em comum. Ambos são de inclinação centrista, preferem não fazer uso de estratégias políticas do tipo terra queimada. São ex-alunos de Harvard e pais de família exemplares. Não há nenhum tipo de escândalo que possa ser associado à imagem de qualquer um dos dois. São pessoas excepcionalmente disciplinadas e emocionalmente contidas. A eleição presidencial nos Estados Unidos é um complexo jogo de estratégia no qual o candidato que arrecada mais fundos de campanha possui uma importante vantagem em relação aos seus adversários. Esse é o caso de Romney. Ele tem obtido êxito nesse objetivo e tem arrecadado em torno de US$ 100,00 milhões por mês. Os fundos arrecadados ao longo da campanha são um importante instrumento para que os candidatos financiem as suas propagandas na televisão e arregimentem os seus eleitores. A mobilização do eleitorado, em um país no qual o voto é facultativo, é fundamental e, por isso, os fundos de campanha são imprescindíveis. Apesar de Romney estar a frente nesse aspecto, Sotero acredita que esse fato não fará muita diferença. A eleição deve ser decidida, no final, por uma margem muito pequena de votos em 10 Estados, que são os chamados battlegrounds, onde a diferença entre os dois contendores é inferior a 5 pontos percentuais. No que se refere às expectativas de voto, o cenário tem-se mantido relativamente estável desde maio. Nos Estados Unidos, para que um candidato possa ser considerado vencedor nas eleições, é preciso que ele obtenha 270 votos dos 538 existentes no colégio eleitoral. Os Estados têm um número de votos que equivale ao tamanho da sua bancada no congresso, dois senadores e um determinado número de deputados. Cada Estado tem aproximadamente um deputado por cada 700 mil habitantes, o que significa dizer que o peso de cada unidade da federação no colégio eleitoral varia de acordo com o número de habitantes que possui. Atualmente, estima-se que Obama tenha em torno de 237, enquanto que Romney, 191 desses votos. Califórnia e Nova Iorque, primeiro e terceiro maiores colégios eleitorais do país, bem como a maioria dos estados da Nova Inglaterra, são uma forte base de apoio para o candidato democrata; em contrapartida, o Texas e os estados do Sul têm votado em candidatos republicanos em décadas recentes e constituem sua principal base de apoio. A reforma do sistema de saúde tem sido um ponto de controvérsia na agenda dos dois candidatos. Ironicamente, nem Romney nem Obama podem festejar ou fazer propaganda em relação ao tema que constitui o maior êxito político de ambos: a reforma da política dos Debates Gacint - O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Paulo Sotero - Diretor do Brazil Institute of the Woodrow Wilson International Center seguros federais de saúde -Medicare, para os maiores de 65 anos e deficientes físicos, e Medicaid, para os americanos de baixa renda. Temas dos mais espinhosos, a reforma começou na gestão de Romney em Massachusetts (2003 a 2007) de forma bem sucedida. Obama, por sua vez, inspirou-se na reforma levada a cabo por Romney e tornou-se o primeiro presidente em 40 anos a conseguir modificar a política federal de saúde. Em 2010, entretanto, as duas realizações tornaram-se politicamente venenosas. Os dois candidatos passaram a evitar tocar no assunto, porque a implementação de reformas nesse sistema é de grande complexidade. Trata-se de mexer, sobretudo, em um programa de seguro de saúde que consome a maior parcela do orçamento federal americano: 23%. Os programas são o Medicare e Medicaid. Há previsões de que o custo dos dois pode crescer de 5 a 7 vezes nas próximas décadas em virtude do aumento da longevidade, do uso de equipamentos cada vez mais sofisticados, do custo crescente de seguro que médicos e hospitais compram e repassam o preço de seus serviços para proteger-se contra processos judiciais e da melhoria dos tratamentos de saúde. Obama propõe um tipo de reforma que, segundo ele, economizaria US$ 700 bilhões desses gastos em 10 anos; Romney, em contrapartida, propõe também uma reforma que economizaria mais ou menos a mesma quantia. A diferença entre as duas propostas está basicamente nos cortes que cada um fará. A nomeação do candidato à vice-presidência de Mitt Romney, Paul Ryan, acrescentou um novo e importante elemento à campanha. Ryan, deputado no sexto mandato no Wisconsin, é um liberal radical no sentido econômico. Ou seja, trata-se de um conservador ortodoxo. Ryan é, porém, um político jovem (tem apenas 42 anos de idade), articulado e bastante atraente. Ele é também um dos heróis do TeaParty, movimento que anima parte da base republicana com o ideário do governo mínimo, caro à tradição histórica da política americana. Ryan é de um liberalismo que chega a ser quase libertário. Como presidente da influente Comissão de Orçamento e Dotações da Câmara de Representantes, apresentou propostas de redução do gigantesco déficit público Página 2 dos EUA (US$ 1,2 trilhão, ou meio PIB brasileiro, em 2011) que, adotadas, envolveriam cortes profundos em programas sociais. Sua presença na chapa republicana focaliza o debate na questão econômica, como a necessidade premente do país de controlar os déficits no orçamento. A economia é um quesito - o único, aliás no qual Romney leva vantagem sobre Obama, segundo as pesquisas. Mas as propostas de cortes profundos dos programas sociais e de progressiva privatização do seguro médico federal e mesmo de previdência afastam dos republicanos partes importantes do eleitorado, como os idosos. Outro problema potencial que Ryan pode trazer para Romney é derivado de uma de suas qualidades, por ser mais articulado que o candidato presidencial, Ryan poderá tirar parte da atenção dos eleitores de Romney, o que poderia ser usado habilmente por Obama em seu benefício. Eleição e crise Sotero destaca o fato de que a presente eleição presidencial é a mais importante em três gerações. Por ter um grande potencial de definir os rumos em um país mergulhado em uma profunda crise política, econômica e social, a atual corrida eleitoral possui um caráter que é, ao mesmo tempo, de urgência e determinação. Uma das razões para isso é que a crise econômica nos Estados Unidos vem reduzindo o número de indivíduos que pertencem à classe média, acentuando um processo iniciado há três décadas, no governo de Ronald Reagan e amplificando a percepção sobre o declínio do país. Apesar de esse tema não ser novo, a fragilidade da economia alimenta o debate sobre o declínio. Para Sotero, as preocupações com o precário estado da economia americana tem sido um tema central na disputa presidencial. O presidente Obama conseguiu ser eleito em 2008, porque a economia do país caminhava para o colapso. Embora tenha conseguido impedir que o quadro se agravasse, o cenário econômico ainda é frágil. Apesar de a economia vir apresentando sinais de crescimento, esse, no entanto, é impulsionado pelo aumento da produtividade e não do aumento do número de empregos. Atualmente, gera-se o mesmo PIB de antes da crise de 2008 com cinco milhões de pessoas a menos na força de trabalho. Esse ganho de produtividade, segundo Sotero, está relacionado com a automatização das linhas de produção, que foi possibilitada por um menor custo dos robôs importados da China. Os EUA possuem, atualmente, mais 13 milhões de pessoas que estão desempregadas, ou seja, mais de 8% de sua força de trabalho. Considerando que nenhum presidente dos EUA foi reeleito com uma taxa de desemprego tão alta, esse índice é um dado relevante que reduz as possibilidades de reeleição de Obama. A polarização da política americana Uma característica da atual política americana é o colapso do centro. O centro político praticamente sumiu em meio à forte polarização da política nos EUA. Segundo Debates Gacint - O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Página 3 o que está errado em Washington. Nenhum voto poderia representar melhor o cinismo e a covardia política dessa elite ou explicar porque os problemas não são solucionados”. Ao concluir, Sotero deu ênfase ao fato de que caso Obama vença a corrida presidencial, ele terá pouco espaço para governar de forma efetiva, pois terá que lidar com uma Câmara de Representantes que já está sobre o domínio dos republicanos. Agrava esse cenário a próxima eleição para senadores. Das 33 cadeiras do Senado em jogo nas eleições, 23 são atualmente ocupadas por democratas. Embora hoje estes tenham uma pequena vantagem numérica no senado, esse quadro pode mudar no próximo pleito, fazendo com que os democratas percam também o controle nessa casa. Carlos Eduardo Lins da Silva - Editor da revista Política Externa Sotero, restam poucos deputados e senadores moderados. Os republicanos moderados, na tradição dos “Rockefeller Repubicans”, desapareceram na Nova Inglaterra, a região politicamente mais liberal do país. Um dos resultados dessa tendência é uma importante desconexão, uma vez que a polarização tem sido rejeitada pelos eleitores, que se declaram, em sua maioria, independentes. Ou seja, não são nem republicanos nem democratas e constituem o maior bloco de eleitores dos EUA. Conquistar a maioria desses eleitores nos estados decisivos é a tarefa de Obama e de Romney. A polarização da política nos EUA é expressa, do lado republicano, pelo TeaParty e pelos evangélicos; e, do lado dos democratas, pelos líderes sindicais, movimentos feministas e de homossexuais. Ambos os candidatos têm dificuldade em motivar as suas bases, as contituencies dos seus partidos. Obama perdeu muito dos seus simpatizantes entre os jovens depois da eleição de 2008. Sua eleição gerou uma expectativa impossível de ser atendida. Por isso, acabou perdendo o apoio desse segmento da sociedade. Também há uma forte crítica entre os democratas pelo fato de que Obama teria contemporizado além do limite aceitável com os republicanos; e de buscar negociar, quando os republicanos não estavam dispostos a nenhuma negociação. Em 2010, quando havia alguma possibilidade de diálogo entre os dois partidos, o senador Mitch McConnell apoiou a criação de uma comissão nacional bipartidária com 18 especialistas, que teriam como objetivo encontrar uma solução aceitável para o problema orçamentário. Sem enfrentar esse problema, os EUA dificilmente conseguiriam reduzir a sua dívida pública, que hoje é do tamanho do PIB. Havia esperança de que finalmente os dois partidos pudessem ter uma cooperação efetiva para dividir o ônus político de fazer essa operação. No entanto, quando a proposta de criação da comissão chegou ao senado, McConnell e outros cinco senadores republicanos retrocederam e, consequentemente, retiraram seu apoio. Sotero ilustra esse cenário de radicalização partidária, citando um trecho escrito pelo editor do Washington Post, Fred Hiatt: “Nenhum voto poderia ilustrar melhor Cinco Motivos pelos quais Obama não deve perder as eleições Ao comentar a exposição de Paulo Sotero, Carlos Eduardo Lins da Silva expôs seus argumentos a favor da possível reeleição de Barack Obama. Segundo Lins da Silva, há basicamente cinco razões pelas quais o atual presidente dos EUA não deve perder o cargo. A primeira delas é que dificilmente um presidente perde as eleições. Por estar vinculado ao cargo, controlar a máquina pública e ter acesso à televisão, o chefe do Executivo possui prerrogativas que os seus contendores não têm acesso e isso lhe confere uma grande vantagem na disputa. De acordo com Lins da Silva, desde 1932, apenas três presidentes perderam a campanha para a reeleição: Gerald Ford, em Jimmy Carter, em 1980 e George H. Bush, em 1992. Nos três contextos, os EUA enfrentavam condições específicas na economia e na política partidária. O segundo motivo seria o colapso do centro. Apesar de muitos políticos do centro não terem resistido à polarização partidária, o centro do espectro político nunca esteve tão fortalecido em termos eleitorais. Pelo fato de o voto não ser obrigatório, vence as eleições quem se aproximar mais desse eleitorado e consiga fazer que as pessoas saiam para votar no dia do pleito. Com fica claro com a escolha de Paul Ryan para vice-presidente, Romney continua distanciando-se do centro, o que contribui para as chances de vitória de Obama. É da tradição da população americana não concentrar poder em um só partido. Enquanto um partido controla o congresso, o outro controla a Casa Branca. Como a Câmara deve continuar sobre o controle dos republicanos e o Senado também deverá estar sobre a influência deles, é possível que o eleitor apoie a candidatura de Obama à Casa Branca, como forma de diversificar a distribuição de poder, que seria benéfico para a política do país. O quarto motivo seria a participação engajada dos latinos na política. Os latinos representam hoje 16% da população americana. Ao contrário da população branca e da afrodescendente, eles possuem maior vontade de participar e de se engajar na política, como forma de defender os seus interesses e afirmar a sua cidadania. Como Romney tem uma política migratória dura, muito Debates Gacint - O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint restritiva, essa é outra razão pela qual Obama deve ser favorecido pelo voto dos latinos. Por fim, a religião de Romney, mórmon, pode afastar o voto ou sua não manifestação por parte de segmentos do eleitorado republicano, como os evangélicos. Assim, a religião de Romney pode ser um elemento que dificultará a sua vitória, mas que facilitará a de Obama. Rodrigo Tavares - Assessor Especial do Governador do Estado de São Paulo para Assuntos Internacionais Entrevista com Rodrigo Tavares DG: Quais foram as suas impressões acerca daquilo que foi exposto pelo Sr. Paulo Sotero e pelo Sr. Carlos Eduardo Lins da Silva? O Sr. concorda com eles? RT: A exposição de ambos foi muito lúcida. A complexidade das eleições americanas é dificilmente decifrável pela mídia convencional, por isso fóruns como o GACINT são muito relevantes. Gostei particularmente da exposição do Carlos IRI Diretora Maria Hermínia Tavares de Almeida Gacint Coordenador Geral Ricardo Sennes Vice-coordenador Bruno Reis ADRIANO HENRIQUE REBELO BIAVA ADRIANA SCHOR AFFONSO CELSO OURO PRETO AFFONSO DE ALENCASTRO MASSOT ALBERTO PFEIFER ALEXANDRE BARBOSA ALEXANDRE RATSUO UEHARA AMÂNCIO JORGE SILVA NUNES DE OLIVEIRA ANDRÉ CARVALHO RAMOS ANDRÉ MELONI NASSAR ANGELO DE OLIVEIRA SEGRILLO ANTONIO CARLOS PEREIRA ANTONIO CORRÊA DE LACERDA ANTONIO RUY DE ALMEIDA SILVA BORIS FAUSTO BRASÍLIO JOÃO SALLUM JUNIOR CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA CELSO GRISI CELSO LAFER CELSO NUNES AMORIM CHRISTIAN LOHBAUER CLAUDIO GONÇALVES COUTO CLODOALDO BUENO DAMIAN PAPOLO DÉCIO ODDONE DEISY VENTURA DEMÉTRIO MAGNOLI Página 4 Eduardo Lins da Silva sobre as causas que deverão levar Barack Obama à vitória e as observações feitas por Paulo Sotero sobre as relações entre o Brasil e os EUA. DG: O Sr. comentou durante a reunião que diversos governadores dos Estados Unidos têm procurado o governo do Estado de São Paulo recentemente. Quais as suas impressões sobre essas novas relações? E o Sr. acredita que o processo eleitoral nos Estados Unidos estejam influenciando, ou venham a influenciar, esse movimento diplomático subnacional? RT: Entre 1990 e o final de 2010, o Governo de São Paulo recebeu apenas a visita de 4 Governadores (Geórgia, Utah, Flórida e Carolina do Sul), enquanto que entre 2011-2012 recebeu/receberá a vinda de pelo menos 7 Governos (Flórida, Montana, Massachusetts, Geórgia, Missouri, Iowa, Illinois). Recebemos também a visita dos Prefeitos de Houston e Nova York. Cerca de 13 Estados americanos têm escritórios de representação em São Paulo. Existe um interesse substancial dos governos-subnacionais norte-americanos pelo Brasil. Nosso país tem escala e tem grandes projetos de investimento, principalmente em infraestrutura. É natural que isso atraia grandes investidores estrangeiros. Esta é uma tendência que não deverá ser afetada pelas eleições americanas de 2012. DG: Como que o resultado das eleições norte-americanas pode influenciar o Estado de São Paulo? Uma segunda presidência de Obama ou, eventualmente, uma de Mitt Romney apresentarão possibilidades muito diferentes para as relações internacionais do estado de São Paulo? RT: O resultado das eleições não impactará nas relações entre São Paulo e os EUA. Jimmy Carter, Bill Clinton e George Bush já estiveram no Palácio dos Bandeirantes. A relação a nível econômico e político é institucionalizada e não é volátil perante o resultado das eleições nos EUA. Debates Gacint Coordenador Executivo André Luiz Siciliano Redator Bruno Del Marco Lopes Membros do Gacint FERNANDO LUIZ ABRUCIO FLORIANO DE AZEVEDO MARQUES NETO GELSON FONSECA JUNIOR GERALDO DE FIGUEIREDO FORBES GILMAR MASIERO GIORGIO ROMANO SCHUTTE GUILHERME LEITE DA SILVA DIAS HELGA HOFFMANN HÉLIO NOGUEIRA DA CRUZ HENRI PHILIPPE REICHSTUL JACQUES MARCOVITCH JAIME SPITZKOWSKY JANINA ONUKI JOÃO PAULO CÂNDIA VEIGA JOÃO SAYAD JOSÉ ALFREDO GRAÇA LIMA JOSÉ LUIZ CONRADO VIEIRA KJELD AAGAARD JAKSOBSEN LEANDRO PIQUET CARNEIRO LENINA POMERANZ LUCIANE MIRANDA DE PAULA LUIZ AFONSO SIMOENS DA SILVA LUIZ EDUARDO M. DE CARVALHO E SILVA MARCO AURÉLIO GARCIA MARIA ANTONIETA DEL TEDESCO LINS MARIA HELENA TACHINARDI MARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDA Colaboradores André Michelin Vinicius Dalbelo Contato: [email protected] MÁRIO CÉSAR FLORES OTAVIANO CANUTO PAULO FARAH PAULO FURQUIM DE AZEVEDO PAULO ROBERTO FELDMAN PAULO SOTERO PEDRO B. DE ABREU DALLARI PETER ROBERT DEMANT PHILIPPE LAVANCHY RAFAEL ANTONIO DUARTE VILLA RICARDO UBIRACI SENNES ROBERTO ABDENUR ROBERTO RODRIGUES ROBERTO TEIXEIRA DA COSTA ROGÉRIO BASTOS ARANTES ROSSANA ROCHA REIS RUBENS ANTÔNIO BARBOSA RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA SAMUEL FELDBERG SEBASTIÃO CARLOS VELASCO E CRUZ SÉRGIO ERNESTO ALVES CONFORTO SÉRGIO FAUSTO SÉRGIO SILVA DO AMARAL TULLO VIGEVANI VERA THORSTENSEN YI SHIN TANG