UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CURSO DE ESTATÍSTICA PATRÍCIA DE SOUSA MODELOS DE TESTES DE VIDA ACELERADO: DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO OURO PRETO MARÇO DE 2013 i PATRÍCIA DE SOUSA MODELOS DE TESTES DE VIDA ACELERADO: DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO Monografia apresentada ao Departamento de Estatística da Universidade Federal de Ouro Preto, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Estatística. Orientador: Prof. Dr. Fernando Luiz Pereira de Oliveira OURO PRETO MARÇO DE 2013 ii DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, pela proteção em todos os momentos da minha vida. Ao meu noivo, Archange Michael, o grande amor da minha vida, por me encorajar a conquistar os meus sonhos. E a minha família, que sempre me apoiou em todos os momentos difíceis. iii AGRADECIMENTO A Deus, por iluminar os meus pensamentos, guiar os meus caminhos e ser a força que me faz acreditar que tudo é possível; Ao meu pai, pelo apoio, incentivo e oportunidade de alcançar esse objetivo; A minha mãe, pela presença e conforto quando eu precisava encontrar um lugar de morar para dar continuidade aos meus os estudos; A minha irmã, pelo incentivo, força, ajuda financeira e os puxões de orelha que me ajudaram a crescer; Ao meu noivo, por acreditar, incentivar, compreender e dizer a todo o momento que sou capaz. Por transformar momentos de angústia em alivio, de tristeza em alegria; Ao professor Fernando, pelas horas de dedicação, comprometimento e ensinamentos, por acreditar e tornar possível esse trabalho; A professora Cláudia, o professor Flávio e o professor Tiago Martins, pelo incentivo nos momentos mais difíceis do curso; Ao professor Ricardo, que me ensinou a rejeitar a “hipótese do mau”; A professora Thais, o professor Anderson, o professor Spencer, o professor Thiago Rezende pelas caronas aos finais de semana; A todos os professores do Departamento de Estatística da UFOP, pelo conhecimento, paciência, dedicação e principalmente a amizade; Ao Ronaldo, pela presença nos trabalhos em grupo, pela tapioca que não trouxe, pelo exemplo de que com dedicação e disciplina é possível vencer; e pelas caronas no início do curso. A Bárbara, pela amizade, carinho e força. Por me ouvir e aconselhar nos momentos de precisão; A Tassia, pela amizade e por ser um exemplo de dedicação e perseverança; A Luiza e a Priscila, pela amizade, carinho e força quando tive que deixar minha cidade para estudar; Ao João Bosco, pela força e pela compreensão de que às vezes era necessário deixar as funções do estágio para estudar; Ao Frank e a Cezane, pela amizade e pelos programas estatísticos instalados em meu computador; iv A Jaqueline, pelos conselhos, presença e amizade; A Marta e a Marineuza, por me incentivar e dizer o quanto estudar é importante; Ao Ivan e a Fernanda, pelo carinho e presença; Ao Gilberto, Paulo, Hemerson e Ari, pela força e amizade; Enfim, a todos que fazem parte da minha vida e torcem pelo meu sucesso, o meu “MUITO OBRIGADA”! v “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis." José de Alencar vi RESUMO As indústrias de fabricação, durante os últimos vintes anos, passaram por uma revolução na utilização de métodos estatísticos para a confiabilidade e qualidade do produto. Para obter informação sobre essa confiabilidade de forma mais rápida, são aplicados nos ensaios os testes de vida acelerado. Nesses testes, o material em estudo é submetido a um nível de estresse (ou aceleração) maior do que o usual, podendo ser temperatura, pressão, etc... Assim, os resultados são rapidamente obtidos para prever a vida desses produtos em condições de uso. O principal objetivo dessa pesquisa foi explorar a parte teórica, computacional e a aplicação de uma técnica que não foi abordada no curso de graduação. Neste trabalho, aplicamos esse teste em uma amostra de 80 isolantes utilizados em motores elétricos submetidos em quatros níveis de temperatura elevadas. Ao analisar os dados, percebemos que esse aumento na temperatura acarretava uma tendência decrescente no tempo vida. Assim, após ajustar os modelos estatísticos apropriados, os resultados obtidos foram utilizados para predizer o tempo médio de vida, o tempo mediano, os percentis e o prazo de garantia do produto. Palavra-chave: Análise de sobrevivência ou confiabilidade, teste de vida acelerado, variável de estresse, relação de Arrhenius, modelo de regressão estresse-reposta, modelos de probabilidade, extrapolação dos resultados. vii ABSTRACT Over the past twenty years the manufacturing industries, experienced a revolution in the use of statistical methods for reliability and product quality. For fast information on the reliability, accelerated life tests are applied. In these tests, the material in question is subjected to a stress level (or acceleration) higher than usual which can be the temperature, the pressure, and so on... Thus, the results are used to predict the life of such products in normal use conditions. The main objective of this study was to explore the theoretical, computational and application of a technique that was not addressed in the undergraduate course. In this study, we applied this test to a sample of 80 insulators used in electric motors subjected to four levels of temperature. By analyzing the data, we find that this increase in the temperature entailed a downward trend in life time. So, after setting the appropriate statistical models, the results were used to predict the average life time, the median, the percentiles and the warranty period for the product. Keyword: Survival analysis and reliability, accelerated life test, variable stress, Arrhenius relationship, regression model stress-response, probability models, extrapolation of the results. viii RÉSUMÉ Au cours des vingt dernières années, les industries de fabrication, ont connu une révolution dans l'utilisation de méthodes statistiques pour la fiabilité et la qualité du produit. Pour plus d'informations sur la fiabilité de maniere rapide, sont appliqués des testes : les testes de vie accélérée. Dans ces testes, le matériel en question est soumis à un niveau de stresse (ou accélération) élévé que d’habitude tout en sachant que ce stresse peut être la température, la pression, etc... Ainsi, les résultats sont utilisés pour prevoir la durée de vie de ces produits dans des conditions normales. L'objectif principal de cette recherche était d'étudier la partie théorique, computationelle et l’ applicationt d'une technique qui n'a pas été abordée au cours du cycle de graduation. Dans cet article, nous appliquons ce teste sur un échantillon de 80 isolants utilisés dans les moteurs électriques soumis à quatre niveaux de température. En analysant le comportement des données, nous constatons que cette augmentation de température a entraîné une tendance descrecente à la durée de vie. Donc après avoir ajusté les modèles statistiques appropriés, les résultats ont été utilisés pour prédire la durée de vie moyenne, la médiane, les percentiles et la période de garantie du produit. Mot-clé : Analyse de survie ou fiabilité, teste de vie accéleré, variable stresse, relação de Arrhenius, modèle de régression stresse-réponse, modèles de probabilité, extrapolation des resultats. ix LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Ilustração dos tipos de censura à direita .................................................................. 15 Figura 2 – Função de Confiabilidade para dois produtos. ........................................................ 16 Figura 3 – Função Taxa de Falha ............................................................................................. 17 Figura 4 – Funções Densidade de Probabilidade de Falha e Função Acumulada de Falha ..... 18 Figura 5– Modelos de Probabilidade Exponencial, Weibull e Log-normal ............................. 18 Figura 6 – Função de Distribuição dos tempos de falha para diferentes níveis de estresse ..... 20 Figura 7 – Formas de Aplicação de cargas de Estresse ............................................................ 22 Figura 8 – Tempo de Falha em função do estresse .................................................................. 23 Figura 9 – Relação do tempo de falha e a temperatura usando a Relação de Arrhenius .......... 24 Figura 10 – Gráfico linearizado da função de confiabilidade pelos modelos exponencial, weibull, log-normal. ................................................................................................................. 42 Figura 11 – Gráfico da confiabilidade estimada por Kaplan-Meier versus a confiabilidade estimada pelos modelos exponencial, weibull, log-normal. ..................................................... 42 Figura 12 – Função de Confiabilidade do estimador de Kaplan-Meier, do modelo Exponencial, Weibull e Log-normal. ....................................................................................... 43 Figura 13 – Gráfico Tempo de Falha do Isolamento vs Temperatura (estresse)...................... 44 Figura 14 – Função da Confiabilidade Estimada (KM) para cada Nível de Temperatura ....... 47 Figura 15 – Gráficos dos Resíduos de Cox-Snell para o modelo Exponencial, Weibull e Lognormal ....................................................................................................................................... 50 Figura 16 – Gráficos dos Resíduos Padronizados para o modelo Exponencial, Weibull e Lognormal ....................................................................................................................................... 51 Figura 17 – Gráfico de Probabilidade para cada nível da variável aceleração com base no modelo ajustado ........................................................................................................................ 51 x LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Exemplo: Estimador de Máxima Verossimilhança para a Distribuição Exponencial .............................................................................................................................. 32 Quadro 2 – Descrição do exemplo 6.2 (Colosimo e Freitas, 1997, pág.182) ........................... 34 Quadro 3 – Ajuste do Modelo de Regressão Exponencial com Relação de Arrhenius............ 48 Quadro 4 – Ajuste do Modelo de Regressão Weibull com Relação de Arrhenius ................... 48 Quadro 5 – Ajuste do Modelo de Regressão Log-normal com Relação de Arrhenius ............ 49 Quadro 6 – Estatística de Anderson-Darling para adequação do ajuste ................................... 52 Quadro 7 – Percentis estimado pelo modelo Ahrrenius-Weibull quando o Isolante é submetido a 80℃ ........................................................................................................................................ 52 Quadro 8 – Percentis estimado pelo modelo Ahrrenius-Weibull quando o Isolamento é submetido a 100℃ .................................................................................................................... 54 Quadro 9 – Pencentis estimado pelo Modelo Arrhenius-Log-normal quando o Isolamento é submetido a 80℃ ...................................................................................................................... 55 Quadro 10 – Percentis estimado pelo modelo Arrhenius-Log-normal quando o Isolamento é submetido a 100℃ .................................................................................................................... 56 Quadro 11 – Comparação das estatísticas estimadas pelos dois modelos quando o produto é submetido a 80℃ ...................................................................................................................... 58 Quadro 12 – Comparação das estatísticas estimadas pelos dois modelos quando o produto é submetido a 100℃ .................................................................................................................... 58 Quadro 13 – Pseudocódigo para dados de vida acelerado........................................................ 59 xi LISTA DE TABELAS Tabela 1: Exemplos de Materiais; Medidas de Desempenho e Variáveis de Estresse. ............ 21 Tabela 2: Exemplos de Produtos; Medidas de Desempenho e Variáveis de Estresse. ............. 21 Tabela 3 – Tempo de Falha (em horas) para o isolante de motores elétricos para cada temperatura e a censura ............................................................................................................ 41 Tabela 4 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos à temperatura de 110℃. ................................................................................................................................... 45 Tabela 5 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos a temperatura de 130℃. ................................................................................................................................... 45 Tabela 6 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos à temperatura de 150℃. ................................................................................................................................... 46 Tabela 7 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos a temperatura de 170℃. ................................................................................................................................... 46 xii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 15 2.1. 2.1.1. Função de Confiabilidade e Função Taxa de Falha............................................ 16 2.1.2. Estimação da Função de Confiabilidade e Taxa de Risco .................................. 18 2.2. 3. 4. Análise de Sobrevivência ou Confiabilidade ......................................................... 15 Testes Acelerados ..................................................................................................... 19 2.2.1. Testes de Vida Acelerado ................................................................................... 20 2.2.2. Modelos para os Testes de Vida Acelerado ....................................................... 23 2.2.3. Modelos de Regressão Estresse-Resposta .......................................................... 28 2.2.4. Método de Estimação dos Parâmetros ................................................................ 30 2.2.5. Determinação do Modelo Probabilístico Adequado ........................................... 33 2.2.6. Aplicação dos Testes de Vida Acelerado ........................................................... 34 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 40 3.1. Materiais ................................................................................................................... 40 3.2. Métodos ..................................................................................................................... 40 RESULTADOS ................................................................................................................ 41 4.1. Análise dos Dados na Ausência da Variável Temperatura .................................. 41 4.2. Análise dos Dados na Presença da Variável Temperatura .................................. 44 4.2.1. Análise Descritiva dos Dados ............................................................................. 44 4.2.2. Ajuste dos Modelos de Regressão Estresse-Resposta ........................................ 47 4.2.3. Verificação da Adequação do Modelo usando os Resíduos ............................... 50 4.2.4. Extrapolação dos Resultados para as Condições de Uso .................................... 52 4.2.5. Pseudocódigos para Dados de Vida Acelerado .................................................. 59 5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 60 6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 61 ANEXO .................................................................................................................................... 64 Anexo A – Tabela da Função Gama.................................................................................. 64 13 1. INTRODUÇÃO Diante da forte concorrência no mercado, os fabricantes enfrentam forte pressão para desenvolver novos artifícios que auxiliem numa produção em tempo recorde, sem deixar de se preocupar com a qualidade e confiabilidade de seus produtos. Na tecnologia de produção industrial, os motores elétricos exercem um papel importante. Também, em nosso dia-a-dia sempre utilizamos equipamentos que possui um motor elétrico, como, por exemplo, o liquidificador, o ventilador, a batedeira, a furadeira, dentre outros. As indústrias utilizam amplamente o motor elétrico em sua fabricação. De fato, temos o Parque Gerador do Brasil que é responsável pelo consumo de um terço da energia ofertada pelo país (Garcia, 2003). Em um motor elétrico o material isolante é o que determina o tempo de trabalho do produto. Quanto mais potente seja esse material mais confiável é o motor e maior a sua durabilidade. No entanto, vêm as dúvidas do fabricante: qual é o tempo de falha desse material? Até que ponto esse material é considerado robusto? Qual tempo de garantia deve ter esse material de forma a não dar prejuízo? Como o tempo que leva esse tipo de material a falhar pode durar anos e isso propicia a perda de informação a respeito do produto e de dinheiro, um experimento desse porte pode tonar-se inviável. Entretanto, sabe-se que esse material é afetado principalmente pela temperatura, e que em condições normais de uso, a elevação dessa temperatura em até 10℃ restringe a vida útil desse isolante pela metade, provocando uma deterioração gradual. Então, esse material passa por um processo de ressecamento e perde seu poder de vida produzindo um curto circuito. Pensando na confiabilidade do material, umas das preocupações desse presente trabalho foi encontrar um modelo estatístico que, ao englobar a variável temperatura, consiga determinar o tempo de falha desse material isolante em condições de uso, e assim, responder as dúvidas do fabricante, além de minimizar o tempo e os gastos com esse experimento. Portanto, nesse estudo foi utilizado o Teste de Vida Acelerado, uma vez que esse teste possui modelos de regressão estresse-resposta que nos permitiu estudar os tempos de falha de uma amostra de 80 isolantes submetidos em quatro níveis de altas temperaturas, conhecido como variável de estresse. Essa variável acelerou o tempo de falha do produto e às estimativas obtidas foram extrapoladas para as condições normais de uso. 14 Esses modelos de regressão, além de aceitar dados censurados (informações incompletas), são mesclados em dois componentes: o componente determinístico que é responsável por estudar a influência da variável de estresse no experimento e o componente probabilístico que é responsável por explicar a variabilidade dos tempos de falha em um mesmo nível de estresse. As análises foram realizadas pelos programas estatísticos R (pacote Survival), o Minitab (pacote Accelerated Life Testing) e o Excel. Essa pesquisa teve como principal objetivo estudar uma técnica que não foi abordada no curso de graduação. Ela está organizada em quatro capítulos e um texto de conclusão final, em que são exploradas a parte teórica, computacional e aplicação. No capítulo 2, apresentamos uma revisão de literatura sobre Análise de Sobrevivência ou Confiabilidade, que é uma disciplina dentro da ciência estatística, abordando principalmente o tema de Testes de Vida Acelerado, que é o enfoque da presente pesquisa. No capítulo 3, expusemos a metodologia desta pesquisa, que foi realizada com um conjunto de dados extraídos do software Minitab 16. Esses dados referem-se ao tempo de falha de um isolante utilizado em motores elétricos. No capítulo 4, apresentamos as análises e os resultados da pesquisa através de gráficos, tabelas e quadros. Finalmente, nas Conclusões Finais, retomamos, brevemente, os principais resultados das análises e fazemos uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido. 15 2. 2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Análise de Sobrevivência ou Confiabilidade A análise de sobrevivência é um conjunto de técnicas estatísticas que estuda o tempo até a ocorrência de um evento de interesse, tendo como principal característica a presença de censura (KLEINBAUM e KLEIN, 2005). Esse tempo é denominado tempo de falha, que é composto pelo tempo inicial do estudo, a escala de medida, que é na maioria das vezes o tempo real, e a falha (evento de interesse) (CÉSAR, 2005). As censuras são observações incompletas da resposta, e são usadas em um estudo de sobrevivência por fornecer informações sobre o tempo de vida dos indivíduos ou produtos. Sua eliminação podem originar conclusões viesadas (COLOSIMO e GIOLO, 2006). Existem três formas de censura: censura à direita, censura à esquerda e censura intervalar (BASTOS e ROCHA, 2006). Nesse estudo, usaremos a censura à direita, em que alguns eventos de interesse ocorrem após o término do experimento. Na figura 1, temos três estruturas diferenciadas sobre essa censura, a Censuras do tipo I, que ocorrem em estudos que, ao serem finalizados, alguns indivíduos ou produtos não exibiram o evento de interesse, Censuras do tipo II, que ocorrem em estudos que são finalizados após a ocorrência do evento de interesse em um número determinado de indivíduos ou produtos, e Censuras Aleatórias, que ocorrem quando um indivíduo ou produto é retirado do estudo sem ter sucedido o evento de interesse. Figura 1 - Ilustração dos tipos de censura à direita Legenda: representa falha e representa censura Fonte: Colosimo e Giolo, 2006 16 As técnicas de sobrevivência estão relacionadas à pesquisa em epidemiologia (BOTELHO, et.al. 2009) e em clínica médica (XAVIER, et.al. 2005), mas quando abordadas em engenharia (DIAS, LEITE, 1998), indústria, economia e sociologia (MONTE e PENIDO, 2008.) recebem o nome de Confiabilidade. 2.1.1. Função de Confiabilidade e Função Taxa de Falha Em um sentido mais amplo, confiabilidade está associada à operação bem sucedida de um produto na ausência de falhas, ou seja, é a probabilidade de um produto realizar seu papel de maneira satisfatória por um período de tempo estabelecido (ABREU, 2011). Matematicamente, definimos na equação (1), a confiabilidade, em que confiabilidade em termos probabilísticos, é a função de é o tempo total de funcionamento do produto e é o tempo inicial em que o produto passou a funcionar. = ≥ (1) A figura 2 exemplifica a forma de duas funções de confiabilidade. Através dessa figura podemos extrair várias informações, como por exemplo, a durabilidade e o percentual de produtos que estão em operação até um determinado tempo. Suponha, que estas duas curvas representam as funções de confiabilidade de dois produtos de marcas distintas que desenvolvem a mesma função. O produto do grupo 1 é superior ao 2 com relação a durabilidade, pois o tempo mediano é de 20 anos para que 50% do primeiro grupo falhem, enquanto que, o tempo de falha para o segundo grupo é de 10 anos. Cerca de 90% dos produtos do grupo 1 ainda estarão em operação com 10 anos de uso, ao passo que, para o grupo 2 apenas 50% (COLOSIMO e FREITAS, 1997). Figura 2 – Função de Confiabilidade para dois produtos. Fonte: Colosimo, Freitas (1997) 17 equação (2), que é a probabilidade do produto falhar em um intervalo de tempo [ , + ∆ . Através da função de confiabilidade, podemos definir a função taxa de falha, A função taxa de falha ℎ ℎ − ∆ = +∆ (2) é a inversa da função de confiabilidade. Ela é importante para definir a distribuição do tempo de vida do produto, pois descreve a maneira em que a tempo ∆ bem pequeno. taxa instantânea de falha muda com o decorrer do tempo, ao considerarmos o intervalo de A figura 3 mostra três funções de taxa de falha. A função crescente indica que a taxa de falha do produto aumenta com o decorrer do tempo, caracterizando o envelhecimento dos produtos. A função constante indica uma taxa de falha que não se altera com o passar do tempo. E a função decrescente, a menos comum, mostra uma taxa de falha que diminui com o passar do tempo (COLOSIMO e FREITA, 1997). crescente constante decrescente Figura 3 – Função Taxa de Falha Fonte: Colosimo e Freitas (1997) Segundo Vieira (2006), as outras funções básicas de confiabilidade são: Função Densidade de Probabilidade de Falha , e a Função Acumulada de Falha representadas na figura 4. < = lim ∆ → = < +∆ ∆ ≤ (3) (4) , 18 Figura 4 – Funções Densidade de Probabilidade de Falha e Função Acumulada de Falha Fonte: Dillenburg (2005) 2.1.2. Estimação da Função de Confiabilidade e Taxa de Risco Para estimar a função de confiabilidade e taxa de risco podemos usar as técnicas: não paramétricas, que na presença de censura utilizam o estimador de Kaplan-Meier e Tabela de Vida para estimar a função de confiabilidade e Nelson-Aalen para estimar a taxa de risco (COLOSIMO e FREITAS, 1997, pág.79; RAMIRES, 2010, pág.22); e as técnicas paramétricas, que são os Modelos de Probabilidade. Embora, exista uma série de modelos probabilísticos, os mais usados por sua comprovada adequação a várias situações práticas são os modelos: exponencial, weibull e log-normal, ilustradas na figura 5. Figura 5– Modelos de Probabilidade Exponencial, Weibull e Log-normal Fonte: Colosimo, Giolo (2006) 19 Outro método de estimação da Função de Confiabilidade e Taxa de Falha são os modelos de regressão paramétricos, conhecidos como modelos de Tempo de Vida Acelerados, que serão detalhados a seguir. 2.2. Testes Acelerados Na área industrial, com o aumento da competitividade entre as empresas e indústrias dos mais variados segmentos, e, no intuito de, adquirir um perfil de destaque no mercado, a maior preocupação tem sido em desenvolver produtos em tempo reduzido, atendendo aos requisitos de qualidade e confiabilidade (THEIJE et al., 1998). Em busca desse diferencial, se faz necessário um estudo que leve em conta o tempo médio de vida útil desses produtos. Para estimar esse tempo de vida, muitos experimentos precisam ser realizados. No entanto, muitos produtos possuem alta confiabilidade, demandando longos períodos de operação até que ocorra uma falha em testes usuais de confiabilidade. Sendo assim, existe a necessidade de se estudar esse tipo de produtos em um tempo menor, já que a ciência e a tecnologia estão evoluindo muito rapidamente. Então, para minimizar o tempo e os gastos com estes experimentos podem-se realizar testes acelerados, de modo que as informações desejadas sejam obtidas mais rapidamente. Um teste acelerado consiste em uma variedade de métodos para reduzir a vida de produtos e provocar a degradação de sua performance o mais rápido possível (NELSON, 1990). Segundo Pizzolato (2002), para que isto ocorra, através de alguma variável de aceleração, deve-se elevar o nível de estresse do produto, fazendo com que esse trabalhe mais do que em condições normais de uso. O tipo de variável de aceleração deve ser determinado de acordo com o material em estudo. Segundo Vassilioi e Metas (2002), as cargas de estresse utilizadas são associadas ao tempo de vida através de modelos matemáticos de regressão estresse/resposta. A figura 6 mostra as características da função de distribuição dos tempos de falha para a condição normal de uso e para o teste acelerado. 20 Figura 6 – Função de Distribuição dos tempos de falha para diferentes níveis de estresse Fonte: Vassiliou & Mettas, 2002. Segundo Colosimo e Freitas (1997), os testes acelerados podem ser divididos em dois grupos: testes de degradação acelerada (ADT’s) em que a resposta de interesse é alguma medida da performance do produto obtida ao longo do tempo (NELSON, 1990, Cap.11; PIZZOLATO, 2002, Pág.36; POHL et al. 1998), e testes de vida acelerados (ALT’s) em que a resposta de interesse é o tempo até a ocorrência da falha. 2.2.1. Testes de Vida Acelerado Nesses testes os produtos são submetidos a uma taxa elevada de estresse e através de um modelo de regressão estatístico-físico extrapolamos as estimativas obtidas para as condições normais de uso. 2.2.1.1. Formas de Aceleração dos Testes de Vida Acelerado Os testes são acelerados quando submetidos a níveis elevados de estresse. E a forma de aceleração é determinada de acordo com dois tipos de variáveis de estresse: • Aceleração por alta taxa de uso: uma forma de acelerar a vida dos produtos é submetê-lo a uma taxa de uso mais elevada do que o normal. Segundo Nelson (1990), existe duas maneiras: utilização do produto em alta velocidade ou de forma contínua. • Aceleração por altos níveis de estresse: com o objetivo de diminuir o tempo de vida ou aumentar a degradação do desempenho do produto, submete-o a altos níveis das variáveis de estresse. 21 Segundo Colosimo e Freitas (1997), as variáveis de estresse mais comuns são: o uso, a temperatura, tensão elétrico, vibração mecânica, compatibilidade eletromagnética, entre outras. As tabelas (1) e (2) exemplificam essas variáveis de estresse para alguns tipos de materiais e produtos. Tabela 1: Exemplos de Materiais; Medidas de Desempenho e Variáveis de Estresse. Tipo Materiais Medida de Desempenho Variável de Estresse 1. metais trinca; corrosão; oxidação temperatura; umidade; sal 2. dielétricos e isolamentos tempo até a falha; alongamento temperatura; tensão elétrica; vibração 3. alimentos e drogas tempo de estocagem; pH; reações químicas específicas temperatura; umidade; radiação solar 4.plásticos propriedades mecânicas; firmeza de cor temperatura; vibração; choque Fonte: Colosimo e Freitas (1997) Tabela 2: Exemplos de Produtos; Medidas de Desempenho e Variáveis de Estresse. Tipo 1. semicondutores e componentes microeletrônicos Produtos Medida de Desempenho Variável de Estresse tempo até a falha e características de operação temperatura; corrente; tensão elétrica; umidade; pressão 2. capacitores tempo até a falha temperatura; tensão elétrica; vibração 3. resistores tempo até a falha temperatura; tensão elétrica; vibração 4. contatos elétricos corrosão; tempo até a falha temperatura; umidade; corrente 5. lâmpadas tempo até a falha; eficiência; luminosidade tensão elétrica; temperatura; choque (elétrico ou mecânico) Fonte: Colosimo e Freitas (1997) 2.2.1.2. Formas de Aplicação do Nível de Estresse Para realizar um teste acelerado, é necessário primeiramente elaborar um projeto. Segundo Tang et al. (2002), esse projeto deve ser construído e concretizado com a finalidade de se obter as melhores estimativas dos tempos de falha dos produtos. Devemos definir o tipo de censura, o tamanho da amostra e o nível de estresse que será aplicado, que normalmente satisfaz aos limites de especificação do projeto elaborado, mas localiza-se fora dos limites de especificação indicados pelo fabricante (RELIASOFT CORPORATION, 2001), e garante que o tempo de vida normal do produto seja reproduzido o mais fiel possível 22 a partir dos ensaios. De acordo com Colosimo e Freitas (1997) existem algumas formas de aplicação do nível de estresse, representados na figura 7: constante, escada, progressiva, cíclica e aleatória. • Constante: o nível de estresse é fixo. A vantagem está na simplicidade da realização do teste, possibilitando o ajuste de modelos simples para análise dos resultados. • Escada: o nível de estresse é elevado de um valor ao outro até se obter uma falha do produto. A principal vantagem é a rapidez na qual essa falha acontece e a desvantagem está no fato de que a falha dos produtos em condições normais de uso seja diferente por serem submetidos a níveis de estresse constantes. • Progressivo: o nível de estresse cresce de forma progressiva e possui a mesma vantagem e desvantagem da forma “escada”. • Cíclica: o nível de estresse oscila em níveis altos e baixos • Aleatória: o nível de estresse altera de forma aleatória. (b) Escada (a) Constante (c) Progressivo (d) Cíclico (e) Aleatório Figura 7 – Formas de Aplicação de cargas de Estresse Fonte: Vieira, 2006. “Quando o modo de falha e o efeito de aceleração da variável de estresse são bem entendidos, e quando se deseja fazer estimativas para um ambiente cujo estresse é aproximadamente constante, utilizar testes com outra forma de aplicação de estresse que não a constante significa complicar desnecessariamente a situação” (COLOSIMO e FREITAS, p.159, 1997). 23 2.2.2. Modelos para os Testes de Vida Acelerado O modelo de um teste acelerado é composto de um componente determinístico e de um componente probabilístico. A parte determinística é composta por duas relações: Relação de Arrhenius e Relação de Potência Inversa (PAPA, 2007). A parte probabilística é determinada pelas distribuições de probabilidade: Exponencial, Weibull, Log-normal. (COLOSIMO e FREITAS, 1997). Segundo Colosimo e Freitas (1997) o modelo mais simples utilizado para os testes acelerados tem a forma de um modelo de regressão que é linear no logaritmo dos tempos de falha = = ′!, , matematicamente, expresso na equação (5). Sua principal característica é que os tempos de falha, , tem distribuição normal com parâmetro de locação, parâmetro de escala, " > 0, que é determinado pela parte probabilística, e o erro aleatório %, dependente da variável de estresse x que é determinado pela relação estresse-resposta, o independente de e . = = ′! + "% (5) De acordo com Colosimo e Freitas (1997) esse modelo é capaz de explicar a variabilidade dos tempos de falha para vários níveis de estresse e através dele conseguimos estimar os parâmetros associados às relações estresse-resposta (!′&) e extrapolar os resultados para as condições normais de uso. É recomendado que as curvas de sobrevivência para cada nível de estresse sejam construídas em um mesmo gráfico para facilitar a comparação entre elas. Essa situação é ilustrada através da figura 8. Note que, é possível comparar a variabilidade no tempo de falha para cada nível de estresse, por exemplo, do percentil 10%. Figura 8 – Tempo de Falha em função do estresse Fonte: Colossimo e Freitas (1997) 24 2.2.2.1. Componente Determinístico: Relação Estresse-Resposta • Relação de Arrhenius A relação Arrhenius é usada quando a temperatura é a variável de estresse do teste acelerado (VASSILIOU e METAS, 2002). Como a relação de Arrhenius é caracterizada por representa o logaritmo do tempo de falha, ' = ℃ + 273,16 é uma curva (PAPA, 2007), para facilitar os cálculos, a forma linear dessa relação é definida a variável de estresse (temperatura), - é uma constante que é característica do mecanismo de pela equação (6), onde falha do produto e das condições de teste, . é a energia de ativação medida em elétron-volts, / é a constante de Boltzmann: 8,6171 × 1023 /, e demonstrada pela figura 9. ln = ln - + 67 5 (6) Segundo Colosimo e Hudson (2002), quando os valores da energia de ativação e da constante A são conhecidos, o tempo médio de vida dependeria apenas do valor da temperatura, figura 9. Como esses valores nem sempre são conhecidos, serão necessário estimá-los. Figura 9 – Relação do tempo de falha e a temperatura usando a Relação de Arrhenius Fonte: Colosimo, Hudson (2002) Através da equação (6) obtemos o Fator de Aceleração de Arrhenius (FA), equação estresse, onde ' representa o nível de temperatura em condições normais de estresse e '8 (7), que relaciona o tempo de vida entre um nível elevado de estresse e o nível normal de representa o nível de temperatura em condições elevado de estresse. 25 Seja a relação de Arrhenius (equação 6) na forma não linearizada, Então o fator de aceleração de Arrhenius é dado por: -= => =? = D < EF> D @ABC; < EF? @ABC; = -9 : ; <. = 9 : G ; − <H 5 8 6 7> 8 7? 5 67 (7) • Relação de Potência Inversa A relação Potência-Inversa é usada para qualquer tipo de variável estresse em um teste acelerado. Segundo Colossimo e Freitas (1997) temos como algumas aplicações às lâmpadas incandescentes, fadigas de metais, isolantes e dielétricos. Considerando que a ln é o logaritmo do tempo de falha, - e I são parâmetros característicos do produto e J a variável estresse seja positiva, essa relação assume a forma linearizada na equação (8), onde variável de estresse. = - + I[− J ] nível de estresse inicial J e o tempo de falha (8) no nível de estresse de interesse J8, A partir da equação (8), obtemos o Fator de Aceleração entre o tempo de falha representada na equação (9). Seja a relação de Potência Inversa (equação 8) na forma não linearizada, Então o fator de aceleração de Potência Inversa é dado por: -== = => ? N O> M N O? M = ;L? < L > P no = LM. @ (9) • Relação Geral Estresse-Resposta Linearizada ln = ! + !8 (10) Ao relacionar a equação (6) com a equação (10), temos a relação de Arrhenius, pois ! = ln - , !8 = 6 e = ' 28 , onde ' = 273,16 + ℃ 5 é a variável de estresse 26 Inversa, pois ! = ln - , !8 = I e = − J , onde J é uma variável de estresse temperatura. E ao relacionar a equação (8) com a equação (10) temos a relação de Potência qualquer (PINTO, 2004). 2.2.2.2. Componente Probabilística: Modelos de Probabilidade Nos testes de vida acelerado, as distribuições mais utilizadas para estimação dos parâmetros são: Exponencial, Weibull e Log-Normal (ver pág. 18). A Distribuição Exponencial que é empregada em componentes eletrônicos (BRITO e SOUZA, 2010), apresenta ao longo do tempo a taxa de falha constante. Na distribuição Weibull, o parâmetro determina o tipo de taxa de falha que será apresentado: constante, crescente ou decrescente. Na confiabilidade essa distribuição é empregada em ensaios de resistência à fadiga e em equipamentos eletrônicos (NASCIMENTO et al. 2000), e é considerada a distribuição mais importante. A distribuição Log-normal apresenta melhor os tempos de vida de objetos semicondutores e é adequada para as estruturas de falha por fadiga em materiais. , Função de Confiabilidade A seguir, temos a Função Densidade Função Taxa de Falha (ℎ , Tempo Médio de Vida (MTTF) e os Percentis 100p% as três distribuições citada acima: • , C para Distribuição Exponencial = R 9 : G− ;R<H , ≥ 0 8 = 9 : G− ;R<H . ℎ =T JWX = 1 S = (11) (12) (13) ,UV = SY =S (14) (15) 27 C S= onde ,UV = −Sln 1 − : :9 Z9 [ 63% ≥ 0 é o parâmetro de escala • Distribuição Weibull = ;R^< ] JWX . S= ,UV ]28 9 :_− ⁄S ] a, ≥0 ] ℎ (17) = 9 : b− ;R< c (18) = ;R<;R< (19) ]28 ] = SΓ ;1 + ] < = T 8 (20) 8 Y = S Y bΓ ;1 + ] < − Γ ;1 + ] < c Y C onde (16) = −S[ln 1 − : ]8⁄e (21) (22) :9XZ9 [ 63% ≥ 0 é o parâmetro de escala f ≥ 0 é o parâmetro de forma • Distribuição Log-normal = 8 √Yh 9 : G− i [jk = Φ Go 2l]m Yim 2 jk i H, ≥ 0 pl qH (23) (24) 28 . JWX ℎ =T = = 9 :; + (25) im < Y (26) = 9 :r2 + " Y s exprσY s − 1 C = 9 :wzy σ + μ { (27) (28) onde " desvio padrão é a média do logaritmo do tempo de falha 2.2.3. Modelos de Regressão Estresse-Resposta Quando a parte determinística assume as relações de Arrhenius ou Potência Inversa e a parte probabilística do modelo assume as distribuições Exponenciais, Weibull, Log-normal, têm-se os seguintes Modelos de Regressão Estresse-Resposta: Arrhenius-Exponencial; Potência Inversa-Exponencial; Arrhenius-Weibull; Potência Inversa-Weibull; Arrhenius-Lognormal e Potência Inversa-Log-normal. 2.2.3.1. Modelo Arrhenius-Exponencial e Potência Inversa-Exponencial Esse modelo é a combinação da relação de Arrhenius ou Potência Inversa com a distribuição de probabilidade Exponencial, e possui as seguintes hipóteses (COLOSIMO e FREITAS, 1997): • Em cada nível de estresse, o tempo de falha segue a distribuição Exponencial. • É o modelo mais simples que envolve apenas uma covariável. Por meio das hipóteses acima temos a função de confiabilidade para , condicional a uma determinada temperatura = 7 ou variável de estresse qualquer, 8 representada pela equação (29), em que S = exp ! + !8 . = − J , 29 ; = 9 : G− ; <H ABCr}> p}? Bs (29) 2.2.3.2. Modelo Arrhenius-Weibull e Potência Inversa-Weibull Esse modelo é a combinação da relação de Arrhenius com a distribuição de probabilidade de Weibull, e possui as seguintes hipóteses (COLOSIMO e FREITAS, 1997): • Em cada nível de estresse, o tempo de falha segue a distribuição de Weibull e o logaritmo desse tempo tem distribuição do valor extremo, ou seja, Y= com parâmetro de locação ln[S • ] e escala " = ], em que S = exp ′! . 8 tem distribuição O parâmetro de escala é igual para todos os níveis de estresse. Por meio das hipóteses acima temos a função de confiabilidade para , condicional a = 7 ou variável de estresse qualquer, x = −ln V , definido 8 uma determinada temperatura pela equação (30), ? • ; 2.2.3.3. = 9 : •− ;ABCrB€}s< ‚ (30) Modelo Arrhenius-Log-normal e Potência Inversa- Log- normal Esse modelo é a combinação da relação de Arrhenius e Potência Inversa com a distribuição de probabilidade de Log-normal, e possui as seguintes hipóteses (COLOSIMO E FREITAS, 1997): • = ! + !8 e variância " Y e Em cada nível de estresse, o tempo de falha segue a distribuição log-normal e o logaritmo desse tempo tem distribuição normal com média desvio padrão constante. A função de sobrevivência para condicional a uma determinada temperatura ou variável de estresse qualquer demonstrada pela equação (31). ; =7 8 = −ln J , formulada através das hipóteses acima é = Φ G− o jk 2l B i qH (31) 30 “Quando = , sendo τ a temperatura absoluta, temos o modelo de 8 7 = − J , sendo V uma variável de estresse qualquer, temos o Arrhenius-Exponencial ou Arrhenius-Weibull ou Arrhenius-Log-Normal. E quando modelo de Potência Inversa-Expoencial ou Potência Inversa-Weibull ou Potência Inversa-Log-Normal” (COLOSIMO e FREITAS, p.188, 1997). 2.2.4. Método de Estimação dos Parâmetros No teste acelerado, a parte determinística do modelo de regressão estresse-resposta analisa as alterações no comportamento da falha do produto em função dos diferentes níveis de estresse e a parte probabilística modela a variabilidade no tempo de falha através das distribuições de probabilidades. Segundo Colosimo e Giolo (2006), as distribuições de probabilidade são compostas por uma quantidade desconhecida, os parâmetros, que, baseado nos tempos de falha acelerado, devem ser estimados pelo método de Máxima Verossimilhança, pois na presença de censura o método de Mínimos Quadrados (GUJARATI, 2006), torna-se inadequado (NELSON, 1990). verossimilhança estimará o vetor de parâmetros „ = !′&; " . No modelo de regressão estresse-resposta, equação (5), o método de máxima 2.2.4.1. Método de Máxima Verossimilhança O método de máxima verossimilhança consiste em maximizar a função de verossimilhança, equação (32). É constituída pela função densidade e suas observações são não censuradas. A grande importância desse método está nas propriedades dos estimadores, que são consistentes, eficientes e apresentam normalidade assintótica (GUIMARÃES, 2002, Pág. 32). Além disso, permite construir intervalos de confiança para os valores de interesse. … „ = ∏ˆ‡‰8 ‡; „ (32) 31 de verossimilhança … „ é constituída pela função densidade que representa as observações Em Confiabilidade, como a principal característica é a presença de censura, a função equação (33), onde as observações são divididas em duas partes, uma parte com X não censuradas, e pela função de confiabilidade que representa as observações censuradas, observações não censuradas e outra com GIOLO, pág. 85, 2006). … „ = ∏Š‡‰8 − X observações censuradas. (COLOSIMO e ‡; „ ∏ˆ‡‰Šp8 ‡; „ modelo linear, equação (5), assume a forma da equação (34), onde ‹‡ = ln (33) , „ = ! € &, " No caso particular dos testes de vida acelerado, a função de verossimilhança para o e f‡ é o indicador de censura que admite valores 0 ou 1. … „ = ∏ˆ‡‰8[ ‹‡ | ‡ ]]• [ ‹‡ | ‡ ]82]• ‡ (34) Os estimadores de máxima verossimilhança são os valores do parâmetro „ = ! € &, " que maximizam o logaritimo da função de verossimilhança (equação 34). Para encontráverossimilhança, tomar o logaritmo e derivar em relação ao parâmetro „. los é necessário substituir as funções densidade e confiabilidade na função de de máxima verossimilhança da distribuição exponencial, „ = S = !′&. Para exemplificar, será apresentado no quadro 1, a maneira de encontrar o estimador 32 Quadro 1 – Exemplo: Estimador de Máxima Verossimilhança para a Distribuição Exponencial Substituindo na função de verossimilhança (equação 34) as funções densidade de probabilidade (equação 11) e confiabilidade (equação 12), temos: ]• 82]• 1 ‡ ‡ … S = Ž b 9 : •− • ‘’c b9 : •− • ‘’c S S S ˆ ‡‰8 ]• 1 ]• ‡ ‡ = Ž “• ‘ •9 : •− • ‘’‘ ” ••9 : •− • ‘’‘ – S S S ˆ ‡‰8 8 ]• = ∏ˆ‡‰8 o q 9 : G− ; •<H R R 1 ]• 9 : G− ; <H • R —˜ Tomando-se o logaritmo de … S , temos: 1 1 ™šw… S { = › f‡ ™š • ‘ − › S S ˆ ‡‰8 ˆ ‡‰8 ‡ 1 = › f‡ ™š1 − ™šS − › S ˆ ‡‰8 ˆ 1 = −› f‡ ™š S − › S ˆ ˆ ‡‰8 ‡ ‡‰8 ‡‰8 ‡ Derivando ™šw… S { em relação ao parâmetro S œ …™š S œS Igualando a zero (0) = œ ;−∑ˆ‡‰8 f‡ ™š S − ∑ˆ‡‰8 ‡ < œS 8 R 1 1 › f‡ + Y › S S ˆ ‡‰8 O estimador de máxima verossimilhança de S Sž = ˆ ‡‰8 ‡ 1 1 = › f‡ + Y › S S ˆ ‡28 ˆ ‡‰8 ‡ =0 ∑ˆ‡‰8 ‡ ∑ˆ‡‰8 = ∑ˆ‡‰8 f‡ X ‡ O termo ∑ˆ‡‰8 ‡ é denominado tempo total sob teste. Se todos os dados fossem não censurados, Sž seria a media amostral, isto é, Sž = ̅. Fonte: Colosimo e Giolo (2006) Na estimação dos parâmetros através do método de máxima verossimilhança, faz-se necessário escolher um modelo de probabilidade que melhor se adequa aos dados, pois um modelo inadequado suscita conclusões distorcidas. Em geral, esses parâmetros serão estimados através do uso de pacotes estatísticos (BEZERRA, 2004). 33 2.2.5. Determinação do Modelo Probabilístico Adequado A escolha do modelo de probabilidade mais adequado para analisar um conjunto de observações se dá de duas maneiras: numericamente ou graficamente. • Numericamente: essa técnica utiliza a estatística de máxima verossimilhança, a qual é determinada em modelos em que um é o caso particular do outro. Como exemplo, temos a gama generalizada que apresenta os modelos: Exponencial, Weibull, Log-normal e Gama, como caso particular (Pascoa, 2012). • Graficamente: essa técnica propõe dois métodos: o primeiro método consiste na comparação da função de confiabilidade ou sobrevivência do modelo proposto com o estimador de Kaplan-Meier (ver pág. 18), o modelo mais adequado será aquele cujos pontos da função de confiabilidade estimada estiverem mais próximos dos valores obtidos pelo estimador. O segundo método consiste na linearização da função de confiabilidade ou sobrevivência, o modelo mais adequado será aquele em que a construção do gráfico seja aproximadamente linear (PAPA, 2007, pág.17). 2.2.5.1. Análise de Resíduos Uma vez escolhido o modelo e feito o ajuste aos dados experimentais, é necessário fazer uma análise dos resíduos para verificar a sua adequação. As técnicas gráficas, que fazem uso dos diferentes resíduos, são bastante utilizadas com a finalidade de buscar indícios de violação das suposições feitas a respeito do modelo. Segundo Colosimo e Giolo (2006), os tipos de resíduos são: • Resíduos de Cox-Snell: são úteis para examinar o ajuste global do modelo. O gráfico desses resíduos apresenta um comportamento linear quando o modelo tem indicação de ser adequado. • Resíduos Padronizados: também são úteis para examinar o ajuste global do modelo. Assim como os resíduos de Cox-Snell, os gráficos desse resíduo apresenta um comportamento linear quando o modelo é dito adequado. • Resíduos Martingal: é usado para determinar a forma funcional (linear, quadrática, etc.) de uma covariável incluída no modelo de regressão. Os gráficos desse resíduo devem apresentar um comportamento aleatório em torno do zero, caso o modelo seja adequado. 34 • Resíduos Deviance: Deviance examina a precisão do modelo e de auxiliar na detecção de pontos atípicos. Assim como os resíduos Martingal, Marti gal, os gráficos desse resíduo devem apresentar um comportamento aleatório em torno do zero, caso o modelo seja adequado. 2.2.6. Aplicação dos Testes de Vida Acelerado Será apresentado presentado a seguir o exemplo 6.2 – Experimento com certo tipo de componente eletrônico, onde um grupo foi submetido a testes sob estresse estre constante de 75ºC, o outro, tro, submetido ao estresse de 95ºC e o outro ao estresse de 115ºC – Confiabilidade: Análise de Tempo de Falha e Testes de Vida Acelerado (COLOSIMO COLOSIMO E FREITAS, FREITAS 1997, pág. 182). Quadro 2 – Descrição do exemplo 6.2 (Colosimo e Freitas, 1997, pág.182) Um fabricante de eletrodomésticos da linha marrom, visando aumentar sua fatia no mercado, está desenvolvendo uma nova tecnologia para um de seus produtos. Entretanto, o sucesso desta depende fortemente da performance de um novo componente, o qual não é fabricado pela própria própria empresa. Nas reuniões realizadas entre o fabricante e o fornecedor, preocupado a confiabilidade do produto levantou-se levantou se a possibilidade de se realizar testes mais detalhados para verificar o percentual de falhas esperado no primeiro ano de uso desse componente. onente. Então, foi realizado um teste acelerado utilizando-se utilizando 120 componentes e três níveis de temperatura: 75℃, 75 95℃ e 115℃.. Os componentes foram divididos igualmente para cada nível e esse experimento teve uma duração de 10 semanas (1680horas). Esse experimento rimento está representado na tabela 1, onde especifica o tempo de falha para cada nível de temperatura. Tabela A – Tempo de falha em minutos para cada grupo de componente submetido a testes com níveis de estresse (temperatura) constante. Fonte: Colosimo e Freitas (1997) 35 Observando a tabela A, verificamos que o número de falhas parece aumentar gradativamente com a elevação do nível de estresse (temperatura), ou seja, o aumento da temperatura está fazendo com que os itens falhem mais rápido. Gráfico 1 – Tempo de Falha (min) dos componentes eletrônicos vs. tensão elétrica (kV) Fonte: Colosimo e Freitas (1997) Observando gráfico 1, verificamos que, apesar de o número de falhas ter aumentado com o aumento da temperatura, o alto número de censuras parece estar “mascarando” os resultados. Note também que, a variabilidade dos tempos de falha para a temperatura mais alta (115℃) parece ser menor do que as outras temperaturas. Para estudar o comportamento dos dados e responder ao interesse do fabricante quanto às características do componente, como o tempo médio de vida do componente, tempo mediano, período de garantia, entre outros, será necessário um modelo estatístico. Através desse, podemos estimar a função de confiabilidade do componente e os percentis da distribuição do tempo de falha para qualquer nível de temperatura considerada. O modelo apropriado para essa situação é o Modelo de Regressão Estresse-Resposta, sendo que a parte determinística (relação estresse-reposta) explicará o efeito dos níveis de estresse e a parte probabilística explicará a variabilidade dos dados. ADEQUAÇÃO DO MODELO • Estimação da Função de Confiabilidade para cada Nível de Estresse usando o Estimador de Kaplan-Meier (KM) Gráfico 2 – Função da Confiabilidade estimada pelo estimador Kaplan-Meier para cada nível de temperatura Fonte: Colosimo e Freitas (1997) 36 Analisando o gráfico 2, verificamos que a função de confiabilidade para o nível mais alto da temperatura cai muito mais rápido do que as temperaturas mais baixas. Como a taxa de falha é o inverso da confiabilidade, podemos dizer que a taxa de falha aumenta com o aumento da temperatura. • Ajuste e Escolha do Modelo de Regressão Extresse-Resposta Será utilizada a relação de Arrhenius na parte determinística, pois a variável de estresse em estudo é a temperatura. Então ajustaremos os modelos de regressão estresse reposta com as distribuições de probabilidade Exponencial, Weibull e Log Normal para escolha do modelo mais apropriado para esse conjunto de dados. R Tabela B – Ajuste do Modelo de Arrhenius Exponencial (Saídas do Modulo SURVIVAL- SYSTAT ) Fonte: Colosimo e Freitas (1997, pág 202) ! = −16,90!8 = 8,87 Analisando o ajuste dos dados pelo Modelo Exponencial Arrhenius (tabela B). Temos: Portanto o tempo de falha exponencial com ‡£ [ = 9¤:9XW ¥XW9¦ = Z™¤:™ 9 9& tem distribuição Sž‡ = exp −16,90 + 8,87 ‡ = ̂ ,UV R Tabela C – Ajuste do Modelo de Arrhenius Weibull (Saídas do Modulo SURVIVAL- SYSTAT ) Fonte: Colosimo e Freitas (1997, pág 202) 37 Analisando o ajuste dos dados pelo Modelo Weibull Arrhenius (tabela C). Temos: ! = −18,66!8 = 9,53"ž = 1,13 Portanto o tempo de falha Weibull com ‡£ [ = 9¤:9XW ¥XW9¦ = Z™¤:™ 9 9& tem distribuição Sž‡ = exp −18,66 + 9,53 e f8 = fY = fV = ‡ 8 8,8V R Tabela D – Ajuste do Modelo de Arrhenius Log-normal (Saídas do Modulo SURVIVAL- SYSTAT ) Fonte: Colosimo e Freitas (1997, pág 202) Analisando o ajuste dos dados pelo Modelo Log-normal Arrhenius (tabela D). Temos: ! = −20,38!8 = 9,97"ž = 1,69 Portanto o tempo de falha ln distribuição normal com ‡£ [ = 9¤:9XW ¥XW9¦ = Z™¤:™ 9 9& ̂ ‡ = −20,38 + 9,97 • ‡ tem e"ž = 1,69 Validação dos Modelos através da Análise de Resíduos Apresentaremos a seguir os gráficos de linearização das funções de confiabilidade para os modelos Arrhenius-Exponencial, Arrhenius-Weibull e Arrhenius-Log-normal. Os pontos próximos de uma reta significam que o modelo é adequado. 38 ln(resíduos) – modelo exponencial ln(resíduos) – modelo weibull ln(resíduos) – modelo log-normal Gráfico 3 – Verificação da Adequação do Modelo Arrhenius-Exponencial, Arrhenius-Weibull e ArrheniusLog-Normal. Fonte: Colosimo e Freitas(1997) Os dois primeiros gráficos apresentam uma tendência linear. No ultimo gráfico, os pontos não estão alinhados, indicando que o modelo Arrhenius-log-normal parece ser inapropriado. Pela técnica gráfica, temos que, tanto o modelo Arrhenius-exponencial quanto o modelo Arrhenius-weibull parecem ser adequados. No entanto, ao comparar esse dois modelos, podemos dizer que o modelo mais apropriado é Arrhenius-exponencial, pois, no ajuste do modelo Arrhenius-weibull, o intervalo de confiança [0,921;1,346] (tabela B, linha pontilhada) para o parâmetro " do modelo inclui o valor 1. Sabe-se que a distribuição exponencial é a distribuição weibull com parâmetro de forma f = 1⁄"igual a 1. • Extrapolação dos Resultados para as Condições de Uso Determinado o melhor modelo, o exponencial, agora utilizaremos métodos de estimação para responder às dúvidas do fabricante em relação à confiabilidade de seu produto. ‹žC = ! + !8 + %C Quadro A – Formula de estimação do modelo de Arrhenius-Exponencial ̂C = 9 :w‹žC { = 8 Y¨V,8Up℃ ; 9¤©¥9 = %C = ln −ln 1 − : 8 7 39 Tempo médio de falha à temperatura de 55ºC ‹ž ̂ ,UV ,UV = −16,90 + = expw‹ž 8,87 ∗ 1000 + ln −ln 1 − 0,63 55 + 273,16 ,UV { = 25591ℎ™XW& = 10,15 Este é o número médio de horas de funcionamento de tempo contínuo. O fabricante acredita que o produto seja utilizado, em média, 5 horas diário, então: 9¤:™¤é¬[™ W ℎW = 25591 ÷ 5ℎ™XW& ≈ 14W ™& O tempo médio de funcionamento do componente submetido a uma temperatura de 55ºC é de 14 anos Tempo mediano de falha à temperatura de 55ºC ‹ž ̂ ,UV ,3 = −16,90 + 8,87 3,05 + % = exp 9,78 = 17677horas ,3 = 9,78 9¤:™¤9¬[W ™ W ℎW = 17677 ÷ 5ℎ™XW& ≈ 10W ™& Considerando 5 horas de uso por dia O tempo mediano de funcionamento do componente submetido a uma temperatura de 55ºC é de 10 anos Tempo de garantia para um percentual de falha de no mínimo 5% ‹ž ̂ , 3 , 3 = −16,90 + 8,87 3,05 + % = exp 7,15 = 1274 horas , 3 = 7,15 Considerando 5 horas de uso/dia 9¤:™¬9šWXW [W = 1274 ÷ 5ℎ™XW& ≈ 9¤9&9& O tempo de garantia para um percentual de falha de no mínimo 5% para o componente submetido a uma temperatura de 55℃ é de 9 meses. 40 3. 3.1. MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Os dados em estudo referem-se ao tempo de falha de uma amostra de 80 isolantes utilizados em motores elétricos, submetidos a quatro níveis temperaturas anormalmente elevadas: 110℃, 130℃, 150℃ e 170℃. Esses dados foram extraídos do software MINITAB 16, pasta Sample Data, arquivo INSULATE.MTW. 3.2. Métodos Esse trabalho envolve a investigação da deterioração de um isolante utilizado em motores elétricos. Os motores funcionam normalmente entre 80℃ e 100℃. Para economizar tempo e dinheiro, utilizamos o teste de vida acelerado para a realização deste estudo. No intuito de acelerar a deterioração, foi utilizada uma amostra dos 80 (oitenta) isolantes submetidos em temperatura anormalmente elevadas: 110℃, 130℃, 150℃ e 170℃. Os isolantes foram igualmente distribuídos, em cada temperatura, foram colocados 20 (vinte) produtos. O tempo de duração do teste e a marca do produto não foram especificados. A escala de medida está em horas. O modelo de Regressão Extresse-Resposta com relação de Arrhenius foi utilizado para modelar os dados e extrapolar as conclusões para as condições normais de uso. A Relação de Arrhenius foi utilizada na parte determínistica do modelo de regressão porque a variável de estresse é a temperatura. Na parte probabilística foram usados os modelos de probabilidade Exponencial, Weibull e Log-normal por serem os mais utilizados nem estudos de testes de vida acelerados. Foram feitas duas análises. Na primeira análise dos dados retiramos a variavel estresse temperatura como uma forma de auxiliar no processo de escolha do modelo. Na segunda análise incluímos essa variável, e através dos resultados, extrapolamos as conclusões para as condições normais de uso, temperatura entre 80℃ e 100℃. As análises foram feitas pelos programas estatísticos: R, Minitab e Excel 41 4. RESULTADOS A tabela abaixo (tabela 3) refere-se ao tempo de falha de uma amostra de 80 isolantes submetido a temperaturas anormalmente elevadas: 110℃, 130℃, 150℃ e 170℃. Tabela 3 – Tempo de Falha (em horas) e censura da amostra de isolantes utilizados em motores elétricos para cada nível de temperatura em estudo. 170⁰C 150⁰C 130⁰C 110⁰C Fal ha Censura Fal ha Censura Fal ha Censura Fal ha Censura 343 1 2134 869 1 2746 0 8290 1 21900 0 1 10183 1 13218 244 0 2859 1 1 3987 1 17610 1 716 1 1826 0 3545 1 7336 0 531 1 996 1 4735 0 18397 1 738 1 2733 1 7919 1 13673 1 461 1 3651 1 4925 1 8702 1 221 1 2073 1 2214 1 21900 0 665 1 2291 1 5351 1 13513 1 384 0 1689 1 3147 1 14482 1 394 0 1533 1 7304 1 20975 1 369 1 1752 1 6947 1 12090 1 366 1 1764 1 5355 1 17822 1 507 1 2042 1 3308 1 11769 1 461 1 1043 0 4373 1 21900 0 431 1 1214 1 6226 1 16289 1 479 1 3154 1 5117 1 21900 0 106 1 2386 1 3620 0 18806 1 545 1 2190 1 3128 1 11143 0 536 1 1642 1 4348 1 17784 1 Fonte: Minitab 16 Legenda: 1 indica falha e 0 indica censura 4.1. Análise dos Dados na Ausência da Variável Temperatura Para auxiliar na escolha do modelo de regressão estresse-resposta, inicialmente, ignoramos a variável de estresse temperatura e utilizamos às técnicas gráficas para escolha do modelo de probabilidade mais adequado. A primeira técnica gráfica utilizada nesse estudo foi à construção de gráficos que consiste na linearização da função de confiabilidade. Os pontos que mais aproximar de uma forma linear será considerado adequado. 42 Exponencial Weibull Log-normal Figura 10– Gráfico linearizado da função de confiabilidade pelos modelos exponencial, weibull, log-normal. O gráfico para o modelo log-normal apresentado na figura 10 não mostra afastamento marcantes de uma reta, indicando ajuste adequado. A segunda técnica consiste na contrução de gráficos das estimativas de confiabilidade obtidas pelo método de Kaplan-Meier versus as estimativas de confiabilidade obtidas a partir dos modelos Exponenciais, Weibull e Log-normal. Os pontos próximos da reta indicam que o modelo está adequado. Figura 11 – Gráfico da confiabilidade estimada por Kaplan-Meier versus a confiabilidade estimada pelos modelos exponencial, weibull, log-normal. Analisando a figura 11, parece que os modelos weibull e log-normal são os mais adequados, pois os pontos estão mais próximos da reta. 43 Temos também, os gráficos em que à curva de confiabilidade para os modelos exponencial, weibull e log-normal foram sobrepostos à curva de confiabilidade do estimador de Kaplan-Meier. O modelo selecionado será aquele cujas curvas se aproximarem melhor. Figura 12 – Função de Confiabilidade do estimador de Kaplan-Meier, do modelo Exponencial, Weibull e Log-normal. Através da figura 12 percebe-se que a curva de confiabilidade do modelo Weibull e Log-normal foram os que mais se aproximaram do estimador de Kaplan-Meier, indicando ajustes satisfatórios. Assim, através das técnicas gráficas concluímos que os modelos weibull e lognormal são os mais adequados para o ajuste desses dados. A seguir, a variável de estresse temperatura será incluída na análise dos dados. Os modelos de regressão estresse-resposta serão ajustados e as análises de resíduos serão utilizados para confirmar a escolha do modelo. Como as técnicas gráficas apontaram os modelos weibull e log-normal como satisfatórios, espera-se que a análise de resíduo confirme essa análise gráfica e distingue o melhor entre os dois. 44 4.2. 4.2.1. Análise dos Dados na Presença da Variável Temperatura Análise Descritiva dos Dados Figura 13 – Gráfico Tempo de Falha do Isolamento vs Temperatura (estresse) Ao analisar a figura 13, percebe-se uma tendência decrescente no tempo de falha do isolante à medida que ocorre o aumento da temperatura. E para cada nível de temperatura, observa-se uma variabilidade diferente nesse tempo de falha. No modelo de regressão estresse-resposta, essa tendência observada (figura 13) será determinada pela relação de Arrhenius, e a variabilidade presente nos dados em cada nível de temperatura será explicada pelos modelos probabilísticos. O estimador de Kaplan-Meier (ver pág.18) será utilizado nesse estudo para estimar a função de confiabilidade. Nesse início de análise, essa função é importante para estudar o comportamento do tempo de falha para cada temperatura. Através das estimativas das tabelas abaixo, podemos calcular em cada temperatura o tempo mediano, o tempo médio de vida do isolante e os percentis, etc. 45 Tabela 4 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos à temperatura de 110℃ ℃. Confiabilidade para Temperatura de 110⁰C tempo sob ri sco nº fal ha R(t) erro padrão i nferi or 95% CI s uperi or 95% CI 8702 19 1 0.947 0.0512 0.852 1.000 11769 17 1 0.892 0.0724 0.760 1.000 12090 16 1 0.836 0.0867 0.682 1.000 13218 15 1 0.780 0.0972 0.611 0.996 13513 14 1 0.724 0.1050 0.545 0.963 13673 13 1 0.669 0.1108 0.483 0.925 14482 12 1 0.613 0.1147 0.425 0.885 16289 11 1 0.557 0.1170 0.369 0.841 17610 10 1 0.502 0.1178 0.316 0.795 17784 9 1 0.446 0.1172 0.266 0.746 17822 8 1 0.390 0.1150 0.219 0.695 18397 7 1 0.334 0.1113 0.174 0.642 18806 6 1 0.279 0.1058 0.132 0.586 20975 5 1 0.223 0.0982 0.094 0.529 * *Ocorreu uma censura antes do tempo de falha observado, por isso, há 19 produtos sob risco. Por exemplo, através da tabela 4 podemos identificar o tempo mediano do isolamento submetido à temperatura de 110℃. ,3 = 17610ℎ™XW& = 2W ™& Assim, 2 anos é uma estimativa do tempo em que 50% dos isolantes que foram submetidos à temperatura de 110℃ e trabalham 24 horas/dia param de funcionar. Tabela 5 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos a temperatura de 130℃ ℃. Confiabilidade para Temperatura de 130⁰C tempo sob ri sco nº fal ha R(t) erro padrão i nferi or 95% CI s uperi or 95% CI 2214 20 1 0.9500 0.0487 0.85913 1.000 3128 19 1 0.9000 0.0671 0.77767 1.000 3147 18 1 0.8500 0.0798 0.70707 1.000 3308 17 1 0.8000 0.0894 0.64257 0.996 3545 16 1 0.7500 0.0968 0.58233 0.966 3987 14 1 0.6964 0.1037 0.52019 0.932 4348 13 1 0.6429 0.1087 0.46157 0.895 4373 12 1 0.5893 0.1120 0.40597 0.855 4925 10 1 0.5304 0.1153 0.34636 0.812 5117 9 1 0.4714 0.1166 0.29036 0.765 5351 8 1 0.4125 0.1159 0.23778 0.716 5355 7 1 0.3536 0.1134 0.18860 0.663 6226 6 1 0.2946 0.1087 0.14296 0.607 6947 5 1 0.2357 0.1017 0.10119 0.549 7304 4 1 0.1768 0.0918 0.06391 0.489 7919 3 1 0.1179 0.0778 0.03230 0.430 8290 2 1 0.0589 0.0570 0.00885 0.393 10183 1 1 0.0000 NA NA NA O tempo mediano do isolamento submetido à temperatura de 130℃ será calculado pelas estimativas da tabela 5. Nesse caso, usaremos o método de interpolação. 5117 − 4925 ,3 − 4925 = = 5023,9 0,4714 − 0,5304 0,5000 − 0,5304 46 Assim, 5023,9 horas, ou 7 meses, é uma estimativa do tempo em que 50% dos isolantes submetidos à temperatura de 130℃ e trabalham 24 horas/dia param de funcionar. Tabela 6 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos à temperatura de 150℃ ℃. Confi abi l i dade para Temperatura de 150⁰C tempo s ob ri s co nº fal ha R(t) 996 20 1 0.9500 erro padrão i nferi or 95% CI 0.0487 0.85913 superi or 95% CI 1.000 1214 18 1 0.8972 0.0689 0.77183 1.000 1533 17 1 0.8444 0.0826 0.69707 1.000 1642 16 1 0.7917 0.0928 0.62915 0.996 1689 15 1 0.7389 0.1005 0.56596 0.965 1752 14 1 0.6861 0.1063 0.50644 0.930 1764 13 1 0.6333 0.1104 0.44998 0.891 2042 11 1 0.5758 0.1144 0.39000 0.850 2073 10 1 0.5182 0.1166 0.33342 0.805 2190 8 1 0.4534 0.1186 0.27149 0.757 2291 7 1 0.3886 0.1181 0.21427 0.705 2386 6 1 0.3239 0.1148 0.16169 0.649 2733 5 1 0.2591 0.1086 0.11396 0.589 2746 4 1 0.1943 0.0989 0.07167 0.527 2859 3 1 0.1295 0.0845 0.03607 0.465 3154 2 1 0.0648 0.0623 0.00983 0.427 3651 1 1 0.0000 NaN NA NA O tempo mediano do isolamento submetido à temperatura de 150℃ será calculado pelas estimativas da tabela 6. Nesse caso, usaremos o método de interpolação. 2073 − 2190 ,3 − 2073 = = 2105,86 0,5182 − 0,4534 0,5000 − 0,5182 Assim, 2105,86 horas, ou 3 meses é uma estimativa do tempo em que 50% dos isolantes submetidos à temperatura de 150℃ e trabalham 24 horas/dia deixam de funcionar. Tabela 7 – Estimativa da Função de Confiabilidade para os dados submetidos a temperatura de 170℃ ℃. Confiabilidade para Temperatura de 170⁰C tempo s ob ri s co nº fal ha R(t) 106 221 343 366 369 431 461 479 507 531 536 545 665 716 738 869 20 19 17 16 15 12 11 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0.9500 0.9000 0.8471 0.7941 0.7412 0.6794 0.5559 0.4941 0.4324 0.3706 0.3088 0.2471 0.1853 0.1235 0.0618 0.0000 erro padrão i nferi or 95% CI 0.0487 0.0671 0.0814 0.0919 0.0999 0.1090 0.1191 0.1209 0.1205 0.1181 0.1134 0.1062 0.0960 0.0815 0.0597 NaN 0.85913 0.77767 0.70166 0.63293 0.56913 0.49611 0.36521 0.30594 0.25038 0.19848 0.15037 0.10638 0.06715 0.03392 0.00928 NA superi or 95% CI 1.000 1.000 1.000 0.996 0.965 0.930 0.846 0.798 0.747 0.692 0.634 0.574 0.511 0.450 0.411 NA O tempo mediano do isolamento submetido à temperatura de 170℃ será calculado pelas estimativas da tabela 7. Nesse caso, usaremos o método de interpolação. 47 461 − 479 ,3 − 461 = = 477,28 0,5559 − 0,4941 0,5000 − 0,5559 Assim, 20 horas, ou menos de um dia, é uma estimativa do tempo em que 50% dos isolantes submetidos à temperatura de 170℃ e trabalham 24 horas/dia deixam de funcionar. 110℃ 130℃ 170℃ 150℃ Figura 14 – Função da Confiabilidade Estimada (KM) para cada Nível de Temperatura O gráfico da figura 14 representa as estimativas da função de confiabilidade R(t) obtidas pelo estimador de Kaplan-Meier para cada nível de temperatura. Analisando esse gráfico, percebe-se que o aumento da temperatura diminui a confiabilidade do produto. Para exemplificar, a linha tracejada no gráfico representa o tempo mediano de vida. Observa-se que, esse tempo diminui à medida que se aumenta a temperatura. 4.2.2. Ajuste dos Modelos de Regressão Estresse-Resposta Como a variável de estresse é a temperatura utilizaremos o modelo de regressão estresse-resposta que une os modelos de probabilidade com a relação de Arrhenius (equação 29 – 31). Para lembrar, abaixo temos a relação de Arrhenius (equação 34). ln em que ' 28 = ℃ + 273,16 = ln - = ! ; . ⁄/ = !8 ‡ ; ‡ = ln - + . /' (34) 48 4.2.2.1. Modelo de Regressão Exponencial com Relação de Arrhenius Quadro 3 – Ajuste do Modelo de Regressão Exponencial com Relação de Arrhenius Distribuição: Exponencial Relação para variável de estresse(s): Arrhenius Tabela de Regressão Predictor Intercept estresse Shape Coef -16,4298 0,874923 1 Standard Error 2,41859 0,0860091 Z -6,79 10,17 P 0,000 0,000 95,0% Normal CI Lower Upper -21,1702 -11,6895 0,706349 1,04350 Log-Likelihood = -603,326 Analisando o quadro 3, através do valor p, considerando o nível de significância de 5%, temos que os parâmetros do modelo são significativos. A partir do quadro 3 obtemos os seguintes resultados: ! = −16,4298; !8 = 0,874923;f = 1 Portanto, ~9 :™ 9Z[W S onde Sž‡ = 9 : −16,42982 + 0,8749 ‡ .± = !8 / = 7,539 ∗ 1023 ; - = expw! { = 7,32 ∗ 102² 4.2.2.2. Modelo de Regressão Weibull com Relação de Arrhenius Quadro 4 – Ajuste do Modelo de Regressão Weibull com Relação de Arrhenius Distribuição: Weibull Relação para variável de estresse(s): Arrhenius Tabela de Regressão Predictor Intercept estresse Shape Coef -15,1874 0,830722 2,82462 Standard Error 0,986180 0,0350418 0,256969 Log-Likelihood = -564,693 Z -15,40 23,71 P 0,000 0,000 95,0% Normal CI Lower Upper -17,1203 -13,2546 0,762042 0,899403 2,36332 3,37596 49 Analisando o quadro 4, através do valor p, considerando o nível de significância de 5%, temos que os parâmetros do modelo são significativos. A partir do quadro 4 obtemos os seguintes resultados: ! = −15,1874; !8 = 0,83072; f = 2,82462 Portanto, ~³9[´¥ S, f onde Sž‡ = 9 : −15,1874 + 0,83072 f‡ = 2,82462 ‡ .± = !8 / = 7,13 ∗ 1023 ; - = expw! { = 2,54 ∗ 102¨ 4.2.2.3. Modelo de Regressão Log-normal com Relação de Arrhenius Quadro 5 – Ajuste do Modelo de Regressão Log-normal com Relação de Arrhenius Distribuição: Log-normal Relação para variável de estresse(s): Arrhenius Tabela de Regressão Predictor Intercept estresse Scale Coef -16,1298 0,857463 0,425946 Standard Error 0,933854 0,0331324 0,0369068 Z -17,27 25,88 P 0,000 0,000 95,0% Normal CI Lower Upper -17,9601 -14,2995 0,792525 0,922401 0,359419 0,504787 Log-Likelihood = -565,891 Analisando o quadro 5, através do valor p, considerando o nível de significância de 5%, temos que os parâmetros do modelo são significativos. A partir do quadro 5 obtemos os seguintes resultados: ! = −16,1298; !8 = 0,857463; "ž = 0,425946 Portanto, ln ̂‡ ~ ™X¤W = −16,1298 + 0,8575 , " Y , onde ‡ 50 "ž = 0,425946 .± = !8 / = 7,39 ∗ 1023 ; - = expw! { = 9,88 ∗ 102² 4.2.3. Verificação da Adequação do Modelo usando os Resíduos As análises gráficas dos resíduos são utilizadas para identificar os modelos inapropriados. Neste trabalho usaremos os gráficos dos resíduos de Cox-Snell e os resíduos Padronizados. Além disso, construímos gráficos de Probabilidade para cada nível da variável aceleração com base em valores individuais, para avaliar se a distribuição proposta e os parâmetros de escala e forma são adequados. Esses gráficos de probabilidade inclui a estatística de Anderson-Darling, que é uma medida de qualidade do ajuste. Quanto menor o valor dessa estatística, mais adequado será o modelo. 99,9 99,9 99 99 99 90 90 80 90 80 70 80 70 60 70 60 50 60 50 40 50 40 40 30 30 30 20 20 20 10 10 10 5 5 5 3 3 3 2 2 2 1 1 1 0,1 0,1 0,001 0,01 0,1 1 Resíduos C ox-Snell Exponencial 10 0,001 0,01 0,1 1 Resíduos Cox-Snell Weibull 10 0,1 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 Resíduos Cox-Snell Log-Normal Figura 15 – Gráficos dos Resíduos de Cox-Snell para o modelo Exponencial, Weibull e Log-normal Analisando a figura 15, percebe-se que a distribuição exponencial não é adequada para análise dos dados, pois os pontos não estão próximos de uma reta. Tanto o modelo weibull e log-normal parecem adequados. 51 99,9 99 99 99 90 90 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 95 90 80 30 70 30 20 60 20 50 10 10 40 30 5 5 20 3 3 2 2 10 1 1 5 1 0,1 0,1 -8 -4 0 Resíduos Padronizados Exponencial 0,1 -8 -4 0 Residuos Padronizados Weibull -3 0 Residuos Padronizados Log-Normal 3 Figura 16 – Gráficos dos Resíduos Padronizados para o modelo Exponencial, Weibull e Log-normal Os gráficos da figura 16 confirmam a análise feita pela figura 15, pois ao observar esses gráficos, temos que tanto à distribuição weibull quanto a log-normal parecem adequadas. No entanto, percebe-se que no gráfico da distribuição de weibull todos os pontos encontram-se dentro do intervalo de confiança. 99 99 90 90 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 5 5 3 3 2 2 99 95 90 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 1 1 10 100 1000 10000 100000 Gráfico de Probabilidade Exponencial 1 100 1000 10000 Gráfico de Probabilidade Weibull 100000 100 1000 10000 Gráfico de P robabilidade Log-Normal 100000 Figura 17 – Gráfico de Probabilidade para cada nível da variável aceleração com base no modelo ajustado Os gráficos de probabilidade, figura 17, sugerem que o modelo weibull e o lognormal são adequados para análise dos dados. Pois, nos gráficos de probabilidade os pontos próximos de uma reta e dentro do intervalo de confiança indicam que o modelo proposto e os parâmetros de escala e forma estão adequados. 52 Quadro 6 – Estatística de Anderson-Darling para adequação do ajuste Anderson-Darling (adjusted) Goodness-of-Fit At each accelerating level Modelos Exponencial Level Fit Modelo Weibull Level Fit Modelo Log-Normal Level Fit 110 24,790 110 23,121 110 23,103 130 3,644 130 1,122 130 1,023 150 4,024 150 1,210 150 1,173 170 3,648 170 1,214 170 1,507 Standardized Residuals = 10,097 Standardized Residuals = 0,979 Standardized Residuals = 0,623 Cox-Snell Residuals = 10,097 Cox-Snell Residuals = 0,979 Cox-Snell Residuals = 0,710 Analisando os valores da estatística de Anderson-Darling para os modelos proposto (quadro 6), percebe-se que o modelo log-normal apresenta os menores valores, indicando o melhor ajuste dos dados. No entanto, como as técnicas gráficas, as análises de resíduos e os gráficos de probabilidade indicaram os dois modelos satisfatórios. A seguir, os resultados dos dois modelos serão extrapolados para as condições normais de uso. 4.2.4. Extrapolação dos Resultados para as Condições de Uso Através dos resultados obtidos na seção 4.2.3 concluímos que tanto o modelo Arrhenius-Weibull e Arrhenius-Log-normal são adequados para ajuste dos dados. Então, usaremos esses modelos para extrapolar os resultados para as condições de uso do isolante, que normalmente funcionam entre 80℃ e 100℃. 4.2.4.1. Estatísticas estimadas pelo Modelo Arrhenius-Weibull quando o isolante é submetido às temperaturas de 80℃ Quadro 7 – Percentis estimado pelo modelo Ahrrenius-Weibull quando o Isolante é submetido a 80℃ ℃ Tabela de Percentis Percent 10 50 63 90 estresse 80 80 80 80 Percentile 81910,9 159584 181325 244106 Standard Error 15021,5 27446,9 31219,8 42868,4 95,0% Normal CI Lower Upper 57179,7 117339 113918 223557 129390 254105 173020 344399 53 Tempo Mediano µž¶,·¶ quando o Isolante é submetido a 80℃ ̂ = 159584ℎ™XW& ,3 Analisando o quadro 7, percebe-se que o tempo mediano de vida do isolante submetido à temperatura de 80℃ é de 159584 horas, ou seja, 50% desse isolante dura 18,2 anos ao trabalhar 24 horas/dia. Tempo Médio de Vida (MTTF) Sž = exp −15,1874 + 0,83072 ‡ = ̂ T¸ ,UV = 181325 e f = 2,82462 = SžΓw1 + 1⁄f { = 181325Γ 1,3540 = 181325 ∗ 0,891 ∗∗∗ * = 161560,57 O tempo médio de vida do isolamento submetido a 80℃ é de 18,4 anos ao trabalhar 24horas/dias. Percentis µž¶,¹¶ ºµž¶,»¶ quando o Isolante é submetido a 80℃ ̂ ̂ ,8 ,¼ = 81910,9ℎ™XW& = 244106ℎ™XW& Analisando o quadro 7, temos que o tempo de falha de 10% do isolante submetido à temperatura de 80℃ que trabalha 24 horas/dia é de 9 anos. E 90% desse isolante que trabalha 24horas/dia param de funcionar antes dos 28 anos. ***valor da tabela Função Gama (anexo) 54 4.2.4.2. Estatísticas estimadas pelo Modelo Arrhenius-Weibull quando o isolante é submetido às temperaturas de 100℃ Quadro 8 – Percentis estimado pelo modelo Ahrrenius-Weibull quando o Isolamento é submetido a 100℃ ℃ Tabela de Percentis Percent 10 50 63 90 estresse 100 100 100 100 Percentile 18964,8 36948,6 41982,1 56517,8 Standard Error 2537,22 4216,51 4773,67 6629,02 95,0% Normal CI Lower Upper 14590,5 24650,6 29543,4 46209,9 33595,1 52462,8 44910,5 71125,2 Tempo mediano µž¶,·¶ quando o Isolante é submetido a 100℃ ̂ ,3 = 36948,6ℎ™XW& Analisando o quadro 8, percebe-se que o tempo mediano de vida do isolante submetido à temperatura de 100℃ é de 36948,6 horas, ou seja, 50% desse isolante dura 4,2 anos ao trabalhar 24 horas/dia. Tempo Médio de Vida Sž = 9 : −15,1874 + 0,83072 ‡ = ̂ T¸ ,UV = 41982,1 e f = 2,82462 = SžΓw1 + 1⁄f { = 41982,1Γ 1,3540 = 41982,1 ∗ 0,891 ∗∗∗ = 37406,05 O tempo médio de vida do isolamento submetido a 100℃ é de 4,3 anos ao trabalhar 24horas/dias. Percentis µž¶,¹¶ ºµž¶,»¶ quando o Isolante é submetido a 100℃ ̂ ̂ ,8 ,¼ = 18964,8ℎ™XW& = 56517,8ℎ™XW& Analisando o quadro 8, temos que o tempo de falha de 10% do isolante submetido à temperatura de 100℃ e que trabalha 24 horas/dia é de 2,2 anos. E 90% desse isolante que trabalha 24horas/dia param de funcionar antes dos 6,4 anos. ***valor da tabela Função Gama (anexo) 55 4.2.4.3. Estatísticas estimadas pelo Modelo de Arrhenius-Log-normal quando o Isolamento é submetido às temperaturas de 80℃ Quadro 9 – Pencentis estimado pelo Modelo Arrhenius-Log-normal quando o Isolamento é submetido a 80℃ ℃ Tabela de Percentis Percent 10 50 63 90 estresse 80 80 80 80 Standard 95,0% Normal CI Error Lower Upper 16604,2 71041,5 137313 27967,6 123607 235136 32440,3 142052 271450 51000,0 209522 413305 Percentile 98767,0 170483 196367 294272 Tempo mediano µž¶,·¶ quando o Isolante é submetido a 80℃ ̂ ,3 = 170483ℎ™XW& Analisando o quadro 9, percebe-se que o tempo mediano de vida do isolante submetido à temperatura de 80℃ é de 170483 horas, ou seja, 50% desse isolante dura 19,5 anos ao trabalhar 24 horas/dia. Tempo Médio de Vida ̂ = ln Sž = ln ̂ ,UV = 12,188 e "ž = 0,425946 T¸ = 9 : ̂ + "ž Y ⁄2 = exp 12,188 + 0,091 = 215069,17 O tempo médio de vida do isolamento submetido a 80℃ é de 24,6 anos ao trabalhar 24horas/dias. Percentis µž¶,¹¶ ºµž¶,»¶ quando o Isolante é submetido a 80℃ ̂ ̂ ,8 ,¼ = 98767,0ℎ™XW& = 294272ℎ™XW& Analisando o quadro 9, temos que o tempo de falha de 10% do isolante submetido à temperatura de 80℃ e que trabalha 24 horas/dia é de 11,3 anos. E 90% desse isolante que trabalha 24horas/dia param de funcionar antes dos 33,6 anos. 56 4.2.4.4. Estatísticas estimadas pelo Modelo de Arrhenius-Log-normal quando o Isolamento é submetido às temperaturas de 100℃ Quadro 10 – Percentis estimado pelo modelo Arrhenius-Log-normal quando o Isolamento é submetido a 100℃ ℃ Tabela de Percentis Percent 10 50 63 90 estresse 100 100 100 100 Standard Error 2544,17 4139,73 4834,28 7972,60 Percentile 21815,5 37656,0 43373,3 64998,5 95,0% Normal CI Lower Upper 17357,9 27417,9 30356,9 46710,2 34861,8 53962,9 51108,9 82662,9 Tempo mediano µž¶,· quando o Isolante é submetido a 100℃ ̂ ,3 = 37656,0ℎ™XW& Analisando o quadro 10, percebe-se que o tempo mediano de vida do isolante submetido à temperatura de 100℃ é de 37656,0 horas, ou seja, 50% desse isolante dura 4,3 anos ao trabalhar 24 horas/dia. Tempo Médio de Vida ̂ = ln Sž = ln ̂ ,UV = 10,68 e "ž = 0,425946 T¸ = 9 : ̂ + "ž Y ⁄2 = exp 10,68 + 0,091 = 47619,6 O tempo médio de vida do isolamento submetido a 100℃ é de 5,4 anos ao trabalhar 24horas/dias. Percentis µž¶,¹¶ ºµž¶,»¶ quando o Isolante é submetido a 100℃ ̂ ̂ ,8 ,¼ = 21815,5ℎ™XW& = 64998,5ℎ™XW& Analisando o quadro 10, temos que o tempo de falha de 10% do isolante submetido à temperatura de 100℃ e que trabalha 24 horas/dia é de 2,5 anos. E 90% desse isolante que trabalha 24horas/dia param de funcionar antes dos 7,4 anos. 57 4.2.4.5. Percentual de Falha Esperada quando o Prazo de Garantia é de um ano Modelo Arrhenius-Weibull à temperatura de 80℃ 1 ano de uso (24 horas/dia) = 8760 horas Percentual de falha (p) = 1– 8760ℎ™XW& Usado o modelo de confiabilidade de Weibull (equação 18), temos: 8760 Y,²Y¾UY : = 1 − exp “− • ‘ ” = 0,02% 181325 Logo, no prazo de um ano o percentual de falha esperada do produto do produto submetido à temperatura de 80℃ será de 0,02%, caso o produto trabalhe 24horas/dia. Modelo Arrhenius-Weibull à temperatura de 100℃ 1 ano de uso (24 horas/dia) = 8760 horas Percentual de falha (p) = 1– 8760ℎ™XW& Usado o modelo de confiabilidade de Weibull (equação 18), temos: 8760 Y,²Y¾UY : = 1 − exp “− • ‘ ” = 1,2% 41982,1 Logo, no prazo de um ano o percentual de falha esperada do produto do produto submetido à temperatura de 100℃ será de 1,2%, caso o produto trabalhe 24horas/dia. Modelo Arrhenius-Log-normal à temperatura de 80℃ 1 ano de uso (24 horas/dia) = 8760 horas Percentual de falha (p) = 1– 8760ℎ™XW& Usado o modelo de confiabilidade de Log-normal (equação 24), temos: : = 1 − Φ“ − ln 8760 − 12,18 ” = 0,000% 0,425946 58 Logo, no prazo de um ano o percentual de falha esperada do produto do produto submetido à temperatura de 80℃será de 0,00%, caso o produto trabalhe 24horas/dia. Modelo Arrhenius-Log-normal à temperatura de 100℃ 1 ano de uso (24 horas/dia) = 8760 horas Percentual de falha (p) = 1– 8760ℎ™XW& Usado o modelo de confiabilidade de Log-normal (equação 24), temos: : = 1 − Φ“ − ln 8760 − 10,68 ” = 0,008% 0,425946 Logo, no prazo de um ano o percentual de falha esperada do produto submetido à temperatura de 100℃ será de 0,008%, caso o produto trabalhe 24horas/dia. 4.2.4.6. Comparação das estatísticas estimadas pelos modelos Arrhenius-Weibull e Arrhenius-Log-normal Quadro 11 – Comparação das estatísticas estimadas pelos dois modelos quando o produto é submetido a 80℃ ℃ Temperatura de 80⁰C Modelo Arrhenius-Weibull Arrhenius-Log-normal MTTF 18,4 anos 24,6 anos .3 18,2 anos 19,5 anos .8 9 anos 11,3 anos .¼ 28 anos 33,6 anos % falha (1 ano) 0,02% 0,000% Quadro 12 – Comparação das estatísticas estimadas pelos dois modelos quando o produto é submetido a 100℃ ℃ Temperatura de 100⁰C Modelo Arrhenius-Weibull Arrhenius-Log-normal MTTF 4,3 anos 5,4 anos .3 4,2 anos 4,3 anos .8 2,2 anos 2,5 anos .¼ 6,4 anos 7,4 anos % falha (1 ano) 1,20% 0,008% Analisando os quadros acima, percebe-se que as estatísticas estimadas pelos dois modelos na temperatura de 100℃ são parecidas, mas, diferente para a temperatura de 80℃. E observa-se que, o tempo de falha e o percentual de falha, tende a diminuir com o aumento da temperatura. 59 4.2.5. Pseudocódigos para Dados de Vida Acelerado Abaixo segue uma sugestão de como criar um pseudocódigo para gerar dados de vida acelerado. Quadro 13 – Pseudocódigo para dados de vida acelerado Os dados devem ser gerados seguindo algum modelo, por exemplo: Seja o modelo Y=log(T) = bo + b1 X + sigma* épsilon onde x é a variável de estresse episilon é Normal (0,1) então, os tempos até a falha T serão lognormais com parâmetro: mi= bo+b1X e sigma ou Y será Normal com média mi =bo+biX e variancia sigma**2. Assim, os dados poderão ser gerados para vários níveis da variável de estresse x 60 5. CONCLUSÕES No presente trabalho, reunimos uma amostra de 80 isolantes utilizados em motores elétricos que, ao submetê-los a altas temperaturas, geraram conclusões que proporcionaram resultados importantes que serão citados abaixo. Nesse experimento utilizamos os modelos de testes de vida acelerado por permitir reunir estatísticas fundamentais para a confiabilidade do produto. Como o tempo de falha desse produto costuma durar anos, e é inviável um experimento desse porte, a utilização desse teste nos permitiu acelerar essa degradação usando altas temperaturas e extrapolar os resultados para as condições de uso. O teste de vida acelerado reúne uma série de modelos de regressão estresse-reposta que facilitam as análises. Nesse trabalho, os modelos que melhor se ajustaram aos dados do experimento foram os modelos Arrhenius-Weibull e Arrhenius-Log-normal. Os dois modelos apresentaram parâmetros significativos, análises gráfica e análise de resíduos satisfatórios. Entretanto, pela estatística de Anderson-Darling para adequação do ajuste, foi detectado que o modelo log-normal parece ser o mais adequado para o ajuste desses dados. Portanto, o indicado será a utilização desse modelo para extrapolação dos resultados. Assim, através dos resultados obtidos, foi possível responder questões de dúvidas relacionadas ao produto, como: O tempo médio de vida do produto; Tempo mediano de vida; O percentual de falha associado ao produto se o fabricante deseja estipular um prazo de garantia de um ano; O tempo de garantia possível de ser estipulado, caso o fabricante queira custear a falha de no máximo 10% de seus produtos. Portanto, com o aumento da competitividade entre as empresas e indústrias dos mais variados segmentos, e, no intuito de adquirir um perfil de destaque no mercado, esse tipo de estudo pode contribuir para desenvolver produtos ainda melhores, que atendam aos requisitos de qualidade e confiabilidade. 61 6. REFERÊNCIAS ABREU, André L. E. Intervalo de Confiança Bootstrap para Valores da Função de Confiabilidade Estimados pelo Método de Kaplan-Meier. Dissertação de Mestrado. Curitiba, 2011. BASTOS, Joana e ROCHA, Cristina. Análise de sobrevivência: Conceitos Básicos. 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