desafios da cult 10

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Instituto de Educação Infantil e Juvenil
Outono, 2017. Londrina,
Nome:
de
Ano:
Tempo Início:
Término:
Edição 10 MMXVII
Total:
Fase 1
Grupo Pais
DESAFIOS DA CULT 10
Londrina, 3 de maio de 2017
OS DESAFIOS DA VIDA: ATÉ QUE PONTO DEVEMOS NOS PREOCUPAR?
Prezados Pais e/ou Responsáveis,
Nas últimas semanas, dois assuntos têm chamado a atenção de crianças e adolescentes e
gerado discussões entre formadores de opinião em jornais, sites e redes sociais no Brasil e no
mundo: a série “13 Reasons Why”, da Netflix, e o jogo Baleia Azul (Blue Whale).
Temos pesquisado sobre os assuntos, pois, tudo que interessa aos nossos jovens torna-se
conteúdo de aprendizagem. Especialistas chamam a atenção para o modo como a série e o jogo
podem estimular comportamentos negativos. Cabe, a nós, Educadores e Pais, buscarmos atender
aos questionamentos deles.
Como uma escola voltada para a educação dos jovens, achamos importante que os
senhores acompanhem o tema desta Cult, leiam junto com seus filhos os textos e conversem com
eles sobre o assunto. Só poderemos ajudá-los a crescer se conhecermos, com profundidade, sobre
o que pensam, o que fazem, como vivem o seu dia a dia.
Procuraremos enviar-lhes textos que possam nos auxiliar a orientar nossos queridos jovens
e acompanha-los, sempre que necessário.
Agradecemos a atenção e colocamo-nos à sua disposição para conversarmos.
Professores do IEIJ
REFEIÇÃO E ATIVIDADE COM OS FILHOS PODEM
SER ARMA CONTRA A BALEIA AZUL
Descobri na semana passada que meu filho de sete anos já tinha ouvido
falar a respeito do jogo da Baleia Azul —incluindo seu suposto desafio final que
seria a tentativa de suicídio—, ainda que com uma compreensão limitada sobre o
que isso significa.
Mães de colegas dele relataram histórias parecidas (o alerta sobre a
exposição das crianças ao tema veio, aliás, de uma delas).
Embora eu viesse lendo sobre esse assunto —até por ofício profissional–,
não tínhamos mencionado isso em casa em nenhum momento. Ele não tem
acesso a celular, internet e não assiste ao noticiário.
Por isso, inicialmente, fiquei bastante intrigada sobre como um tema tão
árido teria chegado em crianças tão pequenas.
Depois veio a conclusão de que seria ingenuidade acreditar em algum tipo
de blindagem aos ouvidos dos meus filhos em uma época em que fatos e boatos
se espalham como rastro de pólvora por redes sociais.
Ainda que pais e professores evitem determinados assuntos, as notícias —
falsas ou verdadeiras— circulam rapidamente entre jovens e adolescentes, que,
eventualmente, podem relatá-las aos irmãos menores.
Até os cinco, seis, anos de idade a imaginação e a fantasia atuam como
uma espécie de proteção contra fatos e rumores mais complexos da vida.
Na passagem para os sete, oito anos, no entanto, a percepção sobre a
realidade vai aumentando gradualmente.
Noto que meu menino de sete anos começa a dar significados diferentes,
por exemplo, aos vilões das historinhas infantis e aos bandidos do nosso dia a
dia de metrópole violenta.
Embora ele nunca tenha presenciado algum roubo ou assalto, começou a
nos questionar recorrentemente sobre o tema, que o assusta bastante, enquanto
meu filho de cinco anos ainda permanece alheio a isso.
Aliás, o que mais me comoveu sobre a temática do jogo da Baleia Azul
entre as crianças foi a pergunta que ele me fez quando conversamos sobre o
assunto: "Mamãe, as pessoas podem se matar para escapar de uma perseguição
por 20 ladrões?", associando os dois assuntos.
Não tenho a receita para a abordagem ideal em situações difíceis como
essa, mas ela aumentou meu convencimento sobre a importância de ouvir nossas
crianças com atenção e de buscar conversar com elas desde a mais tenra idade.
Evidências sobre os efeitos positivos do diálogo com nossos filhos só têm
aumentado nos últimos anos.
Na semana passada mesmo, a OCDE confirmou isso em um relatório sobre
o bem-estar dos estudantes avaliados no Pisa, conhecido exame de
aprendizagem internacional.
A organização concluiu que uma simples refeição semanal entre pais e
filhos está associada a um aumento de pelo menos 12 pontos na nota dos jovens
em ciências (a comparação leva em conta alunos com o mesmo nível
socioeconômico).
Segundo a OCDE, esse resultado pode capturar o fato de que os pais
aproveitam esse momento para encorajar os filhos a estudar, monitorar seu
desempenho na escola e demonstrar apoio a eles.
Outras atividades como passar tempo apenas conversando com as crianças
e discutir seus resultados acadêmicos também têm efeito positivo sobre a
aprendizagem.
A organização concluiu ainda que adolescentes que percebem elevado
interesse dos pais por suas atividades escolares se sentem mais satisfeitos com
suas próprias vidas.
Isso, certamente, reduz a vulnerabilidade à depressão que, ao contrário do
jogo da Baleia Azul —que permanece no campo do boato— é, sem dúvida, uma
causa do aumento de suicídios de jovens em todo o mundo.
érica fraga
É jornalista com mestrado em Economia Política Internacional no Reino Unido. Venceu os prêmios Esso, CNI e Citigroup. Mãe
de três meninos, escreve sobre educação, às quartas.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ericafraga/2017/04/1878644-refeicao-eatividade-com-os-filhos-podem-ser-arma-contra-a-baleia-azul.shtml
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