Elenco de COLABORADORES: ? , Salazar. Adolfo Casals Monteiro, Alberto Serpa. Alexandre Jorge Gonçalves. Alves Costa, António Sergio, Artur Augusto, Artur Justino, Cardoso Júnior,Carlos de Sousa Estrada, Castelo Branco Chaves, Cruz Malpique, Eduardo Braga, Eduardo St arlatti. Eurico Tomaz de Lima, Ferreira de Castro. Frederico Alves, Hernâni Cidade, Jaime Brasil, J a i m e Cirne, J o ã o Alberto, J o ã o de Barros, J o s é Régio, Julião Quintinha. Luis de Janjusto. Lygia, Mando Martins, Manuel Inácio Faria, Maria Áurea, Maria Emília, Mário Dionísio, Marques Matias, Miguel Torga, N u n o S i m õ e s , SanfAna Dionísio, Sérgio Augusto Vieira, Vasco da Gama Fernandes, Vinha dos Santos, e t c , etc. de S O L a SOL Geografia de Marte... Liga de Profilaxia Social agitar o problema, difundir a ideia do descanço pago, para que no Verão que se aproxima alguns corpos a isso pouco habituados pudessem retemperar-se já e, por isso, seritir seus espíritos aliviados e rejuvenescidos. Entre dois operários, leitores assíduos e pacientes da imprensa diária, travou-se, a dada altura, este curiosíssimo diálogo: —Tem seguido, com interesse, as várias fases tia guerra espanhola? —Sem dúvida;—desde o inicio. —Não sei s e consigo acontece o mesmo. No entanto, eu que \sra totalmente leigo em coisas de geografia, só depois que os italianos estenderam para ja Abissínia o seu olhar protector, fiquei eonhecendo esse pais e as suas principais cidades. —Ocorre, comigo, facto idêntico. —E já reparou, que a guerra da Espanha, nos está dando, com a mesma pródiga generosidade, a sua respectiva lição de geografia? —Já. —Pois bem. Embora, lamentavelmente, eu tenha esquecido quási tudo o que aprendi graças à ocupação italiana da Abissínia, sinto que, sem ela, v sem a tentativa de ocupação da Espanha pelas tropas de Franco, nada lograria rasgar a minha den&ti- ignorância em matéria geográfica... —Tranqúilize-se. A guerra mundial, infinitamente mais fértil em ensinamentos, operaria ês.\e milagre, oom muito maior eficácia do que a ocupação da pobre Abissínia e da Espanha mártir... que são, apenas, o preâmbulo,da grande lição qw Marte ?>os prepara. Primavera e... b e l Intelectualismo descanço Estamos nos risonhos e otimistas tempos da primavera. Tudo vemos florir à nossa volta e, se não apenas nas cores variadas das flores, há florescências de sorrisos e um novo brilho nos olhares. Existe a Sensação, que sempre se repete, de que tudo renasce, abandonando um letargo pesado, e que w í e quadra é a da alegria expansiva, a da comunicação das almas entre si e a das graças que aos deuses da beleza e do amor costumam os homens ofertar. Todos pensam—e por que não?—reviver a doçura dum paganismo são, colher na mãi natureza, como Anteu beijando a terra, energias novas para as tarefas futuras e ao campo e ao mar, na verdura dos campos ou no areal róseo da orla marinha, ir buscar saúde, vibrações novas, numa sã vida dos sentidos. Que se pense—como lá fora—em assegurar a todos os que trabalham o descanço devido * que a ideia das «férias pagas» (essa iniciativa que em França.deu aos «loisirs» foros de necessidade nacional) s e vá radicando entre nós. Isso contribuirá muito para o melhoramento das rtiiaçôes entre o povo português, que por melhor se conhecer melhor se compreenderá, aproximando as gentes da cidade com os homens da aldeia. Robustecerá os organismos dos que trabalham e isso é essencial à vida progressiva dum pais. Gostaríamos de vêr a benemérita Em carta particular que nos escreve, um bom amigo acionselha a que fujamos de cair nesse vicio <eanulador e pernicioso» do intelectualismo, que considera «elucubração, apenas, sem a ânsia nem a veemência apaixonada daquilo que se ppnsa ao pretender erguer uma cultura». E' de notar esta observação, feita em rápidas linhas, e de apreciar a sua justeza. Por certo que não enfileiramos ao lado dos metafísicos penhores que pregaram, para distantes terras (e aqui òuviu-se o éco dessa pregação), a '.falência» do esforço mental e a improficuidade de ioda a tentativa de ordenação, rectificação c reconhecimento das noções adquiridas sobre a vida. Era o anti-intelecttialismo... Mas não caiámos no erro, a que uma simples ilusão nos pode conduzir, de fazer do «pensamento puro» uma finalidade do pensamento, da elucubração uma construção—sem vida da época, sem emoções, sem realidades do presente. Evitemos cair no pensamento pelo pensamento e tomemo-lo como ensaio de percepção racional da existência. Que o nosso esforço tenda sempre a finalidades concretas, não desprezemos nunca os aspectos iprátitíos, não nos ruborizemos por afirmar de quando em quando e deixemos 00 esforço Intelectual o seu papel criador. Que não seja um «intelectualismo»—nesse sentido depreciativo que o vulgo lhe dá—esta tarefa intelectual da época. Rodrigues Lapa falou-nos há tempos mima coisa imperiosa: pensar com as mãos... Código da velocidade Lemos que o Automóvel Clube de Portugal, no benemérito intuito de vêr evitados os desastres de viação autonnóvel. vai fazer afixar, em todo o pais, pequenos cartazes indicando aos peões a forma de transitar nas ruas. Consequentemente, 'cnsinar-lhes que iiáo devem atravessar as ruas sem se certificarem da aproximação de qualquer veiculo e que devem fazê-lo semvrc em sentido perpendicular, etc. Além disto, o precioso cartaz recomendará ás crianças que não devem utilizar ns ruas «corno parques de recreio ou campos de jogos*. Soberbo! não acham?! Quem dotará as crianças dos tais parques de recreio, cuja falta fica implicitamente demonstrada? E quem fará reconhecer a estes senhores, que devem refreiar os seus ímpetos velozes e deixar de utilizar as ruas para pistas de com- A S S I Í M A T U R A S (PAGAMENTO ADIANTADO) Strie de B números. 5 ESCUDOS de tiUcatuca t uítíca a 1 e 15 Porto, de c a d a 1 de mês Junho de VISADO 1937—Ano PELA COMISSÃO primeiro-Número DE CENSURA nove