EMATER - MG Página 1 de 5 Pecuária Febre Aftosa Nome Produto Data Preço Linha Resenha Autor(es) Febre Aftosa Informação Tecnológica Novembro - 2000 Pecuária Informações sobre a doença Fernando Cruz Laender – Med. Vet. – EMATER-MG David de Castro – Med. Vet. - IMA Pecuária Febre Aftosa Menu Introdução Sintomas Como prevenir Etiologia Patogenia e Transmissão Sinais e Sintomas Clínicos Diagnóstico Prognóstico Tratamento Profilaxia 1 - Introdução Minas está caminhando para livrar-se da febre aftosa e precisa mais do que nunca da participação do produtor rural na vacinação de seu rebanho e da conscientização de seus vizinhos nas datas fixadas pelo IMA. Lembre-se, a vacinação continua obrigatória. A vacinação é ainda mais importante para não permitir o reaparecimento da febre aftosa. Isso poderá evitar o que ocorreu no Rio Grande do Sul. 2 - Sintomas z O animal doente apresenta febre e feridas (aftas) na língua, gengivas, úbere e entre as unhas. http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Pecuaria/Aftosa.htm 10/17/aaaa EMATER - MG Página 2 de 5 z z Baba muito e tem dificuldade para se alimentar por causa das feridas. A febre aftosa ataca todos os animais domésticos biungulados (duas unhas): bovinos, cabritos, suínos, búfalos. Assim como veado, capivara e outros animais selvagens. . 3 - Como prevenir Vacinação z z z z Vacinar todos as bovinos, conforme data marcada pelo IMA. Usar seringa e agulhas fervidas e desinfetadas. Conservar a vacina em caixa de isopor com gelo ou em geladeira (na prateleira e nunca no congelador), em temperatura de 2 a 6º C. Aplicar 5 ml no músculo. Focos z No caso de suspeita de febre aftosa, comunicar com urgência ao medico veterinário do IMA e da EMATER-MG. . 4 - Etiologia A febre aftosa é causada por um dos menores vírus encontrados na natureza ( família Picornaviridae, gênero Aphtovirus ), do tipo RNA e não envelopado. Sobrevive à pasteurização, permanecendo viável no meio ambiente por até 28 dias; no couro após abate por 1 ano, na manteiga por ate 45 dias, no leite em pó por ate 2 anos, na carcaça (medula, ossos, cérebro e linfonodos) por mais de 1 ano e no queijo cru por 6 meses ou mais. 0 vírus é extremamente sensível aos extremos de pH. No Brasil, há 3 tipos de vírus denominados O, A e C. Este ultimo esta em fase de erradicação e não tem ocorrido nos rebanhos nacionais. Cada tipo de vírus possui vários subtipos. http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Pecuaria/Aftosa.htm 10/17/aaaa EMATER - MG Página 3 de 5 5 - Patogenia e Transmissão A infecção ocorre principalmente pelas vias oral (alimento e água contaminados) e respiratória. As microlesões provocadas pelo capim na mucosa bucal funcionam como pontos de penetração do vírus no organismo. Atualmente, esta comprovado que a via respiratória requer a menor dose de vírus para infectar a bovino, sendo que o sítio primário de multiplicação viral estaria localizado na mucosa respiratória superior e, possivelmente, nas vias respiratórias inferiores. Posteriormente, há o desenvolvimento de vesículas primarias, num período de 24 horas a 7 dias. Essas vesículas se rompem, e os vírus nelas contidos caem na circulação sangüínea, onde se multiplicam, gerando o estado febril. Nessa fase, o vírus é altamente eliminado. Após uma semana, ele é neutralizado, e a eliminação interrompida. O animal portador funciona como tal por, no máximo, 8 meses, período no qual não há replicação viral. Esse portador somente é transmissor em condições desfavoráveis, como estresse, fome e queda de imunidade. No suíno, a principal via de eliminação do vírus é a aerógena, enquanto que nos bovinos as principais são a saliva, o leite e a carne. Bovinos, cabras, ovelhas e suínos transmitem entre si a doença. Nessa lista entram também vários animais da fauna brasileira, como: o veado, a capivara e o porco-do-mato. Todas as secreções (urina, leite, sêmen e fezes) podem ser infectantes, antes que o animal esteja clinicamente enfermo e mesmo depois de clinicamente curado. Existe uma doença bastante comum, denominada estomatite vesicular, que provoca aftas na boca do homem, causada por outro vírus completamente diferente. Apesar disso, o homem pode servir de veiculo de transmissão, levando o vírus em roupas e sapatos e utensílios, como: cabresto, sela, vasilhames, etc. 6 - Sinais e Sintomas Clínicos A febre ( ultrapassa os 41º C e permanece por uma semana) é o primeiro sintoma. Logo no inicio do surto, os animais apresentam-se arrepiados, tristes, diferentes. Há o aparecimento de aftas ( na verdade vesículas, que são bolhas cheias do liquido muito rico em vírus ), na boca, na língua, na gengiva, entre os cascos, no úbere e na vulva; os animais babam muito e parecem estar mastigando o tempo todo. Não é rara a ocorrência de aborto, principalmente nos últimos meses da gestação. A infecção secundaria por bactérias nas lesões das tetas leva as vacas a adquirirem mamite. As conseqüências dessas lesões são serias. As feridas nos cascos ( pododermatite grave ) e na boca, junto com a febre, vão impedir o animal de pastar. A perda de peso de 10 a 15% e a diminuição da produção do leite de aproximadamente 60% são inevitáveis. Alem disso, 4 a 6 meses podem-se passar ate que o animal recupere seu potencial de conversão alimentar, reprodução e fertilidade. O vírus do tipo C pode provocar lesões cardíacas em bezerros ( "coração tigrado " ). Nos bovinos adultos, podem ocorrer lesões cardíacas crônicas. http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Pecuaria/Aftosa.htm 10/17/aaaa EMATER - MG Página 4 de 5 7 - Diagnóstico Baseado, principalmente, na sintomatologia clinica. É importante o diagnostico diferencial de outras doenças, como: a estomatite vesicular (que afeta também os eqüinos), a rinotraqueite infecciosa dos bovinos (IBR), a diarréia bovina a vírus (BVD) e a língua azul. MATERIAlS NECESSARIOS PARA EXAMES LABORATORIAIS PARA CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO: z z z Epitélio lingual, conservado em frasco contendo liquido de Vallée ( Saliva pH 7,4 + glicerina ) – Exame virológico. Liquido das vesículas, colhido com seringa estéril, conservado sob refrigeração – Exame virológico. Soro sangüíneo conservado em refrigeração. . 8 - Prognóstico Favorável a reservado. A mortalidade é baixa nos animais adultos, estando entre 2 a 5%, enquanto nos jovens, pode atingir até 20%. No entanto, devido ao fato de ser altamente contagiosa, promove enorme prejuízo. 9 - Tratamento Não existe tratamento especifico ou que seja eficaz. Devem-se tratar os sintomas, com aplicação de soluções anti-sépticas nas feridas da boca e do úbere. Os cascos, se possível, devem ser protegidos com bandagens. Nos animais doentes e ou convalescentes, o uso do pedilúvio ( sulfato de cobre a 2% ) é indicado. Tem-se recomendado também em pedilúvio o uso de 100 litros de água, 2 litros de formol, 2 kg do sulfato de cobre e 2 kg de sulfato de zinco. No entanto, eles devem ser rigorosamente isolados, pois são fontes de infecção para os demais. 10 - Profilaxia Começa com a educação do criador, no esclarecimento e na divulgação da doença. Devem-se controlar o transporte dos animais e a vacinação http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Pecuaria/Aftosa.htm 10/17/aaaa EMATER - MG Página 5 de 5 feita de acordo com o plano regional do IMA. A vacina é trivalente (A, 0 e C). Atualmente, é utilizada a vacina oleosa, devida ao seu maior período de proteção. Pode ser aplicada pela via subcutânea ou intramuscular profunda. A vacina oleosa pode desenvolver reações alérgicas, como: edemas ou urticárias. Esses efeitos colaterais podem ser minimizados, respeitando-se a via do aplicação e seguindo as normas de higiene recomendadas. O esquema proposto atualmente pelo IMA é: z z circuito pecuário oeste — maio e novembro circuito pecuário leste — março e setembro. Para maior segurança, realizar vacinação extra dos animais que vão a leiIões, feiras e exposições. Nessas ocasiões, o gado poderá estar entrando em contato com animais não protegidos, que podem estar incubando a doença. Nunca deixe para vacinar na hora do evento. Animais recem-adquiridos devem ser vacinados e ficar isolados do resto do rebanho por aproximadamente 15 dias, especialmente em se tratando de novilhas e garrotes. Usa-se, com bons resultados para desinfeção das instalações, o carbonato de sódio a 4%. No que diz respeito à VigiIância Sanitária, todos sabem que é uma função do governo, mas a responsabilidade é rigorosamente de todos. Nos últimos anos, a cooperação entre os produtores, as empresas privadas e os órgãos oficiais tem sido motivo de excelentes resultados no campo. A febre baixou, mas tem que acabar. Continue vacinando seu gado. Na dúvida, procure o IMA e a EMATER-MG http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Pecuaria/Aftosa.htm 10/17/aaaa