Impactos do atual modelo de desenvolvimento econômico sobre as empresas Ilan Goldfajn Economista-chefe e Sócio Itaú Unibanco Dezembro, 2015 1 Roteiro Brasil sofre de competitividade. diversos desequilíbrios e No entanto, alguns ajustes estão em curso. Por que exportar é bom? Quais foram os efeitos das políticas industriais? 2 problemas de Brasil: desaceleração recente e desequilíbrios PIB per capita Produção industrial e vendas no varejo Milhares de reais 180 14 12 160 10 140 8 120 6 100 4 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 60 2003 2005 0 2004 80 2003 2 2005 2007 2009 Produção Industrial 3 Fonte: Itaú Unibanco, IBGE 2011 2013 2015 Vendas no Varejo Rankings de competitividade e facilidade para se fazer negócios Ranking competitividade global (Fórum Econômico Mundial, 2015) Suíça 1 Singapura Cingapura 2 Malásia Japão Malásia Chile África do Sul Turquia México Colômbia Peru Uruguai Brasil 6 Suíça 18 Japão México 35 49 Chile 51 Peru 57 61 69 Fonte: Itaú Unibanco, Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial 26 34 38 48 50 Turquia 55 Brasil 106 18 54 Uruguai 75 1 Colômbia África do Sul 73 Argentina 4 Ranking de facilidade para se fazer negócios (Banco Mundial, 2015) Argentina 73 92 116 121 Quais são os fatores que prejudicam os negócios no Brasil? Quais são os fatores que prejudicam os negócios no Brasil? % de respostas (World Economic Forum, 2015) Regulação tributária 18,2 Infraestrutura 15,0 Legislação trabalhista 15,0 Impostos 13,5 Burocracia governamental 12,8 Corrupção 8,8 Qualificação da mão-de-obra 6,1 Acesso a financiamento 3,4 Instabilidade política Inflação Capacidade de inovação Outros 5 Fonte: Itaú Unibanco, Fórum Econômico Mundial 2,4 1,4 1,1 2,3 Mas ajustes estão em curso: custo unitário do trabalho está voltando Custo unitário do trabalho medido em dólares em termos reais 120 100 80 60 40 20 Brasil Fonte: Itaú Unibanco, Haver Analytics 6 EUA 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 0 Ajustes estão em curso: preços no Brasil já apresentaram recuo Índice Big Mac – dez 2013 EUA jun/15=100 120 113 108 100 107 106 100 97 80 89 60 85 83 81 66 81 80 66 68 20 0 dez/13 Fonte: Itaú Unibanco, The Economist 65 66 64 62 59 57 50 48 40 7 71 jun/15 Ajustes estão em curso: conta corrente está reagindo rápido Saldo em conta corrente Bilhões US$, média móvel 3 meses -40 -50 -55 -60 -70 -80 -90 -100 -110 -115 -120 -130 -140 ago-10 Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg 8 ago-11 ago-12 ago-13 ago-14 ago-15 Brasil precisa se inserir de volta na economia mundial Grau de abertura comercial – soma de importações e exportações (%PIB) 120 100 80 60 40 20 9 Fonte: Itaú Unibanco, UNCTAD Coréia do Sul Alemanha Polônia Israel Chile México Reino Unido Canadá França África do Sul Turquia India China Rússia Peru Indonésia Venezuela Colômbia Brasil 0 Por que exportar é bom? Modelos de desenvolvimento: Latam vs. Tigres Asiáticos Latam: “substituição de importações”, ênfase no mercado interno e autossuficiência. Tigres Asiáticos: maior integração global através da “promoção de exportações”. PIB per capita Como proporção do PIB per capita dos EUA 100% 104% 80% 74% 71% 60% 51% 40% 20% 45% 42% 27% 23% 21% 20% 40% 26% 20% 19% 14% 10% 0% Argentina 10 Fonte: Itaú Unibanco, FMI Brasil Chile México Taiwan 1980 2014 Coreia do Sul Hong Kong Singapura Isolamento: Brasil tem uma das maiores tarifas de importação Nível de tarifas sobre produtos importados 11 Fonte: Itaú Unibanco, OMC (2015) Isolamento: Brasil tem poucos acordos comerciais Número de acordos comerciais regionais Chile 26 Turquia 20 Rússia 17 China 12 Colômbia 10 Indonésia 8 Brasil África do Sul 12 Fonte: Itaú Unibanco, OMC (2015) 5 4 Isolamento: Brasil não tem acordo com diversos mercados relevantes Países com os quais o Brasil tem acordo regional ou bilateral 13 Fonte: Itaú Unibanco, OMC (2015) Abertura comercial poderia aumentar IED no setor industrial Investimento estrangeiro direto Média 2012-2014 Agricult. e extrativa 13% Indústria 33% Serviços 53% 14 Fonte: Itaú Unibanco, BCB Complexidade econômica: diversidade e sofisticação da produção O índice de complexidade econômica é uma medida do grau de diversificação e sofisticação técnica dos produtos que um país é capaz de produzir. No diagrama abaixo, quanto mais pontos coloridos, mais produtos um país exporta. Índice de complexidade econômica 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Austrália Chile Argentina Indonésia África do Sul Colômbia Brasil Índia Rússia Ucrânia Bulgaria Malásia Espanha Tailândia México China Israel EUA Coréia do Sul Alemanha -0,5 15 Fonte: Itaú Unibanco, Harvard Exemplo – Alemanha: produtos exportados Brasil vs. Tailândia – exportações em 1963 Brasil Tailândia Exportações totais (bilhões de dólares, preços de 2013) Brasil 9,8 3,5 1963 16 Fonte: Itaú Unibanco, Harvard (Atlas of Economic Complexity) Tailândia Brasil vs. Tailândia – exportações em 1983 Brasil Tailândia Exportações totais PIB per capita (bilhões de dólares, preços de 2013) (dólares PPP) 42,6 9,8 3,5 1963 17 Fonte: Itaú Unibanco, Harvard (Atlas of Economic Complexity) Brasil 13,7 1983 5.069 Tailândia 2.143 1983 Brasil vs. Tailândia – exportações em 2013 Brasil Tailândia Exportações totais PIB per capita (bilhões de dólares, preços de 2013) (dólares PPP) 229 220 10 4 1963 18 43 Fonte: Itaú Unibanco, Harvard (Atlas of Economic Complexity) Brasil Tailândia 14 1983 16.00815.275 2013 5.069 2.143 1983 2013 Original Controlando para desonerações Fonte: Itaú Unibanco, IBGE, Ministério do Planejamento 19 2015.I 2014.II 2013.III 2012.IV 2012.I 2011.II 2010.III 2009.I 15% 2008.II 17% 2007.III 16% 2006.IV 18% dez/14 17% dez/13 19% dez/12 18% dez/11 20% dez/10 19% dez/09 21% dez/08 20% dez/07 22% dez/06 21% dez/05 23% dez/04 22% dez/03 24% 2006.I Formação bruta de capital fixo 2005.II Proporção do PIB 2004.III Investimento/PIB 2003.IV Carga tributária 2009.IV Política industrial: investimento caiu Política industrial: conteúdo local pode ter efeitos adversos Estudo da OCDE (mai/2015) com 38 países sobre leis de conteúdo local (LCL): Importações e exportações tendem a cair como consequência das LCLs. LCLs tem efeitos negativos sobre a economia do país, gerando distorções na produção e comércio. LCLs reduzem competitividade da economia: na maioria dos casos, as exportações de bens finais caem até 5%. LCLs dificultam diversificação doméstica, por reduzir a disponibilidade de insumos e a produção de setores não-protegidos . A taxa de emprego tende a ser afetada negativamente nos setores não protegidos. No geral, LCLs tendem a dificultar o acesso a bens intermediários mais avançados, inibindo ganhos de eficiência, integração com cadeias globais de valor e introduzindo distorções nos mercados de bens intermediários, agravando os problemas que foram criadas para resolver. 20 Fonte: Itaú Unibanco, OCDE Em resuumo Brasil sofre de competitividade. diversos desequilíbrios e problemas de No entanto, alguns ajustes estão em curso. Política industrial não gerou bons resultados. Precisamos repensar a inserção internacional do Brasil. É essencial (propostas CDPP/Cindes). 21 22