Magna Carta pode ser visitada até a próxima quinta-feira, 3, no TRT/AL Exposição trouxe a Maceió uma réplica do documento, vinda do Reino Unido Quem ainda não teve oportunidade de visitar a Exposição 800 anos da Magna Carta, em cartaz no Memorial Pontes de Miranda da Justiça do Trabalho em Alagoas, tem até a próxima quinta-feira (03/12) para fazê-lo. Promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL), em parceria com a Faculdade de Ciências Jurídicas de Maceió (FAMA) e a Embaixada do Reino Unido no Brasil, a exposição traz a Maceió uma réplica do documento, vinda diretamente do Reino Unido. O Memorial fica no 3º andar do edifício sede do TRT/AL (Av. da Paz, 2076, Centro). A Magna Carta limitou os poderes do monarca João Sem Terra da Inglaterra, que alegava que seu poder havia sido outorgado por Deus, não aceitando se submeter a nenhum tipo de lei, norma ou documento que limitassem seus poderes. O documento é apontado por historiadores e juristas como o primeiro modelo de Constituição e é considerado um marco na história do direito e pedra angular do desenvolvimento democrático inglês, inspirador de vários modelos democráticos posteriores. A exposição foi iniciada no último dia 25 de novembro e aconteceu em paralelo a um ciclo de palestras, que no primeiro dia teve as participações da professora doutora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Mara Rejane Ribeiro, do juiz de Direito Claudemiro Avelino e do professor da UFAL Douglas de Assis Bastos. O segundo dia de palestras foi aberto pelo presidente da Amatra XIX, juiz José de Santos Júnior, que saudou os participantes em nome do Tribunal. A palestra inicial foi realizada pelo professor da FAMA Victor Fentanes, com o tema "Paralelos entre a Carta Magna e a Constituição Brasileira de 1988", na qual abordou amplamente a temática apresentando uma contextualização de referências desse documento histórico com a Constituição Brasileira. O conferencista ancorou sua fala citando líderes mundiais, a exemplo de presidentes de grandes nações, pensadores e ativista políticos que tiveram como referência para suas atuações a Magna Carta. "John Kennedy, Eleanor Roosevelt, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela foram grandes defensores dos direitos humanos", disse. O professor ainda fez uma reflexão crítica sobre o conceito retrógrado vigente na sociedade brasileira a respeito dos direitos humanos. "Nós andamos na contramão do mundo quando questionamos os direitos humanos", concluiu. Na sequência, a professora da FAMA Luâni Macário realizou sua apresentação fazendo um analogia sobre os clamores do presente e do passado no que tange à consolidação dos direitos humanos. Ela colocou que este ano tivemos que repensar, também sobre os princípios da Revolução Francesa. O ciclo de palestra foi encerrado com a exposição do presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL), Daniel Nunes, que falou sobre os trabalhos desenvolvidos pela OAB no Estado com esse tema. Para ele, a visão equivocada da sociedade brasileira sobre os Direitos Humanos é reflexo do período da ditadura militar. "Ainda vigora no Brasil o conceito de que esses direitos são coisa para os bandidos. Ainda há muita coisa a se conquistar no tocante aos direitos humanos. A luta por esses direitos nunca vai acabar", enfatizou.