flora e fisionomia da restinga de panaquatira, são josé de ribamar

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XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
FLORA E FISIONOMIA DA RESTINGA DE PANAQUATIRA,
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR, MARANHÃO
Gustavo Pereira Lima – Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Biologia, PIBIC/CNPq, São Luís,
MA. [email protected]
Ariade Nazaré Fontes da Silva - Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Biologia, São Luís, MA.
Eduardo Bezerra de Almeida Jr. - Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Biologia, Bolsa
Produtividade FAPEMA, São Luís, MA.
INTRODUÇÃO
O litoral brasileiro é caracterizado por elementos que vão propiciar fisionomias diferenciadas e direcionar o tipo de
vegetação existente (SUGUIO e TESSLER, 1984). Esta vegetação, de forma geral, apresenta-se em estratos
herbáceos, formações arbustivas abertas ou fechadas, depositados em ambientes marinhos formandos por
sedimentos quaternários denominados restinga (FALKENBERG, 1999). As restingas de forma geral apresentam
espécies provenientes de outros ecossistemas que colonizaram devido a variedade das condições físicas e
fenológicas (ALMEIDA Jr. et al., 2007). Grande parte dos estudos florísticos neste ecossistema se concentram nas
regiões Sul e Sudeste do Brasil, sendo estes, ainda pontuais no Nordeste e Norte brasileiro; fazendo-se necessário
ampliar os estudos em restinga, tendo em vista a grande pressão antrópica neste ecossistema.
OBJETIVOS
O objetivo do presente estudo foi listar a flora fanerogâmica, caracterizar as fisionomias e classificar o espectro
biológico da restinga de Panaquatira.
METODOLOGIA
Área de estudo
O estudo foi realizado em uma área de restinga na praia de Panaquatira (02°28’23”S 044°03’13,8”W) ao nordeste
da Ilha do Maranhão, no município de São José de Ribamar, Maranhão.
Coleta de dados
Foram realizadas visitas no período de novembro de 2013 até março de 2015, para coleta de material botânico
fértil, através de caminhadas aleatórias por toda a área a fim de ampliar o esforço amostral. Após a coleta, o
material foi herborizado conforme as técnicas usuais em botânica e as identificações foram realizadas com auxilio
de chaves analíticas, literatura especializada e por comparação com material já identificado no Herbário do
Maranhão (MAR). A listagem das espécies seguiu a proposta de classificação do APG III e os nomes das espécies
e seus respectivos autores foram verificados na base de dados da flora do Brasil (http://florado brasil.jbrj.gov.br/).
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Classificação das formas de vida e das fisionomias
Para categorização das formas de vida utilizou-se os critérios propostos por Raunkiaer (1934), com as modificações
sugeridas por Martins & Batalha (2011). Já para as fisionomias utilizou-se o modelo de classificação de Silva e
Britez (2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram levantadas 158 espécies, 118 gêneros e 53 famílias. As famílias que apresentaram maior riqueza específica
foram Fabaceae com 24 espécies (15,19%), Cyperaceae (22 ssp.; 13,92%), Poaceae (11 ssp.; 6,96%), Rubiaceae (7
ssp.; 4,43%), Myrtaceae (6 ssp.; 3,80%) Asteraceae (5 ssp.; 3,16%), Malvaceae (5 ssp.; 3,16%), Turneraceae (5
ssp.; 3,16%), Euphorbiaceae (4 ssp.; 2,53%) e Arecaceae (3 ssp.; 1,90%). Estas 10 famílias, consideradas mais
ricas, possuem em conjunto 92 espécies (58,2%) na área, evidenciando assim, a importância de poucos grupos para
a riqueza total da restinga estudada. Quanto espectro biológico, os dados permitiram distinguir a presença de 9
formas de vida. Os terófitos predominaram com 68 espécies (43,04%), seguido pelos caméfitos (29 ssp.; 18,35%),
nanofanerófitos (22 ssp.; 13,92 %), microfanerófitos (20 ssp.; 12,66 %), trepadeiras (12 ssp.; 7,59 %), geófitos (4
ssp.; 2,53 %) e hemicriptófito, holoparasita e saprófito (1 ssp.; 0,63 % cada). Analisando este resultado, observa-se
uma predominância de terófitos em relação às outras formas de vida. Esta categoria é hegemônica em climas em
que há uma severa restrição hídrica, sendo as suas espécies basicamente anuais, ou seja, completam o ciclo de vida
desde a germinação até a maturação dos frutos na estação favorável (Martins & Batalha, 2011). Em relação a
caracterização fisionômica foram observadas seis tipos: campo aberto não inundável, campo fechado inundável de
dunas, campo fechado inundável de pós-dunas, campo aberto inundável-halófilo, fruticeto aberto não inundável e
fruticeto fechado não inundável. Grande parte deste conjunto de fisionomias também foram encontradas no litoral
nordestino (Almeida Jr. et al., 2009; Santos-Filho et al., 2010). Porém deve-se salientar, que estas semelhanças
fisionômicas não são um indicativo de afinidade na composição florística, tendo em vista, que as espécies
predominantes em cada fisionomia dos estudos tendem a ser diferentes.
CONCLUSÃO
As atividades realizadas, tiveram o intuito de gerar dados iniciais para um melhor entendimento desta vegetação no
litoral maranhense. Este conjunto de informações, florísticos e fisionômicos, são de extrema importância, pois
fornecem dados essenciais para a execução de estudos mais detalhados, futuramente sobre a vegetação costeira.
AGRADECIMENTOS
A FAPEMA pelo financiamento do projeto “Flora Maranhense: Ampliação e Informatização da Coleção Botânica
do Herbário do Departamento de Biologia-UFMA” (Processo 2887/12), que contribuiu para o desenvolvimento da
pesquisa e as bolsas dos autores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA JR., E.B.; OLIVO, M.A.; ARAÚJO, E.L.; ZICKEL,C.S. Caracterização da vegetação de restinga da
RPPN de Maracaípe, Pernambuco, com base na fisionomia, flora, nutrientes do solo e lençol freático. Acta
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Botanica Brasílica, 23: 36-48, 2009.
ALMEIDA JR., E.B; PIMENTEL, R.M.M.; ZICKEL, C.S. Flora e formas de vida em uma área de restinga no
litoral norte de Pernambuco, Brasil. Revista de Geografia, 24 (1): 19-34, 2007.
FALKENBERG, D.B. Aspecto da flora e da vegetação secundária da Restinga de Santa Catarina, sul do
Brasil. Insula, 28:1-30, 1999.
MARTINS, F. R.; BATALHA, M. A. Formas de vida, espectro biológico de Raunkiaer e fisionomia da vegetação.
In: FELFILI, J.M.; EISENLOHR, P.V.; DE MELO, M.M.R.F.; ANDRADE, L.A.; NETO, J.A.A.M. (eds.).
Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de casos. v.1. Viçosa, MG, Ed. UFV, 2011, p. 44-85.
RAUNKIAER, C. The Life Forms of Plants and Statistical Plant Geography. Oxford, Clarendon. 1934.
SANTOS-FILHO, F.S.; ALMEIDA JR., E.B; SOARES, C.J.R.S.; ZICKEL, C.S. Fisionomias das restingas do
Delta do Parnaíba, Nordeste, Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física, 3: 218-227, 2010.
SILVA, S.M.; BRITEZ, R.M. A vegetação da planície costeira. In: MARQUES, M.C.M.; BRITEZ, R.M. (eds.).
História Natural e Conservação da Ilha do Mel. Curitiba: Ed. UFPR, 2005, p. 49-84.
SUGUIO, K.; TESSLER, M. Planície de Cordões Litorâneos Quaternários do Brasil: Origem e Nomenclatura. In:
LACERDA, L.D., ARAUJO, D.S.D., CERQUEIRA R., TURCQ, B. (eds.). Restinga: Origem, Estrutura e
Processos. Niteroi, CEUFF,1984.
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