GRUPO 5.2 MÓDULO 6 Índice 1. Crianças com Deficiência Auditiva ................................3 1.1. Os Ouvidos................................................................ 3 1.2. Mecanismo da Audição................................................ 3 2. Saúde Auditiva ..........................................................4 3. Definição de Deficiência Auditiva..................................5 3.1. Classificação.............................................................. 6 3.2. Natureza da Perda Auditiva ......................................... 6 3.3. Localização da Lesão .................................................. 7 3.4. Momento da Perda Auditiva ......................................... 8 4. Causas da Deficiência Auditiva ....................................9 4.1. Surdez de Percepção ou Neurossensorial ..................... 10 4.2. Surdez Genética....................................................... 10 4.3. Surdez por Causas Desconhecidas .............................. 11 2 Grupo 5.2 - Módulo 6 1. CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA 1.1. OS OUVIDOS Chama-se de orelha (do latim, aurícula) ou pavilhão auricular (ou pavilhão auditivo externo ou ainda ouvido) à parte externa cartilaginosa do aparelho auditivo, ligada diretamente ao canal do ouvido externo. Os ouvidos são os órgãos da audição. 1.2. MECANISMO DA AUDIÇÃO De acordo com Claudia Mara Damian, a estrutura fisiológica do órgão da audição, ou seja, o ouvido, possui três grandes divisões: Ouvido externo: capta o som e, através do conduto auditivo, que funciona como um ressonador, amplifica duas ou três vezes as ondas sonoras. O tímpano é o divisor do ouvido externo e do ouvido médio. Ouvido médio: possui três ossículos, martelo, transmitem as vibrações produzidas pelo tímpano, das ondas sonoras a uma membrana que cobre janela vestibular ou oval, a qual separa o ouvido ouvido interno (cheio de líquidos). bigorna e estribo, que o qual reage em função uma abertura chamada médio (cheio de ar), do Ouvido interno: fechado num recipiente ósseo, possui três canais semicirculares, que não interferem no sentido da audição, mas oferecem o sentido de equilíbrio, e o caracol (cóclea). A cóclea, com seu formato de caracol, é a ponte de ligação entre o sistema mecânico de percepção do som e o sistema elétrico de envio da mensagem ao cérebro, através das vias neuronais. 3 Grupo 5.2 - Módulo 6 http://www.ceart.udesc.br/Revista_Arte_Online/Volumes/artclaudia.htm. Segundo Damian, com o movimento da bigorna, em função da ação do martelo, é acionado o movimento da janela oval; esta, por sua vez, está presa à bigorna. Portanto, sempre que a bigorna agir, a janela oval movimentar-se-á de forma reflexa. A janela redonda transmite as mensagens que chegam ao ponto de expansão e retração do fluído contido na cóclea. A importância da janela redonda está em que é ela que contém as informações referentes à frequência e à intensidade de um som. O sistema nervoso solicitará da janela redonda todos os dados a respeito do som captado. Até a janela redonda o processo é mecânico, e sofre defasagem no tempo. A partir daí, do sistema nervoso ao centro do cérebro responsável pela sensibilidade sonora, praticamente não há lapso temporal, porque a mensagem é enviada por pulsos elétricos infinitamente mais rápidos que os mecânicos. 2. SAÚDE AUDITIVA www2.ucg.br Os cuidados para evitar a surdez na infância começam antes mesmo de a criança nascer. Durante a gravidez, é necessário que a mãe faça o pré-natal, não tome remédios sem a aprovação do médico e, se houver necessidade de fazer um exame de radiografia, é necessário comunicar ao médico sobre a gravidez. 4 Grupo 5.2 - Módulo 6 Após o nascimento do bebê, os pais devem ser orientados a não usar cotonete durante a higiene, nunca deixar que a criança brinque com botões, tampinhas, grão de feijão ou objetos pequenos, pois ela mesma pode colocar esses objetos no ouvido; da mesma forma, os pais devem evitar ambientes com alta sonoridade, pois isso pode prejudicar a audição da criança. Os pais devem ser orientados a vacinar o bebê contra sarampo, caxumba, meningite e rubéola, pois essas doenças podem causar surdez. www.gatanu.org 3. DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA A deficiência auditiva (DA) refere-se à incapacidade do sujeito de ouvir e falar; é o aluno que não pode utilizar os recursos naturais da sala de aula. Assim, uma criança é surda quando não percebe os sons nem mesmo com a ajuda de amplificadores. De acordo com González (2007), quando falamos em deficiente auditivo, referimo-nos a sujeitos que têm uma perda auditiva de maior ou menor grau. Quando a perda é total, falamos de surdos; quando a perda é parcial, falamos de hipoacusia. Esta pode ser leve, moderada ou severa, em função do grau de decibéis que o sujeito é capaz de perceber. www.iecbr.com.br Assim, para este autor, temos as seguintes definições: deficiência auditiva: termo genérico que indica uma incapacidade que pode ter nível de intensidade de médio a profundo; inclui os termos surdo e limitado de ouvido; limitado de ouvido: pessoa que, geralmente, com o uso de auxílio auditivo, tem bastante audição residual para ser capaz de processar informação linguística pela audição; 5 Grupo 5.2 - Módulo 6 surdo: indivíduo cuja incapacidade processamento da informação pela audição. auditiva impossibilita o Do ponto de vista educacional, podemos classificar as crianças com déficit auditivo em duas amplas categorias: hipoacústicos: crianças com audição deficiente, por isso têm alterações na articulação, na reestruturação da linguagem ou, ainda, no léxico, mas, com ajuda de uma prótese auditiva, podem desenvolver uma vida normal. Portanto, a característica fundamental dessas crianças é adquirir a linguagem oral por via auditiva; surdos profundos: crianças que têm uma perda auditiva total; a informação não chega até elas em nível auditivo, embora tenham uma boa amplificação, por isso, a informação é recebida pelo visual. Portanto, a característica fundamental dessas crianças é a impossibilidade de adquirir a linguagem oral por via auditiva. A literatura atual considera que uma perda auditiva total é muito rara, pois parece existir um grau de audição residual; por isso, o termo deficiência auditiva, e não surdez. 3.1. CLASSIFICAÇÃO A deficiência auditiva (DA) pode ser classificada de acordo com três critérios: Natureza ou quantidade de audição que a criança perdeu. Detecção da lesão ou localização da parte do ouvido lesi o nada. Momento da perda auditiva. 3.2. NATUREZA DA PERDA AUDITIVA Ou quantidade em decibéis de audição perdida. Para isso, os autores se baseiam no Índice Haig estabelecido pelo Comitê Internacional de Audiologia. De acordo com Kirk e Gallagher (2000), para determinar o nível de audição de um sujeito, é necessário saber a intensidade de som que precisa ser ouvida pelo ouvinte. O audiômetro de puro-som, um instrumento-chave para medir a acuidade auditiva, é utilizado para apresentar ao indivíduo sons de frequência e intensidade conhecidas. Pede-se ao indivíduo que responda quando ouvir o som do audiômetro e a audição em cada ouvido é registrada separadamente, sendo o nível de audição registrado em um audiograma que mostra a perda em decibéis. Um nível auditivo de 30 decibéis indica uma leve perda de audição; um nível de 90 decibéis indica uma perda auditiva profunda. 6 Grupo 5.2 - Módulo 6 Com isso, temos a seguinte classificação: Crianças com audição normal: audição inferior a 20 dB, por isso percebe a fala e os sons perfeitamente. Crianças com DA leve: audição entre 20 e 40 dB; não costumam ter problemas para ouvir, mas, quando se encontram em lugares com barulhos, podem ter dificuldade para perceber mensagens, sobretudo se forem utilizados termos ou expressões pouco conhecidas; por isso, costumam ter dificuldade na escola, uma vez que esses dois fatores se unem: barulhos próprios da escola e linguagem acadêmica. Para que o aluno tenha uma escolaridade normal, é necessária a utilização de prótese e fonoterapia, para trabalhar a articulação. Crianças com DA média: audição entre 40 e 70 dB; com uso de prótese, é possível adquirir a linguagem oral por via auditiva e conversação de forma normal. Crianças com DA severa: audição entre 70 e 90 dB; podem perceber apenas palavras amplificadas, e a aprendizagem da linguagem oral não ocorre de maneira espontânea. Por isso, é imprescindível o uso de prótese, treino auditivo e fonoterapia para conseguir ampliar o vocabulário, uma linguagem estruturada e fala inteligível. Crianças com DA profunda: audição superior a 90 dB; não podem perceber a linguagem por via oral e precisam de intervenção especializada. Cofose: perda total da audição; não existem resíduos auditivos e seu patamar está abaixo de 120 dB. Esse tipo de surdez não é frequente. 3.3. LOCALIZAÇÃO DA LESÃO Detecção da lesão ou localização da parte do ouvido lesionada. De acordo com os autores, dependendo da parte do ouvido que a lesão afeta, pode-se classificar a DA. Assim, temos a seguinte classificação: 7 Grupo 5.2 - Módulo 6 Surdez de condução ou transmissão: afeta o percurso do som até o ouvido interno e se deve a obstáculos que ocorrem no ouvido externo ou médio, por alterações na cadeia, tumores, otites e malformações, e o tratamento envolve medicação ou intervenção cirúrgica. A perda auditiva não ultrapassa 60 dB, sendo considerada uma surdez média. Surdez neurossensorial ou de percepção: as estruturas do ouvido interno e as vias de acesso ao cérebro foram atingidas (canal auditivo), por isso não é possível conseguir audição, já que a quantidade e a qualidade estão afetadas, sendo o caso de surdez propriamente dita. A intervenção envolve cirurgias com implantes coclea res. Surdez mista: ocorre quando o ouvido externo, médio e interno é afetado. Tratamento é cirúrgico e educacional. proa07profaluciane.pbwiki.com 3.4. MOMENTO DA PERDA AUDITIVA Surdos pré-locutivos: surdez anterior à aquisição da fala, isto é, entre zero e cinco anos. Nesses casos, deve-se utilizar um programa para que a criança adquira a linguagem – oralismo e/ou sinais. • Surdos pós-locutivos: surdez após a aquisição da fala, a partir de cinco anos, quando já contam com as estruturas da linguagem. Nesses casos, deve-se controlar e conservar o adquirido e tornar a criança consciente de seu déficit a fim de contornar alterações em suas relações pessoais e sociais. 8 Grupo 5.2 - Módulo 6 4. CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA Kirk e Gallagher (2000) apresentam cinco causas principais para a surdez infantil: hereditariedade, rubéola materna, nascimento prematuro, meningite e incompatibilidade de sangue entre a mãe e a criança. A DA menos grave é causada por otite média, uma infecção comum do ouvido médio na infância, mas muitos casos estão na categoria “causa desconhecida”. Sendo assim, temos as seguintes causas para a deficiência auditiva: Causas pré-natais - Rubéola materna, hereditariedade, nascimento prematuro, incompatibilidade de Rh, desconhecidas. Causas pós-natais - Meningite, encefalite, desconhecidas. Sugestão de filmografia Mr. Holland: adorável professor Filhos do silêncio Querido Frankie O piano A música e o silêncio Surdez de transmissão Ouvido externo – A malformações que afetam o conduto auditivo ou ausência do pavilhão auditivo; traumatismos ou inflamações no ouvido externo leve e severo ou tampões de cera. Essas alterações não impedem a audição, mas os sons são mal discriminados, com efeito transitório, uma vez que podem ser eliminados. 9 Grupo 5.2 - Módulo 6 Ouvido médio - A deficiência auditiva nessa região é mais grave, embora possa ser corrigida por cirurgia. A infecção de origem é a otite média, mais frequente na infância, e pode afetar dois terços das crianças nos primeiros anos de vida (6 a 36 meses), sendo mais comum no verão do que no inverno. 4.1. SURDEZ DE PERCEPÇÃO OU NEUROSSENSORIAL Ouvido interno - A deficiência auditiva nessa região é ocasionada por lesões cocleares ou disfunções que afetam a maior parte da audição. Muitos casos de surdez pré-linguística são desse tipo; é mais grave e costuma ser permanente. Seu prognóstico é mais complicado do que o da surdez por transmissão. A causa pode ser por problemas genéticos, processos infecciosos e malformação congênita: pré-natal (rubéola na mãe durante a gestação); perinatal (hipóxia ou falta de oxigenação no parto); ou pós-natal (doenças infecciosas como meningite ou encefalite). O problema também pode ocorrer em crianças prematuras, por incompatibilidade de Rh e por traumatismos provocados após o nascimento (barulho ou traumatismo craniano). Em adultos também pode levar a DA por: deterioração progressiva do nervo, tumores intracranianos, hemorragias cerebrais, exposição à alta intensidade de sons, alteração da pressão e dos líquidos do labirinto (síndrome de Menière). 4.2. SURDEZ GENÉTICA Ocorre nas crianças que têm pais surdos ou membros da família surdos; em seu histórico podem existir problemas de consanguinidade. 10 Grupo 5.2 - Módulo 6 4.3. SURDEZ POR CAUSAS DESCONHECIDAS González (2007) afirma que a porcentagem, normalmente, é muito alta dos casos em que se desconhece com exatidão a origem da deficiência auditiva, que pode acontecer em qualquer momento da vida, podendo ser por envelhecimento, por traumatismos acústicos, etc. As dificuldades que uma criança surda tem em seu processo de aprendizagem são determinadas pela falta de comunicação oral com o professor e com os colegas. Cabe ao professor buscar uma forma de contato com o aluno, levando em consideração suas características intelectuais, afetivas e sociais, valorizando suas habilidades ou pontos de destaque. A qualidade de vida do DA depende de três fatores: realização acadêmica, modificação social e pessoal, e modificação profissional. Esse é o grande desafio do educador. br.geocities.com 11 Grupo 5.2 - Módulo 6