23 de setembro de 2016

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- 23 de setembro de 2016 -
A INDISCRIÇÃO DO CORPO EM MICHEL HENRY
Ramón Eduardo Lara Mogollón
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE
Os caminhos filosóficos contemporâneos transitam em diferentes espaços do saber, mas todos
eles tentam dar conta das novas formas de subjetividade e valorações no meio do frenesi do
conhecimento. A fenomenologia tentará dar conta desta contemporaneidade a partir das
reflexões sobre o corpo. Neste contexto Michel Henry, filósofo francês do século XX, fará
transitar a fenomenologia pelos caminhos da vida e a forma como ela se individualiza no corpo.
A partir da proposta da Fenomenologia da Vida, Michel Henry criticará fortemente a razão
moderna denominada por ele de projeto galileano. A chave de interpretação desta crítica é o
corpo e a maneira indiscreta como este se insere nos discursos filosóficos. A indiscrição do
corpo será abordada como a possibilidade de uma nova epistemologia que leve em conta os
sentidos e o processo mediante o qual eles afetam a vida particular de cada sujeito gerando mais
vida.
AÇÃO HABITUAL E A QUESTÃO DA LIBERDADE: O SUJEITO ENCARNADO EM
MERLEAU-PONTY
Sâmara Araújo Costa
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Este trabalho primeiro mostrará o que M. Merleau-Ponty entende por ações que envolvem
hábito. Segundo, quais seriam as relações do hábito com o que descreve como esquema
corporal e corpo próprio. Dito isto, mostraremos sua concepção do que é “sentido”, tratando
da significação motora e como esta culminará numa nova noção de compreensão. A proposta
é explicar como o hábito se mostra uma relação fundamental com o mundo – tanto natural e
cultural – com uma função impessoal e pessoal ao mesmo tempo. Pretendo mostrar que a
proposta da ação habitual como determinada por automatismos não caracteriza o fenômeno, e
entender de uma maneira específica a noção de sujeito, bem como o tema da liberdade na sua
relação com o fenômeno da agência.
- 23 de setembro de 2016 -
A LIBERDADE ENCARNADA DE MERLEAU-PONTY
Rafael BASSO BARBOSA
École Normale Supérieure - Paris
Esta comunicação é parte de uma pesquisa mais ampla e em curso que visa estudar a noção de “liberdade
de expressão”. Aqui, temos como objetivo discutir o tema da liberdade na ontologia do sensível de
Maurice Merleau-Ponty a partir do texto inédito La Nature au le monde du silence, no qual ele discute
a liberdade e a compreende no mais genuíno da relação o outro, na nossa encarnação. Na nota de trabalho
do texto de 1960, Merleau-Ponty escreve “autrui n’est plus tellement une liberté vue du dehors comme
destinée et fatalité, un sujet rival d’un sujet, mais il est pris dans [un] circuit qui le relie au monde » (Le
visible et l’invisible, p. 322). Assim, em Merleau-Ponty, temos na carnalidade o signo de uma
radicalização da coexistência, esse nó da existência humana, que poderia aparecer como entrave à uma
filosofia da liberdade propriamente dita. No entanto, é no seio dessa coexistência que o autor coloca o
problema da liberdade e ensaia de apresentá-la para além de uma compreensão que decorre das
categorias do sujeito. Para se pensar uma liberdade encarnada é necessário sair da filosofia da
consciência na qual acabará, em sua maioria, em conduzir a discussão para a subjetividade. Afinal, como
destaca a Phénoménologie de la perception, “ma liberté, le pouvoir fondamental que j’ai d’être le sujet
de toutes mes expériences, n’est pas distincte de mon insertion dans le monde” (p. 413). Pretendemos
debater a liberdade, num primeiro momento no contexto do cenário sartreano, seguindo uma
apresentação da proposta merleaupontiana de liberdade encarnada tendo como referência lguns de seus
textos inéditos e por fim, apresentar o texto La doute de Césane como um paradigma da noção de
liberdade que tentamos discutir.
O CORPO PARA OUTREM
Gregory Rial
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE
A filosofia que Emmanuel Levinas desenvolveu ao longo do século XX é conhecida por seu
eminente caráter ético e pelo enfoque no problema do Outro humano. A sua proposta,
evidentemente, não se furta à questão da subjetividade que é compreendida como sensibilidade,
incarnação e corporeidade. A proposta desta pesquisa é discutir a significação ética que o corpo
assume a partir da proximidade do outro e do traumatismo que esta alteridade ocasiona no
sujeito. Para expressar tal alteração, recorre-se às noções de maternidade, substituição e
testemunho que apresentam o corpo do sujeito oferecido à intriga ética do para-outrem
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MÁRIO CESARINY: UMA POÉTICA DO CORPO
Vanda Figueiredo
Universidade do Minho (CEHUM), Universidade Aberta (CIDH/CLEPUL)
Na viragem do século XIX para o século XX, verifica-se uma mudança de paradigma que atinge
os conceitos de self e de identidade: descobre-se um sujeito múltiplo com uma individualidade
estilhaçada. Consequentemente, assiste-se a uma redefinição da corporalidade: dá-se a conhecer
o corpo enquanto signo do ser e da existência. É neste contexto que nos debruçaremos sobre a
produção literária do surrealista português Mário Cesariny, mais concretamente sobre Pena
Capital. Pretendemos mostrar que o corpo é personagem central desta obra poética: um corposensação, espontâneo e livre; corpo enquanto lugar e expressão de um indivíduo em constante
metamorfose.
SEXUALIDADE ORIGINÁRIA: EROS, GÊNERO E ÉTICA NA FENOMENOLOGIA
DE MICHEL HENRY
João Elton de Jesus
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE
Na história do pensamento humano diversas áreas do saber como religião, biologia,
antropologia, sociologia buscaram entender mais sobre a temática da sexualidade. Contudo,
embora muito tenham contribuído para o desenvolvimento do assunto, diversas perguntas ainda
ficaram sem respostas. A filosofia, por sua vez, no intuito de entender a humanidade também
se debruçou sobre essa temática, todavia as respostas dadas por ela ainda permaneceram aquém
da curiosidade humana. Nesse sentido, a revolução filosófica propugnada por Michel Henry
dentro da fenomenologia, aparece como uma alternativa para pensar a sexualidade de um modo
não reducionista, moralista ou objetivador. Desta forma, em diálogo com pensadoras como
Gayle Rubin e Judith Butler, este trabalho buscará apresentar fenomenologia radical da
sexualidade em seus diversos elementos como gênero, comportamento, desejo e ato sexual,
bem como as questões éticas concernentes ao sexo e ao eros.
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Grupo de pesquisa
Filosofia do corpo na
Fenomenologia e no
pensamento analítico
genealógico
Diante
dos
desafios
da
Cultura
Somática
contemporânea, esse grupo de pesquisa, certificado
pelo CNPq, tem por escopo estudar e refletir sobre a
produção da Filosofia contemporânea do corpo no
diálogo com o pensamento de alguns filósofos da
atualidade. Visa-se igualmente que o Grupo de
Pesquisa participe vivamente de outros fóruns de
debate sobre a temática do corpo e da carne,
especialmente com outras instituições de ensino
superior que estejam pesquisando sobre a questão da
corporeidade e sobre seu impacto sobre o saber.
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