PT CONSELHO EUROPEU O PRESIDENTE Bruxelas, 9 de Dezembro de 2011 (OR. en) EUCO 155/11 PRESSE 484 PR PCE 115 Observações do Presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, na sequência da primeira sessão do Conselho Europeu Permitam-me que os informe sobre os principais resultados da nossa primeira sessão de trabalho desta reunião do Conselho Europeu. Numa perspectiva de curto prazo, decidimos das medidas imediatas a tomar para superar as actuais dificuldades. Numa perspectiva de mais longo prazo, chegámos a acordo sobre um novo pacto orçamental para a área do euro. A curto prazo, vamos aumentar os nossos recursos financeiros para responder à crise que enfrentamos. Os Estados-Membros da área do euro e outros Estados-Membros procurarão disponibilizar recursos adicionais para o Fundo Monetário Internacional (FMI), num montante que poderá ir até 200 mil milhões de euros. A alavancagem do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) será rapidamente accionada. Acordámos também numa aceleração da entrada em vigor do fundo de resgate do Tratado sobre o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), que deverá entrar em vigor em Julho de 2012. Quanto à participação do sector privado, operámos uma modificação de fundo na nossa doutrina: doravante, obedeceremos rigorosamente aos princípios e práticas do FMI – ou, para o dizer de forma mais crua: a nossa primeira abordagem da participação do sector privado, que teve um efeito muito negativo nos mercados da dívida, chegou oficialmente ao fim. Isto quanto à acção imediata, a curto prazo. Mas é também essencial uma perspectiva de médio e longo prazo. Por isso mesmo, chegámos a acordo sobre um pacto orçamental. Significa isto que nos comprometemos todos a estabelecer uma nova regra orçamental europeia, uma regra orçamental forte. Significa isto que os Estados-Membros irão transpor essa regra para a sua constituição ou equivalente. Significa um reforço das regras do nosso procedimento relativo aos défices excessivos, conferindo a essas regras um maior automatismo. Significa ainda que os Estados-Membros terão que apresentar à Comissão os seus projectos de planos orçamentais. IMPRENSA Dirk De Backer - Porta-voz do Presidente - ( +32 (0)2 281 9768 - +32 (0)497 59 99 19 Jesús Carmona - Porta-voz adjunto do Presidente - ( +32 (0)2 281 9548 / 5150 - +32 (0)475 65 32 15 [email protected] http://www.consilium.europa.eu/ EUCO 155/11 1 PT Houve um amplo consenso quanto às questões de fundo. Quanto à forma, todos pretendemos que este novo compromisso seja solenemente vinculativo. Mas é claro que, na UE – assente em tratados, protocolos, legislação – nunca é fácil falar dos mecanismos jurídicos. Iniciámos este debate no final da primeira sessão de trabalho. A conclusão é a de que os 17 membros da área do euro mais outros 6 celebrarão um tratado intergovernamental. Outros dois países não dispõem ainda de mandato para participar. A Cimeira do Euro do passado mês de Outubro mandatou-me para analisar o modo como poderemos reforçar a união económica, mandato que devo exercer em estreita colaboração com o Presidente da Comissão e o Presidente do Eurogrupo. O pacto orçamental que hoje decidimos adoptar é um importante primeiro resultado. Foram identificados dois outros temas no âmbito do mandato: o reforço da convergência económica e o aprofundamento da união económica. Como sabem, elaborei um relatório intercalar e foi hoje decidido que, com os meus dois colegas, elaborarei em Junho um novo relatório sobre o aprofundamento da integração orçamental. Para concluir, uma palavra sobre o dia de amanhã: de manhã assinaremos o Tratado de Adesão da Croácia. No Conselho Europeu propriamente dito, além de prosseguirmos os nossos debates desta noite, debruçar-nos-emos sobre as nossas políticas económicas, a energia, o alargamento e as relações externas. EUCO 155/11 2 PT