1 AULA 27 – 02/06/2010 – CAP. 33 MANKIW – DEMANDA

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AULA 27 – 02/06/2010 – CAP. 33 MANKIW – DEMANDA AGREGADA E
OFERTA AGREGADA.
Três fatos chaves sobre flutuações econômicas
1- Flutuações econômicas são Irregulares e Imprevisíveis
São chamadas de ciclo de negócios. Quando o PIB real cresce, empresas descobrem
que os clientes são abundantes e que os lucros são crescentes. Quando o PIB cai, a
maioria das empresas passa a ter problemas.
O termo ciclo de negócios parece dar a impressão que as flutuações seguem um
padrão previsível, entretanto não o são.
2- Maioria das Variáveis Macroeconômicas flutua junto
O PIB é usado para monitorar as crises. Não é o único indicador, mas diversos
indicadores flutuam junto, como renda pessoal, lucro das empresas, etc. Quando
entram em recessão, os investimentos se reduzem bastante. O investimento
empiricamente é 1/7 do PIB, mas respondem por 2/3 do declínio do PIB.
Lembrando sempre que o PIB=I+C+G+EL
3- Com a queda na produção o desemprego cresce.
As variações na produção de bens e serviços estão estreitamente correlacionadas
com variações na utilização da força de trabalho. Quando o PIB cai, normalmente
aumenta o desemprego. Outro fato interessante é com relação à taxa de desemprego.
Ela normalmente não chega a zero. Nos EUA historicamente sempre flutua de 5 a
6% em épocas onde não existem crises. Essa taxa é conhecida como taxa natural de
desemprego.
DEMANDA AGREGADA
É a quantidade de bens e serviços demandados na economia a qualquer nível de
preço dado.
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Figura pg 730 (MANKIW 2007)
Por que tem inclinação negativa?
Tudo mais constante, uma queda no nível de preços tende a aumentar a quantidade
demandada de bens e serviços. (mostrar na curva).
Porque a queda no nível de preços aumenta a quantidade demandada de bens e
serviços?
Y=C+I+G+EL
Y=PIB
C=CONSUMO
I=INVESTIMENTO
G=GOVERNO
EL=EXPORTAÇÕES LIQUIDAS
Cada um destes contribui para a demanda de bens e serviços. Para saber por que é
negativa, temos de examinar como o nível de preços afeta a quantidade demandada de bens
e serviços.
Imagine que as despesas do governo sejam fixadas pela política. Já consumo,
investimento e exportações liquidas dependem das condições econômicas.
O que acontece quando os preços caem? – Não desloca a curva
1- NÍVEL DE PREÇOS E CONSUMO: O EFEITO RIQUEZA
O valor nominal do dinheiro é fixo. ($1,00 será $1,00), mas seu valor real não.
Quando os preços caem, esse dinheiro fica mais valioso porque pode ser usado para
comprar mais bens e serviços. Incentiva as pessoas a gastarem mais no curto prazo.
Uma queda de preços enriquece os consumidores, o que por sua vez os incentiva a
gastar mais. O aumento nas despesas de consumo significa uma maior quantidade
demandada de bens e serviços. Em resumo: maiores preços fazem as pessoas gastarem
menos.
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2- NÍVEL DE PREÇO E INVESTIMENTO: O EFEITO TAXA DE JUROS
O nível de preços é um dos determinantes da quantidade demandada de moeda.
Quanto menor o nível de preços, menos moeda as famílias necessitarão manter para
comprar os bens e serviços que desejam. Pessoas diminuem a quantidade de moeda
que possuem e colocam em títulos ou poupança que rendem juros. Isso faz com que a
taxa de juros se reduza, uma vez que mais dinheiro faz o preço do dinheiro se reduzir.
O nível de preços é diretamente proporcional com a quantidade de moeda
demandada pelas famílias. A medida em que o nível de preço cai, as famílias investem mais
em ativos, empurrando a taxa de juros para baixo, o que incentiva a tomada de
empréstimos (para investimentos) que aumentará a demanda por bens e serviços.
Um menor nível de preços reduz a taxa de juros, incentivando uma maior despesa
com bens de investimento e, por meio disso, aumenta a quantidade demandada de bens e
serviços.
3 - NÍVEL DE PREÇOS E EXPORTAÇÕES: O EFEITO TAXA DE CÂMBIO:
Como acabamos de ver, um menor nível de preços reduz a taxa de juros. Reagindo a
isso, alguns investidores dos EUA procurarão maiores retornos, investindo no exterior.
Por exemplo, a medida em que os juros dos títulos do governo americano diminuem, um
fundo poderia vender títulos americanos e comprar títulos de outro país. Ao fazer isso,
o ele aumenta a quantidade de dólares no mercado dos EUA, o que causa um aumento
da oferta de dólares. Como os preços caíram e cada dólar compra menor quantidade de
ativos estrangeiros, os bens estrangeiros tornam-se mais caros, reduzindo as
importações americanas e aumentando as exportações liquidas. Isso aumenta a
demanda por bens e serviços internos.
Quando uma queda no nível de preços nos EUA provoca uma queda na taxa de
juros americana, a taxa de câmbio real se deprecia e essa depreciação estimula as
exportações líquidas dos Estados Unidos, aumentando assim, a quantidade demandada de
bens e serviços.
Em resumo: 3 razões para que uma queda do nível de preços acarrete um aumento
no consumo:
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1-
os consumidores se sentem mais ricos o que estimula a demanda por bens
de consumo.
2-
A taxa de juros cai, o que estimula a demanda por bens de investimento.
3-
A taxa de câmbio se deprecia, o que estimula a demanda por exportações
liquidas.
Por essas três razões a curva de demanda tem inclinação negativa.
Por que a curva se desloca?
Importante: Variações apenas nos preços significam deslocamentos ao longo da
curva.
1- Deslocamentos decorrentes do consumo
Imagine que de repente todo mundo comece a ficar mais preocupado com a
poupança para a aposentadoria e reduza o seu consumo corrente. Como a quantidade
demandada é menor para qualquer quantidade, a curva se desloca para a esquerda.
Imagine que um boom no mercado de ações deixe as pessoas mais ricas e menos
preocupadas com a poupança. O aumento significa aumento de consumo de bens e serviços
para qualquer nível de preços dado.
Qualquer acontecimento que altere o quanto as pessoas desejam consumir para
qualquer nível de preços desloca a curva de demanda agregada.
Exemplo: tributação. Quando o governo reduz os impostos,inventiva as pessoas a
gastar mais, de modo que a curva se desloca para a direita. O contrário também é válido.
2- Deslocamentos decorrentes do Investimentos:
Imagine que uma nova linha de computadores revolucionários faz as empresas
investirem mais do que investiam antes. Elas começam a demandar o novo computador,
o que antes não faziam. Isso desloca a demanda. Do contrário, se as expectativas forem
pessimistas, as empresas não mais investem e a curva é deslocada.
Política fiscal também ajuda, por exemplo, um incentivo fiscal para o investimento
aumenta o investimento a qualquer taxa de juros dada.
3- Deslocamentos decorrentes das compras do Governo
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É o meio direto pelo qual os formuladores de políticas deslocam a curva de
demanda. O que ocorre se o governo decidir reduzir a compra de armamentos? Desloca
a demanda para a esquerda. O que ocorre se o governo fazer mais estradas? Desloca para a
direita.
4- Deslocamentos decorrentes das exportações liquidas:
Se a Europa passa por uma recessão compra menos bens do Brasil. Isso reduz as
exportações líquidas brasileiras, e desloca a curva de demanda agregada da economia para a
esquerda. Se a Europa se recupera da recessão, desloca a curva para a direita. Isso porque
vão demandar menos bens brasileiros.
Também as exportações liquidas se alteram por causa do câmbio. Se especuladores
elevem o valor do real no mercado de câmbio.A apreciação do real faria com que os bens
brasileiros ficassem mais caros, deslocando a curva de demanda agregada para esquerda.
A CURVA DE OFERTA AGREGADA
Mostra a quantidade total de bens e serviços que as empresas produzem e vendem a
um dado nível de preços. A curva de Oferta Agregada tem uma inclinação que depende do
horizonte de tempo.
Por que a curva de Oferta é vertical no LP?
No Longo prazo é vertical pois o nível de preços não afeta a quantidade de bens e
serviços que podem ser produzidos. O trabalho, capital, recursos naturais e tecnologia
dependem da quantidade ofertada destes bens. A redução ou aumento dos preços no LP
não cria fatores novos.
O longo prazo é aplicação da dicotomia clássica: variáveis nominais não alteram em
nada o equilíbrio.
Moeda é neutra, não cria recursos e fatores de produção no longo prazo.
No Longo prazo a economia gravita em torno de sua taxa natural de produção.
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Por que a curva se desloca no Longo Prazo?
Deslocamentos decorrentes do trabalho
Aumento da imigração de estrangeiros. Mais pessoas possibilitam a uma economia
produzir mais, uma vez que significam mais recursos.
Exemplo: reforma do seguro desemprego incentivasse trabalhadores a
procurar emprego.
Deslocamentos decorrentes do capital
Ocorre um aumento no número de máquinas ou diplomas universitários. (o
raciocínio é semelhante tanto para o capital humano quanto o capital físico. Em
resumo, mais capital, maior possibilidade de aumentar a produção).
Recursos Naturais
Alterações climáticas, descobertas de novas fontes de minérios ou restrições
a fontes de exploração de matérias primas alteram a disponibilidade de recursos e
fazem com que uma economia possa produzir mais ou menos bens.
Conhecimento tecnológico
Uma tecnologia nova faz com que a mesma quantidade de recursos gerem
mais bens ou serviços finais. Isso é explicado no sentido em que a tecnologia atua
de forma a poupar recursos, ou aplicá-los com maior eficiência no processo
produtivo.
NO CURTO PRAZO ENTRETANTO...
A oferta possui inclinação positiva. No período de 1 a 2 anos, o aumento do
nível geral de preços tende a elevar a quantidade ofertada de bens e serviços, e uma
queda no nível tende a reduzir a quantidade.
Existem basicamente 3 teorias que visam explicar esses movimentos de
curto prazo:
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Teoria dos Salários Rígidos:
Os salários se ajustam lentamente, são rígidos no C.P.
Como os salários não se ajustam automaticamente do nível de preços
anterior, um menor nível de preços torna o emprego e a produção menos lucrativos,
de modo que as empresas reduzem a quantidade de bens e serviços que ofertam. Os
salários são rígidos porque existem diversas questões políticas e sociais que
impedem a alteração dos salários, como a existência de um salário mínimo,
restrições às demissões, pressões sindicais, etc.
Teoria dos preços rígidos
Preços também se ajustam lentamente, pois alterar os preços gera um custo
de menu, que vem a ser o tempo necessário para trocar os preços e publicá-los em
materiais como catálogos e cardápios por exemplo. Imagine que os preços baixem.
Uma empresa pode não baixar os preços, e pode “ficar para trás”, reduzindo
produção e emprego. Nem todos os preços se ajustam na mesma velocidade eno
mesmo montante no curto prazo.
Teoria das percepções equivocadas
A alteração dos preços pode confundir as percepções dos consumidores e
fazer eles comprarem mais ou menos de determinados produtos. Os cultivadores de
trigo percebem antes uma queda no preço do trigo do que em outros produtos, o que
induz a uma redução da área plantada.
Caso os salários nominais se reduzam, os trabalhadores podem achar que
somente o salário se reduziu, mas não o preço de outros bens, e decidem não
trabalhar por determinado nível de preços.
Deslocamentos de curto prazo:
Os mesmos que deslocam a curva no Longo Prazo deslocam no Curto Prazo.
Além disso, no curto prazo a curva é deslocada por expectativas de preços. Caso as
expectativas dos preços sejam diferentes, os agentes se comportam de forma
diferente.
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Resumo Tabela pg 742 MANKIW (2007)
Equilíbrio no Longo Prazo
No longo prazo a economia está em equilíbrio quando encontra-se na
situação da Figura da pg 743 do livro do MANKIW.
Deslocamentos da D.A. - Uma recessão:
Gráfico pg 744 MANKIW (2007)
Desloca demanda agregada para DA2.
Isso causa uma produção aquém da natural.
Por estarem demandando menos, o preço se reduz automaticamente, e
desloca a oferta agregada, uma vez que altera as percepções dos consumidores. O
efeito de LP é um efeito nominal, e não real.
A QUEDA NO NÍVEL DE PREÇOS ALTERA SALÁRIOS, PREÇOS E
PERCEPÇÕES, E FAZ COM QUE A ECONOMIA NO LONGO PRAZO
RETORNE À PRODUÇÃO NA TAXA NATURAL.
COMO SOLUÇÃO, O GOVERNO PODE AUMENTAR AS COMPRAS,
AUMENTANDO A DEMANDA AGREGADA, E FAZER VOLTAR TUDO
AO NORMAL.
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