Comunicação Oral A INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA PELA BUSCA A AMPLIAÇÃO DO ENSINO Caroline Moliani Ferri1 Bruna Paes da Silva*2 Moacir Umbelino3 Eixo Temático: As práticas e as aprendizagens interdisciplinares Resumo: No ensino ainda há muitos obstáculos para se aplicar a interdisciplinaridade, contudo ainda não deixa de demonstrar a sua importância de existir no ambiente escolar, auxiliando no processo do aluno obter um conhecimento pleno. Considerando isso, o presente artigo tem como objetivo discorrer sobre as dificuldades de se interdisciplinarizar e os benefícios dela ocorrer. A metodologia utilizada se pautou na experiência vivenciada no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Interdisciplinar da Universidade Estadual de Londrina/PR, que envolvem os cursos de Biologia, Geografia, Música e Pedagogia que possibilitou a discussão de textos e ministrar aulas no terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Professor Paulo Freire, no município de Londrina/PR. Trabalhou-se com o professor da matéria de Geografia, o tema “Atualidades: Migrações”. Este assunto foi abordado com enfoque nas migrações de Africanos para a Europa e Haitianos para o Brasil, fazendo um resgate histórico de migrações ocorridas até hoje, com foco na preparação para o vestibular. A Música fez paralelo interdisciplinarmente com a Geografia e Biologia, abordando e articulando alguns tópicos entre uma e outra disciplina: Assim, o assunto “Atualidades” se refletiu nas músicas atuais de concerto, a partir do século XX até hoje, “Migrações” teve espelho na paisagem sonora, no que tange ao “meio ambiente” e a “Xenofobia” foi tratada como o “preconceito musical”. O trabalho geral envolveu aulas expositivas, provas, discussões, e dinâmicas de grupo. Sendo obtido como resultado a reflexão feita em conjunto por toda sala acerca das migrações e da música contemporânea, algo que possibilitou uma mudança de paradigmas acerca dos conteúdos em questão. Sendo uma experiência com diversos obstáculos no 1 Universidade Estadual de Londrina, Graduanda do curso de Geografia, Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, [email protected]. 2 Universidade Estadual de Londrina, Graduanda do curso de Música, Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, [email protected]. 3 Universidade Estadual de Londrina, Graduando do curso de Geografia, Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, [email protected]. Comunicação Oral percurso, problemas para estabelecer paralelos entre as disciplinas, entretanto também foi enormemente enriquecedora, principalmente no que tange à formação docente, fazendo com que os alunos participem sempre ativamente de seu aprendizado, trocando seu saber com o saber dos docentes, dialeticamente. Palavras-chave: Ensino. Interdisciplinaridade. Música. Experiência vivenciada. Geografia. Introdução O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Interdisciplinar é um programa que proporciona aos estudantes de Licenciatura das graduações de Musica, Biologia, Geografia e Pedagogia a antecipação de experiências com a docência, buscando somar ao conhecimento desses discentes que serão futuros professores de suas respectivas disciplinas. Com uma parceria de colégios da rede publica desenvolvem-se trabalhos que possibilitam a aplicação do interdisciplinar que é uma diferente metodologia que pode ser adotada na educação, buscando a ocorrência de uma ampliação da aprendizagem dos alunos do ensino básico. A interdisciplinaridade na educação ainda encontra varias barreiras, pois ainda pouco se sabe de como trabalhar com o interdisciplinar, não existindo nenhuma “receita” de como fazer, torna-se um pouco mais difícil à missão onde deve haver uma transposição do agir individual para um fazer coletivo, onde diferentes disciplinas devem se unir e buscar conhecer umas as outras, trabalhar de forma conjunta. Contudo quando elas se unem diversos podem ser os benefícios observados. A interdisciplinaridade O conceito de Interdisciplinaridade não é fechado em si mesmo, como a própria palavra indica pois o “Inter” refere-se a movimento. Nas diretrizes curriculares da Educação Básica de Geografia é mencionado que a “interdisciplinaridade é uma questão epistemológica e está na abordagem teórica e conceitual dada ao conteúdo em estudo, concretizando-se na articulação das disciplinas cujos conceitos, teorias e práticas enriquecem a compreensão desse conteúdo” (PARANÁ, 2008, p.27). Por Suero (1986, apud YARED, 2009, p. 36) é colocado que: A palavra interdisciplinaridade evoca a ‘disciplina’ como um sistema constituído ou por constituir e a interdisciplinaridade sugere um conjunto de relações entre disciplinas abertas sempre a novas relações que se vai descobrindo. Interdisciplinar é toda interação existente dentre duas ou mais disciplinas no âmbito do conhecimento, dos métodos e da aprendizagem das mesmas. Interdisciplinaridade é o conjunto das interações existentes e possíveis entre as disciplinas nos âmbitos indicados. Com isso observa-se que a interdisciplinaridade não é algo estático, concretiza-se no movimento e relacionamento entre mais de uma disciplina escolar, que através de interações entre os conteúdos enriquece-se o conhecimento e aprimora o processo de aprendizagem dos alunos, os fazendo pensarem e refletirem além de uma única disciplina. Isso devido a interdisciplinaridade ser muito mais do que a simples integração, por não eliminar disciplinas, por proporcionar uma comunicação entre diferentes abordagens de um mesmo assunto. Comunicação Oral Segundo Japiassu (1976, apud FORTES, 2012, p. 07) “a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa”. Assim sendo, a interdisciplinaridade não anula as disciplinas, mas demanda que as mesmas dialoguem entre si, que busquem uma relação mesmo que seja em grau e intensidades diferentes (por vezes maior que em outros). Há muito tempo foi estigmatizado e doutrinado que na sala de aula o professor “com o seu olhar e com a sua fala, vigiando e controlando o tempo, o espaço e o raciocínio dos alunos, atribui notas (valores), classifica e os seleciona meritocraticamente” (COLARES et al, 2011, p.158). Os alunos apenas são controlados e fixados em um aparelho de produção e, os reproduzem. Contudo é necessária haja um desvencilhamento desse quadro histórico e cultural que se formou no ambiente escolar. A aplicação da interdisciplinaridade tem um caráter coletivo e que envolve o trabalho de grupo, com docentes e discentes, o trabalho interdisciplinar pode contribuir para que haja um desprendimento da competição que o próprio sistema escolar tradicional proporciona, haja vista que cada participante vê um ao outro como um colaborador e não um rival, podendo assim romper com um sistema em que o professor classifica cada aluno meritocraticamente. Observa-se então, com tudo o que foi supramencionado, que com a existência de interdisciplinaridade na escola acontece um rompimento com a fragmentação do ensino atual, que gera como produto uma “inteligência parcelada, compartimentada, mecanicista, disjuntiva e reducionista rompe o complexo do mundo em fragmentos disjuntos, fraciona os problemas, separa o que está unido, torna unidimensional o multidimensional” (MORIN, 2000, apud FORTES, 2012, p. 04). Frigotto (1995, p. 49) comenta que o “modo de pensar fragmentário, linear, produz conhecimentos que, transformados em ação, trazem inúmeros problemas concretos ao conjunto da humanidade”. Ele também aponta ainda que na divisão do trabalho se expõe a exclusão e alienação, por onde os homens consomem a vida material e consciência social. Com isso observa-se que esta forma parcelada do pensamento pode por vezes dificultar a interpretação de fenômenos ocorridos em um espaço, por não conseguir ver o todo, daí se contata a necessidade do interdisciplinar acontecer. Experiência com o interdisciplinar na escola O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Interdisciplinar da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está no seu segundo ano a ser posto em prática, com alunos de licenciatura dos cursos de Biologia, Geografia, Música e Pedagogia. Ele vem proporcionando aos graduandos dos cursos uma experiência com a aplicação do ensino interdisciplinar em escolas, no caso deste trabalho será discorrida sobre a experiência da aplicação ocorrida no Colégio Estadual Professor Paulo Freire de Londrina/PR. No Colégio Estadual Professor Paulo Freire trabalhou-se com o professor da matéria de Geografia e com os alunos do terceiro ano do ensino, tendo um foco de preparalos um pouco mais para o vestibular, que está próximo a suas realidades neste momento, foi escolhido discorrer sobre o tema “Atualidades: Migrações”. Para tratar deste assunto foi feito um recorte, sendo abordado com enfoque nas migrações de Africanos para a Europa e Haitianos para o Brasil. Para inseri-los na temática escolhida foi feito um resgate histórico das migrações ocorridas no Brasil desde a sua colonização e o como ela soma ao trazer sua Comunicação Oral cultura a outra cultura, até para trazer o assunto para a sua realidade, que é ser descendente de imigrantes. Pois como Colares et al (2011, p. 161) cita A escola é um mundo. O mundo é uma escola. Os contextos externos e internos se influenciam mutuamente. Os homens e as mulheres não chegam à sala de aula desprovidos de saberes e de conhecimentos. Trazem consigo as vivências, as marcas, as falas, ou seja, imprimem ao contexto escolar o cotidiano do seu bairro, da sua rua, da sua travessa, sua ponte, seu sítio, seu igarapé, seu rio, sua vida. Tratar de um assunto relacionando com aquilo que faz parte de sua vivência, faz parte de seus saberes e até cotidianos, se torna muito mais fácil, pois comete aos alunos compreenderem melhor o assunto que está presente em sua vida e dia a dia, vinculando uma bagagem de conhecimento que já tinham antes com as informações trazidas pelo PIBID. Referente a isso Negri (2008, p.17) menciona que “saber transmitir determinados conhecimentos é antes de mais nada, utilizar-se de um diálogo de aproximação com os alunos, capaz de produzir o efeito ensino-aprendizagem” A Música fez paralelo interdisciplinarmente com a Geografia e Biologia, abordando e articulando alguns tópicos entre uma e outra disciplina: Assim, o assunto “Atualidades” se refletiu nas músicas atuais de concerto, a partir do século XX até hoje, “Migrações” teve espelho na paisagem sonora, no que tange ao “meio ambiente” e a “Xenofobia” foi tratada como o “preconceito musical”. Iniciou-se desta forma a tentativa de pôr em prática o interdisciplinar, sempre tentando fazer com que o aluno do ensino básico entenda a temática de forma muito mais ampla e que reconheça a conexão interdisciplinar aplicada na sala de aula, busca-se que este aluno seja mais participativo e crítico, tendo consciência do espaço em que está inserido e da sociedade que é integrante. Ao longo do ano foram feitas várias reuniões pensado em como poderia ser feita a junção das disciplinas presentes no PIBID Interdisciplinar, dentro da temática trabalhada com os alunos do colégio e buscando aplicar conteúdos que facilitem a compreensão deles acerca da problemática. Buscou-se durantes os encontros do Programa também sanar problemas dos próprios graduandos integrantes em conseguir fazer o interdisciplinar, para poderem aplicar nas escolas. Pois a fragmentação do ensino esta incrustada também nos discentes de graduação, pois eles saíram de um sistema escolar tradicional e estão em uma universidade que também tem uma fragmentação em seu ensino, por isto muitas vezes quando tentam aplicar o interdisciplinar, por vezes esbarram em dificuldade de ter uma visão do todo. Destarte, durante a aplicação do projeto na escola houve algumas dificuldades de se estabelecer paralelos entre uma e outra disciplina haja vista que esta foi algo inusitado para o grupo em trabalhar esta temática de forma interdisciplinar e o tempo para o planejamento e discussão de como trabalhar sem fragmentar as disciplinas não foi muito grande. Fazenda (1999, p.15) comenta que “somos produto da “escola do silêncio”, em que um grande número de alunos apaticamente fica sentado diante do professor, esperando receber dele todo o conhecimento”. O resultado de ser este produto é que o mesmo ás vezes dificulta o próprio desenvolvimento do projeto em sala de aula, pois os alunos que estão envolvidos com o trabalho têm problemas em ter uma ação participava na aula, com problemas para falar o que pensam ou ate de se expressar nas atividades que envolvem a musica. Comunicação Oral Por fim, o trabalho em geral envolveu aulas expositivas, provas, discussões, e dinâmicas de grupo. Sendo feitas reflexões em conjunto por toda sala acerca das migrações e da música contemporânea, algo que possibilitou uma mudança de paradigmas acerca dos conteúdos em questão. Fez com que os alunos saíssem um pouco do tradicionalismo da educação atual, que raciocinassem de forma mais ampla sobre o tema trabalhado, também possibilitando que participem sempre ativamente de seu aprendizado, trocando seu saber com o saber dos docentes, dialeticamente. Discussão dos Resultados A aplicação da interdisciplinaridade na escola que foi proporcionado pelo PIBID Interdisciplinar da UEL, gerou uma experiência muito enriquecedora, principalmente no que tange à formação docente, pois demonstrou outra forma de dar uma aula, saindo um pouco do tradicionalismo, fazendo os alunos a pensarem no todo e não apenas no fragmento que a disciplina de determinada aula demonstra. Um dos principais resultados alcançados durante as aula com os alunos, do terceiro ano do ensino médio, foram as reflexões feitas em conjunto por toda a sala acerca das migrações e da música contemporânea. Algo que possibilitou uma mudança de paradigmas acerca dos conteúdos em questão, entendendo que o diferente de nossa cultura enriquece, que preconceitos impedem de conhecer o novo e o diferente, impedindo de observar o que realmente está em questão, o que realmente importa de determinado problema. Na música, questionou-se sobre o preconceito musical, vinculando-se isto ao respeito com relação às diferenças, a importância da diversidade cultural trazida pela migração, que por vezes não ocorre por vontade daquele que migra. Com o objetivo da ampliação de conhecimento, foi realizado o exercício da escuta e demonstrado o conceito de música e de arte, os alunos ouviram diversas músicas exóticas contemporâneas como Stravinsky, John Cage e Ligeti Luigi Russolo. Mas também ouviram música do século XIX (Chopin, por exemplo), período romântico, para que percebessem a diferença entre os séculos. Musicas estas que vem do exterior e se integram a sociedade de forma global. Houve em sala de aula a reflexão acerca do que é música e também o que é ruído e se existem relação entre um e outro. Para que essa discussão não ficasse apenas na teoria, os alunos participaram de uma dinâmica musical com ruídos, assim eles migrariam de “ambiente” (na imaginação). Outra atividade foi a de produção e reprodução de ruídos em uma roda, escutando Ligeti, com o escopo de se ampliar o repertório de ruídos. Com os diversos trabalhos dinâmicos pode-se fazer um paralelo com a geografia e a geografia, pois enquanto na geografia se trabalhava a migração e as suas adversidades, na musica se trabalhava com musicas que vem de fora se integram em culturas e que por vezes acaba ocorrendo preconceitos musicais. Além de fazer os próprios alunos migrarem de forma imaginaria de um ambiente sonoro para outro, compreendendo impactos que o ato de migrar pode proporcionar a quem migra. Com toda a experiência obtida com o trabalhar de forma interdisciplinar, pode-se compreender que por vezes os caminhos são contraditórios e difíceis de serem trilhados, em alguns momentos os trabalhos planejados tem grandes progressos, indo além do imaginado, mas em outros momentos é necessário recuar e rever o que fazer. Pois apesar de muito já ser estudado e trabalhado com a interdisciplinaridade pouco ainda se sabe de como empregar, ainda é algo novo em uma educação com um sistema fragmentado e tradicional. Contudo trabalhos assim permitem a existência de uma ruptura com esta escola do silêncio. Comunicação Oral Considerações Finais Avaliou-se que a o trabalho realizado pela música e pela geografia conseguiu se movimentar entre si e estabelecer paralelos, de modo a articular uma disciplina com a outra, apesar de dificuldades que por vezes surgiu no percurso. Considerou-se que no decorrer do programa os alunos do terceiro ano do ensino médio responderam bem ao que foi solicitado tendo uma ampla participação e interesse com relação às atividades propostas. Pode-se ressaltar também que os conteúdos abordados em sala proporcionaram uma experiência importante para o grupo de bolsistas do PIBID Interdisciplinar, sendo que foi algo também muito enriquecedor. Participar do Programa de Iniciação a Docência Interdisciplinar, deste modo, trouxe uma experiência distinta porque este possibilita a interação entre estudantes de outros cursos e os agrega para o mesmo objetivo, fazendo com que os mesmos se comuniquem e criem formas de dar aula que englobem áreas distintas, de modo interdisciplinar. Referências COLARES, Maria Lília Imbiriba Sousa; et al. O professor-pesquisador-reflexivo: debate acerca da formação de sua prática. Olhar de professor, Ponta Grossa, v.14, n.1, 2011. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/olhardeprofessor>. Acesso em: 30 set. 2015. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Dificuldades comuns entre os que pesquisam Educação. In: FAZENDA, Ivani (org). Metodologia da Pesquisa educacional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1999. FORTES, Clarissa Corrêa. Interdisciplinaridade: Origem, Conceito e Valor. 2012. Disponível em: <http://www.pos.ajes.edu.br/arquivos/referencial_20120517101727.pdf>. Acesso em: 25 set. 2015. FRIGOTTO, Gaudêncio. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. In: JANTSCH, Ari Paulo; BIANCHETTI, Lucídio (Orgs.). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis: Vozes, 1995. NEGRI, Paulo Sérgio. Comunicação Didática: A Intencionalidade Pedagógica como Estratégia de Ensino: Módulo I – Londrina: Labted, 2008. Disponível em: <http://www.uel.br/labted/apostila.pdf>. Acesso em: 30 set. 2015. PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica Geografia. Coord. Maria Eneida Fantin. Curitiba, 2008. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_geo.pdf>. Acesso em 10 set. 2015. YARED, Ivone. Prática educativa interdisciplinar: limites e possibilidades na reverberação de um sonho. 2009. Disponível em: <http://www.pucsp.br/gepi/downloads/TESES_CONCLUIDAS/IVONE.pdf>. Acesso em: 24 set. 2015.