2 ■ SÁBADO | 11 de julho de 2009 Saúde A pintura ajuda pacientes com distúrbios psicológicos. Por meio da arte, muitos deles conseguem se concentrar e expressam nas cores seus desejos e anseios. “Eles trocam a raiva pelo pincel, o que os deixa calmos e acelera o tratamento”, dizem especialistas. ! CORREIO DO POVO J.P. MOCZULSKI / AFP / CP MARCELO THEOBALD / AG GLOBO / CP Consultório Dr. Eliseu Santos dreliseusantos @terra.com.br Bursite É Aprenda a sorrir para a vida e colha os benefícios Q ue sorrir com vontade aumenta a sensação de bem-estar e disposição, todo mundo sabe. Mas estudos recentes mostram que um sorriso é ainda mais poderoso do que se imagina: ele favorece as funções cardiovasculares e gástricas, fazendo com que as pessoas se recuperem de enfermidades mais rapidamente. Segundo o médico Eduardo Lambert, autor do livro “A Terapia do Riso - A Cura Pela Alegria”, uma gargalhada, uma risada ou mesmo um pequeno sorriso emitem para o cérebro uma ordem para que ele ative substâncias como a endorfina, um neurotransmissor. “Mais precisamente é ativada a produção de betaendorfina, substância semelhante à morfina, que dá uma sensação de bem-estar, relaxa os músculos, os vasos, melhora a oxigenação pulmonar e orgânica, protege o coração contra infartos e o cérebro contra derrames”, segundo o especialista. Ele explica que é algo parecido com o que ocorre quando praticamos esportes. Hipócrates, o Pai da Medicina, já utilizava animações e brincadeiras na cura de pacientes; na França, Jeanne Calmet, falecida aos 122 anos, disse que o segredo da longevidade é sorrir sempre; na Índia, algumas empresas têm o costume de fazer uma sessão de riso antes de iniciar a jornada de trabalho. O resultado é um aumento considerável na produtividade. Um estudo realizado na Escola de Medicina da Universidade de Maryland, em Baltimore, EUA, indica que realmente o riso está ligado à proteção do coração. Além de produzirem mais endorfinas, os bem-humorados costumam ter melhores hábitos de vida: praticam exercícios, têm uma dieta mais balanceada e menos vícios. Lambert salienta que o tamanho do riso é proporcional aos benefícios. “Quanto maior o sorriso, mais intenso, maior será o estímulo e a síntese de substâncias químicas boas para a saúde”, diz. Como se não bastasse essa recompensa, pesquisadores da Universidade de Vanderbilt, no Tennessee, ainda concluíram LEE CELANO / AFP / CP que sorrir emagrece. Cerca de 15 minutos de risadas podem elevar o gasto de energia do corpo em 10 a 40 calorias por dia, o que resultaria em cerca de 1,8 quilo em um ano. Inspirado nas experiências do mestre oriental Meishu Sama, Amadeu Bernardo, do Instituto CKK de Desenvolvimento Humano, de São Paulo, desenvolveu cursos para “aprender a rir”. No seu Clube do Riso Feliz, reúne pessoas que se encontram para contar piadas e dar risada, além de substituir o “culto ao negativo” por uma atitude otimista. Os participantes treinam comportamentos para que passem a perceber melhor o lado positivo das coisas – até as ruins – e exercitam técnicas para estimular o riso espontâneo. “Sugiro que as pessoas treinem em casa depois, no banheiro, de frente para o espelho. Não tenha dúvida: é ridículo. Mas ao menos é você quem está rindo”, ressalta. Ele revela que os alunos, normalmente, chegam inibidos ao curso, mas ao longo de dois meses já se entregam ao riso. Ou seja: sorrir também se aprende. Terapia Quem assistiu ao filme “Patch Adams” sabe bem que a risoterapia não é coisa recente. O americano Hunter Adams já implantava o método em hospitais e escolas na década de 60. Era comum vê-lo atender pacientes com nariz vermelho e peruca de palhaço. Aliada A meditação é apontada como um poderoso aliado do corpo e da alma. Ela independe de religião, mas deve ser feita com regularidade, em centros ou em casa. Segundo especialistas, cerca de 20 minutos por dia bastam para melhorar a qualidade de vida. Foco Dicas para praticar o sorriso O médico Eduardo Lambert, que prega a “terapia do riso”, dá algumas dicas para começar: ponha a vida em ordem, organize bolsa, armário, gaveta. Falta de tempo para ser feliz é falta de método e organização. Relacione-se com a natureza; faça leituras saudáveis e positivas; viva o presente; alimente sua autoestima; troque histórias engraçadas com amigos; e tente sorrir até na adversidade. A professora de ioga e meditação Lucimara Soares garante que é possível neutralizar os pensamentos com o tempo. “A pessoa precisa começar a prestar a atenção na respiração e, mesmo diante de um turbilhão de pensamentos, focar apenas nela e desligar.” Posição A postura ideal para meditar varia de pessoa para pessoa. Alguns preferem a posição de lótus; outros relaxam deitadas em um local macio. O importante é deixar a coluna esticada e sentir-se confortável. Com o tempo, pode-se até ficar em pé. uma inflamação aguda ou crônica, porém sempre dolorosa, da bursa, que é uma bolsa sinovial cuja função é facilitar o deslizamento entre áreas do corpo humano. Em toda a articulação, existe uma ou mais bolsas contendo um fluido, que serve como uma proteção, impedindo a fricção. Há, pelo menos, 140 bolsas diferentes, no corpo todo. A bursite surge em consequência de movimentos excessivos de uma articulação ou pressão constante. Também surge devido ao depósito de partículas de cálcio na bolsa, originando, então, inflamação e dor. A bursite surge, na maioria das vezes, no ombro, no quadril, no calcanhar, no cotovelo e no joelho, embora possa surgir em qualquer articulação. No ombro, a bursite é também denominada de síndrome do impacto, devido ao choque na região afetada. A doença é comum em ambos os sexos, na idade adulta. A bursite aparece nos atletas em caso de lesão na bolsa, entretanto, pessoas que levam a vida sedentária também são afetadas pelo mal. Há duas formas de bursite, a aguda e a crônica. A forma aguda aparece repentinamente, com fortes dores e limitação de movimentos da articulação afetada. Quando surge no ombro, que é a localização mais comum, a dor é terrível, irradiando-se pelo pescoço ou descendo até a ponta dos dedos. A pressão no local causa forte dor. A fim de aliviar a dor, o paciente segura o braço como se estivesse numa tipóia. Na maioria das vezes, o exame de raios-X mostra um depósito de cálcio na bolsa. Quando bem tratada, a crise desaparece; todavia, pode surgir novamente meses ou anos após, tornando-se uma bursite crônica. A forma crônica tem como fatores principais a mudança de temperatura ou o uso excessivo da articulação. Não há meio de prevenir a bursite, como também não traz complicações sérias quando bem tratada. Existem medicamentos apropriados para o tratamento, tais como anti-inflamatórios por via oral e injeções de cortisona na área afetada. Em casos muitos graves e dolorosos, indica-se a aspiração da bolsa afetada e, em último recurso, o tratamento cirúrgico. Cremers 5.801 médico