Trabalho

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO DO CRESCIMENTO MICELIAL DE
Scytalidium, PATOGÊNICO A MANDIOCA, POR ISOLADOS DE
TRICHODERMAS SP.
Francisca Nívia Teixeira da Silva1,Viviane Maria da Silva2, Emanuel Feitosa de Assunção3, Luana Maria Alves da
Silva4, Rejane Rodrigues da Costa Carvalho5, Delson Laranjeira6
Introdução
A mandioca (Manihot esculenta L. Crantz) é cultivada por pequenos agricultores em mais de 100 países tropicais e
subtropicais. Graças à sua utilização eficiente de água e nutrientes do solo e tolerância à seca. Segundo Masola &
Bedendo (2005), a mandioca, assim com a maioria das plantas cultivadas, é acometida por vários problemas
fitossanitários principalmente doenças como viroses, nematoses, bacterioses e de origens fúngicas. Doenças de origem
fúngicas, são mais frequentes e estão presente em todas as fases de cultivo e atacam todos os órgãos da planta. De todas
as doenças que acometem a mandioca as podridões radiculares são as que causam maior impacto, visto que, ataca o
principal produto de exploração da cultura. Esse tipo de doença pode gerar perdas de até 100% na produção
(FUKUDA, 1991). Segundo Notaro (2012), a podridão radicular da mandioca vem se tornando uma doença de alto
impacto econômico e social provocado uma queda progressiva na produtividade da mandioca além de inutilizar as áreas
para o plantio ao longo do ciclo da cultura. De acordo com Masola & Bedendo (2005), além de Phytophthora e
Fusarium, Scytalidium lignicola Pesante surge como um importante patógeno da cultura da mandioca causando a
podridão negra das raízes e do caule. As plantas de mandioca afetadas por S. lignicola apresentam como sintoma na
parte aérea, amarelecimento e queda das folhas, podendo ocorrer morte da planta toda. Manivas infectadas quando
plantadas podem apresentar redução na germinação das gemas. Os sintomas primários são visíveis nas raízes e caule, na
forma de podridão negra (MASOLA & BEDENDO, 2005).
O uso intensivo de agroquímicos para o controle de doenças tem promovido diversos problemas de ordem
ambiental, como a contaminação dos alimentos, da água, do solo e dos animais. Para redução do uso desses produtos o
controle biológico é uma das alternativas que tem sido bem discutido, podendo tanto aproveitar o controle biológico
natural, quanto introduzir um agente de biocontrole no ambiente (BETTIOL & MORANDI, 2009).
No desenvolvimento de uma agricultura alternativa e/ou sustentável, têm-se buscado novas medidas de proteção das
plantas contra as doenças (POPIA et al., 2007). No chamado controle alternativo inserem-se o controle biológico, a
indução de resistência em plantas (MORAES, 1992) e o uso de extratos naturais com propriedades antimicrobianas e ou
indutoras de resistência (STANGARLIN et al., 2008). Dentre os fungos que apresentam elevado potencial para serem
utilizados como agentes de biocontrole, o gênero Trichoderma Pers. é um dos mais pesquisados e estudados
(MENEZES et al., 2010). As espécies mais conhecidas de Trichoderma são: T. hamatum (Bonord.) Bainier, T. viride
Pers, T. aureoviride Rifai, T. harzianum Rifai, T. koningii Oudem, T. pseudokoningii Rifai e T. longibrachiatum Rifai
(BETTIOL; GHINI, 2005 ).
Por base no exposto este trabalho teve como objetivo avaliar isolados de Trichodermas que possam vir a ser
utilizados no biocontrole da podridão negra da mandioca.
Material e métodos
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Fungos de Solo, Área de Fitossanidade, da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).Foram utilizados 10 isolados de Trichoderma e um isolado de Scytalidium
patogênico a cultura da Mandioca.10 isolados de Trichoderma (T 2 ,T3 ,T5 ,T9 ,T11, T 25 LCB 48 , LCB 79,T225 e
T311) são pertencentes a coleção do Laboratório de fungos de solo da UFRPE e o Patógeno , a coleção de fungos
1
Primeiro Autor é Aluno de Mestrado da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros,s/n Prédio Otávio Gomes, Dois
irmãos ,Recife, PE,CEP 52171-900. E-mail: niviagronomia @yahoo.com. br
2
Segundo Autor é Aluno de Doutorado da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n Prédio Otávio Gomes,
Dois irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected].
3
Terceiro Autor é Aluno de mestrado em fitopatologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av.Dom Manoel de Medeiros ,s/n. Prédio
Otávio Gomes ,Dois irmãos ,Recife ,PE ,CEP 52171-900.E-mail:[email protected] .
4
Quarto autor é aluno de Doutorado da Universidade Federal Rural de Pernambuco.Av.Dom Manoel de Medeiros ,s/n .Prédio Otávio Gomes ,Dois
irmãos ,Recife ,PE,CEP 52171-900.E-mail:[email protected].
5
Quarto Autor Pesquisadora da Universidade Federal Rural de Pernambuco .Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n Prédio Otávio Gomes, Dois Irmãos
,Recife ,PE,CEP 52171-900.E-mail : [email protected]
6
Sexto autor é Professor Doutor ,Adjunto do Departamento de Fitossanidade da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de
Medeiros, s/n. Prédio Otávio Gomes, Dois irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail:[email protected].
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
fitopatogênico Maria Meneses da UFRPE.A técnica então utilizada foi a da cultura pareada .Discos de micélio de
diâmetro 0,5 cm de ambos os fungos cultivados em meio BDA (Batata dextrose e ágar) ,temperatura 26º C ± 2º C e
fotoperíodo de 12 horas foram postos em uma mesma placa de Petri de nove cm contendo 20 mL de BDA. Os discos
foram dispostos um em cada extremidade da placa distanciando um cm da borda. A testemunha constituiu-se apenas do
patógeno cultivado em meio BDA, o qual foi depositado em uma das extremidades da placa na outra extremidade um
disco de BDA. As placas foram vedadas e mantidas à temperatura de 26°C ± 2 º C e fotoperíodo de 12 horas. A
avaliação da inibição do crescimento micelial de Scytalidium foi realizada pela medição do diâmetro médio das colônias
mensurados diariamente a partir do segundo dia após o pareamento com o antagonista se estendendo até a chegada do
micélio da testemunha a outra extremidade da placa. Foram realizadas avaliações calculando-se a porcentagem de
inibição do crescimento do fungo dos tratamentos em relação à testemunha, utilizando - se a fórmula:
PIC = (diâmetro da testemunha – diâmetro do tratamento) x 100
Diâmetro da testemunha
Após o encontro dos micélios as placas permaneceram em observação para se verificar a ocorrência de halo de
inibição ou sobreposição da colônia do patógeno pelo o antagonista. Os dados obtidos neste estudo foram submetidos à
análises de variâncias ,e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade realizados pelo programa
Estatistic.9
Resultados e Discussão
Quanto ao crescimento vegetativo do patógeno não foi observado nenhum resultado para a inibição do crescimento
micelial, conforme pode ser observado na tabela 1. Observou-se que inicialmente o isolado de Scytalidium se mostrou
bastante competitivo ao ser confrontado com Trichoderma, porém ao se encontrarem na placa de Petri o Trichoderma
sobrepôs a colônia do patógeno, após três dias já não era mais possível visualizar a colônia do patógeno somente a do
antagonista resultado este observado para todos os isolados. Não houve formação de halo de inibição entre as colônias
apenas sobreposição pelo o antagonista. O material observado da região sobreposta pelo antagonista indica que ali
houve uma ação enzimática degradativa da hifa visto que não se destinguia com precisão hifas do patógeno apenas
esporos e hifas do antagonista. São vários os mecanismos de ação exercidos por Trichoderma sobre diferentes espécies
de fungos, conforme Harman (2006) e Woo et al. (2006), os principais são antibiose, competição e indução de
resistência. Dentre estas a competição foi a mais evidente. Antibiose não foi identificada. Por base nessas informações
acredita-se que o principal fator envolvido na interação Trichoderma versus Scytalidium é o enzimático. Estudos
demonstram Trichoderma controlando diversos fungos fitopatogênicos, entre eles: Rhizoctonia spp. DC., Sclerotium
spp. To de, Sclerotinia spp. Fuckel, Pythium spp. Pringsh., Phytophthora spp. De Bary, Fusarium spp. Link, Rosellinia
spp. De not. e Botrytis spp. P. Micheli ex Pers (MELO, 1996).
Conclusão
Os isolados Trichoderma (T2, T3, T5, T9, T11, T 25, T225, T311 LCB 48 e LCB 79) só exerceram ação antagônica
quando em contato direto com o patógeno.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e a todos que contribuíram para a realização deste trabalho.
Referências
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Bettiol, W.; Morandi, M.A.B.; Pinto, Z.V.; Paula JunioR, T.J. de.; Correa, E.B.; Moura, A.B.; Lucon, C.M.M.; Costa, J.
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em foco, 08).
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Masola Junior, N. S. Bedendo, I. P. Doenças da mandioca. In: Kimat, H.; Amorin, L.; Rezende, J. A. M.; Bergamin
Filho, A.; Camargo,L. E. A.(Eds.). Manual de Fitopatologia . Doença das plantas cultivadas. 4.ed. São Paulo:
Agronômica Ceres, 2005. v.2, p.399-455.
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Notaro, K. A. Prospecção de fitopatógenos e caracterização de solos arenosos envolvidos na supressividade ou
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Popia, A.F.; Cidade Junior, H.A.; Hammerschmidt, I.; Toledo, M.V.; Assis, O.Manual de olericultura orgânica.
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Stangarlin, J.R.; Kuhn, O.J.; Schwan-Estrada, K.R.F. Controle de doenças de plantas por extratos de origem vegetal.
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Tabela 1. Avaliação da inibição do crescimento micelial de Scytalidium patogênico a mandioca por isolados de
Trichoderma (T2, T3, T5, T9, T11, T 25, T225, T311 LCB 48 e LCB 79).
TRATAMENTOS
MÉDIAS
CONTROLE
44,44 a1
LCB 79
53,33 a1 a2
T 311
53,33 a1 a2
T11
54,30 a2
T9
54,44 a2
T5
54,72 a2
T25
54,86 a2
LCB 48
55,13 a2
T2
55,55 a2
T225
55,83 a2
T3
56,94 a2
C.V %
6.76
* Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabiliddade
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