Análise da Despesa Orçamento das Empresas Estatais Orçamento de Investimento (OI) O Orçamento de Investimento das empresas estatais (OI) compreende os investimentos das empresas controladas direta ou indiretamente pela União, ou seja, empresas em que esta detém a maioria do capital social com direito a voto. A programação dos demais gastos não consta no Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, mas no Programa de Dispêndios Globais (PDG). O OI abrange os gastos com aquisição de bens classificáveis no ativo imobilizado – exceto os bens que envolvam arrendamento mercantil financeiro (leasing financeiro) –, as benfeitorias realizadas em bens da União por empresas estatais e as necessárias à infraestrutura de serviços públicos concedidos pela União. Em 2012, 72 empresas estatais investiram R$ 98 bilhões, superando em 18,8% o valor aplicado em 2011. Desse valor, 82% foram financiados com recursos próprios e 12% com recursos para aumento do patrimônio líquido. A participação de cada estatal na realização de investimentos pode ser observada a seguir: Conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por se apresentar na forma tangível. Gráfico 1. Realização de Investimentos em cada Setor de Atividade em 2012 Grupo Petrobras Grupo Eletrobras Demais Empresas do Setor Produtivo Sistema Financeiro Em 2012, as empresas estatais investiram R$ 98 bilhões em setores como petróleo e gás natural, elétrico e financeiro, superando em 18,8% o valor aplicado em 2011. Fonte: Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). A execução geral do OI foi de 92,8% dos recursos programados, com forte peso do Grupo Petrobras, responsável por 98,2% da sua programação, seguido dos Grupos Eletrobras (69,3%) e Sistema Financeiro (68,9%). O pior desempenho coube ao conjunto das demais estatais, que atingiram 58,8% da programação. Neste grupo, destacam-se as Companhias Docas, por representarem um subgrupo cujas empresas executaram abaixo de 50%. A baixa execução média de 28,7% do subgrupo e o fato de que ao longo do período 20052012 o Tesouro fez sistematicamente inversões financeiras para aumento do capital social, em regra direcionados à aplicação em imobilizado, indica deficiência na capacidade de realização de investimentos por parte das administrações portuárias. Exercício de 2012 A seguir, o gráfico 2 apresenta a diferença entre o valor do ingresso de recursos para aumento do Patrimônio Líquido e o valor dos investimentos realizados por essas empresas, que corresponde a um valor acumulado de quase R$ 1 bilhão de 2005 a 2012. Gráfico 2. Diferenças entre o aumento do Patrimônio Líquido e os Investimentos realizados R$ milhão 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Dest/MPOG. Programa de Dispêndios Globais (PDG) É o orçamento geral da empresa estatal federal com todos os ingressos e dispêndios organizados de forma a permitir a avaliação e acompanhamento da execução orçamentária anual. Enquanto o OI contempla apenas as despesas com o imobilizado, o Programa de Dispêndios Globais (PDG), aprovado por decreto do Presidente da República, agrega os demais ingressos e dispêndios correntes e de capital. O OI relaciona-se como o PDG na medida em que o último determina o limite máximo de despesas propostas para o primeiro, por meio da programação da composição e do montante das origens e aplicações de recursos totais, após a previsão de gastos que não podem ser reduzidos, como os serviços da dívida e as necessárias à manutenção das atividades empresariais, por exemplo. As despesas do setor produtivo executadas via PDG foram de R$ 513 bilhões, de modo que as despesas de investimento no ativo imobilizado (OI), de R$ 94,8 bilhões, representam 74,6 % das despesas de capital do PDG, e respondem por apenas 18,1% do conjunto das despesas de capital e corrente. Grande parte das despesas - materiais, produtos, serviços etc. -, contudo, por representarem um consumo intermediário, não são computadas no cálculo da contribuição estatal à formação do PIB. E, embora não constem do OI, sujeitam-se ao controle direto da conformidade das aquisições, ou indireto, por meio da avaliação do desempenho financeiro e operacional. Acesse a íntegra do Relatório em www.tcu.gov.br/contasdogoverno