EDITORIAL o Projeto Carajás, no que concerne ao complexo mínero-ferrovia- porto, está implantado e, dizem, com competência técnica e economia de tempo. Está implantado, acres centarriaS , com autoritarismo e centralismo de decisões, incompatíveis com a nova realidade nacional. A consolidação desse Projeto é inevitável e sua expansão, de ln teresse do país. Suas repercussões se projetam por décadas e afetam diretamen te a ecologia e as populações subdesenvolvidas das regloes atingidas. Se sua implantação foi alcançada num clima autoritário e centra lizador, com externalidade dos recursos e de mão-de-Qbra, não é recomendável persista essa política nas fases de consolidação e de expansão. Este projeto, por si, já é um vetar de manutenção e intensifica çao de relações capitalistas de produção e, como tal, gera profundas repe~ cussões sociais na região. B importante, portanto, que nos conscientizemos,bem como seus próprios dirigentes, da necessidade de transformá-Ia em fator real de desenvolvimento social. Não pode esse projeto continuar a ser mero ato de drenagem de recursos naturais, pretendendo proporcionar lucros excessivos estatais e a seus executores a satisfação de "eficiência" administrativa. as As estatais e organismos supra-estaduais envolvidos habituaramse ao centralismo e autoritarismo do regime político passado e continuam lffi permeáveis e insensíveis às reclamações das regiões atingidas. O destino desse projeto interessa a todos. Sua consolidação e expansão em clima pacífico e de justiça é obrigação também de todos, inclusi ve e principalmente dessas estatais. Estamos em nova realidade política e já é tempo e oportuno que os governos estaduais, interpretando as preocupações do povo, exerçam seus di reitos e responsabilidades nesse projeto.Já é temp~ de ogoverno federal reprl mir os excessos, inclusive de autoridade, das estatais e empresas. Acreditamos de competência da Universidade o estudo dos problemas da região. Acreditamos de nossa responsabilidade a conscientização da so ciedade para a solução desses problemas. Estamos, com este número especial do Caderno de Pesquisas, so bre o Projeto Carajás, contribuindo para a conscientização de nossa comunidade. Prof. JERÔNIMO PINHEIRO Pro-Reitor de Pesquisa e Pôs-Graduação