UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" Piracicaba, 26 de outubro de 2012. Cepea e Faerj lançam PIB do Agronegócio do Rio de Janeiro Cepea, 26 – O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada acaba de concluir o cálculo do Produto Interno Bruto do Agronegócio do estado do Rio de Janeiro. O ano-base é 2008, e a construção da matriz leva em conta dados do governo fluminense (Emater-RJ e Pesagro-RJ) e também do IBGE. A demanda para o estudo, que constitui instrumento para políticas do estado, partiu da Federação da Agricultura Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj) em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), que se firmam como parceiros do Cepea nesta pesquisa. Estruturada a “fotografia” do agronegócio em 2008, pesquisadores do Cepea devem, agora, calcular o PIB do Agronegócio do Rio Janeiro para os anos seguintes. A partir de então, a perspectiva é que o agronegócio estadual passe a ser acompanhado sistematicamente, a exemplo do PIB do Agronegócio de Minas Gerais e do Brasil. RESULTADOS INICIAIS – A soma das riquezas geradas pelos segmentos de insumos, primário (“dentro da porteira”), de processamento e distribuição do agronegócio fluminense foi, em 2008, cerca de R$ 12,2 bilhões, o que teria representado 3,4% da economia do estado. Essa participação é bem maior que o 0,4% até então estimado para o setor. Conforme os cálculos do Cepea, em 2008, o agronegócio do Rio de Janeiro representou aproximadamente 4% do PIB geral do Brasil – o agronegócio de todo o País participou com 24%. Os segmentos da indústria que processa matéria-prima e de distribuição geraram 46% e 38% da renda do agronegócio fluminense, respectivamente. Quando se analisam os setores agrícola e pecuário, a agricultura apresenta larga vantagem, contribuindo com cerca de 84% da renda do agronegócio do estado. No segmento primário, mais da metade da renda é gerada pelas olerícolas (51%); na sequência, destacam-se a fruticultura, com 17% da renda, e a cana-de-açúcar, com 15%. Na pecuária, a origem da renda é mais dividida. A pecuária de corte proporciona 30% da renda total gerada pelo segmento primário deste setor; leite contribui com 25% e pesca e aqüicultura, 22%. Conforme pesquisadores do Cepea destacam, o agronegócio do Rio de Janeiro é grande importador liquido de produtos agropecuários primários e processados, mas as exportações do agronegócio do estado também têm crescido a largos passos. De 2000 a 2011, o aumento médio foi de 7,5% ao ano. Essas vendas são puxadas, em especial, por produtos florestais e da pecuária de corte. RURAL & URBANO – As análises do Cepea evidenciam também que a população rural do Rio de Janeiro é bem menor que a média brasileira, correspondendo a cerca de um quinto da média nacional. A renda per capita do estado está 30% acima da média do País, porém, a renda da população rural fluminense corresponde a apenas 49% da renda do próprio estado. Essa proporção é bem próxima dos CAIXA POSTAL 132 • 13400-970 • PIRACICABA - SP • BRASIL • TEL: 19 3429-8837 • FAX: 19 3429-8829 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" Piracicaba, 26 de outubro de 2012. 48% observados para o Brasil como um todo – ou seja, a renda média do brasileiro do campo é de 48% da renda per capita nacional. É preciso destacar que a pobreza rural no Rio de Janeiro caiu mais rapidamente que em outros estados do Sudeste. Enquanto o Brasil estava na marca de 32% em 2009, o RJ registrava apenas 10% de sua população rural em condição de pobreza (renda familiar mensal per capita até R$ 132,00). Outro indicador positivo para o estado é que 54% de sua população rural estão nas classes A, B e C, contra 38% da média rural brasileira. METODOLOGIA – A exemplo do PIB do Agronegócio nacional e do PIB do Agronegócio de Minas Gerais, o PIB do Agronegócio do Rio de Janeiro é medido pelo valor adicionado avaliado a preços de mercado. Isso significa que são incluídos os impostos pagos pelas empresas subtraídos dos subsídios recebidos. Essa medida reflete a renda real do agronegócio no estado – portanto, o poder de compra do setor –, a qual se destina à remuneração aos fatores de produção: (a) trabalho (inclusive do empresário/proprietário/administrador), (b) capital (juros) e (c) terra e recursos naturais. Em capital, estão incluídos veículos e maquinarias, benfeitorias, rebanho, pomares e povoamentos florestais. O agronegócio é subdividido em quatro segmentos: Insumos, Agropecuária, Indústria (processadora de matérias-primas agropecuárias) e Distribuição (transporte, comércio e serviços). Em cada segmento, os PIBs correspondentes aos ramos da Agricultura (conjunto das cadeias produtivas de lavouras e demais atividades vegetais) e da Pecuária (conjunto das cadeias produtivas de origem animal) são estimados separadamente e, então, agregados para se obter o PIB do Agronegócio propriamente. A definição dos setores que se relacionam com o agronegócio do estado é feita com base nas Matrizes de Insumo-Produto (MIP), que são geradas a partir das Tabelas de Recursos e Usos divulgadas anualmente pelo IBGE, com defasagem de 2 a 3 anos. Tais matrizes são uma representação dos fluxos das atividades de produção, consumo e geração de renda de toda a economia brasileira em um determinado período/ano. Esses fluxos são mapeados por um conjunto de produtos e de atividades/setores. A estrutura econômica – na forma de matrizes – está representada por 110 produtos e serviços e 55 atividades/setores. Essas matrizes representam os fluxos nacionais. Portanto, para a obtenção de estimativas estaduais, foram criadas as mesmas estruturas de dados para a economia local. Todos os setores descritos na Matriz Insumo-Produto (separando-se a agropecuária em agricultura e pecuária) podem, em princípio, fazer parte do agronegócio, sendo este definido como o conjunto de setores econômicos que, em média, vinculam-se fortemente com a agropecuária. Dentro de cada setor poderá haver atividades que têm importante relacionamento com a cadeia avaliada e outras com CAIXA POSTAL 132 • 13400-970 • PIRACICABA - SP • BRASIL • TEL: 19 3429-8837 • FAX: 19 3429-8829 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" Piracicaba, 26 de outubro de 2012. relacionamento menos intenso, sendo o peso de cada setor proporcional à sua vinculação. Assim, cada setor vai entrar no PIB se: a) for importante supridor de insumos para a produção agropecuária; b) pertencer à agropecuária (“dentro da porteira”): agricultura ou pecuária; c) processar o produto primário; d) agregar valor no processo de transporte, comércio e serviços ao longo da cadeia produtiva. Para outros detalhes metodológicos, incluindo a participação de diferentes atividades, acesse: Dimensionamento do PIB do Agronegócio do estado do Rio de Janeiro Está disponível também a apresentação dos pesquisadores do Cepea responsáveis pelo cálculo no Fórum de lançamento do PIB do Agronegócio do RJ: CEPEA: PIB do Agronegócio do Rio de Janeiro: Apresentação Outras informações sobre o PIB do Agronegócio calculado pelo Cepea: www.cepea.esalq.usp.br/pib e por meio do Laboratório de Informação do Cepea: 19-3429-8836 / 8837 e [email protected] CAIXA POSTAL 132 • 13400-970 • PIRACICABA - SP • BRASIL • TEL: 19 3429-8837 • FAX: 19 3429-8829