Unicamp vai tratar doença ocular relacionada à

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CIDADES
CORREIO POPULAR A9
Campinas, quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
SAÚDE ||| INICIATIVA
Cecília Polycarpo
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
[email protected]
O Hospital de Clínicas (HC)
da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), com o
apoio da Secretaria do Estado da Saúde, fará a partir de
março o tratamento de pacientes com uma doença degenerativa nos olhos, que
causa cegueira, provocada pela diabetes. A injeção para o
edema macular secundário à
diabetes é restrita no Estado,
e fornecida em pouco hospitais, como o da Faculdade de
Medicina de Santo André.
Unicamp vai tratar doença
ocular relacionada à diabetes
Medicamento não integra lista de distribuição do SUS e custa R$ 8 mil no mercado
Cedoc/RAC
SAIBA MAIS
Remédio terá aplicação
gratuita no município
a partir de março
O medicamento mais comum no Brasil para tratar o
problema, o Lucentis, custa
R$ 8 mil por dose. A droga
não faz parte da cesta de medicamentos fornecida pelo
Sistema Único de Saúde
(SUS) e pacientes que dependem do tratamento em Campinas têm que acionar a Justiça para conseguir as doses
do governo federal gratuitamente. O HC utilizará agora
um medicamento de última
geração da classe anti-VEGF
para tratar o edema. O fornecimento será gratuito.
A decisão de usar o medicamento ocorreu após parecer do Núcleo de Avaliação
de Tecnologia de Saúde e da
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do SUS. O HC informou que a droga tem sido utilizada “off-label”, em âmbito
nacional e internacional,
com estudos de alto nível de
evidências. A utilização off-label é feita somente com aprovação da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas para indicações diferentes daquelas que constam
na bula do medicamento. O
remédio que será utilizado
pela Unicamp tem a possibilidade de fracionamento para
vários pacientes.
O edema macular diabético é a maior causa de cegueira entre pessoas com idade
economicamente ativa, segundo dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS). É
A Faculdade de Medicina do ABC
é um dos poucos postos de
aplicação do remédio para edema
macular secundário credenciado
junto à Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo. A utilização
está vinculada à disciplina de
oftalmologia e a demanda pela
droga é alta. A faculdade recebe
pacientes de todo o Estado.
“São cerca de 80 pacientes
por semana, a maioria com
diagnóstico de degeneração
macular relacionada à idade e
alguns com edema macular
secundário à diabetes”, diz
nota da universidade. Os
encaminhamentos são feitos pela
secretaria e a aplicação é gratuita.
Hospital de Clínicas da Unicamp será um dos poucos no Estado a fornecer medicamento para doença ligada à diabetes que pode levar à cegueira
uma doença que atinge os vasos sanguíneos dos olhos e é
resultante do excesso prolongado de açúcar no sangue.
Mesmo assim, o tratamento
é difícil no Brasil e diversos
pacientes precisam entrar
com uma ação judicial para
conseguir o Lucentis.
A reportagem questionou
a Secretaria de Estado da Saúde e o Ministério da Saúde sobre quais instituições no País
oferecem o medicamento
que será fornecido em Campinas, mas não obteve resposta. A Prefeitura de Campinas
e a Secretaria de Saúde do Es-
tado, porém, confirmaram
que têm ações para fornecer
o medicamento. O governo
estadual informou que solicitações administrativas pelo
remédio são avaliadas individualmente pela Comissão de
Farmacologia da Secretaria,
com base em evidências científicas sobre a eficácia terapêutica dos produtos prescritos pelo médico de cada paciente.
Ação
Em 2009, o Ministério Público Federal (MPF) moveu a
ação contra a União, o Esta-
ETA 2 III REPAROS
Abastecimento volta
ao normal em Sumaré
Pane elétrica em estação de tratamento
deixou 30% da cidade sem água na 3ª
O abastecimento de água em
Sumaré foi normalizado ontem
nos bairros Nova Veneza, Maria Antônia, Área Cura, Picerno
e Matão, que ficaram ao menos
um dia desabastecidos. Segundo a Odebrecht Ambiental, empresa responsável pelo sistema
de água da cidade, a distribui-
ção foi 100% regularizada. A
concessionária informou também que não há nenhuma manutenção programada na Estação de Tratamento de Água 2
(ETA), que poderia cortar o
abastecimento.
Pelo menos 30% da população ficou sem água na terça-fei-
ra. Uma interrupção no fornecimento de energia elétrica na
ETA suspendeu o funcionamento das bombas de captação de
água do Rio Atibaia. Com isso,
as bombas trabalham com 50%
da capacidade de captar água.
O problema foi solucionado ontem pela CPFL Paulista. As causas do corte de energia na ETA
foram os fortes ventos que atingiram a região. Segundo a comerciante Gabriela Gomes Pereira, de 27 anos, moradora do
Maria Antônia, a água voltou
ontem por volta das 14h. “Espero que não falte água por uma
bom tempo”, disse. (Shana Pereira/AAN)
do de Santa Catarina e a Prefeitura de Florianópolis. Entre os pedidos estava, além
do fornecimento imediato do
remédio para uma paciente,
a elaboração de estudos técnicos para viabilizar a padro-
nização dele na lista de drogas utilizadas no tratamento
da retinopatia diabética.
Em primeira instância, os
três entes públicos foram
condenados a conceder, de
forma solidária, o medica-
mento à mulher, já que, no
caso dela, o remédio se mostrou eficaz. Entretanto, o pedido de estudos técnicos foi
negado e os procuradores recorreram ao tribunal. O desembargador federal Fernando Quadros da Silva, relator
do processo, manteve a decisão de primeiro grau. “Há
necessidade de demonstração individual acerca da
existência de patologia e a
necessidade quanto à medicação pretendida por cada
paciente.”
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