Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Universidade do Mindelo Departamento de Ciências Económicas e Empresariais Licenciatura em Organização e Gestão de Empresa Empreendedorismos e Inovação nas pequenas e médias empresas, estudo de caso em vinte empresas da cidade do Mindelo. Deivy Reis Ramos Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Universidade do Mindelo Departamento de Ciências Económicas e Empresariais Licenciatura em Organização e Gestão de Empresa. Deivy Reis Ramos Trabalho de fim de curso para cumprimento dos requisitos necessários a obtenção do grau de Licenciatura do Curso de Organização e Gestão de Empresas da Universidade do Mindelo Orientadora: Mestre Helena Gomes Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Termo de Responsabilidade Eu, Deivy Reis Ramos, aluno do 4º Ano do Curso de Organização e Gestão de Empresas, da Universidade do Mindelo, tendo realizado o trabalho de fim de curso e um estudo de caso em diversa empresas sobre o tema: Empreendedorismo e inovação nas pequenas e médias empresas sob a orientação da Mestre Helena Gomes, responsabilizo pela veracidade de todas as informações contidas nesta Monografia. Declaro ainda que as informações recolhidas terão apenas a utilidade de carácter académico no âmbito do Curso frequentado. São Vicente, _______________ de 2013 O aluno _____________________ //Deivy Reis Ramos// A orientadora ______________________ //Helena Gomes// Página i Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Agradecimentos O meu primeiro agradecimento só pode ser para a minha família, em especial a minha mãe que tem sido o meu amparo nos momentos difíceis e a razão do meu desenvolvimento intelectual. Á Mestre Helena Gomes queria expressar a minha profunda gratidão, pelas suas sábias ideias e orientações, sugestões e apoio, incutindo-me ao longo de todo o processo de elaboração deste trabalho uma enorme motivação para que este fosse levado até ao fim. A minha Querida irmã pelas pelo apoio e ampara que me incentivou nos, momentos mais difíceis Por fim, mas não em último lugar, faço uma especial homenagem aos meus Professores e colegas do curso, por toda amizade e cumplicidade, deixo os meus agradecimentos. Página ii Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Pensamento “Face às dificuldades, nunca devemos baixar os braços porque, o maior homem do mundo morreu de braços abertos”. Bob Marley Página iii Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Resumo Ao longo dos anos, a economia Cabo-verdiana tem sofrido mudanças resultantes de factores internos e externo que impõem desafios nos mais diversos níveis da actividade económica. O sector privado vem desempenhando cada vez mais um papel preponderante no desenvolvimento da economia, com destaque para os pequenos negócios. Deste modo, torna-se central a reflexão em torno dos responsáveis das PME´S e seu perfil empreendedor na condução das empresas e na criação de novo negócio. Á este nível entende-se que o empreendedorismo e a inovação são essenciais na criação de novos projectos para que as pequenas e médias empresas sejam mais competitividades no mercado. Neste sentido que se propôs analisar a importância da inovação na gestão empreendedora nas PME´S com a finalidade de conceber um modelo gestão incorporando a inovação e o empreendedorismo. Para ilustrar esta importância, o presente trabalho procura explorar os resultados obtidos das pesquisas realizadas, bem como com a aplicação de questionários juntas as pequenas e médias empresas na cidade do Mindelo no que respeita ao impacto do empreendedorismo e inovação nos seus negócios. A partir da abordagem apresentada, foi possível o perfil empreendedor dos responsáveis das PME´S de São Vivente e os elementos do modelo gestão empreendedora virado para inovação e competitividade. Palavras – chaves: Empreendedorismo, inovação, Pequenas e médias empresas Página iv Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Abstract Over the years, the Cape Verdean economy has undergone changes resulting from internal and external factors that pose challenges at various levels of economic activity. The private sector is playing an increasingly important role in the development of the economy, especially for small businesses. Thus becomes central to reflection on the leaders of SME's and their entrepreneurial profile in the conduct of business and the creation of new business. At this level it is understood that entrepreneurship and innovation are essential in creating new projects for small and medium enterprises are more competitive- market. In this sense it is proposed to analyze the importance of innovation in entrepreneurial management in SME's in order to devise a management model incorporating innovation and entrepreneurship. To illustrate this importance, this paper seeks to explore the results of research conducted, as well as the questionnaires together small and medium enterprises in the city of Mindelo as regards the impact of entrepreneurship and innovation in their business. From the presented approach it was possible the profile of the entrepreneur in charge of SME São Living and model elements entrepreneurial management facing innovation and competitiveness. Key words: Entrepreneurship, Innovation, Small and medium - sized enterprises Página v Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Indices dos Gráficos Gráfico I: Evolução das Empresas em Cabo Verde ...................................................... 13 Gráfico II: Evolução do Número efetivo das empresas em São Vicente. ..................... 57 Gráfico III: Volume de negócio em São Vicente .......................................................... 57 Gráfico IV: Tipo de sociedade ...................................................................................... 59 Gráfico V:Actividade principal que a empresa desempenha ........................................ 59 Gráfico VI: Nível de escolaridade e número dos colaboradores ................................... 59 Gráfico VII: Ambição dos Inquiridos ........................................................................... 60 Gráfico VIII: Capacidade de Tomar Iniciativas ........................................................... 61 Gráfico IX: Nível de Responsabilidade ........................................................................ 62 Gráfico X: Confiança dos Inquiridos ............................................................................ 63 Gráfico XI: Nível de Optimismo................................................................................... 64 Gráfico XII: Nível de Empenho .................................................................................... 64 Gráfico XIII: Nível de exigência .................................................................................. 65 Gráfico XIV: Comunicação .......................................................................................... 66 Gráfico XV: Perfil Empreendedor dos Responsáveis das PME'´S de São Vicente ...... 66 Gráfico XVI: Fontes importantes no planeamento do negócio ..................................... 68 Gráfico XVII: Promoção de cursos/Accões de formação ............................................. 68 Gráfico XVIII: Lugar onde as empresas procuram formação ...................................... 69 Gráfico XIX: Motivos a não proporcionar formação aos seus colaboradores .............. 69 Gráfico XX: Obrigação em inovar ................................................................................ 70 Gráfico XXI: Introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) ....................... 70 Gráfico XXII: Com quem introduziu o produto (bem ou serviço) ............................... 71 Gráfico XXIII: Vantagens competitivas ....................................................................... 71 Gráfico XXIV: Aspectos menos positivos na empresa ................................................. 72 Gráfico XXV: Parcerias com associações nacionais ou internacionais ........................ 73 Gráfico XXVI: Serviços requisitados pela empresa ..................................................... 73 Gráfico XXVII: Contatos com Instituições de Ensino Superior ................................... 73 Gráfico XXVIII: Motivos a contatar Instituições de Ensino Superior ......................... 74 Gráfico XXIX: Satisfação com às parcerias com as instituições .................................. 74 Gráfico XXX: Causas que levam a não cooperar com outras empresas/instituições .... 75 Página vi Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas LISTA DE TABELS Tabela 1: Comparação entre empresa tradicional e empresa moderna .......................... 20 Tabela 2: Vantagens e Desvantagens das PME´S .......................................................... 25 Tabela 3: Características do Empreendedor ................................................................... 31 Tabela 4: ......................................................................................................................... 60 Tabela 5 .......................................................................................................................... 61 Tabela 6 .......................................................................................................................... 62 Tabela 7 .......................................................................................................................... 63 Tabela 8 .......................................................................................................................... 65 Tabela 9 .......................................................................................................................... 67 Página vii Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Abreviaturas ACPI – Agencia Cabo-verdiana de Promoção e Investimento AJEC – Associação dos Jovens Empresários Cabo-verdianos ADEI - Agencia para Desenvolvimento Empresarial e Inovação CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CC - Código Comercial ENI – Empresa em Nome Individual EUA - Estado Unidos de América GEM – Global Entrepreneurship Monitor GOP – Grandes Opções do Plano PME´S - Pequenas e Medias Empresas ONU - Organização das Nações Unidas OMC- Organização Mundial do Comércio PDM - Pais de Desenvolvimento Médio PMA - Países Menos Avançados SARL – Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada SCR – Sociedade de Capital de Risco SPQ – Sociedade por Quota TFC – Trabalho de Fim de Curso TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação UE - União Europeia PIB- Produto interno Bruto Página viii Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Índice Capitulo I: ....................................................................................................................... 11 Introdução ....................................................................................................................... 11 2 1.1 Situação problemática ...................................................................................... 12 1.2 Problema de Pesquisa: ..................................................................................... 13 1.3 Objectivos do Estudo ....................................................................................... 13 1.3.1 Objectivo Geral: ....................................................................................... 13 1.3.2 Objectivos Específicos ............................................................................. 13 1.4 Justificativa ...................................................................................................... 14 1.5 Estrutura do Trabalho de Investigação ............................................................ 15 Fundamentação Teórica .......................................................................................... 17 2.1 Pequenas e Médias Empresas .......................................................................... 17 2.1.1 Conceito de Empresas .............................................................................. 17 2.1.2 Evolução da Empresa ............................................................................... 19 2.1.3 Conceito das Pequenas e Médias Empresas ............................................. 21 2.1.4 A Importância das Pequenas e Médias Empresas na Economia .............. 23 2.2 Empreendedorismo .......................................................................................... 26 2.2.1 2.2.2 Conceito de Empreendedor ...................................................................... 29 O Perfil do Empreendedor............................................................................ 30 2.2.3 Competências a Desenvolver Pelo Empreendedor ................................... 35 2.2.4 Empreendedorismo em Cabo Verde ......................................................... 37 2.3 Inovação ........................................................................................................... 41 2.3.1 Classificação da Inovação ........................................................................ 43 2.3.2 Inovação em Modelos de Negócios (Gestão) ........................................... 45 Capitulo III ..................................................................................................................... 50 3.2 Tipo de Pesquisa .............................................................................................. 50 3.3 População e Amostra ....................................................................................... 52 3.4 Recolha de Dados ............................................................................................ 53 3.4.1 Questionário ............................................................................................. 53 3.4.2 Tratamento e Análise dos Dados .............................................................. 55 Capitulo IV: .................................................................................................................... 56 4 .Estudo de Caso ...................................................................................................... 56 4.2 Caracterização do Objecto de Estudo .............................................................. 56 4.3 Apresentação e Análise dos Resultados........................................................... 58 4.4 Proposta do Modelo de Gestão Empreendedora nas PME´S de São Vicente . 76 4.5 Conclusão......................................................................................................... 80 Página ix Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 4.6 Recomendações Finais ..................................................................................... 81 4.7 Referências Bibliográficas ............................................................................... 83 ANEXOS .................................................................................................................... 89 Página x Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Capitulo I: Introdução Actualmente com o processo da globalização, o empreendedorismo tem assumido um papel importante no desenvolvimento local e económico do país. Tem ganho mais ênfase por parte do Governo/Autarquias Locais, dos particulares e das entidades dos sectores económicos e financeiros. O empreendedorismo vem se configurando pela melhoria da situação socioeconómica do país, com destaque na criação e consolidação das pequenas e medias empresas (PME´S). Este fenómeno tem contribuído efectivamente na luta pela redução do desemprego. Mas também se revela como o impulsor do desenvolvimento sustentado do país, através de iniciativas e criatividades de gestores das empresas que pretendem investir na realização dos seus projectos para que sejam mais competitivas no mercado. Há uma aposta permanente na capacitação dos recursos humanos com técnicas e ferramentas empreendedoras para o melhor a competitividade das organizações e empresas com impacto positivo no desenvolvimento local. O incentivo ao empreendedorismo pode então favorecer a inovação e a criação de novas empresas e assim contribuir para o desenvolvimento. “O empreendedor é o componente fundamental do processo de desenvolvimento económico, pois introduz novos produtos e serviços no mercado através de um processo chamado destruição criativa, ou seja, a substituição de produtos e serviços antigos por outro mais eficiente” (Shumpeter, 1976) apud (Damião Sanches, 2012). Assim, é o comportamento empreendedor dos responsáveis das organizações e principalmente a sua capacidade de inovação que se traduzirá em os resultados positivos das empresas no mercado e na sua própria competividade. No presente trabalho aborda-se o tema “Empreendedorismos e Inovação nas pequenas e médias empresas”, onde pretendeu-se identificar os elementos que caracterizam o empreendedorismo e a inovação no modelo de gestão, o perfil e as características dos gestores e empreendedores, elementos de inovação para uma gestão inovadora. Recorreuse, para isso, a um estudo de caso. Deivy Ramos Página 11 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 1.1 Situação problemática O combate ao desemprego, a aposta do governo na redução da pobreza, a necessidade de tornar o mercado mais competitivo para fazer face a concorrência do mercado internacional, destacando a necessidade de inovação visando a conquista de novos mercado para ultrapassar a pequenez do nosso mercado. É certo que estes constituem factores que incentivam os investimentos nas PME´S (pequenas e médias empresas). Mas por outro lado é necessário uma postura mais empreendedora por dos representantes das empresas e dos trabalhadores visando a inovação dos produtos e serviços bem como a flexibilidade dos processos de gestão, através dos processos de aprendizagem. Diante das circunstâncias actuais, o empreendedorismo e a inovação são impostas pela nova dinâmica financeira e económica. Efectivamente estamos numa era de grandes mudanças sociais, económicas, culturais, tecnológicas e politicas onde a crise internacional tem tido um forte impacto na economia do país, fazendo com que haja uma alta taxa de mortalidade das pequenas e médias empresas (PME´S), principalmente no caso de Cabo Verde. Assim, não resta outra alternativa a não ser promover políticas empreendedoras capazes de fazer face às novas demandas conjunturais, alterando o paradigma de gestão das PME´S cabo-verdianas actuais para o enfoque mais proactivo com aposta na inovação e na competitividade. Percebe-se que um dos grandes desafios do Governo Cabo-verdiano é promoção do crescimento das pequenas e medias empresas (PME´S) e o consequente desenvolvimento económico e social, que reflita de igual forma na redução da pobreza e do desemprego e na construção de uma sociedade mais proactiva. 2.500 2.000 O gráfico ao lado demonstra que as PME´S 1.500 constituem a maior franja das empresas 1.000 activas no mercado nacional1, cerca de 500 0 IAE 2011 PME´S 1 IAE 2012 Grandes Empresas 91.3% das 9.177. Este dado reflete a importância das mesmas na economia Fonte: WWW.INE.CV (IV Recenseamento Empresarial 2012) Deivy Ramos Página 12 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Gráfico I: Evolução das Empresas em Cabo Verde Fonte: Elaboração própria nacional, enquanto promotoras de inovação, competitividade e dinamismo no mercado. No entanto as PME`S continuam enfrentando dificuldades vários como acesso ao crédito, legislação comercial pouco favorável, sistemas de gestão baseadas no improviso, uma cultura pouco inovadora que dificulta o seu posicionamento no mercado. 1.2 Problema de Pesquisa: A questão que o presente estudo pretende investigar é: Qual a contribuição da inovação em modelo de negócio empreendedor nas pequenas e médias empresas de São Vicente? 1.3 Objectivos do Estudo Para responder ao problema de investigação formularam os seguintes objectivos geral e específicos. 1.3.1 Objectivo Geral: Analisar o papel da inovação na gestão empreendedora das pequenas e médias empresas. 1.3.2 Objectivos Específicos Caracterizar o empreendedorismo e a inovação como elemento gestão empresarial; Identificar as características que caracterizam o perfil empreendedor dos responsáveis; Deivy Ramos Página 13 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Identificar os elementos que caracterizam o modelo de gestão empreendedora das PME´S com enfoque na inovação; Propor um modelo de gestão empreendedora para as PME’S de São Vicente. 1.4 Justificativa Sendo um fenómeno recente e pertinente que vem se desenvolvendo no país num ritmo cada vez mais acelerado, despertando interesse por parte do governo, dos diversos agentes ligado ao sector empresarial, dos jovens e da própria sociedade é premente investir e explorar essa área. Um dos suportes motivacionais que justifica o principal interesse pelo tema, deve-se a importância deste fenómeno no combate ao desemprego, na redução da pobreza, no bem-estar socioeconómico e na sua contribuição para o desenvolvimento económico sustentável. O estudo desse tema prende-se ainda o facto da crescente globalização e das muitas transformações económicas e sociais terem uma influência significativa na concepção, no crescimento e na sobrevivência das pequenas e media empresa (PME´S) nacionais. Com efeito, a recente elevação de Cabo Verde para país de desenvolvimento médio e a consequente restrição das ajudas externas impulsionaram surgimento das PME´S como uma alternativa sustentável de desenvolvimento do País. Com todas essas ocorrências as pequenas e médias empresas (PME´S) tem de assumir um modelo de gestão empreendedor com ênfase na inovação para conseguir acompanhar as constantes transformações que o nosso mercado vem sofrendo. Deste modo justifica-se uma reflexão em torno dos empreendedores e das suas motivações para criação de projectos inovadores e competitivos como reforço para o desenvolvimento do sector privado e no combate ao flagelo do desemprego que assola a nossa sociedade Mindelese. Pois a taxa de desemprego em São Vicente e bastante elevada Deivy Ramos Página 14 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas sendo a São Vicente continua a liderar o ranking dos concelhos com maior taxa de desemprego com 21,1%2. Na perspetiva teórica este trabalho contribui para caracterização para o perfil empreendedor dos responsáveis das PME´S de São Vicente. Na prática contribui como modelo de gestão empreendedor com enfase na inovação, que contribuirá para uma melhor programação das atividades, formulação de estratégias, consequente com formulação de estratégias competitivas. 1.5 Estrutura do Trabalho de Investigação O presente trabalho de investigação encontra-se estruturado em 4 capítulos e a conclusão. No primeiro capítulo começa-se por introduzir o tema, apresentar a situação problemática com o respectivo problema de investigação, os objectivos e finalmente a justificação da escolha do tema. No segundo capítulo, faz-se uma abordagem por principais conceitos teóricos que fundamentam a pesquisa. Na primeira secção começa por caracterizar as PME´S e referindo a sua importância na economia Cabo Verdiana, na segunda secção conceitua-se o empreendedorismo e empreendedor caracterizando perfil do empreendedor e destacando o papel do empreendedorismo em Cabo Verde. Na última secção começa-se com a definição e caracterização da inovação e inovação em modelos de negócios (Gestão) Já no terceiro capítulo, encontra-se a metodologia do trabalho. Constituída por uma resumida caracterização de métodos e técnicos utilizados na pesquisa. Procurou-se caracterizar o tipo de estudo, e consequentemente as técnicas adequadas para recolha e tratamento dos dados recolhidos que asseguraram o alcance dos objectivos. 2 Http://asemana.sapo.cv/spip.php?article98709&ak=1 Deivy Ramos Página 15 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas No quarto capítulo, consiste na apresentação do resultado do questionário e do estudo de caso realizado nas empresas inquiridas, passando pela apresentação de algumas sugestões de melhorias do modelo de gestão empreendedora para as PME´S. Na conclusão apresentam-se as principais elações e recomendações que resultam do trabalho de investigação. Deivy Ramos Página 16 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Capitulo II 2 Fundamentação Teórica Neste capítulo apresenta-se o referencial teórico dos pressupostos básicos para o desenvolvimento da investigação. Está dividido em três secções, na primeira faz-se uma abordagem as PME´S, apresentando os conceitos e as características, bem como a sua importância para o desenvolvimento económico do país. A segunda explana os conceitos de empreendedorismo e empreendedor, incidindo nas características empreendedoras e do empreendedor líder, finalizando com o impacto do empreendedorismo na economia. No último faz uma abordada pelos conceitos de inovação e modelos de inovação. 2.1 Pequenas e Médias Empresas Antes de debruçar sobre o conceito das pequenas e médias empresas é fundamental fazer uma abordagem pelos conceitos das empresas de forma geral. 2.1.1 Conceito de Empresas Em todos os sistemas económicos existem empresas nos mais diversos sectores e subsectores ou ramos de actividade económico, em que a finalidade é produzir bens e serviços destinados à comercialização com intuito de satisfazer não só em termos quantitativo, mas também de forma qualitativa as necessidades humanas. Existe um leque muito diversificado de definição do conceito de empresa, que tem evoluído ao longo do tempo, integrando vários parâmetros, dada a abrangência que a mesma contempla. Segundo Maria Oliveira, (1995), “A empresa é um conjunto de factores de produção reunidos sob a autoridade de um indivíduo (empresário) ou de um grupo com o objectivo de realizar um rendimento monetário através da produção de bens e serviços”. Deivy Ramos Página 17 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Em consonância com o conceito acima apresentada, o Código Comercial,3 carateriza a empresa como uma “actividade organizada, com carácter económico e profissional, constituída com o fim de produzir o lucro. O titular da empresa poderá ser um comerciante em nome individual ou uma sociedade”. Os dois conceitos anteriores enquadram-se na abordagem economista das empresas que realça como objectivo primordial o lucro e a sua maximização. Reforçando este conceito Nilton Friedmau (1963) apud. De Louça Et Al (2004) afirmar que as empresas devem produzir bens e serviços eficientemente e deixar soluções dos problemas sociais aos governos e aos indivíduos a que lhe dizem respeito. Esta postura não coadura com a nova conjuntura economia actual, que exige uma visão mais abrangente das empresas, englobando os aspectos sociais e ambientais, pois devem interagir constantemente com o ambiente renovando-se e transcendendo-se a si mesmas. Nesta prespectiva de Chiaveanato (2002) referindo aos autores da teoria do sistema define organização/empresa é “um sistema criado pelo homem e que mantem uma dinâmica interação com o meio ambiente, isto é são sistemas abertos afectados por uma mudança em seus ambientes que originam oportunidades e ameaças”. Fundamenta-se esta visão enfatizando a aprendizagem organizacional, Peter Senge (1990) apud Serrano e Fialho (2005) define empresas como lugares onde as pessoas expandam continuamente a sua capacidade de criar resultados que eles realmente desejam, onde formas novas e expansivas de pensar são encorajadas, as aspirações colectivas são livre e as pessoas estão constantemente aprendendo. Este conceito demonstra os benefícios do pensamento sistemático, onde a interdependência de todos os factores é relevante para tomadas de decisões empresariais. Portanto, as organizações e empresas, nesse sentido, traduzem a capacidade do do capital humano de criar e desenvolver novos produtos e serviços no mercado, ou melhor os já existentes. 3 Boletim Oficial nº3/99 Deivy Ramos Página 18 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Pode-se afirmar que o controlo e a ordem da época industrial, quando o recurso estratégico era o capital, e o objectivo da empresa apenas a obtenção dos lucros foram substituídos pela dinâmica da era da informação cujo recurso estratégico ronda a volta da informação, o conhecimento e a criatividade. Nesse novo ambiente e considerando o objecto de estudo, conclui-se que as empresas actuais requerem uma gestão proactiva, processos inovadores e uma visão empreendedora dos gestores para poderem competir de forma eficiente e apresentar vantagem competitivas face aos concorrentes. 2.1.2 Evolução da Empresa Com a sedentarização, o homem criou a associação económica vinculada à família que se dedicava a prática de actividades diversas, através de técnicas rotineiras, com vista a garantia da subsistência. De acordo com Lucinda Henriques e Manuela Leandro, (2002), a Revolução Industrial operou uma profunda transformação na sociedade. As mudanças técnicas e tecnológicas, então verificadas, implicaram alterações a nível da organização da produção, com recurso à energia em larga escala e à necessidade da concentração. Surge a empresa capitalista – a fábrica – que vai reunir capital e trabalho, sob a autoridade de um empresário, tento em vista a obtenção de lucro. A Revolução Industrial foi um marco fundamental para a mudança de paradigma empresarial, culminando com uma visão da era de informação, onde se transforma num processo contínuo, em que o capital fundamental já não é o recurso económico básico, mas antes o saber, dando ênfase uma vez mais, ao factor humano como sendo aquele que detêm a sabedoria. Quem lidera esse novo processo não são os capitalistas, mas sim os trabalhadores do saber, canalizando o conhecimento aos diversos ramos de actividade. Assim, as tecnologias da informação são cada vez mais consideradas como uma arma estratégica no desenvolvimento das empresas e das sociedades. Deivy Ramos Página 19 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Atendendo os novos desafios, as empresas têm de desenvolver uma cultura que valorize o esforço contínuo, a flexibilidade, a criatividade, a investigação científica e tecnológica e a valorização dos recursos humanos como pilares que sustentam o dia-a-dia das empresas e que desenham os eixos de projecções das mesmas para o futuro. Na tabela abaixo apresenta-se uma síntese e caracterização das duas gerações que são diferentes e pode ser espelhada de forma resumida no seguinte: Tabela 1: Comparação entre empresa tradicional e empresa moderna Empresas tradicional 1. Muitos semelhantes a uma máquina; Máquinas são construídas com partes padronizadas; portanto, são orientadas com base na estrutura. 2. Estatísticas, estáveis, passiva, inertes. 3. Previsíveis; funcionam de acordo com uma cadeia linear de causa e efeito; rupturas são facilmente identificáveis 4. Externamente controlados através de estreita observação. 5. São mais bem entendidas se forem reduzidas às suas partes mais simples, as partes determinam o todo. Analise 6. Sistemas fechadas; procedem em direção a entropia; obedecem á segunda da termodinâmica. Empresas Modernas 1. Organismos vivos, nos quais não há duas partes idênticas; portanto, são orientadas com base no processo. 2. Dinâmico, em contínuo mudança. 3. Imprevisíveis; funcionam de acordo com os padrões cíclicos de informação; (laços de retroação); rupturas são causadas pela interação de múltiplas fatores intervenientes. 4. Auto-organizadas; a ordem é criada internamente e é permitido ampla autonomia. 5. São mais bem entendidas absorvendo- se o todo; o todo determina as partes. Síntese 6. Sistemas abertos; interagem continuamente com o ambiente; evoluem em direcção a níveis cada vez mais elevadas de ordem e de complexidade; renovam-se e transcendem a si mesmo. Fonte: Chiavenato, Idalberto (2002, pág. 462) Elaboração própria Deivy Ramos Página 20 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Através desta tabela pode-se fazer uma análise comparativa da evolução da empresa, tanto nos seus aspectos internos como externos, traduzindo sinais de maior complexidade no funcionamento da mesma e a necessidade da sua adaptação permanente para fazer face as novas exigências impostas. Os conceitos acima apresentados definem as empresas na generalidade, no entanto as empresas apresentam especificadas que só poderão ser analisadas e compreendidas com o agrupamento das mesmas segundo as características especificas. São vários os critérios de classificação de empresas para o efeito do presente estudo, ressalta-se o critério rácio, que nos permite classificar a empresa quando a dimensão em pequenas, médias e grandes. Os rácios utilizados para o efeito variam segundo o país e o sistema económico. 2.1.3 Conceito das Pequenas e Médias Empresas Atualmente, a empresa destaca pelo conjunto de meios técnicos, matérias, humanos e financeiros, organizados com vista á concretização de um determinado fim económico, qual se passa pelo exercício de um actividade orientada para satisfação das necessidades dos seus vários stakeholders4, com características e responsabilidades próprias. O conceito das PME`S tem sido muito discutido e não existe um consenso entre os autores5. Segundo SILVA (1993) “a pequena empresa é a que emprega menos de 5 trabalhadores, e a média empresa a que tem entre 5 e 400 trabalhadores”. No entanto, a (Carta Europeia das Pequenas Empresas, 2000) considera que “As pequenas empresas empregam entre 10 e 49 pessoas e as Médias empregam menos de 250 pessoas”. Para além dos critérios acima referidos, existem outros critérios para classificação das PME`S, como por exemplo, volume de negócio e a independência. De acordo com o (Regulamento da Comunidade Europeia nº. 70/2001) “ Quando a classificação é feita com base no volume de negócio são consideradas as Pequenas Empresas aquelas que tem um 4 Os seus clientes, colaboradores, acionistas, credores, fornecedores e o estado. Empresas consideradas em Países desenvolvidos podem ser classificas como médias ou grandes num País em desenvolvimento. Mesmo dentro de um País, a depender da região, do setor ou das prioridades governamentais, os critérios poderão ser diferenciados de modo a proporcionar maior eficácia às políticas públicas 5 Deivy Ramos Página 21 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas volume de negócio inferior a 7 milhões de euros ou um balanço anual que não ultrapassem 5 milhões de euro, e as Médias Empresas o volume de negócio deve ser inferior a 40 milhões de euros ou o seu balanço anual inferior a 27 milhões de euros”. Nos Estados Unidos as Pequenas e Médias Empresas não são definidas, somente pela receita ou pelo número de funcionários, muito menos pelo tempo de funcionamento, mas por sua função na economia. (LEEBAERT, 2006). As pequenas e médias empresas são as que demonstram criatividade nas suas operações, pois estão sempre inovando, e assim, conseguem ter um diferencial e se destacar no mercado, como também, sua perseverança em nunca retroceder, procurando novos mercados e assumindo riscos, os quais manterão a continuidade de suas atividades, demonstrando a natureza empreendedora que estas empresas possuem. No entanto Pinheiro (1996) apud Moraes e Martino são da opinião que as PME´S encontraram algumas dificuldades nos aspectos financeiros, de produtividade, marketing, recursos humanos, e tecnológicos, bem com um alto grau de improvisação nos factores gerências. As pequenas e médias empresas, tal como grandes, devem sempre buscar em suas operações a eficiência, pois desta forma poderão reduzir custos e melhorar seus resultados, trazendo com isso, a sustentação e o crescimento das mesmas. Em Cabo Verde as PME`S são consideradas elementos fundamentais no plano de sustentação económica e no desenvolvimento regional, uma vez que têm uma enorme capacidade de gerar riqueza e criar emprego. De acordo com o INE (Instituto Nacional de Estatística) as empresas podem ser classificadas quando a sua dimensão em micro, pequenas, médias e grandes. Segundo legislação Cabo-verdiana reconhece no seu (Decreto-Lei nº40/90 de 6 de Junho) que as PME`S são “todas aquelas que reúnem as seguintes características: possuir mais de 5 trabalhadores e menos de que 50 trabalhando de forma permanente; as receitas anuais não ultrapassem duzentos milhões de escudos; o seu capital social seja detido em mais de Deivy Ramos Página 22 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 75% por investidores de nacionalidade Cabo-verdiana; não detenha participações financeiras noutras empresas que não sejam PME`S nacionais”6. Segundo o INE existem cerca de 9.177 7 Empresas em Cabo Verde que operem em diversas áreas, como o comércio, industria, prestação de serviços, entre outros. Para efeito o autor assume como conceito das PME´S o fornecido pela ADEI, visto que se pretende desenvolver um modelo de gestão adequado as característico das PME´S nacionais. 2.1.4 A Importância das Pequenas e Médias Empresas na Economia As pequenas e médias empresas possuem importância na economia nos mais variados segmentos, tendo extrema relevância na geração de emprego e renda, mesmo em momentos de crise, e por estarem em grande número em nossa economia, são vistas com respeito pelos analistas financeiros. Com o intuito de competirem em igualdade com as grandes empresas, as pequenas e médias empresas estão a sendo desafiadas á desenvolverem um novo padrão de relacionamento com os stakeholders8 e o ambiente geral, com base em parcerias estratégicas. Desta forma estarão mais bem posicionadas a atender às necessidades do mercado, aumentando assim a aproximação e interação entre as empresas, pois percebese que não é mais possível crescer trabalhando de forma isolada e que a chave do crescimento está na união. Portanto, as pequenas e médias empresas, através desta nova visão, serão capazes de enfrentar a concorrência quase desleal das grandes empresas. 6 A legislação Cabo-Verdiana vem sofrendo algumas alterações, sobretudo partir do ano de 1990, com o objectivo em atrair o investimento externo e tornar o mercado Cabo-Verdiano mais competitivo. A inserção da economia Cabo-Verdiana na economia mundial e mais tarde na no processo e globalização económica permitem adequar o mercado em termos jurídico-legal. Por isso o código das Empresas Comerciais de Cabo Verde, aprovado pelo ordenamento jurídico DL n.º 3/99, admite a criação de diversos tipo empresas e em todos sectores de actividade podendo ser individual ou em sociedade. 7 Dados de INE – Inquérito Empresarial (2012) 8 Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo usado em diversas áreas como gestão de projetos, administração e arquitetura de software referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa. Deivy Ramos Página 23 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas As pequenas e médias empresas na maioria das vezes possuem atividades diversificadas e estruturas flexíveis, as quais facilitam acções rápidas de adaptação a novas mudanças. A valorização da flexibilidade e da agilidade possibilita que estas tenham uma maior oportunidade nas inovações, auxiliando-as a permanecer no mercado mutável. Diversas políticas de apoio de inovação para as PME`S vêm sendo assim implementadas nos países desenvolvidos devido ao reconhecimento de que essas podem ser potencialmente difusoras de inovação e também estimular o crescimento regional. (Rothwell e Dodgson, 1992)9 As iniciativas inovadoras das pequenas e médias empresas visam à continuidade e alcance de crescimento, sempre investindo na melhoria de seus produtos e serviços, dando maior atenção a formação de profissionais que possam contribuir para este crescimento com ideias inovadoras, como também, em tecnologia, a qual leva a empresa há uma maior visão de futuro. A perceção das necessidades dos clientes e das oportunidades do mercado torna um factor primordial nesse processo inovador, já que todos os esforços da empresa estarão voltadas para satisfação dos clientes com produtos e serviços de qualidade e preços competitivos. Uma das formas ainda utilizada pelas pequenas e médias empresas no alcance do crescimento é a competição entre os funcionários, que deverá ser estimulada. Pois, é através da partilha do conhecimento e de debates de ideias que surgem novas formas de satisfazer o mercado que poderão convergir no aumento no aumento da capacidade competitiva da empresa. Os factores mencionados demonstram a pertinência de se apostar na promoção dos empreendimentos de pequenas e médias dimensões, pois além das vantagens já referidas como a criação de posto de trabalho e do auto-emprego, a capacidade inovadora e flexibilidade das mesmas. A sua contribuição se configura em novas formas de relacionamento com o seu meio ambiente, aproveitando da sua flexibilidade para prestar 9 WWW.redetec.org.br/publique/media/LivroEra%20do%20conhecimentocap6.pdf Deivy Ramos Página 24 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas serviços terceirizados com as grandes empresas ou cooperando com as da mesma dimensão na formulação de estratégias e na produção de bens e serviços inovadores. Capacidade do mercado nacional em termos de absorção de produtos e serviços, e a necessidade de desenvolver produtos ditos tradicionais faz com que as PME´s sejam catalisadoras do processo de internacionalização das empresas, quer individualmente quer em colaboração com outras empresas. Apresenta-se no quadro abaixo as vantagens e desvantagens da PME´S, realçando as suas características básicas que as favorecem enquanto dinamizadoras do desenvolvimento económico. Tabela 2: Vantagens e Desvantagens das PME´S Vantagens - As PME`S são mais flexíveis; Inconvenientes - Por ser empresas flexíveis são afetadas - Grande capacidade de adaptação no com mercado e geração de emprego; maior facilidade, devido aos problemas económicos, como inflação; - Capacidade para mudar rapidamente a - São mais vulneráveis a fiscalização e sua estrutura produtiva em reação as controlo governamental; necessidades do mercado; - A falta de recursos financeiros limite o - Assimilação e adaptação de novas seu desenvolvimento, uma vez que tem tecnologias com uma certa facilidade; certas dificuldades em encontrar - O seu quadro do pessoal é constituído financiamento; por poucos colaboradores e normalmente - Mantém uma grande tensão política uma gerido pelo seu próprio proprietário; vez que os grandes empresários tentam a - O planeamento e a organização não todos meios eliminar essas empresas; necessitam de muito capital; - A administração não é especializada, o - Produzem e vendem produtos a preços que por vezes pode revelar-se o insucesso competitivos; dessas empresas; - Com uma boa gestão, permite ampliar e - Nem sempre tem uma boa qualidade na adaptar as condições do mercado; Deivy Ramos produção. Página 25 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas -Devido ao grande dinamismo, possibilita o crescimento e de se tornar uma grande empresa; - Facilidade na resolução dos problemas. Fonte: Adaptado de Castro 2009 Elaboração Própria Do quadro acima conclui-se que as PME´S apresentam características específicas que favorecem a sua participação no processo de inovação e desenvolvimento económico, contudo é de referir que as mesmas apresentam certas limitações, como a falta de recursos, a administração, organização e gestão pouco especializadas. Com o trabalho de pesquisa objectiva-se contribuir com um modelo de gestão que assegura a eficiência e eficácia na gestão de recursos e uma gestão mais proactivo das pessoas, melhorando a sua performance no mercado, com impacto positivo no desenvolvimento económico. 2.2 Empreendedorismo 2.2.1 Conceito e Abordagens Não existe consenso entre os diferentes autores quanto ao conceito do empreendedorismo. A sua conversão num campo de investigação originou a criação de um conjunto de definições enquadradas em abordagens distintas. O conceito de empreendedorismo tem um vasto leque de significados. O conceito do empreendedorismo tem evoluído no tempo e no espaço, em paralelo com a dinâmica empresarial, e com a evolução da sociedade. De acordo com Leite (2002) citando Schumpeter (1946), o empreendedorismo é derivado da palavra “entrepreneurship”, empregada no século XVII, na França, denominada para um indivíduo que assumia o risco de criar um novo empreendimento. Deivy Ramos Página 26 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas A palavra empreendedorismo foi utilizada pela primeira vez pelo economista Joseph Schumpeter em 1950, em que entende ser empreendedor uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1970 Peter Drucker introduziu o conceito de risco em que defende que uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. Em 1985 Gifford Pinchot introduziu o conceito de intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora mas dentro de uma organização.10 No entanto Rezende e Castor (2006), complementando a ideia anterior defendem que o empreendedorismo é entendido como realização. Portanto é necessário não somente o desenvolvimento de comportamentos e hábitos, mas também possuir a capacidade de materializar o projecto com a sua realização. O conceito apresentado por Hisrich & Peters (2002) é uma das definições mais aceites pelos estudiosos do empreendedorismo, por sintetizar todos os factores fundamentais do conceito. Segundo os autores empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação económica e pessoal. Na mesma perspectiva Dornelas (2008) defende que o empreendedorismo requer: 1 O processo de criação de algo novo e de valor; 2 Requer a devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer; 3 Que os riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas sejam aceites; 4 É preciso ousadia e ânimo, apesar das falhas e erros. Do exposto pode-se aferir que o fenómeno do empreendedorismo não se restringe a actividade empresarial, embora seja esta área a sua principal ênfase. Este fenómeno pode ser analisado sob diferentes perspetivas. Na perspetiva social pode-se distinguir o empreendedorismo comunitário e cooperativo, enquanto nas empresas pode-se traduzir 10 (Encontra-se disponível no Site: http://www.adei.cv – acesso em Abril 2012) Deivy Ramos Página 27 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas no processo da sua conceção e por outro lado na postura proactiva dos profissionais da mesma através da apresentação de soluções inovadoras. Das razões de estudo e promoção do processo empreendedor ressalta o forte impacto no desenvolvimento económico, no fomento do emprego e no desenvolvimento financeiro do país, e principalmente na promoção de inovação de processos, produtos e serviços. Portanto de acordo com Gonçalves (2000) apud a Santos (2006), as definições do empreendedorismo variam conforme a especialização de cada abordagem. Os economistas tendem a concordar que os empreendedores estão associados à inovação, permitindo desenvolvimento. Os investigadores das ciências comportamentais defendem como características desse fenómeno a criatividade, a persistência, o controlo e a liderança assumida e manifestada. Por outro lado, os engenheiros consideram os empreendedores como bons distribuidores e coordenadores de recursos. Por último, os financeiros definem os empreendedores como pessoas capazes de medir e assumir risco calculados. Dando enfase as mutações ambientais e a necessidade de flexibilidade dos sistemas de gestão, Ferreira, Reis e Serra (2009), concebem o empreendedorismo como uma das formas de os indivíduos, as empresas e as sociedades fazerem face as mutações sociais, culturais e económicas do mundo contemporâneo. Estas mudanças são visíveis a vários níveis e nas diversas actividades económicas, caracterizadas pelo progresso tecnológico, pelas tendências de especialização nacional e internacional do trabalho e das actividades. Assim, para Veiga (2008), o empreendedorismo tem despontado como o novo paradigma da administração, assumindo especial destaque no planeamento estratégico empresarial. Uma das razões para este protagonismo prende-se com o facto de ser um meio mobilizador de recursos necessários ao desenvolvimento económico. A partir das visões apresentadas conclui-se que a arte de empreender deixou de ser considerada um dom, e é hoje uma disciplina que consta no programa de vários cursos e em praticamente todos os níveis de ensino. (Trigo, 2003). Portanto reconhece-se o empreendedorismo como um processo dinâmico a partir do qual os indivíduos são capazes de tomar iniciativas, de projetarem soluções inovadoras, criando empreendimentos rentáveis, correndo riscos a partir de uma ideia baseada numa Deivy Ramos Página 28 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas oportunidade de mercado, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável dos negócios e do país. 2.2.1 Conceito de Empreendedor Verifica-se que o empreendedor é um indivíduo com visão, disposto a arriscar recursos físicos e humanos, em novos mercados, que despertam a criação de uma perspectiva de progresso e desenvolvimento económico. Segundo Chiavenato (2007), o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, espírito financeiro e capacidade de identificar oportunidade. Defendendo a mesma visão Marcondes & Bernardes (2000), conceituam o empreendedor como toda a pessoa que identifica necessidades de clientes potenciais como uma oportunidade de negócio para satisfaze-las criando uma empresa. Ainda, segundo o mesmo autor, poderá ser um empreendedor o desempregado que cria o seu auto-emprego, abrindo um negócio através da aplicação de toda sua energia na inovação e no crescimento. Os empreendedores, de acordo com Drucker (2003), não se concentram simplesmente em melhorar o que já existe, ou em modifica-lo, eles procuram criar valores e satisfações, novos e diferentes, convertendo um “material” em um “recurso”, ou combinando recursos existentes em uma nova e mais produtiva configuração, buscando novos resultados organizacionais. Numa perspetiva mais abrangente Oliveira (2007), defende que o empreendedor é aquele indivíduo que age independentemente ou como parte integrante de uma organização, que cria um novo empreendimento ou desenvolve uma inovação e assume o risco de introduzi-la no mercado. É uma pessoa que não está satisfeito com o estado das coisas e deseja construir o novo, é uma pessoa com atitude, com dinâmica e visão, estando sempre à procura de inovar. É neste sentido que se enquadra o presente trabalho de investigação onde se pretende desenvolver um perfil empreendedor dos responsáveis dos PME´S. Deivy Ramos Página 29 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Chiavenato (2004), por sua vez, entende que os Empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios, pois fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento económico. Não são simplesmente fornecedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos inerentes em uma economia em mudança, transformação e crescimento. De entre as várias definições existentes para o termo empreendedor talvez a que mais reflicta o espírito empreendedor seja a de Schumpeter (1949) apud (Rodrigues 2012) “O empreendedor é aquele que destrói a ordem económica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Para Dolabela (2008), o empreendedor é alguém que sonha e busca transformar sonho em realidade “ (…) é uma pessoa insatisfeita, que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si e para os outros”. Em suma o empreendedor deve apresentar um conjunto de características que lhe permite realizar os seus sonhos, inovar o mercado em termos de produtos, serviços e organizações, apostando sempres na perseverança e na criatividade. 2.2.2 O Perfil do Empreendedor O perfil empreendedor pode ser entendido como conjunto de característica, habilidades e competências dos empreendedores e existe uma grande variedade de atributos que os envolvem (Rezende e Castor, 2006). Estes servem para destacar os pontos fortes e fracos presentes na carácter do empreendedor, como objecto planear acções formativas de capacitação na actividade empreendedora. Na visão de Dornelas (2008), o empreendedor possui característicos extras, que diferenciam do seu comportamento e atributos pessoais, que se somam às características sociológicas e do próprio quotidiano. Deste modo, o perfil empreendedor pode variar de pessoa para pessoa de acordo com as suas necessidades e expetativas. Isto acorre quando Deivy Ramos Página 30 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas o indivíduo sente - se forçado a iniciar o próprio negócio, por não haver outras opções de trabalho ou por estar insatisfeito com as condições do trabalho existentes. Ao observar verdadeiros empreendedores, é possível identificar um conjunto de aspectos que lhes são muito próprios: 1. - Os empreendedores são peritos em identificar, explorar e comercializar oportunidades; 2. - São exímios na arte de criar (novos produtos, serviços ou processos), conseguem pensar “fora do quadrado”; 3. - Os empreendedores têm uma visão diferente das coisas; adivinham problemas que os outros não vêm ou que ainda nem existem; descobrem soluções antes mesmo de outros sentirem as necessidades, vêm o que outros não vêm. Segundo Dornelas (2008) O empreendedor vê oportunidades que escapam aos outros, ou a que os outros não atribuem relevância, gostam de assumir risco, acreditam nos seus palpites e seguem-nos, aceitam o insucesso. Embora nenhum empreendedor goste de falhar, sabe que a possibilidade de fracassar é inerente ao risco que qualquer actividade empreendedora comporta. O insucesso é encarado como uma possibilidade de aprender e evoluir e previne futuros fracassos. Considerando o exposto no quadro abaixo apresentam-se principais características do perfil empreendedor: Tabela 3: Características do Empreendedor O empreendedor aceita riscos, ainda que muitas vezes seja Aceitação do risco cauteloso e precavido contra o risco; O empreendedor procura fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando com o que já atingiu. Não tentar progredir Ambição significa estagnar e um empreendedor deve ter a ambição de chegar um pouco mais além; O empreendedor tem auto-confiança, acredita em si mesmo. Se não acreditasse, seria difícil tomar a iniciativa. A crença Auto-confiança Deivy Ramos em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, oferecer-se Página 31 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor; Pessoas empreendedoras são capazes de auto motivação relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. Não Auto-motivação e necessitam de prémios externos, como compensação entusiasmo financeira. A sua motivação permite entusiasmarem-se com suas ideias e projectos; Capacidade de trabalho em equipa O empreendedor cria equipa, delega, acredita nos outros e obtém resultados por meio de outros indivíduos; Para Conhecimentos técnicos ser um empreendedor não características empreendedoras; é conhecimentos técnicos, daí que basta preciso a possuírem adquirir formação em empreendedorismo seja fundamental para um empreendedor adquirir e/ou melhorar os seus conhecimentos; O empreendedor acredita que a sua realização depende de si mesmo e não de forças externas sobre as quais não tem Controlo controlo. Ele vê-se com capacidade para se controlar a si mesmo e para influenciar o meio de tal modo que possa atingir os seus objectivos; Á medida que a concorrência se intensifica, a necessidade de criar novas coisas em novos mercados também aumenta. Já Criatividade não é suficiente fazer a mesma coisa de maneira melhor. Pelo contrário, é preciso que o empreendedor vá mais longe, apostando na criatividade, para que os negócios possam evoluir com as mudanças; Decisão e O empreendedor não fica à espera que os outros decidam por responsabilidade ele. Ele toma decisões e aceita a responsabilidade que acarreta; O empreendedor deve definir metas e consequentemente Determinação tentar atingi-las, sempre com um espírito positivo, sem se deixar abater por algo que corra mal; Eficiência Deivy Ramos O que o empreendedor faz fá-lo o melhor que sabe e pode; Página 32 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas É necessária uma dose de energia para se lançar em novos projectos que geralmente exigem intensos esforços iniciais. O Energia empreendedor dispõe dessa reserva de energia, provavelmente proveniente de seu entusiasmo e motivação; O empreendedor adapta-se às circunstâncias que o rodeiam, pois se algo corre diferente do inicialmente previsto, o Flexibilidade empreendedor não deve desistir, mas sim alterar os seus planos de modo a atingir os seus objectivos; O empreendedor não fica à espera que os outros (governo, empregador, familiar) venham resolver o seu problema. A Iniciativa iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a solução; O empreendedor tem a capacidade de planear um projecto e Liderança pô-lo em prática, liderando a equipa que com ele trabalha; O empreendedor é optimista, o que não quer dizer sonhador ou iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, Optimismo acredita na possibilidade de solução dos problemas, acredita no potencial de desenvolvimento; O empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado Persistência e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente; O empreendedor fará tudo o que for necessário para não Sem medo do fracasso fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante do e da rejeição fracasso. Pessoas com grande amor-próprio e medo do fracasso preferem não correr o risco de não acertar ficam, então, paralisadas. Fonte: Dornelas (2008) Elaboração próprias Considerando o objecto de estudo é premente realçar o perfil do empreendedor líder, na medida em que se pretende definir o perfil dos responsáveis pela condução dos negócios das pequenas e médias empresas. Portanto defende-se que o responsável pela gestão deverá, enquanto líder possuir uma postura de gestão empreendedora. Deivy Ramos Página 33 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Segundo Chiavenato (2005) o modelo mecanicista tende a desaparecer, pois o objectivo das organizações ultrapassa a visão restrita da eficiência organizacional e da exigência do controlo, e a dimensão deixou de ser o factor primordial para o sucesso das organizações. O ambiente estável típico da economia mundial nas primeiras décadas deste século foi substituído por um ambiente mutável, instável e altamente dinâmico. Para sobreviver á mutabilidade e á instabilidade ambiental, as empresas precisam ser flexíveis, adaptativas, e sobretudo, inteligentes, inovadoras e proactivas. Neste novo ambiente o conhecimento, e a sua forma de aplicação nas organizações assumem o papel de diferenciação e na competitividade das organizações que aprendem. Deste modo a liderança se destaca como um elemento facilitador de implementação das mudanças e de promoção de uma cultura de aprendizagem organizacional e de desenvolvimento humano, apostando na criatividade, inovação e flexibilidade. Contudo a base fundamental do trabalho do líder está na equipa, que constitui a sua unidade de acção, a sua ferramenta de trabalho. Com ela, o líder alcança metas e produz resultados. Portanto, segundo Chiavenato (2005) o líder precisa saber: Escolher sua equipa; Como desenhar o trabalho para aplicar as competências da equipa; Como treinar e preparar a equipa para aumentar a sua excelência; Como liderar e impulsionar a equipa; Como motiva-la, E como avaliar o seu desempenho e melhora-lo cada vez mais. Apercebe-se que o empreendedor no desenrolar da sua actividade vai mantendo contacto e construindo relacionamento. Hunter (2004) fundamenta que a chave para liderar é executar as tarefas enquanto se constroem relacionamentos. Pois, o ingrediente mais importante para um bom relacionamento é a confiança. Assim, para o mesmo autor, liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum. Deivy Ramos Página 34 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas O perfil do empreendedor, neste sentido deve enfatizar o seu papel como líder, orientador e coach11 dos seus colaboradores, incutindo neles o sentido de criatividade, delegando as tarefas e cultivando a sua auto-estima. Para Cury (2004), “quem quer atingir excelência nos seus estudos, nas suas relações afectivas e na sua profissão, precisa libertar a criatividade para ser um sonhador e libertar a coragem para ser um empreendedor. Estes dois pilares contribuem para formar o carácter do líder”. A importância desta visão requer dos líderes e gestor a necessidade de formação e atualização dos conhecimentos, habilidades e competências empreendedores que coaduna com a postura proactiva face as contingências do mercado. 2.2.3 Competências a Desenvolver Pelo Empreendedor Em grande medida a performance do empreendedor está associada as características pessoais como a iniciativa, a empatia, a capacidade de adaptação e de persuasão. Porém, nem sempre o empreendedor apresenta o conjunto de competências que asseguram uma liderança eficaz e o sucesso do projecto e do negócio. Na conjuntura actual, a função fundamental do empreendedor do gestor e do líder é criar uma rede de relacionamento. Daí advém a necessidade de cultivar algumas competências emocionais, sociais, autoconhecimento e criatividade. Competência corresponde a uma interconexão complexa de conhecimentos, capacidades e atitudes, que conduzem à ação concreta num determinado domínio. As competências realizam-se/concretizam-se na ação e o seu desenvolvimento baseia-se nas experiências concretas do mundo real, tendo em conta todo o visão de oportunidades de aprendizagem12. Uma das competências que o empreendedor tem a desenvolver são as competências emocionais. De uma forma mais estruturada, Daniel Goleman (2000) agrupou as competências emocionais em quatro grandes grupos cabendo dentro de cada um dos 11 http://pt.wikipedia.org/wiki/Coaching - Coaching é um processo definido com um acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) para atingir um objetivo desejado pelo cliente. O coach (motivador) apoia o cliente na busca de realizar o objetivo, ajudando a traçar as diversas metas que somadas levam o coachee (motivado) ao encontro ao objetivo estabelecido dentro do processo de coaching. 12 http://www.microcredito.com.pt/mais-informacao/kit-pedagogico/competencias-do-empreendedor/34 Deivy Ramos Página 35 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas grupos um conjunto de competências específicas. O primeiro aspecto dentro das competências emocionais é a auto-consciência, esse divide em auto-consciência emocional e rigorosa. Em que auto-consciência emocional permite reconhecer e compreender os diferentes estados de espírito e a forma como afectam o desempenho social e profissional bem como as relações com os outros. Enquanto auto-avaliação rigorosa trata-se da capacidade de avaliar de forma realista as suas forças mas também as suas fraquezas. A segunda competência emocional que autor descreve é autogestão, para que isso aconteça o empreendedor tem de possuir capacidades como por exemplo: autocontrolo, confiança, capacidade de adaptação, orientação para o êxito e iniciativa. O mercado actual exige a construção de uma rede de relacionamento que favorecem a imagem da organização/empresa. Saber posicionar no seio do grupo, no ambiente da organização criando sinergias e redes networking13 favoráveis a implementação de projectos, onde deve consistir num dos papéis fundamentais do gestor. Outra competência que o empreendedor tem de desenvolver é a competência social. Para desenvolver essa competência o empreendedor tem de possuir capacidade de comunicação e de resolução de problemas, ser bom ouvinte e ser capaz de comunicar de modo claro e convincente, raciocínio crítico, profissionalismo, espírito de liderança, flexibilidade, capacidade para trabalhar em equipa ou seja capacidade colaborar eficazmente com os outros conseguindo criar sinergias de grupo na prossecução de objectivos comuns. Sendo certo que o desenvolvimento deste conjunto de competências é desejável em qualquer indivíduo, no caso do empreendedor será decisivo para o seu sucesso. Condição prévia ao bom desenvolvimento destas características é um profundo conhecimento de si próprio. Consequentemente a outra competência é o Auto-conhecimento, pois o empreendedor sabe que não é rentável desperdiçar esforços em áreas e/ou actividades nas quais não tem competências. A sua base de desenvolvimento pessoal e profissional é o 13 Http://pt.wikipedia.org/wiki/Networking - Networking (em inglês) é uma expressão que representa uma rede de contatos. Diz respeito às pessoas que um indivíduo conhece e aos relacionamentos pessoais, comerciais e profissionais que mantém com elas. Deivy Ramos Página 36 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas conhecimento dos seus pontos fortes, dos seus valores e objectivos e das formas concretas de alcançar o que pretende. De todas as características do empreendedor uma das essenciais e que mais facilmente podem desenvolver é a criatividade. Embora todos tenhamos talentos criativos falta-nos muitas vezes confiança na nossa própria criatividade. O termo criatividade tem um significado que vai muito além de possuir um talento artístico. É sim, a capacidade de utilizar a imaginação para criar novas ideias. Pessoas criativas têm níveis de consciência e atenção maior do que as demais. Isto dá a elas uma sensibilidade elevada, além de estarem sempre dispostas a enxergar novas possibilidades e buscar novas relações entre as coisas. As caraterísticas mais revelantes nessa pessoas são: 1. Inteligência; 2. Capacidade de adaptação; 3. Auto-estima elevada; 4. Orientação para desafios; 5. Curiosidade; 6. Interesse; Antes de mais deverá estar atento ao que se passa à sua volta, o desenvolvimento da capacidade criativa, tal como qualquer outra competência, exige concentração e atenção. Comece por ver o mundo que construiu à sua volta, a sua casa, o seu trabalho, as suas relações sociais são expressões criativas criadas por si. Compreender que a criatividade pode assumir muitas formas é um primeiro passo para desenvolver a sua capacidade de criar de forma consciente. 2.2.4 Empreendedorismo em Cabo Verde Actualmente, com a globalização, a dinâmica no processo de desenvolvimento tem sido indispensável para o crescimento económico de qualquer país, Cabo Verde com a sua entrada na OMC (Organização Mundial do Comércio) (23 Julho 2008) não pode fugir a esta realidade, principalmente quando se trata da modernização e a criação de negócios. Deivy Ramos Página 37 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Neste sentido é fundamental ter uma visão empreendedora e inovadora para que possa estar face aos desafios e as eventuais transformações. No entanto Cabo Verde precisa de um sector empresarial dinâmico e competitivo, capaz de gerar emprego e combater a pobreza e com visão e ousadia para ver e agarrar as oportunidades de negócios que emergem. Para aproveitar as oportunidades de negócios é preciso que tanto as entidades públicas, como as privadas, tenham uma visão empreendedora e uma atitude proactiva face aos sinais do mercado e a dinâmica de transformação da nossa sociedade, com resposta eficientes. Apostando nesta nova filosofia o governo promoveu a criação de organizações como a ADEI (Agencia para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação)14, a AJEC (Associação dos Jovens Empresários de Cabo Verde), Cabo Verde investimentos (Agência Caboverdiana de Promoção de Investimentos), que nos últimos anos vêm fomentando o empreendedorismo em Cabo Verde. A partir dos anos 90 com o processo da privatização o sector privado ganhou mas ênfase no nosso mercado o que proporcionou mas estímulo para a criação do próprio negócio. Pode-se considerar que é a partir desses desfecho que o empreendedorismo passou a ser mas privilegiado. Entre as mais importantes destacam-se, o encorajamento do sector privado, a promoção da criação das pequenas e médias empresas, a privatização da maior parte das empresas públicas, o reforço dos direitos de propriedade, a abolição dos controles de preços, a liberalização do comércio externo, a revisão da legislação do trabalho e a modernização do direito comercial. A partir de então a iniciativa privada veio assumir a função motora das actividades, das inovações tecnológicas, do aumento da produtividade e do desenvolvimento económico. O esforço na reforma do Estado e a estabilidade política propiciaram uma maior confiança dos agentes económicos nacionais e estrangeiros na garantia dos seus empreendimentos. Pode afirmar que, as grandes reformas empreendidas nos últimos anos em Cabo Verde traduziram-se, entre outros aspectos, nos seguintes: O sector privado conheceu uma outra dinâmica de desenvolvimento, embora maioritariamente no comércio e serviços virados para o mercado interno; 14 Termos do nº 1 do artigo 6º da Lei nº 96/V/99, de 22 de Março, e no uso da faculdade conferida pelo nº 2 do artigo 260º da Constituição Deivy Ramos Página 38 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Aumento do fluxo do investimento directo externa; Aumento e alteração da estrutura das exportações de bens (peso significativo da exportação de produtos de indústria ligeira e diminuição dos produtos tradicionais). Embora essas medidas tenham contribuído para a dinamização do mercado, é a partir do novo Millennium que se adopta uma postura clara de promoção do empreendedotismo. Nas Grandes Opções do Plano, 2006-2011, é explícito o tratamento da problemática do empreendedorismo. A segunda opção diz “…Promover a capacidade empreendedora, a competitividade e o crescimento; alargar a base produtiva…” (GOP 2006-2011, p.42). O fomento destas iniciativas começaram a despertar nas unidades de ensino superior do país, que têm tido um papel relevante na promoção e desenvolvimento do empreendedorismo, com a maioria destas instituições a trabalharem na concepção de incubadoras e de centros de desenvolvimento empresarial, com especial destaque para ADEI. A Agência, dotada de capacidade e autonomia, trabalha na promoção do sector privado nacional e da inovação, na identificação e eliminação dos constrangimentos ao desenvolvimento empresarial, no aproveitamento das oportunidades do mercado, visando fundamentalmente a constituição de um sector privado forte e competitivo. No âmbito do estudo convém realçar que a ADEI tem por objecto a promoção da competitividade e o desenvolvimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas, em todos os aspectos relevantes e em consonância com as políticas do Governo, trabalhando em estreita ligação com os parceiros nacionais e internacionais ligados ao sector. É também finalidade da ADEI a promoção da inovação e o desenvolvimento da capacidade empresarial nacional e a melhor utilização da capacidade produtiva instalada no quadro da política de desenvolvimento dos sectores da indústria, comércio, agricultura, turismo e serviços, definida pelo Governo, visando particularmente a melhoria do ambiente de negócios. Em ordem à realização do seu objectivo, cabe à ADEI, nomeadamente: a) Assistir os promotores e empresas na elaboração, avaliação e ou reformulação dos estudos e projectos; Deivy Ramos Página 39 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas b) Prestar assistência técnica às micro, pequenas e médias empresas, auxiliando-as a superar as suas deficiências e problemas de ordem técnica, de gestão financeira e comercial ou de organização, bem como a melhorar a sua produtividade e a capacidade competitiva nos mercados internos e externos; c) Recolher e divulgar ideias de projectos potencialmente viáveis; d) Gerir programas próprios e colaborar na gestão de programas específicos de apoio e assistência ao sector empresarial de que venha a ser encarregado pelo Governo e assegurar o cumprimento da lei e os compromissos assumidos para com o Estado; e) Assistir os promotores na organização e lançamento de novas empresas, nomeadamente empresas que desenvolvam actividades com base no conhecimento e nas novas tecnologias de informação e comunicação (TIC); f) Fomentar e apoiar a inovação; g) Promover a criação de redes de empresas, incentivando o estabelecimento de alianças estratégicas; h) Dinamizar os contactos de promotores e empresas nacionais com parceiros técnicos ou financeiros e prestar assistência técnica especializada nas negociações respectivas; i) Desenvolver um serviço de informação e vulgarização empresarial, através da recolha sistemática, tratamento e divulgação de informações relevantes; j) Promover e organizar cursos e seminários sobre temas ligados às pequenas e médias empresas; k) Promover a formação de formadores e consultores nacionais para as pequenas e médias empresas; l) Promover e fomentar acções visando a criação ou melhoria de infra-estruturas e serviços de apoio à actividade empresarial. A iniciativa por parte do Governo em criar as instituições como a ADEI e AJEC foi muito importante não só pelo nosso mercado, mas também pode-se considerar que partir desse termo que o empreendedorismo passou a ser favorecido, porque proporcionou um incentivo para criação de novos negócios, a promoção para criação das pequenas e médias empresas. A partir de então as PME´S tornaram inovadoras, apostando cada vez mais no processo de gestão inovadora, tornando assim o nosso mercado mais competitivo. Deivy Ramos Página 40 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 2.3 Inovação Desde que a inovação se tornou num campo de investigação, tem havido pouco consentimento entre os investigadores na formulação de um significado universal. Sem uma definição principal e exata. O conceito de inovação tem um vasto leque de significados. Vários autores, como Fonseca (2002), Cunha et al. (2003), referem que o conceito pode incluir aspectos tão diversos como a adopção de novas soluções tecnológicas ou processos de trabalho, o lançamento de novos produtos, a competição em novos mercados, o estabelecimento de novos acordos com clientes ou fornecedores, a descoberta de uma nova fonte de matérias-primas, um novo processo de produção, um novo modo de prestar serviço pós-venda, um novo modus operandi para a relação com os clientes, etc. Esta menção à diversidade intrínseca do conceito é fundamental para contrariar a ideia de que a inovação implica apenas novos produtos, novos processos, novos serviços e ideias. Tal como afirma Drucker (1986) apud (Marques Carla, 2004) a inovação também inclui a imitação criativa, ou seja, a introdução de algumas alterações nas características de um produto/processo lançado por um pioneiro, adaptando-se às necessidades dos clientes. Este leque de conteúdos dificulta a formulação de uma definição de inovação clara e inequívoca. Uma boa definição terá que ser suficientemente ampla para cobrir a diversidade de formas de inovação, mas específica quanto baste para evitar o risco de confusão com conceitos relacionados, como por exemplo, mudança, criatividade e invenção. O processo de inovação deve ser visto como um ciclo e de forma sistêmica (LACERDA, 2001) e, assim sendo, pode ser definido como o uso produtivo de conhecimento manifestado no desenvolvimento próspero e na introdução de novos produtos, processos e/ou serviços. Para Hesselbein et al. (2002 apud BARBIERI, 2004), inovação é a mudança que cria uma nova dimensão do desempenho. Essa afirmação indica a necessidade do resultado auferido além da mudança para se caracterizar uma inovação. Enquanto Drucker (2003) diferencia inovação de invenção e descoberta justamente por não se caracterizar apenas Deivy Ramos Página 41 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas por aquisição de conhecimento, mas por um novo desempenho econômico em uma empresa. A inovação para Tidd et al. (2008,) é movida pela habilidade de estabelecer relações, detectar oportunidades e tirar proveito das mesmas. Por outro lado, Davila et al. (2007) defende que apesar da existência de oportunidades, muitas empresas recorrem à inovação quando os recursos ou as abordagens mais tradicionais vão se esgotando. Reforçando essa ideia, no Fórum de Inovação da FGV (2004), a inovação foi definida como sendo o resultado da somatória dos fatores, ideia, implementação e resultados que, por sua vez, podem ser delimitados nos aspectos lucrativos, de crescimento, da diversificação ou outros objetivos empresariais. Além desses resultados, Davila et al. (2007) apontam como forma de avaliação das ações, melhores relações com os clientes, funcionários mais motivados, desempenho melhor das parcerias e/ou vantagem competitiva incrementada. Para Drucker (2003) “inovação é o esforço para criar mudanças objetivamente focadas no potencial econômico ou social de um empreendimento”. Esta definição situa a inovação como agente de mudança e uma ferramenta importante para a gestão empresarial. Davila et al. (2007) critica a posição de Drucker ressaltando que apesar da ampla definição apresentada pelo autor, não chega a captar a importância real da inovação para a sobrevivência competitiva. Schumpeter (1988) propôs três fases básicas para o processo de inovação: 1. Invenção, como resultado de um processo de descoberta, de princípios técnicos novos, potencialmente abertos para exploração comercial mas não necessariamente realizada; 2. Inovação, como o processo de desenvolvimento de uma invenção de forma comercial; 3. Difusão, como a expansão de uma inovação em uso comercial, novos produtos e processos. A inovação é portanto, limitada à comercialização de um produto novo ou a implementação de um novo processo de fabricação. Existe uma preocupação dos autores com relação à abrangência da inovação, mas não há consenso sobre os requisitos básicos para que algo seja considerado efetivamente como inovador. Os resultados são, em linhas gerais, relacionados ao desempenho econômico e Deivy Ramos Página 42 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas organizacional ou que agregue valor, critérios estes muitas vezes difíceis de serem mensurados. 2.3.1 Classificação da Inovação É possível detectar várias classificações dicotómicas das inovações. Neste ponto, faz-se uma breve referência apenas àquelas utilizadas ao longo desta investigação. Uma das classificações distingue as inovações de produto e de processo (ver, entre outros, Abernathy & Utterback, OCDE, 1992, 1997). A primeira refere-se à produção e comercialização de produtos novos ou melhorados, enquanto a segunda se concretiza na criação e/ou adopção de novos bens de equipamento ou na introdução de novos processos organizativos de produção. Facilmente se entende a dificuldade em dissociar estes dois tipos de inovação. De facto, existe uma grande interdependência entre eles, uma inovação de produto frequentemente exige novos processos de produção e novos equipamentos; por sua vez, novos processos de produção também conduzem, não raras vezes, a produtos novos ou melhorados. Por outro lado, uma inovação de produto para um fabricante de bens de equipamento aparece como uma inovação de processo para os seus clientes. Igualmente pertinente é a distinção entre inovações sociais e tecnológicas (Beije,1998). A inovação social está orientada para a gestão das pessoas, materializando-se na melhoria das condições de trabalho, na sua adequação às necessidades e interesses dos trabalhadores. O pressuposto é simples, estas mudanças conduzirão à motivação dos trabalhadores, repercutindo-se na produtividade, na qualidade, na participação dos trabalhadores. A inovação tecnológica, ainda o mesmo autor, é mais ou menos complexa em função do número de componentes do produto/processo e das inter-relações existentes entre eles; a inovação pode consistir exclusivamente em elementos novos ou na junção destes com outros elementos e aspectos técnicos já aplicados anteriormente, regra geral, por outras empresas. Importa sublinhar que, dos tipos de inovação enumerados, a inovação tecnológica é aquela que vem merecendo uma maior atenção. Isto acontece não só porque Deivy Ramos Página 43 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas os efeitos económicos que produz são imediatamente visíveis (Morcillo, 1989), mas também porque os outros tipos de inovação surgem, frequentemente, como uma consequência directa da inovação tecnológica (Rothwell, 1992). Outra classificação bem conhecida, e que acolhe inovações dos tipos supra referidos. Decorre das categorias radicais versus incremental. As inovações radicais introduzem uma mudança descontínua no funcionamento da organização, dos sectores ou da economia. Assim, estabelecem um novo desenho dominante para um produto/processo, podendo abalar as fundações da estrutura industrial. Designadamente, pode suceder que as empresas já instaladas não sejam capazes de se acomodar às condições emergentes, sendo então eliminadas da população organizacional (ver, Hannan & Freeman, 1984; Leifer et al., 2000). Outras organizações, equipadas com as capacidades requeridas pelas novas condições ambientais, iniciam o seu período de dominância. Ocorrem, então, inovações incrementais, que aperfeiçoam/melhoram o produto/processo dominante, sem ameaçar a sua existência. No que refere as empresas de pequena dimensão/expressão não é suficiente para ameaçar o status de um sector de actividade – pelo contrário, geralmente contribuem para o reforço das suas características (Dewar & Dutton 1986; Tushman & Anderson 1986; Leifer et al., 2000). É importante notar que alguns modelos abordam, de forma dinâmica, as tipologias das inovações radical e incremental, sugerindo que ambas as categorias não se opõem, antes podem ser usadas como percursos de acção complementares para enfrentar as exigências do mercado. De acordo com estes modelos (ver, por exemplo, Abernathy &Utterback, 1988; Leifer et al., 2000), grandes inovações de produto são habitualmente seguidas por inúmeras pequenas inovações (ou melhoramentos) no próprio produto, bem como no processo produtivo, tornando-o cada vez mais eficiente. A inovação de produtos ou de processos pode, ainda, ser diferenciada através da ramificação novo para a empresa versus novo para o mercado (Conceição & Ávila, 2001; Kemp et al., 2003). A classificação da inovação novo para a empresa engloba modificações e melhoramentos nos produtos/processos existentes na empresa, bem como Deivy Ramos Página 44 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas em produtos/processos que são novos para a empresa mas não para o mercado. A classificação novo para o mercado compreende produtos/processos que são novos para a empresa e para o mercado (estas inovações requerem muito mais do que desenvolvimentos incrementais). 2.3.2 Inovação em Modelos de Negócios (Gestão) O entendimento da inovação tem sido sujeito a um processo dinâmico, naturalmente ligado à evolução dos seus protagonistas no quadro do tecido económico. A tradução de conhecimento novo em produtos competitivos é uma das mais importantes tarefas da gestão. De facto, não será exagerado considerá-la como a mais importante tarefa para a liderança de uma empresa. Como Schumpeter (1942) apud (Marques, 2004) referiu que a essência do capitalismo é a inovação. O autor define a inovação como a realização de novas combinações de mercados, produtos, pessoas e tecnologia. A dinâmica das empresas é determinada pelas decisões de entrar em novos mercados, de introduzir novos produtos, de adoptar novos processos, novas competências e novas formas de organização. As questões específicas da inovação sempre estiveram muito relacionadas com os modelos dominantes explicativos da inovação ao longo dos tempos. Isto é, a inovação está, actualmente, baseada num processo de pessoas, de elevadas competências e capacidades e conhecimento; mas, nem sempre assim foi e, desde o final dos anos 50, têm surgido várias percepções do processo de inovação. De uma forma muito curta, apresenta-se uns pontos abaixo resumido daquilo que se designa por as cinco gerações do processo de inovação, para um melhor entendimento desta evolução. Como principais evidências dos modelos explicativos da inovação destacam-se as seguintes: O modelo clássico linear simples engloba as duas primeiras gerações da inovação: technology-push e demand-pull (Schmookler, 1966) apud (Marques Carla, 2004). A investigação era entendida como uma condição necessária e imprescindível para a inovação, pressupondo um processo linear, da investigação Deivy Ramos Página 45 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas ao desenvolvimento, à produção e ao mercado. A inovação resulta, portanto, segundo estas concepções, de um confronto entre as necessidades do mercado e as oportunidades tecnológicas. Este modelo, de sentido único, exerceu uma influência importante em muitos agentes económicos (Kline, 1985) e na actuação de muitas empresas e governos que privilegiam, de forma exacerbada, desmesuradamente o investimento na investigação; Ao analisarem o aparecimento das inovações como um processo ordenado, sequencial, composto por um conjunto de fases isoladas, os modelos lineares começaram a ser fortemente contestados (ver, entre outros, Mowery & Rosenberg, 1979) apud (Marques Carla, 2004). De facto, o processo raramente é unidirecional, implicando interacções permanentes entre as diferentes fases, ou seja, a simplicidade extrema destes modelos torna-os incapazes de explicar, na maioria dos casos, tanto a origem como a direcção e ritmo do processo de inovação (Dantas, 2001). 15 A partir da terceira geração de modelos, inclusive (que iria dominar até meados dos anos 80), é introduzido um aspecto decisivo na forma como actualmente é percebida a inovação: a capacidade inovadora de uma empresa (ver, por exemplo, Freeman, 1979 e Rosenberg, 1982) apud (Marques Carla, 2004). As várias funções da empresa, através de redes de comunicação, interagem com os outros actores do sistema científico e tecnológico nos processos de inovação; No coupling model da terceira geração, a ênfase da gestão é posta na integração entre a I&D, a produção e o marketing, enquanto na quarta geração se regista uma mudança que se traduz em pensar a inovação como vários processos paralelos e feedbacks, ao invés de como um processo sequencial. Verifica-se uma significativa ênfase na cooperação inter-empresarial, que pode tomar diferentes formas e onde a vertente tecnológica tem, quase sempre, um papel relevante (ver, Kline & Rosenberg, 1986) (Marques Carla, 2004); 15 Admite-se, contudo, que algumas inovações radicais possam ser satisfatoriamente explicadas pelo primeiro destes modelos.) Deivy Ramos Página 46 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Na quinta geração, a inovação é entendida como um processo em rede multi institucional - A principal característica é a crescente importância das ferramentas electrónicas neste processo. Este modelo caracteriza-se pelo recurso a sistemas inteligentes tornado possível pelo grande desenvolvimento das tecnologias de informação e de comunicação. As novas capacidades desenvolvidas por esta via permitem substituir, pelo menos parcialmente, as actividades físicas de concepção, desenvolvimento e teste e aumentar a flexibilidade do sistema produtivo, ao mesmo tempo que facilitam a cooperação entre as entidades internas (sobretudo a I&D, o marketing e a produção), e as entidades externas (fornecedores, clientes, empresas aliadas, centros de investigação, etc.), desde o momento da concepção do produto até ao lançamento, independentemente da localização geográfica destas entidades. O modelo de rede considera a empresa como um sistema aberto, com umas fronteiras cada vez mais difusas, o que implica a adopção de estruturas organizacionais flexíveis, visando integrar a inovação no quotidiano da empresa (Rothwell, 1992). As características comuns nestes últimos modelos explicativos dos processos de inovação (de quinta geração) passam por aspectos ligados à interacção, aos processos sociais, à crescente complexidade, ao recurso intenso a novas ferramentas electrónicas e modelos de simulação em I&D, ao papel fundamental da aprendizagem, bem como pela crescente importância da cooperação, designadamente as fortes ligações com fornecedorese/ou clientes importantes, joint-ventures16 de investigação, acordos de marketing, etc. OCDE (2005) destaca alguns tipos de inovação, uma das inovações destacada é inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. As inovações de produto compreendem produtos tecnologicamente novos e aperfeiçoados em suas especificações técnicas, matérias-primas, componentes, software incorporado, funções ou usos pretendidos e que melhoram sua performance. Um serviço também pode ser substancialmente aperfeiçoado por meio da adição de nova função ou de mudanças nas 16 http://pt.wikipedia.org/wiki/Joint_venture - Joint venture ou empreendimento conjunto é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado (s) negócio (s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica Deivy Ramos Página 47 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas características de como ele é oferecido, que resultem em maior eficiência, rapidez de entrega ou facilidade de uso do produto. Uma outra Inovação destacada é a de Processos que adapta a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares (OCDE 2005). Em processos, são consideradas a introdução das inovações tecnológicas no mercado, nas quais são incluídas as atividades relacionadas ao lançamento de produtos tecnologicamente novos ou melhorados, incluindo pesquisas e testes de mercado, adaptação do produto a diferentes mercados e propaganda. São excluídas, por exemplo, as campanhas publicitárias que tenham por objetivo promover uma mudança organizacional em mudanças na estrutura ou na imagem da empresa, ou mudanças não tecnológicas no produto, no caso do lançamento da moda da estação, por exemplo, ou para manter a participação de mercado de produtos não alterados. Exclui-se ainda a construção de redes de distribuição para inovações Vale ressaltar que pode ocorrer um conflito de focos no momento em que interpreta-se a definição acima pois engloba as atividades relacionadas ao lançamento de produtos novos ou melhorados. A venda pela internet poderia ser uma forma de inovar em processos, apesar de estar mais fortemente associada à uma mudança em modelo de negócio, onde a loja foi suprimida. Inovação Organizacional é outra que OCDE (2005) destaca onde parte do princípio implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas Abordagem diferente é apresentada por Barbieri et al (2004) que é a chamada inovação negocial que é em essência de natureza organizacional, mas se caracteriza por estar focada na relação da empresa com o seu ambiente de negócio. Ela pode se confundir com inovação em modelo de negócio e também com inovação em processo. Uma inovação ilustrada pela mesma organização é a de marketing que corresponde implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços. Inovações de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos consumidores, abrindo novos mercados, ou reposicionando Deivy Ramos Página 48 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas o produto de uma empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas (OCDE 2005). Por ultimar destaca Inovação no Modelo de Negócio, esse tipo de inovação não é contemplada pelos critéiros internacionais como o Manual de Oslo (OCDE, 2005) e Pintec (IBGE, 2005). A visão limitada do conceito de inovação tem feito com que essa abordagem não seja devidamente valorizada pelos gestores e pelos órgãos reguladores internacionais. Os modelos de negócios definem a maneira pela qual a empresa cria, vende e proporciona valor aos seus clientes, incluindo-se nessa descrição a cadeia de suprimentos, a visualização de segmentos preferenciais de clientes e a percepção, pelos clientes, do valor a eles transferido (DAVILA et al., 2007). Para os autores existem seis alavancas para a mudança, sendo três delas no modelo de negócio: proposição de valor, cadeia de suprimentos e cliente-alvo. A inovação em modelo de negócio é inserida na definição de inovação organizacional ou negocial para outros autores. Para Davila et al (2007) “a inovação do modelo de negócios é quase tão importante quanto a inovação tecnológica.” Uma invenção tecnológica pode se tornar inovação a partir de sua integração a um modelo de negócio inovador. Um exemplo disso é o carro elétrico que tecnologicamente já é viável, mas ainda tem experimentado modelos de negócios para que realmente possa se tornar acessível ao público, usado, vendido, rentável e, por isso, inovador. Isso não se resume a uma simples redução de custo no processo produtivo do referido produto. Deivy Ramos Página 49 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Capitulo III 3 . Metodologia A metodologia de pesquisa é fundamental para qualquer trabalho porque pressupõe a procura de resposta. A pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento de método científico. (Gil, 1999). Numa perspetiva mais alargada Dshaies, B. (2005) defende que “a metodologia é o estudo dos meios adequados e satisfatórios a escolher na realidade de uma investigação. Podem ser processos, métodos, técnicas, ou procedimentos de análise (por exemplo a estatística) da informação. Regra geral, representa realmente uma economia de esforço tendo em vista alcançar o fim esperado”. Entende-se então, que o método científico implica a realização de um conjunto de ações para alcançar o objetivo, responder as questões formulas e analisar a certeza do pressuposto da investigação num determinado contexto. O estudo realizado é fundamentalmente de natureza qualitativa na medida em que se trata de definir as características relevantes dos gestores cabo-verdianos numa perspetiva empreendedora com a finalidade de avaliar o seu potencial no estabelecimento de soluções inovadoras para PME´S empresas. Porém se recorre a instrumentos de natureza quantitativa, como questionário, por possibilitar a tradução das opiniões e informações em números a fim de serem classificados e analisados. Deste modo foram aplicados 20 questionários/inquéritos em Novembro de 2013 aos gestores das pequenas e medias empresas em São Vicente. O método da amostra (n) é não probabilístico e a amostra por conveniência. 3.2 Tipo de Pesquisa O estudo do problema da investigação e análise e alcance dos objectivos da investigação levaram o autor a escolher o “estudo de caso” como método da pesquisa. Estudo esse Deivy Ramos Página 50 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas realizado nas PME´S de São Vicente de diferentes sectores.17 Não se centrou num único sector, visto que um dos objectivos específicos é avaliar o perfil empreendedor dos responsáveis das PME´S de um modo geral. Esta abordagem permite ter uma representação mais ampla e efectiva do perfil dos responsáveis dessas empresas. O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos, de maneira a permitir o seu amplo detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos considerados. (Gil, 1999) Por outro lado, Bell (1989) define o estudo de caso como um termo guarda-chuva para uma família de métodos de pesquisa cuja principal preocupação é a interação entre factores e eventos. É neste sentido que se adopta este método no presente trabalho de investigação, por quanto possibilita a interpelação das características empreendedoras com uma gestão mais proactiva e inovadora das organizações. Segundo Yin (2001), o estudo de casos é um exemplo de pesquisa qualitativa bemsucedida, que tem proporcionado ricas e criteriosas análises, além de valiosa contribuição para o desenvolvimento da teoria. Alem disso permitir o uso de forma balanceada dos pensamentos dedutivo e indutivo. Como foi dito anteriormente o estudo interliga essas duas modalidades de pensamento. O estudo qualitativa é cada vez mais utilizados, onde tem um visão profunda e globalizante do ser humana, onde tentam captar a essência da experiencia humana. Embora o método qualitativo seja cada vez mais utilizado, alguns autores referem que também se pode recorrer ao método quantitativo. Sendo ambos validos e podem ser complementares. Coutinho (2003) refere que quase tudo pode ser um “caso”: um indivíduo, um personagem, um pequeno grupo, uma organização, uma comunidade ou mesmo uma nação. Da mesma forma, Ponte (2006) considera que: 17 Encontro com os vinte responsáveis das instituições com finalidade de interroga-los no sentido de inteirar com mais precisão de forma a atingir os objectivos em questão. Deivy Ramos Página 51 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas “É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse.” (Ponte, 2006) Foi escolhido o estudo caso com finalidade de explorar, descrever, ilustrar e explicar diferentes fenómenos sobre o empreendedorismo e a inovação, uma vez que o tema é bastante complexas para tratamento através de estratégias experimentais ou de levantamento de dados. 3.3 População e Amostra Para Hill e Hill (2005), “ […] a população ou universo é o total dos casos sobe os quais se pretende tirar conclusões”. Na opinião de Fortin (2000) “[…] população é uma colecção de elementos ou sujeitos que partilham características comuns, definidos por um conjunto de critérios”. No que se refere a população do estudo compreende todas os responsáveis das pequenas e médias empresas de São Vicente isto é as empresas que possuem entre 5 a 50 colaboradores. De acordo com Lokotos e Marcani (2001), “a amostra é uma parcela conveniente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.” A pesquiza de campo ajuda a esclarecer e denotar as estatísticas dos estudos obtidos nas citações e artigos dos autores citados no referencial teórico. Foi aplicado um questionário à 20 PME´S em são Vicente, com o objectivo de compreender a realidade do estudo “empreendedorismo e inovação nas pequenas e medias empresas”. Essas empresas foram selecionadas de acordo com o número de trabalhadores o que garante a maior fiabilidade dos dados apresentados. Devido ao pequeno tamanho da amostra, uma das limitações deste tipo de investigação é a impossibilidade de realizar a generalização. Todavia devemos ter em conta que o Deivy Ramos Página 52 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas interesse da investigação qualitativa centra-se em descobrir o significado ou apresentar vivências de múltiplas realidades, por isso, a generalização não é o objectivo primordial. 3.4 Recolha de Dados Recolha de dados é a etapa de pesquiza em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e técnicas selecionadas, para obtenção das pertinentes ao estudo. Na prespectiva de Marconi e Lacotos (2007), a recolha de dados é uma tarefa demorada que exige do pesquisador muita paciência, perseverança, esforço pessoal e um cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior. Tendo em vista a metodologia proposta para o desenvolvimento deste estudo, recolha de dados privilegiou duas fontes de dados, ou seja, secundárias e primárias, em dois momentos distintos de trabalho. Na primeira etapa de pesquisa houve o levantamento de informações que subsidiaram a caracterização e escolha da organização para o estudo. Serviram como fonte de dados secundários nesta etapa: livros, jornais, revista, relatórios, dissertações, boletins e entre outras informações consideradas pertinentes. Com base nos motivos citados anteriormente, optou-se por estudar as vinte PME´S empresas em São Vicente e então se passou para a segunda etapa de pesquisa, que consistiu no levantamento de informações que subsidiassem a caracterização do contexto ambiental em que essas empresas atuam. Tal caracterização visou à descrição das dimensões técnica e institucional do ambiente. 3.4.1 Questionário No entender de Quivy, R. e Campenhoudt,L. (2005) “ os inquéritos por questionário consiste em colocar a um conjunto de inqueridos, geralmente representativo de uma Deivy Ramos Página 53 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas população uma serie de perguntas relativo a sua situação social, ou familiar, as suas opiniões, as suas atitudes em relação as opções, ou as questões humanas, sociais, as suas expetativas, ao seu nível de conhecimento ou de consciência de um acontecimento ou ainda sobre qualquer ponto de interesse do investigador.” Segundo Gil (1999), o questionário é uma técnica de investigação por números mais ou menos elevados de questões apresentadas às pessoas, tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciada. Os questionários normalmente são codificados onde o entrevistador é obrigado a escolher a sua resposta de entre as que lhes são formalmente propostas. E também podem ser classificadas de administração diretas, quando é o entrevistado que o preenche, e administração indireta quando são preenchidos pelo investigador. Pelo que nesse estudo foi utilizado esse dois métodos, onde os questionários foram preenchidos pelos próprios inquiridos e pelo investigador. Habitualmente, um questionário integra vários tipos de pergunta. No presente questionário as perguntas encontram-se agrupadas em 4 secções: Na primeira e na segunda parte foram utilizadas as perguntas de identificação das empresas e dos responsáveis/gestores/administradores. Sendo a primeira fase do questionário constituída por 8 perguntas relacionadas com características básicas da empresa, essas destinam a identificar nomeadamente, o tipo de sociedade, capital social, número de colaboradores, etc. Já na segunda fase foram formuladas 5 questões com a finalidade de caracterizar o responsável da empresa, segundo (idade, género, profissão, habilitações académicas, etc.). A definição do perfil empreendedor esteve na base de formulação das questões da terceira fase do questionário. Esta secção é constituída por questões relacionadas as características empreendedoras. Na última parte do questionário, foram aplicadas perguntas sobre a competitividade e inovação, que corresponde no âmbito deste questionário, a introdução no mercado de um novo produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou a introdução Deivy Ramos Página 54 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas por parte da empresa de processo novos ou claramente melhorados. Nessa última parte tem é composta por 10 questões relacionadas com a competitividade e a inovação. 3.4.2 Tratamento e Análise dos Dados Após a recolha dos dados, passo seguinte é o tratamentos e analises dos, constituindo-se ambos no núcleo central da pesquisa. A análise é um processo de organização de dados, onde se devem salientar os aspectos essenciais e identificar fatores chaves. Por último, a interpretação diz respeito aos processos essenciais e significativos e ilações a partir dos dados obtidos. Os dados recolhidos foram tratados com base no programa SPSS18 (Statistical Package for Social Sciences) versão 17, e no Excel, que possibilitou a visualização das variáveis com o objectivo de conhecer o perfil empreendedor dos mesmos e identificar a contribuição para o desenvolvimento das PME´S no conserte da inovação e competitividade. 18 SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 17 é um pacote estatístico usado para análise de dados que permitem manipular, transformar, criar tabelas e gráficos que resumam a informação obtida. Deivy Ramos Página 55 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Capitulo IV: 4 .Estudo de Caso O presente capítulo tem como propósito a análise do perfil empreendedor dos responsáveis das PME´S de São Vicente, e capacidade de inovação de produtos ou desenvolvimento de produtos significativamente melhorados. Para o efeito caracterizouse o tecido empresarial de São Vicente, análise dos dados recolhidos e a discussão dos resultados. 4.2 Caracterização do Objecto de Estudo O estudo tem como objecto as pequenas e médias empresas de São Vicente, dada a sua importância no desenvolvimento socioeconómica do País. São Vicente é a segunda ilha mais populosa de Cabo Verde, o principal centro urbano da ilha é Mindelo, onde se concentra grande parte da população da ilha, que no seu todo rem uma população de 74.136 habitantes. Devido à falta de chuva, a agricultura é de subsistência. A pesca tem relevância, mas apresenta condições para ser uma actividade de maior importância, não só pelas capturas, nomeadamente de lagosta, mas também pelas indústrias derivadas: conservas, seca e salga de peixe e construção naval. A economia da ilha sempre se baseou quase exclusivamente no comércio e nos serviços. Actualmente o turismo tem afirmado como actividade, mais significativa do sector de serviço. São Vicente ocupa o 4º lugar apos as ilhas de Boa Vista, Sal, Santiago, em termos de hospedagem. É o primeiro lugar de turismo de cruzeiro. São Vicente é a segunda economia de Cabo Verde, com um Produto Interno Bruto – PIB à volta de 16 milhões de contos, gerando aproximadamente 17% da riqueza Nacional. Uma ilha com uma receita fiscal à volta de 7,2 milhões de contos, representando quase 18% das receitas fiscais nacionais (que aproximam os 39.591 milhões de contos), recebe Deivy Ramos Página 56 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas anualmente 1.7 milhões de contos em remessas dos emigrantes, representando 18.5% das remessas de emigrantes a nível nacional (8.4 milhões de contos). O Porto Grande é o principal porto de Cabo Verde, por onde passam grande parte das importações do país, onde Porto Grande é a sua principal fonte de receita. O seguinte gráfico mostra a evolução do número de empresas activas em São Vicente nos últimos 5 anos. Como se pode observar o crescimento oscila entre tendência positiva e negativa. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), indica que em 2012, Cabo Verde contava com 10.101 empresas. Destas 18% do 1.900 1.800 total, cerca de 1807 estavam sediadas em São 1.700 Vicente. De facto nos últimos 5 anos. Como 1.600 resultado 1.500 empreendedores o número de empresas tem vindo 1.400 2008 2009 2010 2011 2012 Gráfico II: Evolução do Número efetivo das empresas em São Vicente. Fonte: Elaboração própria de políticas de incentivos aos a crescer de forma positiva, com ligeira GAP em 2011, devido aos efeitos da crise, retomando a tendência positiva em 2012. 80.000.000 O efetivo das empresas em São Vicente 70.000.000 contribui com um volume de negócio em 60.000.000 termos absolutos de 72.145.477 (Setenta e 50.000.000 dois milhões cento e quarenta e cinco mil e 40.000.000 quatrocentos e setenta e sete escudo). O 30.000.000 20.000.000 volume de negócio das empresas registou 10.000.000 uma evolução positiva de 2007 a 2012 na 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Gráfico III: Volume de negócio em São Vicente Fonte: Elaboração própria ordem dos 50%, um valor superior a media nacional que é de 31.1%. Considerando que as PME´S geralmente assumem forma jurídica em nome individual e as sociedades por quotas, e cruzando esses dados com a percentagem das mesmas empresas no mercado nacional, pode-se aferir que o afectivo das PME´S em São Vicente Deivy Ramos Página 57 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas era de 1.734 empresas contribuindo com o volume de negócio de aproximadamente de 28.136.736 (Vinte oito milhões e cento e trinta seis mil e setecentos e trinta seis escudos). Como foi dito no decorrer do trabalho umas das grandes contribuições das PME´S e a redução da taxa de desemprego e consequentemente a criação de posto de trabalho. As empresas em São Vicente em 2012 empregaram 12.249 pessoas. Extrapolando os dados pode aferir que as PME´S empregaram 8.452 pessoas. A informação constitui um dos principais recursos das empresas, ultrapassando os recursos financeiros. Deste modo a organização dos sistemas contabilísticos das empresas é fundamental para as empresas, para os empreendedores e na tomada de decisão de gestão, incluindo a inovação. Os dados da INE em relação as empresas nacionais, demonstram que somente 33% das empresas nacionais tem contabilidade organizada, no caso das PME´S o valor é ainda menor. Deste modo pode-se aferir que a falta de informações actualizadas constituem um verdadeiro entrave á acção empreendedora e a inovação no mercado de São Vicente. Do exposto caracterizam-se as PME´S de São Vicente como as empresas em nome individual ou por sociedade por quotas, que possuem um volume de negócio baixo, mas com grande contributo em termos de criação de posto de trabalho. Demonstram-se assim que PME´S um impacto significativo no desenvolvimento socioeconómico da ilha e do País. Deste modo um modelo de gestão empreendedora com enfase na inovação poderá representar ganhos para as empresas e stakeholders com reflexos positivos na economia local e nacional. 4.3 Apresentação e Análise dos Resultados Primeiramente serão analisados os dados que caracterizam a amostra em estudo, que compreendem em 20 gestores/responsáveis/administradores inquiridos nas pequenas e medias empresas de São Vicente. A análise dos dados será ela maioritariamente através de apresentação de gráficos. A escolha dá-se pela simplicidade em análise. Os gráficos permitem uma visualização imediata, facilidade em interpretação, rapidez de compreensão dos valores observados e propiciam ainda uma ideia preliminar mais satisfatória da concentração e dispersão dos Deivy Ramos Página 58 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas numéricos. Os modelos apresentados serão gráficos circulares simples e gráficos de formas de barras e destacados em 3D. O gráfico da distribuição das empresas inquiridas por tipo de sociedade mostra que a maioria são Sociedades “Por Quotas”, embora Sociedade unipessoal 20% 10% 70% Sociedade anónima seja praticamente denunciada. Nota-se que as percentagens obtidas na amostra são praticamente coincidentes com os dados do Sociedade por quotas INE - recenseamento empresarial 2012, onde 70% do gráfico é representada por sociedade Gráfico IV: Tipo de sociedade por quotas, 20% corresponde a sociedade Fonte: Elaboração própria unipessoal e restantes 10% corresponde a sociedade anonimas. No que se refere a “ Qual é a actividade principal que a empresa desempenha?” o gráfico ao lado mostra que a distribuição das Produção 8% 42% Comercialização respostas, exibe o que já era de esperado, ou seja, São Vicente sempre foi uma ilha de comercialização e de prestação de serviços. 50% Prestação de serviço Onde a percentagens mais alta do gráfico (50%) corresponde a comercialização, apenas Gráfico V:Actividade principal que a empresa desempenha Fonte: Elaboração própria um pouco inferior 42% são prestações de serviços e por último a percentagem mais baixa do gráfico 8% são as empresas de produção. O nível 26 19 Primário de habilitações literárias dos colaboradores da amostra é baixo, uma vez que a qualificação do pessoal é pouco comum nas secundaria 14 Bacharelato 88 licenciatura PME´S. Das 20 PME´S inquiridas, pode-se encontrar um número elevada de colaboradores com nível de ensino secundária (88), o segundo número mais baixo no gráfico corresponde os Gráfico VI: Nível de escolaridade e número dos colaboradores Fonte: Elaboração própria Deivy Ramos colaboradores com licenciatura, representando 26 do total. Isto justifica-se pela informalidade Página 59 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas das PME´S, e os colaboradores com nível básico e os com bacharelato representam 19 e 14 respetivamente. Do exposto pode-se aferir que a política de capacitação e formação colaboradores nas PME´S é insipiente, o que poderá dificultar o processo da inovação. Embora a qualificação dos colaboradores seja baixa, a dos responsáveis como se pode conferir nos dados abaixo é alta. Es co lar ida de Nível de escolaridade do Responsável pela empresa? * Anos serviço na empresa? Anos serviço na empresa? <3 3a6 7a9 >9 Total Segundaria 5% 0% 0% 10% 15% Bacharelato 0% 0% 0% 15% 15% Licenciatura 10% 5% 5% 40% 60% Mestrado 0% 0% 0% 10% 10% 5% 5% 75% 100% Total 15% Tabela 4: Qualificação é um dos critérios fundamentais para a competitividade das empresas principalmente das PME´S. Neste sentido, com o cruzamento de nível de escolaridade dos responsáveis e anos de serviço pode conferir pela tabela ao lado Fonte: Elaboração própria que os responsáveis com mais anos serviço (> 9) apresentam maior grau académico. Destes 40% possuem grau de licenciatura, 15% detêm bacharelato e 10% mestrado, perfazendo um total de 65% dos colaboradores com grau académico superior. Somente 10% dos responsáveis com mais 9 de serviço possuem ensino secundário. Dos restantes 25% dos entrevistados, os responsáveis que detêm 3 a 6 e 7 a 9 anos de serviços, 5% desses possuem licenciatura, e os com menos de três anos de serviço 10% tem licenciatura e 5% tem secundária. Perspectivando saber quais características Ambicioso 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 50% 30% 15% 5% são consideradas essenciais ao espírito empreendedor, questionou-se os inqueridos sobre a ambição pessoal. O gráfico ao lado mostra a distribuição das respostas. Verificase que a resposta “Sempre” é claramente mais frequente com metade das respostas (50%), Gráfico VII: Ambição dos Inquiridos Fonte: Elaboração própria seguida de “Ocasionalmente” com 30%, “Por vezes” com 15%, e por fim, a resposta “Nunca” com 5%. O resultado obtido permite concluir que existe um nível de ambição considerado nos gestores ou responsáveis das PME´S na cidade do Mindelo. Deivy Ramos Página 60 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas No que se refere á questão “ É capaz de tomar iniciativas?” a resposta “Sempre” com Iniciativa 100% uma 90% 80% percentagem corresponde a elevadíssima, 90%, que “Ocasionalmente continua ocupando o segundo lugar, mas 60% agora com uma percentagem mais bem mais 40% 20% 0% 0% 10% 0% baixa, que corresponde a 10%. (As resposta “Nunca e Por vezes” obtiveram em conjunto 0%). Na opinião dos mesmos apresentam Gráfico VIII: Capacidade de Tomar Iniciativas Fonte: Elaboração própria um elevado nível de iniciativa, e capacidade de implementar as suas ideias. É persistente? * A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado? Ép ers ist ent e? Por vezes % Total Ocasiona lmente % Total Sempre % Total Total % Total A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado? Não Sim 0 1 0% 5% 0 2 0% 10% 6 11 30% 55% 6 14 30% 70% Para introdução de um produto novo ou significativamente melhorado é preciso uma certa persistente pelo empreendedor. A persistência é uma das características que deferência os empreendedores e é relevante na fase Total 1 5% 2 10% 17 85% 20 100% inicial de implementação da ideia. Neste sentido, cruzou-se a variável persistência e introdução de um produto novo ou significativamente melhorado. A tabela traduz que, 85% Tabela 5 dos inquiridos afirmam sempre serem Fonte: Elaboração própria persistente, deste 55% diz que introduziram um produto melhorado ou significativamente melhorado e os restantes 30% declaram que não introduziram um produto novo ou significativamente melhorado, quando aos que responderam ocasionalmente, 10% dizem que introduziram um produto novo ou significativamente e no que se refere aos inquiridos que responderam por vezes são persistentes, 5% responderam que introduziram um produto novo ou significativamente melhorado. No que se refere á questão “É Responsável?”, a distribuição das respostas mostra a evidencia sem qualquer sombra da divida que os responsáveis/administradores/gestores Deivy Ramos Página 61 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas são sempre responsáveis, pois “Sempre” abarca a totalidade das resposta com 100% dos inquiridos responderam que são responsáveis. Como é sabido um grande número de Responsável 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 100% pequenas e médias empresas criadas desaparecem tendo em conta as dificuldades que encontram nos primeiros anos de vida. 0% 0% 0% Ter comportamento e atitude de persistência e responsável para enfrentar e ultrapassar essa fase crítica é essencial. Gráfico IX: Nível de Responsabilidade Fonte: Elaboração própria A tabela a seguir apresenta os resultados do cruzamento da distribuição dos administradores ou responsáveis das empresas por género e a sua capacidade de liderança. Mostra que as percentagens obtidas na amostra são praticamente coincidentes com os dados do INE (2012), pois do total dos Se xo ? Sexo? * Gosta de assumir liderança das situações? Total Liderança Ocasion almente Sempre Total Feminino 2 5 7 % Total 10% 25% 35% Masculino 5 8 13 % Total 25% 40% 65% 7 13 20 % Total 35% 65% 100% Tabela 6 Fonte: Elaboração própria inquiridos 35% das empresas são lideradas pelo género feminino e 65% são liderados pelos homens. Com o efeito, os dados do estudo colabora com os do INE (2012) segundo os quias 61% das empresas de São Vicente são administradas pelos homens e 39% administrada pelas mulheres. Segundo os resultados obtidos as mulheres apresentam em média maior capacidade de liderança do que os homens, em que os administradores do género feminino, 38.5% dizem que sempre gostam de assumir liderança e 28.5% afirmam ocasionalmente. A liderança19 é umas das características do empreendedor que poderá influenciar o processo de inovação nas PME´S. Umas das dificuldades que que as PME´S enfrentam é 19 http://pt.wikipedia.org/wiki/ Liderança, na abordagem clássica da administração, era definida como uma forma de dominação ou controle, onde a função do líder era estabelecer e fazer cumprir critérios de desempenho para atingir objetivos organizacionais Chiavenato (2004) Deivy Ramos Página 62 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas a falta de liderança. É de notar que existe uma certa hesitação no momento de assumir certos cargos de liderança devido a forte pressão e responsabilidade que o cargo exige. Gosta de assumir liderança das situações? * A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado? A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou Não Sim Total Gosta de assumir Ocasiona 2 5 7 liderança das lmente % Total 10% 25% 35% situações? Sempre 4 9 13 % Total 20% 45% 65% 6 14 20 % Total 30% 70% 100% Tabela 7 Perante aspecto, fez-se o cruzamento da variável liderança com a introdução de um produto novo ou significativamente melhorado para saber até que ponto os inquiridos estão dispostos em doar todo o seu tempo, disponibilidade e dedicação em prol dos projetos. O resultado na tabela ao lado mostra que, dos 65% que Fonte: Elaboração própria este responderam sempre, 45% responderam que introduziram um produto novo ou significativamente melhorado e os restantes 20% responderam que não introduziram um produto novo nem significativamente melhorado. Por outro lado, 35% dos inquiridos que responderam que gostam de assumir a liderança ocasionalmente, 25% responderam que introduziram um produto novo ou significativamente melhorado e os restantes 10% responderam que não introduziram um produto novo ou significativamente melhorado. No que se refere á questão “tem confiança Confiança 100% 80% 60% 40% 20% 0% 95% em si mesmo?”, a distribuição das respostas não deixa qualquer margem de dúvida, pois a quase totalidade dos inquiridos, 95% 0% 0% 5% responderam “Sempre”, e os restantes 5% responderam “Ocasionalmente”. Portanto pode-se afirmar que os responsáveis estão Gráfico X: Confiança dos Inquiridos Fonte: Elaboração própria preparados para uma existência de um ambiente económico e empresarial extremamente exigente. É fundamental ter confiança em todos os domínios, tendo em conta que qualquer decisão, quer simples ou complexa, além de ter normalmente diversos factores condicionantes também têm implicações variadas. Acredita-se ser importante para a organização de qualquer estrutura independentemente da dimensão ou do sector de actividade a operar. Deivy Ramos Página 63 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas No que se refere á questão “É optimista?” a distribuição das respostas é quase semelhante da questão anterior, estando, por isso, em sintonia, o que seria de esperar. Pode afirmar que os responsáveis/administradores/gestores são “Sempre (90%) optimista, Optimismo 100% em segundo lugar as resposta “Por vezes” e 90% 80% “ocasionalmente” com 5% respesctivamente. É de realçar que os responsáveis têm uma 60% visão positiva sobre a vida e os negócios. Eles 40% 20% 0% 5% 5% acreditam na viabilidade dos seus projectos e 0% colocam o foco nas oportunidades e não nas dificuldades. Eles se mostram animados e Gráfico XI: Nível de Optimismo Fonte: Elaboração própria esperançosos quanto ao futuro. Definem metas e, posteriormente, tentam atingi-las. Sempre têm um espírito positivo, sem se deixar abater quando algo não corra tanto quanto se esperava. Eles consideram o fracasso apenas como resultados não esperados que indica o que precisa ser modificado. No que se refere á questão “É empenhado Empenho 100% (a)?”, a distribuição das respostas continua a ser muito semelhante as questões 80% 60% anteriores, com a preponderância da resposta 40% 20% 90% 0% 0% 10% 0% “Sempre” (90%) mostrando o empenho por parte dos responsáveis e somente 5% dos inquiridos responderam “Ocasionalmente”. Gráfico XII: Nível de Empenho Fonte: Elaboração própria Essa característica é muito importante porque deferência os empreendedores que se encontram na fase inicial de implementação da ideia, e o empenhamento. É o que move o empreendedor a seguir em frente, mesmo com os obstáculos. O empreendedor não desiste mas pelo contrário empenha mais nos seus projectos e acredita que é capaz de superar os desafios. A inovação deve ser visto como um ciclo e de forma sistêmica, assim sendo, pode ser definido como o uso produtivo de conhecimento manifestado no desenvolvimento próspero e na introdução de novos produtos, processos e/ou serviços no mercado. Deivy Ramos Página 64 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Um dos critérios básicos É criativo (a)? * A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado? É criativo (a)? Ocasionalm ente % Total Sim a das características dos empreendedores inovam. Total que Assim sendo tentou mostrar como as 3 4 5% 15% 20% 5 11 16 25% 55% 80% 6 14 20 influenciar o processo de 30% 70% 100% inovação nas PME´S. É Total % Total é 1 Sempre % Total inovação criatividade e constitui uma A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado? Não para Tabela 8 características do empreendedor poderão neste sentido, se fez o Fonte: Elaboração própria cruzamento entre a variável introdução no mercado de algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado com a variável criatividade. Os resultados obtidos dessa interação demonstra que dos 80% dos inquiridos que responderam serem criativos, 55% introduziram no mercado um produto novo ou significativamente melhorado no mercado e os restantes 25% dizem que não introduziram um produto (bem ou serviço) no mercado. Dos restantes 20% que responderam ocasionalmente 15% responderam que introduziram um produto novo ou significativamente melhorado e 5% dizem que não introduziram um produto ou significativamente melhorado no mercado. No que se refere á questão “É exigente?” a distribuição das respostas volta a ser muito semelhante á das últimas questões, com preponderâncias a resposta “Sempre” o que mostra a exigência dos responsáveis, 80% dos responsáveis afirmam “Sempre” exigente, em Exigencia 100% 80% 60% 40% 20% 0% 80% 0% 5% 15% segundo lugar vem a resposta “Ocasionalmente” e por fim 5% afirmam “Por Vezes”. Portanto pode-se aferir que com o aumento da concorrência, pela exigência por competitividade e pela dificuldade em reter bons profissionais na equipe, empresários e gestores pareceram Gráfico XIII: Nível de exigência Fonte: Elaboração própria Deivy Ramos despertar, nos últimos anos, para a Página 65 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas importância de serem mais exigentes com o pessoal. No que se refere á questão “É comunicativo?” a distribuição das respostas é idêntica a questão anterior, onde claramente os responsáveis dizem quase sempre comunicativo. Onde 75% dos inquiridos responderam “Sempre”, 15% corresponde “Ocasionalmente”, Comunicação 80% e por fim 10% responderam “Por Vezes”. 75% Logo pode aferir que os gestores devem 60% priorizar 40% 20% 10% a comunicação com os funcionários, os quais precisam “receber 15% 0% informações e trocá-las com os outros, seus 0% pares ou não, para que haja comunicação, e através dela compreenda melhor o seu papel dentro da organização, o seu valor e a Gráfico XIV: Comunicação Fonte: Elaboração própria relevância para a mesma”, segundo Marchori (2006). Do resultado da análise das características dos empreendedores, pode-se aferir que os responsáveis das pequenas e médias empresas de São Vicente apresentam um perfil empreendedor retratado no gráfico abaixo, onde se pode comprovar que as suas principais limitações são a liderança e ambição, apresentado ótimos resultados nas demais características. Perfil Empreendedor dos Responsáveis das PME'S de São Vicente É exigente? É empenhado (a)? Tem confiança em si mesmo? É Responsável? É capaz de tomar iniciativas? 0% Sempre 20% 40% Ocasionalmente 60% Por vezes 80% 100% 120% Nunca Gráfico XV: Perfil Empreendedor dos Responsáveis das PME'´S de São Vicente Fonte: Elaboração própria Deivy Ramos Página 66 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Continuando na segunda secção, passa-se analisar a perceção e conhecimento dos responsáveis em relação ao empreendedorismo. Onde ouviu a falar do empreendedorismo Ouviu falar do Ouviu falar do empreendedoris Ouviu falar do empreendedorism mo na meios de empreendedorism o na escola? comunicação? o em outro? % Total 0% 5% 5% Total 5% % Total 30% 10% 5% 35% A mais de 3 anos atrás % Total 45% 25% 10% 60% 75% 40% 20% 100% Há quanto tempo A 1 ano atrás ouviu falar do A 3 anos atrás empreendedorismo? Total Tabela 9 Fonte: Elaboração própria Denote-se que o empreendedorismo tem despertado maior interesse, é cada vez mais estudado. Os cursos lançados são rapidamente preenchidos, os administradores dão ênfase a novos empreendimentos, inúmeros indivíduos anseiam por criar os seus próprios postos de trabalho, porque pode servir como alternativa ao desemprego ou porque sentem capacidade para colocar em prática as suas ideias criativas. É nesta ótica que fez o cruzamento entre a variável “ há quanto tempo ouviu falar do empreendedorismo com a variável “onde ouviu falar do empreendedorismo. O resultado obtido foi o seguinte: dos responsáveis pelas empresas inquiridos, que ouviram falar do empreendedorismo a mais de três anos, 45% ouviram falar nas escolas, 25% nos meios de comunicação e 10% em outros lugares (palestras seminários etc.). No que corresponde aos responsáveis que ouviram falar a 3 anos atrás, 30% ouviram falar do empreendedorismo nas escolas, 10% nos meios de comunicação e 5% em outros lugares. Por último os responsáveis que ouviram falar do empreendedorismo a 1 ano atras dizem que, 5% foi nos meios de comunicação e em outros lugares respetivamente. O que se pode extrair desse resultado é que os responsáveis que ouviram falar do empreendedorismo a mais de 3 anos estão mais bem preparados pelas eventuais mudanças do mercado. A questão seguinte incide sobre o “planeamento do seu negócio, que fontes de informação/ajuda foram importantes?” a distribuição da resposta é extremamente clara, onde o gráfico mostra que os responsáveis recorreram mais a contabilístico (36%) como fonte de informação, em segundo lugar contaram com a ajuda de outros empresários Deivy Ramos Página 67 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas (21%), depois apelaram a amigos e conhecidos (17%), no quarto lugar os responsáveis investigaram em Livro e Manuais (14%) e por fim recorreram a Banca e Advogados (5%) respetivamente. Portanto a diversificação Professores… 2% Livros e manuais das opções não é muito 14% Banca 5% diferente daquelas do Advogados 5% início Outros empresários 21% Amigos ou conhecidos 36% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Gráfico XVI: Fontes importantes no planeamento do negócio Fonte: Elaboração própria um novo negócio. É necessária 17% Contabilística de uma pesquisa adequada do novo mercado, dos seus clientes, concorrência dinâmica, da e da que é exactamente o que se faz quando se planeia abrir um novo negócio, bem como desenvolver o seu plano de marketing. No que se refere a questão “ A empresa realizou ou promoveu cursos/ações de formação destinados ao pessoal do serviço?” distribuição das respostas mostra a evidencia sem qualquer equivoco, que os responsáveis não estão dispostos em investirem em ações de formação para os funcionários, isso reflete no gráfico, onde 70% afirmam que não 30% promoveu cursos/ações ao pessoal do serviço e 70% somente 30% declaram ter feito ações ou cursos de formação para o pessoal de serviço. Os Sim Não cursos de formação são muito importantes, pois necessitam de funcionários que estejam muito Gráfico XVII: Promoção de cursos/Accões de formação Fonte: Elaboração própria bem preparados para enfrentar quaisquer tipos de desafios do contexto da sua actividade profissional. Com um curso de formação profissional pretende-se valorizar a imagem do funcionário e da empresa nas mais variadas competências, que permitem desenvolver as atitudes comunicacionais e os efeitos comportamentais, as competências cognitivas que se situam ao nível do desenvolvimento intelectual e as competências psicomotoras para o desenvolvimento das capacidades manuais, situadas ao nível do saber-fazer. Deivy Ramos Página 68 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas A questão seguinte incide sobre “ Onde é adquirida normalmente a formação para melhorar as qualificações dos recursos humanos?”, distribuição das respostas mostra 33% 40% 27% 30% 20% 13% 20% 7% 10% 0% Associações Empresariais Centros de Formação Universidades Entidades Privadas A for. é ministrada pelos próprios quadros da empresa Gráfico XVIII: Lugar onde as empresas procuram formação Fonte: Elaboração própria que os responsáveis recorrem mais a associações empresárias (33%) para melhorar as qualificações dos recursos humanos, em seguida os responsáveis afirmam que a formação é ministrada pelos próprios quadros da empresas, em terceiro vem centros de formação (20%), depois entidades privada (13%) e por fim as universidades (7%). É reconhecida a importância que a formação profissional tem num mercado cada vez mais concorrencial, onde a qualificação dos recursos humanos é um instrumento imprescindível para o aumento da competitividade e, consequente, melhoria da produtividade e dos serviços prestados. No que se refere a questão “Quais os motivos que levaram a empresas a não realizarem/proporcionar formação aos seus colaboradores?” a distribuição das respostas mostra que os responsáveis afirmam Falta de disponibilidade (em termos de 36% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 27% 27% 9% Falta de recursos económicos Falta de disponibilidade (em termos de tempo) Falta de motivação por Falta de formação parte dos colaboradores adequada às necessidades da empresa Gráfico XIX: Motivos a não proporcionar formação aos seus colaboradores Fonte: Elaboração própria tempo) (36%) depois logo a seguir vem Falta de recursos económicos e Falta de formação adequada às necessidades da empresa com 27% respetivamente e por fim com 9% afirma Falta de motivação por parte dos colaboradores. Deivy Ramos Página 69 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Os resultados que seguem respeitam as questões referentes a inovação nas pequenas e médias empresas. Com a aceleração do ritmo das mudanças tecnológicas, a globalização dos mercados e o aumento da agressividade concorrencial, as empresas têm que desenvolver novos métodos e estratégias para terem um sucesso sustentado nos negócios. No entanto, as crescentes pressões em relação aos resultados financeiros e à redução da duração dos ciclos de inovação dos produtos, deixaram os gestores sem tempo nem recursos suficientes para criar e desenvolver as competências internas necessárias. Essas mudanças de uma maneira ou de outra afetam as PME´S de Cabo Verde. No que a parte da inovação a questão colocada foi “ 120% 100% 100% tendo em consideração o mercado em que a sua 80% empresa opera atualmente, a sua a empresa é 60% obrigada a inovar?” a distribuição das respostas 40% 0% evidencia um grau de concordância elevadíssima, muito Discordo superior ao de qualquer das questões anteriores. Com 20% 0% Concordo Gráfico XX: Obrigação em inovar Fonte: Elaboração própria efeito, a totalidade dos inquiridos respondeu que concordam que a empresa tem de inovar sempre. Essa resposta já era de esperar porque o mercado cabo-verdiano é caracterizado actualmente por ser bastante competitivo e em constantes transformação, nalguns sectores, tentando acompanhar a evolução do mercado internacional e dando cada vez mais satisfação aos consumidores nacionais e internacionais que visitam o nosso país 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Logo em seguida a questão incide sobre “A empresas 70% introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado?” e a 30% distribuição das respostas é bastante clara, onde 70% dos responsáveis afirmam que introduziram no mercado um produto novo20 ou significativamente melhorado e Não Sim somente 30% responderam Gráfico XXI: Introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) Fonte: Elaboração própria que não introduziram no mercado um novo produto ou significativamente melhorado. 20 Inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. As inovações de produto compreendem produtos tecnologicamente novos e aperfeiçoados em suas especificações técnicas, matérias-primas. (OCDE, 2005) Deivy Ramos Página 70 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Depois perguntado com quem a empresa introduziu no mercado um produto novo ou 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 75% significativamente melhorado, e a distribuição das respostas mostra, que 75% foi a própria empresa ou grupo há 19% 6% que pertence, 19% foi a empresa em cooperação com outras empresas e por A sua empresa A sua empresa A sua empresa ou grupo a que em cooperação em cooperação pertence com outras com empresas fornecedores ou clientes fim 6% foi a empresa em cooperação com fornecedores ou clientes. Gráfico XXII: Com quem introduziu o produto (bem ou serviço) Fonte: Elaboração própria No que se refere a questão “Que aspeto considera serem uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes?” a distribuição das respostas foi o seguinte, 21% nível considera o nível de qualidade dos serviços, 19% nível de qualidade do produto e Inovação/criatividade respetivamente, 17% fidelização dos clientes/ mercados, 15% desempenho do quadro de pessoal técnico/de produção, 6% renovação/formação dos recursos humanos e 2% índices de produtividade. Renovação / formação dos recursos humanos 6% Desempenho do quadro de pessoal técnico / de… 15% Inovação / criatividade 19% Fidelização dos clientes / mercados 17% Nível de qualidade dos serviços 21% Nível de qualidade do produto 19% Índices de produtividade 2% 0% 5% 10% 15% 20% 25% Gráfico XXIII: Vantagens competitivas Fonte: Elaboração própria A vantagem competitiva corresponde a primazia de uma empresa em relação aos seus concorrentes, geralmente demonstrada pelo desempenho econômico sistematicamente superior ao dos demais competidores. É uma ou um conjunto de características que permitem a uma empresa diferenciar-se, por entregar mais valor aos seus clientes, em comparação aos seus concorrentes e sob o ponto de vista dos clientes. É dizer que para um dado segmento de mercado, é a razão pela qual os seus clientes escolhem a oferta da Deivy Ramos Página 71 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas sua empresa, e não a dos seus concorrentes, exatamente porque sua oferta tem algo - a vantagem competitiva - que eles buscam e é única ou melhor do que a oferta dos concorrentes. No entanto pode-se aferir que as principais limitações dos responsáveis é não dar a atenção a renovação/formação dos recursos humanos o que limita a sua capacidade criativa e inovador a outra limitação prende-se pela com a pouca relevância ao índice de produtividade. No que se refere a questão “ Quais os aspetos menos positivos que verificam na sua empresa?” a distribuição das respostas demonstra, que 40% responderam outros outros (problemas financeiros), 30% não souberam ou não quiseram responder, 15% falta de NS/NR 30% Outros 40% Falta de comunicação entre os departamentos 10% Falta de informação técnica para desenvolvimento de novos produtos / serviços Falta de conhecimentos técnicos para desempenhar determinadas funções 15% 5% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% Gráfico XXIV: Aspectos menos positivos na empresa Fonte: Elaboração própria informação técnica para desenvolvimento de novos produtos / serviços, 10% Falta de comunicação entre os departamentos, 5 % falta de conhecimentos técnicos para desempenhar determinadas funções. Devido a essas estratégias, a ansiedade, pressões por resultados e insegurança passaram a fazer parte do ambiente de trabalho, fazendo com que os funcionários mudassem suas atitudes e a forma de ver a empresa, não mais “vestindo a camisa” e gerando alta rotatividade de colaboradores. No que se refere a questão “A empresa faz parte de alguma associação nacional ou internacional (industria, comercial, ou empresarial)? a distribuição das respostas mostra que, 60% faz parte de algum associação e 40 % não faz parte de algum associação nacional ou internacional. É muito importante que as empresas desenvolvem novos métodos e estratégias para terem um sucesso sustentado nos negócios. No entanto, as crescentes pressões em relação aos resultados financeiros e à redução da duração dos Deivy Ramos Página 72 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas ciclos de inovação dos produtos, deixaram os gestores sem 70% 60% tempo nem recursos suficientes para criar e desenvolver as 60% 50% competências internas necessárias. Logo, as empresas têm 40% 40% que ser mais competitivas a nível dos custos das suas 30% 20% operações. Para tal, necessitam de operar grandes 10% reestruturações internas que, pois em regra, são demasiado 0% Não lentas e pouco compensadoras em termos financeiros. Em Sim Gráfico XXV: Parcerias com associações nacionais ou internacionais Fonte: Elaboração própria suma estas devem optar pelas parcerias estratégicas. Estes tipos de acordos permitem que as empresas possam expandir e desenvolver as suas actividades, através de, num extremo, celebrar simples acordos de subcontratação e, no outro extremo, optar pelas fusões e aquisições. Perspetivando saber que serviços são mais requisitados pelas empresas a essa associações onde 33% responderam formação, 22% informações sobre projectos e Investimentos, 11% informações económicas e promoção de negócios respetivamente e 6% responderam informações Jurídicas e organização de feiras e eventos ou congressos respetivamente. Elo de ligação a outras empresas da região Organização de feiras, eventos ou congressos 11% 6% Promoção de negócios Informações sobre projectos e Investimentos 11% 22% Informações Jurídicas Informações Económicas 6% 11% Formação 33% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Gráfico XXVI: Serviços requisitados pela empresa Fonte: Elaboração própria No que se refere a questão “A empresa costuma 30% estabelecer contatos regulares com alguma instituição de Ensino Superior?” a distribuição dos resultados 70% mostra 70% dizem que tem contatos regulares com Não Sim Gráfico XXVII: Contatos com Instituições de Ensino Superior Fonte: Elaboração própria Deivy Ramos alguma instituição de Ensino Superior e 30% dizem que não. Isso acontece pela necessidade dos estudantes efectuarem os seus estágios curriculares nessas empresas. Página 73 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas No que se refere a questão “ Quais os motivos que levaram a empresa a manter contato com as instituições superiores?” a distribuição das respostas mostra 50% que explica Procura de Estagiários, seguidamente com 30% Palestra/conferencias (Recursos Humanos como assistência), 10% parcerias em projectos e palestras / conferências. Palestras /conferências (os RH como oradores – casos de estudo) 10% Palestras /conferências (os RH como assistência) 30% Parcerias em projectos 10% Procura de estagiários 50% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Gráfico XXVIII: Motivos a contatar Instituições de Ensino Superior Fonte: Elaboração própria 65% 70% No que se refere a questão “Qual o grau de 60% satisfação da empresa em relação às 50% parcerias com as instituições referidas” a 40% 20% distribuição dos resultados mostra que 65% 25% 30% não sabem ou não quiseram responder á 10% questão, 10% 0% Muito Bom Bom Ns/Nr Gráfico XXIX: Satisfação com às parcerias com as instituições Fonte: Elaboração própria 25% responderam estarem satisfeitos com parcerias com as instituições considerando de Bom e apenas 10% consideram Muito Bom a satisfação da empresa. São várias as causas que levam as empresas a não cooperar com outras empresas / instituições para desenvolvimento de projectos. No que se refere a questão “ Quais os motivos que levam a empresa a não cooperar com outras empresas/instituições para desenvolvimento de projetos?” a distribuição dos resultados mostra que 35% dessas empresas demonstram a falta de informação nomeadamente tecnológica, dos mercados que devem operar e a regulamentações decorrentes dos mercados. Seguidamente temos 24% que dizem terem uma estrutura organizacional pouco flexível, depois 18% Deivy Ramos Página 74 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas consideram não ter pessoal qualificado como causa para não cooperar e custos demasiado elevados respetivamente e finalmente 6% que não reconhecem a mais - valia da parceria, isso demonstra claramente uma disputa de interesses por parte dessas empresas. A empresa não reconhece a mais-valia da parceria 6% Estrutura organizacional pouco flexível 24% Falta de informação (tecnologia, mercados, regulamentação, etc.) Falta de pessoal qualificado 35% 18% Custos demasiado elevados 18% 0% 10% 20% 30% 40% Gráfico XXX: Causas que levam a não cooperar com outras empresas/instituições Fonte: Elaboração própria Deivy Ramos Página 75 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 4.4 Proposta do Modelo de Gestão Empreendedora nas PME´S de São Vicente Dadas as especificidades das pequenas e médias empresas em São Vicente, há necessidade de criar e dinamizar os modelos os de gestão empresarial, incorporado nas grandes linhas de reflexão interna e externas. O modelo de gestão empreendedora relaciona o perfil o empreendedor com instrumentos e técnicas de que estimulam a criatividade e a inovação visando a aprendizagem contínua das empresas com reflexo na competitividade. Neste trabalho o modelo proposto está direcionado as competências e atitudes necessárias no responsável, gestor ou administrador das PME’S do São Vicente, no entanto este pode ser aplicado a outras empresas do país. Figura 1:Modelo de Gestão Empreendedora nas PME´S de S.V Fonte: Elaboração própria O perfil empreendedor deve possibilitar aos responsáveis das PME´S relacionar o ambiente interno das mesmas com as condições do meio externo, idealizando as ações estratégicas para combater as incertezas e aproveitar as oportunidades numa perspetiva empreendedora, e constituído pelos seguintes eixos fulcrais: 1. O perfil empreendedor é o primeiro eixo e corresponde a um conjunto de característica, habilidades e competências dos responsáveis que assegura uma Deivy Ramos Página 76 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas grande variedade de atributos e uma visão ampla do mercado, possibilitando a formulação de estratégias capaz de combater as contingências do meio envolvente. Portanto defende-se que o responsável pela gestão deverá, enquanto líder possuir uma postura empreendedora. Da pesquisa realizada realça-se como principais características do perfil: Liderança; iniciativa; persistência, responsável e confiante. 2. Condições ambientais é o segundo eixo e refere-se as situações do mercado, principalmente as mudanças que ocorrem e que devem ser alvo de um acompanhamento por parte do empreendedor. Este deve atualizar constantemente os seus conhecimentos, e melhorar a rede de informações e de contactos de moda a facilitar a identificação dos riscos, das incertezas e das ameaças, bem como as oportunidades. A finalidade do processo prende-se com a necessidade de um planeamento estratégico das organizações e uma gestão baseada em projetos e dos trabalhadores. As variáveis importantes deste eixo são: Rede de relacionamento; reconhecimento das oportunidades; responsabilidade nos projetos; implementação de estratégias. Neste sentido os responsáveis poderão utilizar técnicas de análise ambiental como PEST21 e análise SWOT22. 3. Inovação, o terceiro e o mais importante dos eixos, reflete a interação entre os dois eixos anteriores, portante para ser inovador é necessário conseguir relacionar o perfil empreendedor e a criatividade dos colaboradores com as condições do mercado. Dependendo das condições do mercado e as internas das PME’S a inovação poderá acontecer a nível de: Processos, serviços e produtos. 21 http://pt.wikipedia.org/wiki/ A análise PEST é um acrónimo de análise Política, Económica, Social e Tecnológica" e consiste num enquadramento de fatores macro ambientais usados como uma ferramenta na gestão estratégica de empresas. 22 http://pt.wikipedia.org/wiki/ Análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) (em português) é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada como base para gestão e panejamento estratégico de uma corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário Deivy Ramos Página 77 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 4. Aprendizagem continua, este eixo corresponde a capacidade dos responsáveis de apreender com os erros e com as experiências positivas, aproveitando-se das reclamações, sugestões dos clientes e iniciativa do capital humano das PME’S para inovar os processos, produtos e serviços. O processo compreende: o planeamento estratégico da empresa; a implementação de estratégias e rede de relacionamento. Sugere-se a utilização do coaching23 e do mentoring24 como forma de disseminar o conhecimento e as experiências nas PME´S, bem como o benchmarking para recolher e reconhecer as experiências positivas dos concorrentes ou líderes do mercado. 5. Competitividade, o último eixo, condiz aos resultados de todo o processo da gestão empreendedora, pois a aprendizagem contínua resultará em vantagens competitivas para as PME’S que utilizam esta abordagem no mercado exíguo como o de São Vicente. Podemos citar como procedimentos que podem auxiliar o desenvolvimento da empresa e a implementação do modelo, as seguintes ações: 1. Divulgar dentro da empresa uma cultura empreendedora, ressaltando e premiando os funcionários que se destacarem na realização e melhoramento das operações da empresa; Incentivar programas de informação e formação, capacitando os funcionários a melhor o seu desempenho e a desenvolverem suas atividades; Realizar financiamentos os quais trarão desenvolvimento para a empresa; 23 http://pt.wikipedia.org/wiki/ Coaching é um processo definido com um acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) para atingir um objetivo desejado pelo cliente 24 http://pt.wikipedia.org/wiki/ Mentoring é um termo inglês, normalmente traduzido como "tutoria", ou "apadrinhamento". O mentoring é uma ferramenta de desenvolvimento profissional e consiste em uma pessoa experiente ajudar outra menos experiente. Deivy Ramos Página 78 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Realizar planeamento fiscal, a fim de se beneficiar de incentivos fiscais os quais reduzirão os custos tributários da empresa. Deivy Ramos Página 79 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 4.5 Conclusão O presente trabalho é fruto de uma investigação académica junto as pequenas e médias na cidade do Mindelo tendo como tema: “Empreendedorismo e inovação nas Pequenas e médias Empresas”. Fez-se uma análise precisa e exaustiva dos elementos integrantes do fenómeno empreendedorismo e inovação, perspectivando o desenvolvimento de um modelo de gestão empreendedora visando a competitividade das PME’S. Este desafio levou a conciliação de conhecimentos anteriormente adquiridos, combinados ao recurso de técnicas e métodos de pesquisas como a observação e a exploração da realidade existente, a pesquisa documental e de dados oficiais, associados a análise de dados da inquirição feita, proporcionaram a que os objectivos previamente definidos fossem concretizados. Referente ao objectivo: “Identificar as características que caracterizam o perfil empreendedor dos responsáveis;”, a pesquisa demonstrou que os gestores cidade do Mindelo apresentam um nível de apetência bastante encorajador para iniciar uma actividade empreendedora, ou seja, possuem perfil adequado, tendo em conta os resultados satisfatórios dos inquiridos que reponderam serem pessoas criativas, responsáveis, capazes se tomar iniciativas, além das outras características reveladas favoráveis, que transpondo para o grosso da população corresponde a uma franja muito boa que esteja inclinada a investir numa actividade empreendedora. Inequivocamente transparece a consciência de que atitudes e acções empreendedoras são vias certas para o desenvolvimento sustentável e apresentam como um instrumento poderoso de combate à pobreza e ao desemprego. Existem dados que deixa evidências de necessidades elementares para a concretização prática das intenções. É o caso dos inúmeros factores que condicionam directa ou indirectamente o arranque e o sucesso de qualquer empreendimento ou projecto que precisam ser devidamente equacionadas e resolvidas e, nesse particular é preciso a disponibilização e engajamento forte de governo central e local, entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, para a mobilização de parcerias sinergicamente frutíferas. Deivy Ramos Página 80 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas No que se refere aos dois últimos objectivos “Identificar os elementos que caracterizam o modelo de gestão empreendedora das PME´S com enfoque na inovação” e “Propor um modelo de gestão empreendedora para as PME’S de São Vicente” os mesmos foram provados, na medida que conseguem através da pesquisa bibliográfica e do estudo do caso, foi possível identificar os principais elementos que constituem o modelo: o perfil empreendedor, as condições do mercado, inovação, aprendizagem continua e a competitividade, bem como os procedimentos e os instrumentos necessários para implementação estratégica. Do ponto vista académico, as aprendizagens foram inúmeras e enriquecedoras, na medida em que desenvolvemos outras temáticas de gestão em relação ao lecionado durantes os aos letivos, do ponto de vista pessoal contribui muito como para o crescimento com pessoa empreendedora. 4.6 Recomendações Finais A limitação temporal para a elaboração e apresentação condicionou muito a realização deste trabalho de fim de curso (TFC). Ele representa um incessante e continuo trabalho de investigação e pesquisa com o intuito de trazer valiosos contributos para a melhoria da compreensão de questões relacionadas com a temática. Para o cumprimento dos objectivos, desenvolveu-se tópicos considerados fundamentais que permitirão um entendimento claro dos assuntos abordados. Aproveitou-se este espaço para deixar algumas sugestões que poderão trazer melhorias futuras no que tange a melhorias das condições para implementação de uma cultura empreendedora. Desenvolver uma Cultura Empreendedora em Cabo Verde Reforço do papel das instituições de ensinos e formação para a promoção de uma cultura empreendedora, através da adopção de políticas específicas que abarquem todos os níveis escolares. Definir e implementar politica para facilitar e massificar o acesso à informação como o elemento fundamental para o empreendedorismo e a inovação. Deivy Ramos Página 81 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Promover a divulgação de casos de sucesso de empreendedores de relevo e incentivar a troca de experiencias, como forma de estimular o empreendedorismo como atitude e enquanto prática. Sugere a utilização do modelo da gestão estratégica dos negócios, a adoção dos procedimento e técnicas para garantir a o sucesso. Elaborar o planeamento estratégico a fim de poder identificar e aproveitar as oportunidades. Estrutura Institucional para fomentar o espírito empreendedor nos futuros responsáveis Desenvolver programas específicos para facilitar o acesso ao crédito pelo sector privado - especialmente as Pequenas e Medias Empresas incluindo a cooperação de esforços entre os estados, as instituições financeiras e aos beneficiários; Promover abordagens e produtos financeiros alternativos como o fundo de capital de capital de risco (com a participação dos bancos) e fundos de garantia mútua. Implementação de políticas para promover a inovação e empreendedorismo, incluindo um concurso anual de ideias de negócios e outros instrumentos. Políticas públicas para incentivar o associativismo empresarial bem como parcerias entre as empresas nacionais de grande porte e as PME. Traçar, implementar uma ampla rede de incubadoras de empresas e espaços físicos partilhados, especializadas por sector e/ou objectivos estratégicos e com um amplo conjunto de serviços de apoio, com envolvimento de actores públicos ou privados. Reforçar as relações entre as universidades e as empresas. Deivy Ramos Página 82 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas 4.7 Referências Bibliográficas BELL, Judith (1989). Doing your research project: a guide for the first-time Researchers in education and social science. 2. reimp. Milton Keynes, England: Open University Press, pp. 145 BOLEMA, 25, 105-132. Este artigo é uma versão revista e actualizada de um artigo anterior: Ponte, J. P. (1994). O estudo de caso na investigação em educação matemática. Quadrante, 3 (1), pp3-18. (re-publicado com autorização) CHIAVENATO, I. (1995), Administração de empresas: Uma Abordagem Contingencial. São Paulo: Makron / Person CHIAVENATO, I. (2002), Teoria Geral da Administração. 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Opção/resposta 18 a 25 25 a 35 36 a 45 > 55 Total Frequência 1 9 9 1 20 Percentagem 5,0 45,0 45,0 5,0 100,0 Nível de escolaridade e número dos colaboradores? Escolaridade Nº trabalhadores Primário 19 secundaria 88 Bacharelato 14 licenciatura 26 Sexo? Opção/resposta Frequência Percentagem Feminino 7 35% Masculino 13 65% Total 20 100% Deivy Ramos Idade? Frequência Percentagem Opção/resposta 20 a 30 1 5% 31 a 40 8 40% 41 a 50 5 25% > 50 6 30% Total 20 100% Nível de escolaridade do Responsável pela empresa? Opção/resposta Frequência Percentagem Secundaria 3 15% Bacharelato 3 15% Licenciatura 12 60% Mestrado 2 10% Total 20 100% Anos serviço na empresa? Opção/resposta Frequência Percentagem <3 3 15% 3a6 1 5% 7a9 1 5% >9 15 75% Total 20 100% Área (s) de formação? Percentagem Opção/resposta Frequência Gestão 4 18,2% Economia 2 9,1% Contabilidade 1 4,5% Engenharia 6 27,3% Outro 9 40,9% Total 22 100,0% Considera ser uma pessoa ambiciosa? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 1 5% Por vezes 3 15% Ocasionalmente 6 30% Sempre 10 50% Total 20 100% Página 90 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas É capaz de tomar iniciativas? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 2 10% Sempre 18 90% Total 20 100% É optimista? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 1 5% Ocasionalmente 1 5% Sempre 18 90% Total 20 100% É persistente? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 1 5% Ocasionalmente 2 10% Sempre 17 85% Total 20 100% É empenhado (a)? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 2 10% Sempre 18 90% Total 20 100% É Responsável? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 0 0% Sempre 20 100% Total 20 100% É criativo (a)? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 4 20% Sempre 16 80% Total 20 100% Gosta de assumir liderança das situações? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 7 35% Sempre 13 65% Total 20 100% É exigente? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 1 5% Ocasionalmente 3 15% Sempre 16 80% Total 20 100% É capaz de tomar decisões? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 4 20% Sempre 16 80% Total 20 100% Tem confiança em si mesmo? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 0 0% Ocasionalmente 1 5% Sempre 19 95% Total 20 100% È comunicativo? Opção/resposta Frequência Percentagem Nunca 0 0% Por vezes 2 10% Ocasionalmente 3 15% Sempre 15 75% Total 20 100% Deivy Ramos Onde ouviu falar do empreendedorismo? Frequência Percentagem Opção/resposta Escola 15 55,6% Meios de comunicação 8 29,6% Outro 4 14,8% Total 27 100% Página 91 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Há quanto tempo ouviu falar do empreendedorismo? Frequência Percentagem Opção/resposta A 1 ano atrás 1 5% A 3 anos atrás 7 35% A mais de 3 anos 12 60% atrás Total 20 100% No planeamento do seu negócio, que fontes de informação/ajuda foram importantes para si? Frequência Percentagem Opção/resposta Contabilística 15 36% Amigos ou conhecidos 7 17% Outros empresários 9 21% Advogados 2 5% Banca 2 5% Livros e manuais 6 14% Professores Universitário/especialista 1 2% Total 42 100,0% A empresa realizou ou promoveu cursos/acções de formação destinados ao pessoal ao serviço? Percentagem Opção/resposta Frequência sim 14 70% Não 6 30% Total 20 100,0 Onde é adquirida normalmente a formação para melhorar as qualificações dos Recursos Humanos? Frequência Percentagem Opção/resposta Associações Empresariais 5 33,3% 3 Centros de Formação 20,0% Universidades 1 6,7% Entidades Privadas 2 13,3% 4 26,7% A for. é ministrada pelos próprios quadros da empresa Total 15 100,0% Quais os motivos que levam a empresa a não realizarem / proporcionar formação aos seus colaboradores? Frequência Percentagem Opção/resposta Falta de recursos económicos 3 27% Falta de disponibilidade (em termos de tempo) 4 36% Falta de motivação por parte dos colaboradores 1 9% Falta de formação adequada às necessidades da empresa 3 27% Total 11 100% A empresa introduziu no mercado algum produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado? Opção/resposta Frequência Percentagem Não 6 30% Sim 14 70% Total 20 100% Opção/resposta Frequência Percentagem A sua empresa ou grupo a que pertence 12 75% A sua empresa em cooperação com outras empresas 3 19% A sua empresa em cooperação com fornecedores ou clientes 1 6% Total 16 100% Qual (s) aspecto (s) considera serem uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes? Opção/resposta Frequência Percentagem Índices de produtividade 1 2% Nível de qualidade do produto 10 19% Nível de qualidade dos serviços 11 21% Fidelização dos clientes / mercados 9 17% Inovação / criatividade 10 19% Desempenho do quadro de pessoal técnico / de produção 8 15% Renovação / formação dos recursos humanos 3 6% Total 52 100% Quais os aspectos menos positivos que verificam na sua empresa? Opção/resposta Frequência Percentagem Falta de conhecimentos técnicos para desempenhar determinadas funções 1 5% Falta de informação técnica para desenvolvimento de novos produtos / serviços 3 15% Falta de comunicação entre os departamentos 2 10% Outros 8 40% NS/NR 6 30% Total 20 100% A empresa faz parte de alguma associação nacional ou internacional? (Industrial, comercial ou empresarial) Opção/resposta Frequência Percentagem Não 8 40% Sim 12 60% Total 20 100% Tendo em consideração o mercado em que a sua empresa opera actualmente, a sua empresa é obrigada a inovar? Opção/resposta Frequência Percentagem Concordo 20 100% Discordo 0% 0% Deivy Ramos Página 92 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Quais são os serviços mais requisitados pela empresa a essa associação? Opção/resposta Frequência Percentagem Formação 6 33% Informações Económicas 2 11% Informações Jurídicas 1 6% Informações sobre projectos e Investimentos 4 22% Promoção de negócios 2 11% Organização de feiras, eventos ou congressos 1 6% Elo de ligação a outras empresas da região 2 11% Total 18 100% Qual o grau de satisfação da empresa em relação às parcerias com as instituições Opção/resposta Frequência Percentagem Muito Bom 2 10% Bom 5 25% Ns/Nr 13 65% Total 20 100% A empresa costuma estabelecer contactos regulares com alguma Instituição de Ensino Opção/resposta Frequência Percentagem Não 6 30% Sim 14 70% Total 20 100% Quais os motivos que levam a empresa a manter o contacto com a Instituição de Ensino Superior? Opção/resposta Frequência Percentagem Procura de estagiários 5 50% Parcerias em projectos 1 10% Palestras /conferências (os RH como assistência) 3 30% Palestras /conferências (os RH como oradores – casos de estudo) 1 10% Total 10 100% Considera ser uma pessoa ambiciosa? É capaz de tomar iniciativas? É persistente? É Responsável? Gosta de assumir liderança das situações? Tem confiança em si mesmo? É optimista? É empenhado (a)? É criativo (a)? É exigente? É comunicativo? Deivy Ramos Quais as causas que levam a empresa a não cooperar com outras empresas / instituições para o desenvolvimento de projectos? Opção/resposta Frequência Percentagem Custos demasiado elevados 3 18% Falta de pessoal qualificado 3 18% Falta de informação (tecnologia, mercados, regulamentação, etc.) 6 35% Estrutura organizacional pouco flexível 4 24% A empresa não reconhece a mais-valia da parceria 1 6% Total 17 100% Nunca Por vezes 5% 15% 0% 0% 0% 5% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 5% 0% 0% 0% 0% 0% 5% 0% 10% Ocasionalm ente Sempre 30% 50% 10% 90% 10% 85% 0% 100% 35% 65% 5% 95% 5% 90% 10% 90% 20% 80% 15% 80% 15% 75% Página 93 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Deivy Ramos Página 94 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Deivy Ramos Página 95 Curso de Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas Deivy Ramos Página 96