COMO IDENTIFICAR E MENSURAR A CRISE? III SIMPÓSIO DO ICEG PROF. RICARDO F. RABELO PUC MINAS Como Identificar a Crise: 1. Análise da evolução Recente da Economia Mundial A) Importância da Análise do desempenho da Economia dos EUA Retomada mais acelerada do crescimento norte-americano, juntamente com a continuidade do crescimento chinês, pode ser o suficiente para que as demais economias mundiais voltem a crescer. Objetivos 1) avaliação da tendência das principais variáveis macroeconômicas da economia dos EUA, com o intuito de examinar a trajetória percorrida nesses anos de crise e a sua posterior recuperação Importância da Análise do desempenho da Economia dos EUA 2) Entender o significado da situação atual, para que a análise de curto prazo possa ser entendida dentro de uma estrutura que englobe as transformações mais profundas que têm atingido a economia mundial. 3) Tentar identificar alguns elementos que deverão nortear o seu futuro. Aspectos Quantitativos da Crise Americana Queda no Produto Interno Bruto (PIB) norteamericano foi uma das maiores já verificada em comparação com todo o século passado. Recuperação do nível do produto foi rápida (comparada à crise dos anos 30) mas tem se dado a taxas relativamente baixas de crescimento No período 2000-07 a economia norteamericana teve uma taxa média de crescimento de 2,4% a.a Entre 2010 e 2012 o crescimento médio foi de 2,1% a.a. Conjuntura Econômica dos E.U.A. Evolução do PIB em 2014 A economia dos Estados Unidos cresceu 2,4% em 2014 pouco acima da registrada em 2013, de 2,2%. No quarto trimestre de 2014, o PIB americano teve alta anualizada de 2,6%, abaixo do crescimento de 5% dos três meses anteriores. Crescimento refletiu contribuições positivas vindas de despesas pessoais, investimento em estoque privado , exportações. A contribuição negativa veio de gastos do governo federal e das importações, que aumentaram. Evolução do PIB dos EUA em 2015 O PIB do primeiro trimestre de 2015, antes divulgado como contração de 0,2%, foi revisado para cima e passou a mostrar expansão de 0,6%. No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) teve uma alta anualizada de 2,3%, refletindo um aumento no consumo das famílias, de 2,9%. Também contribuíram para a expansão da economia norte-americana o aumento das exportações e dos gastos dos governos locais e estaduais, e a desaceleração das importações. O desempenho foi prejudicado, no entanto, pelos gastos do governo federal e pelo investimento não residencial. Conjuntua Econômica dos E.U.A. Análise da Crise Européia . Fatores Estruturais Os anos da moeda comum européia trouxeram resultados assimétricos entre seus estados-membros, com ganhos expressivos para a Alemanha e, em menor escala, para os países do norte da região. França e Itália perderam importância no cenário mundial, nos anos do euro, assim como a Espanha, que enfrenta a maior crise dentre as economias “grandes” do Bloco. Análise da Crise Européia Fatores Estruturais Adoção, pela Coordenação da Zona do Euro, de políticas de salvamento baseadas em princípios ortodoxos e fiscalistas Resultados catastróficos para Grécia e Portugal, a manutenção do status quo tende a perpetuar a tendência de empobrecimento e de “periferização” de boa parte do Bloco. Análise da Crise Européia Fatores Conjunturais A reestruturação da dívida grega foi efetivada, tendo como contrapartida a necessidade de um governo que aplicasse medidas de austeridade. O governo recém-eleito, em meio à crise política que ameaça a permanência da Grécia na zona do euro, buscou negociar as condições de ajuste e foi obrigado a implementar um ajuste ainda mais rígido Análise da Crise Européia Fatores Conjunturais O exemplo grego de oposição à austeridade tende a se difundir em outros paises como a Espanha e França com surgimento de movimentos de oposição à zona do Euro de diferentes matizes políticos. O exemplo britânico, que se distancia da União Européia com bons resultados econômicos também aprofunda a crise dos fundamentos do Tratado de Maastrich A capacidade de recuperação econômica da zona do euro e de cada economia nacional vai determinar a sobrevivência ou não da moeda comum. Análise da Crise Européia Fatores Conjunturais Durante o ano de 2014, o crescimento foi de 0,9% na zona do euro e de 1,3% entre os 28 países que fazem parte da União Européia. O Produto Interno Bruto da zona do euro cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2015 ante o quarto trimestre de 2014 e teve expansão de 1,0% na comparação anual. O crescimento da zona do euro registrou desaceleração no segundo trimestre, a 0,3%,. A Alemanha, tradicional motor do bloco, registrou crescimento de 0,4% no segundo trimestre em relação ao período anterior, acelerando em relação ao primeiro trimestre, i de 0,3%. Na França, crescimento do PIB no primeiro trimestre foi de 0,7%, enquanto a Espanha cresceu 1% no período, a Grécia 0,8% e a Itália 0,2%. Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia Chinesa Problemas Estruturais Os investimentos do governo e a construção de residências, que há até pouco tempo eram os setores dinâmicos da economia, puxaram a taxa de crescimento do PIB chinês para seu nível mais baixo em 24 anos. A proporção entre endividamento total (público e privado) e Produto Interno Bruto (PIB) na segunda maior economia do mundo chegou a 251% no fim de junho de 2014, tendo crescido em relação aos 147% do fim de 2008 Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia Chinesa Problemas Conjunturais No primeiro trimestre deste ano, a economia da China cresceu 7% em relação ao mesmo período do ano anterior e 1,3% sobre os três últimos meses de 2014. O crescimento da economia da China ficou estável no segundo trimestre, ao avançar 7% em relação ao mesmo período do ano passado, a mesma taxa registrada nos primeiros três meses de 2015 Durante o segundo semestre, o banco central chinês relaxou a política monetária para incentivar a atividade econômica. Também promoveu duas quedas nas taxas de juros de referência e outras duas dos coeficientes de caixa. Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia Chinesa Problemas Conjunturais No primeiro trimestre deste ano, a economia da China cresceu 7% em relação ao mesmo período do ano anterior e 1,3% sobre os três últimos meses de 2014. O crescimento da economia da China ficou estável no segundo trimestre, ao avançar 7% em relação ao mesmo período do ano passado, a mesma taxa registrada nos primeiros três meses de 2015 Durante o segundo semestre, o banco central chinês relaxou a política monetária para incentivar a atividade econômica. Também promoveu duas quedas nas taxas de juros de referência e outras duas dos coeficientes de caixa. Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia Chinesa Problemas Conjunturais A China desvalorizou em 13/08, sua moeda pelo terceiro dia seguido. Desde então, o yuan caiu mais de 4% em relação ao dólar.. A economia da China ainda depende muito das exportações, e esse é o objetivo da “desvalorização competitiva “ do yuan : tornar os produtos chineses ainda mais baratos. Outro efeito é a redução das importações chinesas de outros países, o que é de alto impacto para a economia brasileira. Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia Chinesa Problemas Conjunturais O mercado financeiro do país também apresentou um aumento da volatilidade recentemente, com uma série de quedas que testaram a determinação das autoridades em escorar as bolsas. A dívida do setor privado chega a 196% do PIB da China, 40% acima da sua tendência de longo prazo. Além disso, o investimento, que representa uma parcela de 44% do PIB, foi maior do que em qualquer outro país na história, A China pode estar passando por uma "clara bolha imobiliária", devido à participação do setor na economia do país em proporção a seu PIB, em torno de 23%. Outros indicadores são o excesso de oferta e a supervalorização. Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia da Rússia A economia russa contraiu em 4,6% em relação ao mesmo período de 2014 – a maior queda em seis anos. Esse resultado pode ser explicado pela nova queda dos preços do petróleo, que terá contribuído para que o rublo voltasse a cair, A contração de 4,6% do PIB no segundo trimestre veio na sequência da queda de 2,2% nos primeiros três meses do ano. O consumo interno também caiu As vendas do comércio varejista tiveram uma redução de 9,4% das vendas no mês de junho. A produção industrial, por seu lado, caiu quase 5% no segundo trimestre, depois da estagnação registada nos primeiros três meses do ano. Análise da Evolução da Economia dos BRICS Economia da Índia: Os principais setores econômicos A Índia é a quarta potência agrícola mundial. A agricultura contribui com aproximadamente 14% do PNB e emprega mais de 60% da população ativa. A indústria continua o ponto fraco do país, o setor sofre com cortes de eletricidade, difícil acesso à terra e obstáculos legais para aumento da produção.O setor têxtil tem um papel predominante. A indústria química é o segundo setor industrial em termos de tamanho (12% do PNB). O setor de serviços é a parte mais dinâmica da economia indiana. Ele contribui com mais de 55% do PIB e sozinho emprega pouco mais de 1/4 da população ativa Análise da Evolução da Economia dos BRICS - Índia O Produto Interno Bruto (PIB) da Índia cresceu 7,5% entre janeiro e março deste ano em relação a igual período do ano passado, segundo dados divulgados pelo governo Os primeiros três primeiros meses de 2015 correspondem ao quarto trimestre do último ano fiscal do país, que acabou em 31 de março deste ano. Considerando todo o ano fiscal, a economia indiana registrou expansão de 7,3% ante o ano fiscal anterior. O resultado representa uma aceleração da atividade, uma vez que o avanço do ano fiscal anterior havia sido de 6,9%. 2. Como mensurar a Crise PIB Brasil - 2o. trimestre 2015/2014 Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou contração de 2,6% no segundo trimestre de 2015. O resultado da agropecuária (1,8%), pode ser explicado pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade,conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE - julho 2015). 2. Como mensurar a Crise PIB - 2o. trimestre 2015/2014 – Ótica da Oferta A indústria sofreu queda (-5,2%), com a indústria de transformação teve contração de 8,3%, influenciado pelo decréscimo da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva; produtos eletrônicos e equipamentos de informática; insumos da construção civil e produtos derivados do petróleo. O Setor de serviços caiu 1,4%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para a contração de 7,2% do comércio (atacadista e varejista) 2. Como mensurar a Crise PIB - 2o. trimestre 2015/2014 – Ótica da Demanda A despesa de consumo das famílias (-2,7%) registrou a segunda queda consecutiva. Este resultado pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período. A formação bruta de capital fixo sofreu contração de 11,9%, no segundo trimestre de 2015, a maior desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). Isso se deve a queda das importações e da produção interna de bens de capital, e pelo desempenho negativo da construção civil. A despesa de consumo do governo, por sua vez, caiu 1,1%, em relação ao segundo trimestre de 2014. 2. Como mensurar a Crise PIB - 1o. semestre e 12 meses O PIB, no 1º semestre de 2015, apresentou queda de 2,1%, em relação a igual período de 2014, seguindo a variação negativa de 0,4% no semestre encerrado em dezembro de 2014. O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2015 apresentou queda de 1,2%, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Taxa de investimento atinge 17,8% do PIB A taxa de investimento no segundo trimestre de 2015 foi de 17,8% do PIB, abaixo do observado no mesmo no mesmo período do ano anterior (19,5%). 2. Como mensurar a Crise SETOR EXTERNO : BALANÇA COMERCIAL 1o. Semestre de 2015 No período janeiro-junho de 2015, as exportações, no acumulado, registraram um total de US$ 94,329 bilhões. Comparando-se ao mesmo período de 2014, as exportações tiveram queda de 14,7%. Já as importações totalizaram US$ 92,107 bilhões, apresentando recuo de 18,5% com relação ao mesmo período anterior. Gerou-se um expressivo superávit comercial de US$ 2,222 bilhões, o que significou deixar para trás o período de saldo negativo que foi de US$ 2,512 bilhões, em igual período de 2014. 2. Como mensurar a Crise SETOR EXTERNO : BALANÇA COMERCIAL 1o. Semestre de 2015 Comparado o 1o. semestre de 2015 com igual período de 2014, houve expressiva queda das exportações dos manufaturados (-8,0%, para US$ 35,047 bilhões) , só superada pela queda dos produtos: básicos (-21,6%, para US$ 44,040 bilhões), ficando a menor redução das exportações com os semimanufaturados (-3,9%, para US$ 12,789 bilhões) 2. Como mensurar a Crise BALANÇA COMERCIAL Agosto de 2015 No acumulado do ano, o saldo positivo nas transações comerciais alcançou US$ 7,29 bilhões - melhor resultado para o período desde 2012, quando o saldo da balança comercial somou US$ 13,1 bilhões. Em agosto, as importações somaram US$ 12,79 bilhões, com queda de 33,7% sobre agosto de 2014, com redução das compras de combustíveis e lubrificantes (-64,9%), matérias-primas e intermediários (-32,8%), bens de consumo (-21,9%) e bens de capital (-21,5%). As exportações somaram US$ 15,48 bilhões em agosto, com queda de 24,3% sobre o agosto de 2014. Nesta comparação, recuaram as vendas de produtos básicos (25,3%), manufaturados (-24,8%) e de semimanufaturados (15,3%). As exportações superaram as importações em US$ 2,68 bilhões no mês de agosto, BALANÇA COMERCIAL Agosto de 2015 O IMPACTO DA CRISE NA BALANÇA COMERCIAL COM NOSSOS PRINCIPAIS MERCADOS - CHINA Balança Comercial Brasil - China 2000-2014 50.000 45.000 40.000 U S$ M ilh õ es F O B 35.000 30.000 25.000 TOTAL Básicos 20.000 Industrializados 15.000 10.000 5.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 O IMPACTO DA CRISE NA BALANÇA COMERCIAL COM NOSSOS PRINCIPAIS MERCADOS - CHINA Balança Comercial Brasil - China Janeiro Agosto 2015 5.000 4.500 4.000 U S $ M ilh õ e s F O B 3.500 3.000 2.500 TOTAL Básicos 2.000 Industrializados 1.500 1.000 500 Janeiro Março Abril Fevereiro Meses Maio Junho Julho Agosto O IMPACTO DA CRISE NA BALANÇA COMERCIAL COM NOSSOS PRINCIPAIS MERCADOS - UNIÃO EUROPEIA Balança Comercial Brasil - União Européia 2000-2014 60.000,00 50.000,00 U S $ M ilh õ e s F O B 40.000,00 30.000,00 Total Básicos Industrializados 20.000,00 10.000,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 O IMPACTO DA CRISE NA BALANÇA COMERCIAL COM NOSSOS PRINCIPAIS MERCADOS - UNIÃO EUROPEIA Balança Comercial Janeiro - Agosto 2015 Brasil - União Européia 3.500,00 3.000,00 U S $ M ilh õ e s F O B 2.500,00 2.000,00 Total Básicos 1.500,00 Industrializados 1.000,00 500,00 0,00 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Meses Junho Julho Agosto O IMPACTO DA CRISE NA BALANÇA COMERCIAL COM NOSSOS PRINCIPAIS MERCADOS - EUA Balança Comercial Brasil - EUA 2000-2014 30.000,00 25.000,00 U S $ M ilh õ e s 20.000,00 15.000,00 Total Básicos Industrializados 10.000,00 5.000,00 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 O IMPACTO DA CRISE NA BALANÇA COMERCIAL COM NOSSOS PRINCIPAIS MERCADOS - EUA Balança Comercial Brasil - EUA Janeiro/Agosto 2015 2.500.000.000 2.000.000.000 US$ 1.500.000.000 TOTAL Básicos 1.000.000.000 Industrializados 500.000.000 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Meses Junho Julho Agosto FATORES DA MELHORIA DO SETOR EXTERNO E PRIMEIROS RESULTADOS O fator determinante até agora tem sido a queda de demanda interna - provocando a redução das importações e a queda da demanda externa, afetando volume e preços, Influência positiva da queda dos preços das commodities , que tanto tem prejudicado nossas exportações, pois determina também a redução de gastos com importações. O destaque, nesse caso, é a redução dos preços internacionais do petróleo. Apesar de todos avanços da pesquisa e extração de petróleo, o país ainda é importador líquido do produto. Uma redução do preço do petróleo tem repercussão positiva no saldo da balança comercial. Apenas em importações de petróleo, combustíveis e lubrificantes, registrou-se uma queda de 35% até maio, o equivalente a US$ 5,5 bilhões. FATORES DA MELHORIA DO SETOR EXTERNO E PRIMEIROS RESULTADOS O fator mais importante tem sido a desvalorização do real. Efeitos positivos da desvalorização: Contribui para a redução das importações, pois os produtos importados têm preço relativo maior que os nacionais. De outro, favorece as exportações, pois possibilita a redução dos preços de nossas exportações. Um impacto positivo desta desvalorização do real se dá nas exportações de veículos. No acumulado dos seis primeiros meses do ano as exportações totalizaram 197,3 mil unidades, com alta de 16,6%. Conta Corrente 2014 Em todo o ano passado, o déficit em conta corrente somou US$ 104,83 bilhões, segundo dados revisados. Na proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador considerado mais adequado por economistas, somou 4,47% em 2014. Os números do ano passado foram revisados para se adequar a uma nova metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI). Até então, o BC informava que o déficit em conta corrente tinha somado US$ 90,9 bilhões, ou 4,13% do PIB, em 2014. Os investimentos diretos, também revisados, no país somaram US$ 96,85 bilhões. Até então, o BC informava que os investimentos haviam somado US$ 62,4 bilhões. Conta Corrente 2015 O fraco nível de atividade econômica e a alta do dólar, que subiu quase 30% até julho, impactaram nas contas externas brasileiras, que registraram melhora parcial este ano. De janeiro a julho deste ano o déficit em conta corrente – que engloba a balança comercial, os serviços e as rendas, um dos principais indicadores do setor externo – somou US$ 44,09 bilhões. Com isso, houve queda de 24,4% frente ao mesmo período do ano passado, quando somou US$ 58,33 bilhões. Balanço de pagamentos – 1o. Semestre de 2015 De acordo com o BC foi registrado um déficit de na conta de rendas de US$ 25,04 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, contra um resultado negativo de US$ 30,98 bilhões no mesmo período de 2014. Somente as remessas de lucros e dividendos ao exterior somaram US$ 10,1 bilhões de janeiro a julho de 2015, contra US$ 16,13 bilhões no mesmo período do ano passado. A conta de serviços, por sua vez, que engloba os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 23,74 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, contra o resultado negativo de US$ 26,94 bilhões no mesmo período de 2014. Investimento direto – 2015 Na parcial dos sete primeiros meses de 2015, os investimentos foram de US$ 36,92 bilhões, com queda de 33% frente ao mesmo período do ano passado – US$ 55,42 bilhões. Com isso, os investimentos não foram suficientes, novamente, para "financiar" em sua totalidade o déficit das contas externas do período – que somou US$ 44,09 bilhões. Para 2015, a previsão do BC, já considerando a nova metodologia, manteve a previsão de um ingresso de US$ 80 bilhões neste ano, valor que não seria suficiente, outra vez, para financiar o déficit em conta corrente deste ano – previsto em US$ 81 bilhões. Balanço de pagamentos – 1o. Semestre de 2015 Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas. Em um cenário de crescimento menor do PIB, de indicadores ruins das contas públicas e externas brasileiras, a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas. As reservas internacionais brasileiras, acima de US$ 370 bilhões, conferem margem de manobra na administração das contas externas brasileiras. SETOR EXTERNO : PERSPECTIVAS PARA 2015 Espera-se que em 2015 o setor externo recupere parte de seu dinamismo anterior: 1) Obtendo novamente um resultado positivo na Balança Comercial 2) Conseguindo financiar o déficit de transações correntes com a forte entrada de capital estrangeiro, tanto de investimento externo direto como de investimentos de portfólio. Fatores Positivos: Aceleração da economia americana, 3% em 2015 União Européia deve crescer 1,5% China, crescimento de 7%. no máximo Desvalorização do real, estimulando a competitividade de nossos produtos no exterior. COMO IDENTIFICAR E MENSURAR A CRISE? FIM III SIMPÓSIO DO ICEG PROF. RICARDO F. RABELO PUC MINAS