ID: 49994259 C 30-09-2013 Tiragem: 14880 Pág: 28 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,50 x 37,38 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 CONFERÊNCIA ALIANÇA DO PACÍFICO John Vizcaino / Reuters Aliança do Pacífico vem procurar sinergias com Portugal Colômbia Eliseo Fernandez / Reuters Chile Independente desde 1810, é a quarta economia da América Latina. Conta com 46 milhões de habitantes. É o país com o maior PIB nominal per capita da América Latina e tem um dos territórios mais compridos do mundo. Comércio Objectivo é desenvolver as relações económicas e encontrar sinergias comuns. Colômbia, Chile, México e Peru resolveram concentrar esforços para a integração e o desenvolvimento económico, construindo a Aliança do Pacífico. A importância desta zona económica e destes países para Portugal e para a Europa vai ser debatida amanhã, dia 1 de Outubro, no Teatro Tivoli, em Lisboa, a partir das 15h00. A conferência é organizada pelo Diário Económico e o BBVA com o apoio da Aliança do Pacífico. A presidência ‘Pro Tempore’ da Aliança do Pacífico é rotativa e está agora a cargo da Colômbia. Maria Claudia Lacouture, presidente da Proexport Colômbia (agência para o comércio externo e o investimento) afirma, em declarações para o Diário Económico, que esta comunidade é “um mecanismo de articulação económica e política de cooperação e integração” entre os quatro países. Entrou em vigor em Junho de 2012 e “até hoje já alcançou progressos significativos”. A responsável da Proexport revela que um dos factos importantes da Aliança do Pacífico “foi a criação de um conselho empresarial com a missão de envolver o tecido produtivo e abrir novas oportunidades”, o que teve como consequência o aumento do fluxo de negócios. Também “reforçou o trabalho entre as agências de promoção (Proexport Colômbia, ProChile, PromPeru e ProMexico), com projectos de representação conjunta” e participações em fei- MARIA CLAUDIA LACOUTURE Presidente da Proexport Colômbia refere que “o PIB dos países da Aliança rondou os dois biliões de dólares em 2012, representando 35% da região da América Latina e Caraíbas”. ras e eventos internacionais. Em termos económicos, Maria Claudia Lacouture afirma que “em 2012, o PIB dos países da Aliança rondou os dois biliões de dólares, representando 35% da América Latina e Caraíbas”. Também refere que, no ano passado, “a Aliança cresceu 5%, ou seja mais do que o mundo, que cresceu 2,2%”. Em termos de projecções para este ano, afirma que “os países membros da Aliança vão apresentar um crescimento médio de 4,7%”. O bloco de quatro países representa ainda 55% das exportações da região, designadamente matérias-primas como o petróleo, minérios e produtos alimentares. No que diz respeito ao desenvolvimento da Aliança, a presidente da Proexport refere que “Costa Rica e Panamá são países observadores que estão a considerar a integração na Aliança, sendo que, no caso da Costa Rica, a candidatura já foi formalmente apresentada à presidência ‘Pro Tempore”. Victor Ruiz Garcia / Reuters México Mariana Bazo / Reuters Perú É 14ª economia do mundo, mas o legado histórico também importa, como as pirâmides Teotihuacán. Tem crescido a mais de 6% ao ano desde 2002 e é o berço de civilizações como o império Inca. Portugal como país observador Portugal, como país observador da Aliança, “compartilha com os Estados fundadores os princípios e objectivos estabelecidos no acordo-quadro”, afirma Maria Claudia Lacouture. E acrescenta que “os observadores podem participar nas reuniões presidenciais e ministeriais para que sejam convidados, tendo os representantes o direito de expressar os pontos de vista dos respectivos países”. A Ásia é um alvo da Aliança do Pacífico. A presidente da Proexport refere que se trata de “um mercado estratégico” e salienta que existem encadeamentos produtivos. “Por exemplo, identificamos produtos colombianos com potencial para serem transformados no Chile e depois exportados, com benefícios fiscais, para a China ou o Japão.” Existem também sinergias entre países da Aliança e a Coreia do Sul, quer ao nível das exportações, quer ao nível da captação de investimentos. ■ Económico Os quatro países representam a oitava economia do mundo Colômbia, Chile, México e Peru têm 209 milhões de pessoas e são a oitava economia do mundo. Os países da Aliança do Pacífico - Colômbia, Chile, México e Peru - têm uma população de 209 milhões de pessoas, a maior parte da qual jovem. Os quatro países juntos representam a oitava economia do mundo. As principais riquezas são: o petróleo, minérios, indústria automóvel, recursos florestais, agricultura e pescas. Tem uma grande capacidade de atracção de investimento estrangeiro que atingiu quase 70 mil milhões em 2012. A taxa de crescimento médio da economia dos quatro países em 2012 foi de 5%, superando a média mundial. A taxa de desemprego média é de 7,1%. Os quatro países representam 50% do comércio da região, com exportações de 556 mil milhões de dólares e importações de 551 mil milhões de dólares em 2012. A proposta da Aliança do Pacífico foi conhecida em Abril de 2011, no Peru, através da chamada Declaração de Lima. A Aliança foi formalmente criada a 6 Junho de 2012, em Antofagasta, no Chile, e pretende construir, de forma progressiva, uma zona de integração económica na América Latina, com livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. O objectivo principal é impulsionar o crescimento económico e a competitividade das economias dos países que a integram. Actualmente, são países observadores da Aliança do Pacífico, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Japão e China. Na Europa contam-se Portugal, Espanha e França. A Turquia também tem estatuto de observador. Na América Latina, são ainda países observadores a Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Paraguai e Uruguai. A rivalidade entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul é assumida apesar de, na prática, serem dois blocos comerciais complementares. ■