EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O RIO JAGUARIBE NAS ESCOLAS DE ARACATI – CEARÁ Filipe Cavalcante Porto – Graduando em Geografia pela Universidade Federal do Ceará-UFC/ Fortaleza-CE – [email protected] Tiago Rodrigues da Rocha – Graduando em Geografia pela Universidade Federal do Ceará-UFC/ Fortaleza-CE – [email protected] Maria Edivani Silva Barbosa – Profª Ms. do Departamento de Geografia da Unversidade Federal do Ceará – Orientadora – [email protected] INTRODUÇÃO A degradação ambiental é, sem dúvida, um dos temas de grande evidência hoje. Fato observado pelo grande espaço que possui nos meios de comunicação e nos debates políticos e científicos. O desgaste que sofre o meio ambiente é um problema bastante comum, e está presente em nossa realidade. A Educação Ambiental surge com o propósito de mudança desse comportamento que leva à degradação do meio natural através da conscientização partindo do espaço escolar. Através dos preceitos da Educação Ambiental, que tem o intuito de instigar a conscientização da comunidade a respeito da conservação dos recursos naturais e de seus benefícios. Dessa forma, busca fomentar o interesse pelas questões ambientais, com o propósito de fazer com que cada vez mais se tenha um envolvimento maior da população com as problemáticas conservacionistas, para que dessa forma possamos ter no futuro uma melhoria na qualidade de vida, a partir do respeito pelo equilíbrio natural. Nesse sentido optamos por realizar um estudo sobre a Educação Ambiental nas escolas públicas e particulares da cidade de Aracati-CE. Como objeto principal desse estudo, analisamos os projetos educacionais desenvolvidos nas escolas, procurando entender de que forma a valorização e a preservação do rio Jaguaribe, bem como a questão da sua degradação perpassam pelos espaços escolares. Por razões culturais e por motivos de descumprimento de legislação ambiental é que se nota hoje um estado de degradação gerado pelo descuido da população com o rio Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 Jaguaribe. Pretende-se através deste trabalho investigar os problemas de ordem ambiental existentes na realidade aracatiense e conhecer como o rio é visto nas escolas da cidade. 1. MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1..1HISTÓRICO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL Os debates que continham a temática ambiental como principal assunto começaram a ganhar maior notoriedade a partir de meados do século XX em que houve uma crescente preocupação com a qualidade de vida da população, que se mostrava cada vez mais ameaçada, devido às formas como a industrialização estava se apropriando dos recursos naturais sem, no entanto, se preocupar com medidas conservacionistas. Cada vez mais, o processo industrial desrespeitava as dinâmicas naturais, acarretando uma grande degradação da natureza. Na década de 1970, nos países mais desenvolvidos, impulsionados pelos avanços tecnológicos da época, as atividades industriais ganharam grandes proporções, produzindo grandes alterações no meio natural. Nos grandes centros urbanos é que essas formas de degradação podiam (e podem ainda hoje) ser mais notadas, não somente pelo maior contingente populacional que esses centros apresentam, mas também pela maior concentração de atividades e serviços. A partir da metade do século XX os debates acerca dos problemas ambientais ganharam maiores proporções, fazendo com que os preceitos conservacionistas cada vez mais ganhassem notoriedade. As discussões no sentido das questões ambientais se iniciaram no começo da década de 1970, através da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, na Suécia. Nessa conferência foi sugerido pioneiramente um programa internacional de Educação Ambiental (EA), na intenção de fomentar o interesse pelas questões ligadas à natureza, fazendo que os cidadãos formados fossem responsáveis pela preservação e pela melhoria do ambiente humano, prezando pelo equilíbrio natural. Esse artifício seria fundamental para o combate à crise ambiental. Até a década de 1980 pouco era feito no Brasil no sentido das discussões sobre sustentabilidade. O que não quer dizer que é uma preocupação recente. A questão da Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 Educação Ambiental no Brasil se iniciou um pouco mais tarde. O Brasil, ainda figurando como país periférico, pouco acompanhava dessas discussões. Um dos principais motivos para que as idéias ambientalistas não tivessem espaço nas terras brasileiras era o fato de o país passar nesse período por uma ditadura militar, pois nesses regimes autoritários, é comum que críticas a respeito dos padrões estabelecidos, característica das idéias ambientalistas, não sejam bem aceitas. Na década de 1980, juntamente com a abertura política, as idéias ambientalistas passaram a ganhar mais importância, e pode-se notar o surgimento de produção acadêmica nesse sentido. Concomitantemente houve também maior envolvimento da sociedade. 1.2 O QUE É A EDUCAÇÃO AMBIENTAL? A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico participativo permanente que procura despertar na sociedade uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a origem e a evolução de problemas ambientais. Consiste num processo de conscientização a respeito dos problemas que causam a degradação e aponta caminhos que possibilitam fazer com que os alunos possam enxergar de forma crítica os valores da sociedade. Nesse sentido, deve-se prezar por um respeito com os elementos naturais. E para que ocorra esse respeito com o meio natural, é preciso que aja a conscientização de que o homem também é natureza, também constitui o meio natural. Assim, através desse sentimento de pertencimento à natureza, a idéia de dominação, característica da lógica capitalista, a qual se deve extrair o máximo possível da natureza para a manutenção das necessidades impostas pelo sistema, perde sua força. A consciência de equilíbrio natural vem com a incorporação, da compreensão das idéias de igualdade para com o meio natural. A Educação Ambiental como objeto de estudo na escola é um instrumento de conscientização que procura despertar nas crianças e nos jovens uma consciência ambiental voltada à conservação dos recursos naturais. Então, para que a Educação Ambiental seja efetivamente vivida pelas pessoas é que se deve iniciar a sua prática a partir do espaço escolar, onde a criança começa a assimilar a Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 importância dos cuidados com o meio ambiente desde pequena. Dessa forma, o cidadão que está sendo formado crescerá com o sentimento de pertencimento à natureza, o que faz com que ela seja preservada. Segundo Guimarães (1995), quando se refere à atuação da Educação Ambiental como ferramenta conscientizadora da questão preservacionista afirma que “no trabalho de conscientização é preciso estar claro que conscientizar não é simplesmente transmitir valores ‘verdes’ do educador para o educando; essa é lógica da educação tradicional”. Deve-se questionar os valores da sociedade consumista, responsáveis pela cada vez maior produção de lixo, decorrente do consumismo exacerbado. Nesse sentido, o autor ainda afirma que: “As causas da degradação ambiental e da crise na relação sociedade/natureza não emergem apenas de fatores conjunturais ou do instinto perverso da humanidade, e as consequências de tal degradação não são conseqüência apenas do uso indevido de recursos naturais; são sim, de um conjunto de variáveis interconexas, derivadas das categorias: capitalismo/ modernidade/ industrialismo/ urbanização/ tecnocracia. Logo, a desejada sociedade sustentável supõe a crítica às relações sociais e de produção, tanto quanto ao valor conferido à dimensão da natureza.” (GUIMARÃES apud LOUREIRO;2009;p.83) 2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO O município de Aracati localiza-se a 125 km de Fortaleza, situa-se à Leste do estado do Ceará. Aracati se destaca pelo patrimônio natural, pois apresenta belas paisagens litorâneas, motivo pelo qual o turismo é uma das principais atividades econômicas do município. Mas também se torna importante pelo fato de a cidade ter se erguido às margens do rio Jaguaribe, um dos principais rios do estado. Faz limite ao norte, com o oceano Atlântico; ao sul, com os municípios de Itaiçaba, Palhano e Jaguaruana; a leste, com o Estado do Rio Grande do Norte e o município de Icapuí; e a oeste com os municípios de Beberibe e Fortim. Seus principais acessos são a BR 304, que interliga a capital do estado do Ceará ao município de Mossoró, no Rio Grande do Norte, através da BR 116; e a CE 040 que propicia o acesso aos municípios de Itaiçaba e Fortim, bem como aos demais municípios da costa leste, no sentido de Fortaleza. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 O patrimônio arquitetural que ainda hoje pode ser observado na cidade conta a história do município que já foi um dos mais importantes do estado no quesito economia. Aracati, com sua atividade das charqueadas, ocupou lugar de grande importância, juntamente com Icó, Sobral e Acaraú. Todo o conjunto arquitetônico contido no espaço aracatiense é uma evidência da sua importância no período colonial, através de seus casarões de dois andares, igrejas, Casa de Câmara e Cadeia Pública. 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DE ARACATI: AS CHARQUEADAS E A IMPORTÂNCIA DA CIDADE NO CONTEXTO DO CEARÁ NO SÉCULO XVIII Dentro do contexto histórico do Ceará, podemos observar o crescimento de Aracati, ainda como Vila, na economia cearense, durante o apogeu do ciclo do charque, vivenciado no século XVIII. Diante da impossibilidade de concorrência com os rebanhos do sertão da Capitania, os fazendeiros do litoral passaram a abater e produzir propriamente o charque e o couro a partir dos seus próprios rebanhos. Dessa forma, surgem as primeiras oficinas de charque, atividade que conferiu à Aracati status de grande importância econômica. Outro fator que fez com que pusesse Aracati em evidência foi a questão de dispor de um porto acessível, relativamente mais próximo de Recife e Salvador, por onde fluía a riqueza. Assim, com todos esses fatores favoráveis, Aracati ganhou grande notoriedade, se tornando, como afirma Girão (1989; p.63) “o pulmão da economia colonial da capitania”. Ainda segundo Girão (1989; p 74), “a produção e comercialização da Carne-do-Ceará, introduziam um elemento novo ma organização produtiva da colônia e punham em destaque os núcleos produtores do charque, principalmente as vilas de Aracati e Sobral, a ponto de essas concorrerem com Fortaleza, o centro administrativo da Capitania, desde 1726”. Com as riquezas que a atividade das charqueadas movimentava, as rendas cresciam cada vez mais. O comércio do couro e da carne atraía para a vila a riqueza proveniente de abastados senhores de diversos locais. Cada vez mais a atividade crescia, aumentando as negociações com diversas praças do País. A importância da Vila estava direcionada à Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 produção e comercialização desses produtos. Portanto, a atenção era dirigida ás fábricas de charque, o principal produto. Na atualidade, desenvolvem-se em Aracati atividades agro-industriais e industriais; da influência comercial que exerce na região do litoral leste e no Vale do Jaguaribe; e da atratividade turística de seu território favorecido pelo meio ambiente natural, formado por belas paisagens naturais que lhe faz um dor roteiros turísticos mais procurados do estado. Outra atividade econômica praticada na cidade a ser destacada tem sido o setor da carcinicultura, que teve seu apogeu no início da década de 2000, mas que hoje, pelas demandas mercadológicas, enfrentou um declínio nos últimos anos. Portanto, atividades que dependem direta ou indiretamente do rio. 2.2 IMPORTÂNCIA DO RIO JAGUARIBE NA FORMAÇÃO DO ESPAÇO ARACATIENSE O rio Jaguaribe nasce na Serra da Joaninha, no município de Tauá e percorre cerca de 610 km, até sua foz no Oceano Atlântico. A bacia do Jaguaribe ocupa aproximadamente 50% do estado do Ceará, abastece cerca de 80 municípios. Divide-se em cinco sub-bacias: Alto, Médio e Baixo Jaguaribe, sub-bacia do rio Banabuiú e sub-bacia do Rio Salgado. Aracati situa-se nas margens do rio em sua porção encontrada na sub-bacia do Baixo Jaguaribe, onde se encontra a foz. O rio apresenta o maior volume de água do estado e é o que tem maior alcance, implicando no abastecimento de muitos municípios, o que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades econômicas ao longo de sua extensão. A sub-bacia do Baixo Jaguaribe é a menor área hidrográfica do rio, entretanto, é a mais importante economicamente. Nela se desenvolvem importantes atividades como irrigação, turismo e carcinicultura. Atividades essas que conferem importância às cidades da Região, entre elas Aracati, objeto de estudo desse trabalho. A importância do rio Jaguaribe para o estado do Ceará vai além da questão natural, de ser o principal do estado, abastecendo vários outros rios menores e açudes, alcançando um numero grande de cidades. Além disso, o Jaguaribe carrega consigo a importância histórica, de ter viabilizado a ocupação dos forasteiros que buscavam terras de pastos onde Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 pudessem alimentar o gado. Seguindo o curso dos rios Acaraú e Jaguaribe, essa ocupação foi acontecendo. Hoje, esse recurso natural exerce grande influência no espaço aracatiense. Diversas das atividades econômicas desenvolvidas na cidade dependem do rio. Grande parte da população ribeirinha que vive nas margens do rio tem nesse recurso natural a sua fonte de sustento, através da pesca. Diante desse contexto, faz-se necessário haver uma maior preocupação com a preservação do rio Jaguaribe, não apenas pela importância desse recurso para o equilíbrio natural e pelo valor paisagístico que apresenta, mas também pelo significado histórico que ele apresenta para a cidade e para todo o Estado do Ceará. É notável o descaso da população e do poder público com relação a esse elemento natural. Fato observável pelas atividades econômicas e de lazer praticadas em suas proximidades. A população simplesmente se mostra despreocupada com o rio Jaguaribe, o que se nota pelas ocupações irregulares nas margens do rio e pelas atividades poluidoras tais como criação de animais, despejo dos esgotos, depósito de lixo etc. Sem dúvida, a água é um dos elementos naturais mais importantes à vida do homem por ser indispensável à sua saúde. Portanto, pelo seu caráter indispensável, é que se deve haver uma preocupação com o aproveitamento que se faz desse recurso natural. Entre as principais fontes de poluição podemos citar: as de origem natural, os esgotos domésticos, indústria, escoamento superficial, resíduos provenientes da pecuária, lixo e etc. 3. ANÁLISE DO ESTUDO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DA CIDADE No intuito de conhecer de maneira efetiva as formas de como o Rio Jaguaribe está sendo trabalhado nas escolas da cidade de Aracati é que foram planejadas e desenvolvidas atividades diretamente em escolas e Secretarias da cidade. Essa etapa consistiu num levantamento de como a temática ambiental vem sendo tratada nas escolas, mais precisamente sobre como os assuntos referentes ao rio Jaguaribe são trabalhados nas salas de Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 aula das escolas da rede pública e particular da cidade de Aracati, bem como conhecer os projetos municipais voltados para a educação nesse sentido. A investigação se deu diretamente através de visitas às escolas, com entrevistas com os agentes que fazem a realidade escolar: professores, coordenadores e alunos. Também foram feitas nessa etapa visitas direcionadas ao Rio para reconhecimento in loco de todos os problemas existentes. Essa etapa aconteceu com a visita a quatro escolas da cidade: Instituto São José, E.E.F.M. Beni de Carvalho, Instituto Waldemar Falcão e E.E.F.M Barão de Aracati. Portanto, foram analisadas duas escolas da rede pública de ensino e duas escolas da rede particular, visando um conhecimento da realidade do ensino na cidade de Aracati, para que, a partir daí se pudesse começar a análise dos objetivos traçados no trabalho. O que foi constatado nas visitas às escolas da cidade foi que, apesar de serem formadas por diferentes profissionais, de apresentarem diferenciadas estruturas e clientela, nota-se que a Educação Ambiental anda é trabalhada de forma isolada, não tendo um planejamento concreto sendo feito nessa questão. Portanto, apesar dos professores e alunos terem vontade de trabalhar com a temática, isso é prejudicado por esse assunto não permear o planejamento dos conteúdos trabalhados em sala de aula durante todo o ano letivo. Mesmo assim, os temas são trabalhados em sala sempre que possível, sendo relacionados com os assuntos previstos no conteúdo programático. Existem bastantes dificuldades que impedem que esse tema seja trabalhado com mais frequência. Um dos principais motivos é a falta de tempo, pois há uma preocupação com o cumprimento do conteúdo planejado. Nesse sentido, também atrapalha a questão da carga horária cumprida. Muitos professores trabalham em mais escolas, não são exclusivos. Assim, sobra pouco tempo para que aconteça um planejamento mais engajado. Outro fator que dificulta a execução de aulas com essa temática, segundo os professores entrevistados, é a questão também do deslocamento. Há dificuldades em conseguir transporte para os alunos. A falta de recursos para isso figura como outro empecilho, no caso das escolas da rede pública, segundo constatado em entrevistas com professores e coordenadores das escolas. Foi feita uma visita à Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de conhecer um pouco de como a Educação Ambiental é trabalhada nas escolas municipais, entendendo um pouco mais dos projetos destinados à essa temática, das formas de como o governo Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 municipal, através da secretaria, se preocupa com o desenvolvimento da EA nas escolas aracatienses. Dos poucos projetos relacionados à EA postos em prática desde o primeiro mandato da atual administração (2005) até o dia pesquisado, dez no total, nenhum tratava diretamente o tema do Rio Jaguaribe. O rio somente era citado de forma bem tímida nos projetos. Portanto, nota-se que existem poucos projetos sobre o tema na cidade de Aracati. Dos projetos existentes que foram analisados, nenhum tratava diretamente da degradação do rio Jaguaribe. O rio só é citado nos projetos que abordam a temática da carcinicultura e sobre a água. Ainda assim, não existe nenhum projeto permanente nos planejamentos escolares da rede municipal. Os trabalhos sobre essa temática só são realizados de forma isolada. Esse trabalho serviu para atentar no sentido de se trabalhar mais com o rio Jaguaribe nas salas de aula, visto que muito pouco é feito nesse sentido. Foi destacado aqui o descaso da população e do poder público com relação a esse elemento natural. Também foi evidenciado o fato de que a população e o poder público gestor simplesmente se mostram despreocupados com o rio Jaguaribe. Na tentativa de reverter esse quadro de descaso da população é que se pode apostar na mudança de comportamento através de uma conscientização que se inicie nas escolas, ganhando maiores proporções, chegando a toda a comunidade. Entretanto, para que isso ocorra, é preciso um maior envolvimento das escolas com o tema para que vire um assunto comum, pertencente cada vez mais ao cotidiano dos alunos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâme tros Curriculare s Nacionais: te rce iro e quarto ciclos: apre se ntação dos te mas transve rsais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambie ntal: princípios e práticas. 5ª ed. São Paulo: Gaia, 1998. GIRÃO, Valdelice Carneiro. As Charque adas. SOUZA, Simone de (coord). Historia do Ce ará. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha. 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