UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio grande do Sul Curso de Engenharia Mecânica – Campus Panambi TIAGO RAFAEL WEHRMANN DIMENSIONAMENTO DE UM MECANISMO PANTOGRÁFICO UTILIZANDO MÉTODO ANALÍTICO E ELEMENTOS FINITOS Panambi 2012 TIAGO RAFAEL WEHRMANN DIMENSIONAMENTO DE UM MECANISMO PANTOGRÁFICO UTILIZANDO MÉTODO ANALÍTICO E ELEMENTOS FINITOS Trabalho de conclusão do curso apresentado para banca Engenharia avaliadora Mecânica do da curso de Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção Engenheiro Mecânico. Orientador : Roger Schildt Hoffmann , Msc. Eng Panambi 2012 do titulo de TIAGO RAFAEL WEHRMANN DIMENSIONAMENTO DE UM MECANISMO PANTOGRÁFICO UTILIZANDO MÉTODO ANALÍTICO E ELEMENTOS FINITOS Trabalho de conclusão da Graduação em Engenharia Mecânica para obtenção do titulo de Engenheiro Mecânico, na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ. Banca Examinadora: ............................................................................................................ Prof. Msc. Eng. Roger Schildt Hoffmann –Dceeng (Orientador) ............................................................................................................ Prof. Dr. Eng. Antonio Carlos Valdiero - Dceeng Panambi,.....de .......................de.......... AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família, em especial aos meus pais, Reinhard e Temia, minha esposa Cristine e meu filho Kauã por todo amor, apoio e incentivo que dedicaram a mim. Agradeço ao meu professor, Roger Schildt Hoffmann, por acreditar no meu esforço e trabalho e também por me transmitir sua experiência e seus conhecimentos nas áreas afins deste trabalho. RESUMO Este trabalho relata o dimensionamento dinâmico de um mecanismo pantográfico através de cálculos analíticos e numéricos com o objetivo de dimensionar uma estrutura segura e leve. Os cálculos das forças dinâmicas foram obtidos através da teoria da estática com incremento de um fator que as transformam em cargas dinâmicas, os cálculos analíticos foram realizados a partir da teoria de resistência dos materiais, implementados com o auxílio de uma planilha no software Excel elaborada para este trabalho e os cálculos numéricos foram realizados com base no método de elementos finitos implementado no software de elementos finitos Ansys. Para auxiliar o entendimento do trabalho elabora-se a revisão bibliográfica de resistência dos materiais clássica e do método dos elementos finitos, essa expondo o conteúdo de forma breve e de fácil entendimento. Palavras-chaves: Dimensionamento do mecanismo pantográfico, Dimensionamento analítico, Dimensionamento por elementos finitos. ABSTRACT This paper reports the dynamic design of a pantograph mechanism through static formulation and analytical and numerical calculations in order to design a safe structure and light structure. The calculations of the dynamic forces were obtained through the static theory of an increase of a factor that turn them into dynamic loads, the analytical calculations were based on the theory of strength of materials, implemented with the aid of a spreadsheet in Excel software developed for this work and numerical calculations were performed based on the finite element method implemented in the finite element software Ansys. To assist the understanding of the work to prepare a literature review of classical strength of materials and finite element method, exposing the contents of this brief and easy to understand. Keyword: Design of the pantograph mechanism, analytical method, Finite element method design....………..…………………………………………………………………... LISTAS DE FIGURAS Figura 1: Barra quadrada submetida ao carregamento axial [1] ........................................... 15 Figura 2: Princípio de Saint-Venant [2] ................................................................................ 16 Figura 3: Distribuição de tensão para uma barra retangular com força concentrada [1] ....... 16 Figura 4: Exemplos de geometrias que possuem concentradores de tensão [1] .................. 17 Figura 5: Coeficientes de concentração de tensão para peças tracionadas com furo central [3] ........................................................................................................................................ 17 Figura 6: Coeficientes de concentração de tensão para peças tracionadas por um eixo no centro do furo [3].................................................................................................................. 18 Figura 7: Peça submetida à cisalhamento puro [6] .............................................................. 18 Figura 8: Cisalhamento na chapa do suporte (área Ac) [5] ................................................... 19 Figura 9: Peça submetida à cisalhamento e flexão [6] ......................................................... 19 Figura 10: Deformação de uma viga submetida à flexão [1]................................................. 20 Figura 11: Secção da barra submetida à cisalhamento [12] ................................................. 20 Figura 12: Distribuição da tensão de cisalhamento em perfis de secção circular, quadrada e retangular [1] ....................................................................................................................... 21 Figura 13: Distribuição da tensão de cisalhamento no perfil ‘’I” [1] ....................................... 21 Figura 14: Área de esmagamento [6] ................................................................................... 22 Figura 15: Exemplo de um eixo submetido à torção e flexão [7] .......................................... 23 Figura 16: Distribuição da tensão de cisalhamento devido ao torque [1] .............................. 24 Figura 17: Imagem de uma viga submetida à flexão [12] ..................................................... 25 Figura 18: Diagrama de força cortante [12] .......................................................................... 25 Figura 19: Diagrama de momento fletor [12] ........................................................................ 25 Figura 20: Variáveis para cálculo da inércia [1] ................................................................... 26 Figura 21: Gráfico de Concentração de Tensão [3] .............................................................. 27 Figura 22: Elipse formada pela Eq. de von Mises para um estado plano de tensões [6] ...... 28 Figura 23: Elipses formadas pela Eq. de von Mises para o estado tridimensional [6]........... 29 Figura 24: Comprimento efetivo de flambagem (Lo) [1] ....................................................... 31 Figura 25: Rede de elementos finitos [7] .............................................................................. 35 Figura 26: Círculo com cinco elementos do tipo triângulo [9] ............................................... 36 Figura 27: Dimensões do elemento [9] ................................................................................ 36 Figura 28: Viga prismática em balanço [7] ........................................................................... 39 Figura 29: Deslocamentos e esforços nodais positivos [9] ................................................... 42 Figura 30: Viga dividida em duas partes, possuindo dois elementos e três nós [9] .............. 46 Figura 31: Configuração da matriz de uma viga com mais de um elemento [9].................... 47 Figura 32: Pós-processamento de resultados para visualização [11] ................................... 48 Figura 33: Desenho em perspectiva do mecanismo pantográfico [12] ................................. 49 Figura 34: Desenho em perspectiva da alavanca 01 [12] ..................................................... 50 Figura 35: Desenho em perspectiva da alavanca 02 [12] ..................................................... 51 Figura 36: Mesa elevatória [13]............................................................................................ 52 Figura 37: Push/Pulls [14] .................................................................................................... 52 Figura 38: Movimento do mecanismo pantográfico [12] ....................................................... 53 Figura 39: Fluxograma do dimensionamento analítico do mecanismo [12] .......................... 54 Figura 40: Desenho do mecanismo abaixado com carga no centro de DE [12] ................... 56 Figura 41: Barra BD [12] ...................................................................................................... 57 Figura 42: Barra AE [12] ...................................................................................................... 58 Figura 43: Modelo do mecanismo avaliado no Motion [12] .................................................. 60 Figura 44: Gráfico da força do atuador em relação ao tempo [12] ....................................... 60 Figura 45: Gráfico da força do eixo A em relação ao tempo [12].......................................... 60 Figura 46: Gráfico da força do eixo B em relação ao tempo [12].......................................... 61 Figura 47: Gráfico da força do eixo C em relação ao tempo [12] ......................................... 61 Figura 48: Elevação do pantógrafo x Comprimento do atuador [12]..................................... 63 Figura 49: Força de 1 atuador x comprimento do atuador [12] ............................................. 63 Figura 50: Esbeltez da haste [12] ........................................................................................ 64 Figura 51: Gráfico da tensão versus esbeltez pelo critério de Euler [12] .............................. 65 Figura 52: Gráfico da tensão versus esbeltez pelo critério de vigas curtas e intermediárias [12] ...................................................................................................................................... 66 Figura 53; Geometria do eixo [12] ........................................................................................ 67 Figura 54: Diagrama de corpo livre do eixo da Figura 53 [12] .............................................. 67 Figura 55; Geometria do eixo [12] ........................................................................................ 72 Figura 56: Diagrama de corpo livre para o eixo da articulação A [12] .................................. 72 Figura 57: Diagrama de corpo livre [12] ............................................................................... 74 Figura 58: Geometria do mancal [12] ................................................................................... 75 Figura 59: Diagrama de corpo livre equivalente [12] ............................................................ 77 Figura 60: Gráfico da variação da reação no eixo B e E, conforme elevação do mecanismo [12] ...................................................................................................................................... 77 Figura 61: Desenho representativo do eixo de suporte do rolo soldado nos tubos [12] ........ 78 Figura 62: Diagrama de corpo livre [12] ............................................................................... 80 Figura 63: Diagrama de corpo livre da barra AE [12] ........................................................... 83 Figura 64: Diagrama de corpo livre da barra BD [12] ........................................................... 85 Figura 65: Suporte do cilindro [12] ....................................................................................... 86 Figura 66: Fluxograma dos passos das análises em elementos finitos [12] ......................... 90 Figura 67: Resultados da Simulação Numérica da Haste [12] ............................................. 91 Figura 68: Resultados da Simulação Numérica do Atuador [12] .......................................... 92 Figura 69: Condições de contorno do mecanismo pantográfico abaixado [12] ..................... 93 Figura 70: Mapa de tensão do pantógrafo abaixado [12] ..................................................... 94 Figura 71: Mapa de deformações do pantógrafo abaixado [12] ........................................... 94 Figura 72: Mapa de tensões da barra AE (vista superior) [12] ............................................. 95 Figura 73: Mapa de tensões da barra AE (vista inferior) [12] ............................................... 95 Figura 74: Mapa de tensões da barra BD (vista superior) [12] ............................................. 96 Figura 75: Mapa de tensões da barra BD (vista inferior) [12] ............................................... 96 Figura 76: Região de concentração de tensão da barra BD [12] .......................................... 97 Figura 77: Mapa de tensões no suporte do atuador [12] ...................................................... 98 Figura 78: Mapa de tensão no tubo circular [12] .................................................................. 99 Figura 79: Mapa de tensão no tubo circular [12] .................................................................. 99 Figura 80: Mapa de tensão do mancal A [12] .................................................................... 100 Figura 81: Mapa de tensões do mancal A [12] .................................................................. 100 Figura 82: Mapa de tensões no eixo da articulação B e E (pantógrafo abaixado) [12] ....... 101 Figura 83: Mapa de tensões no eixo E para o mecanismo elevado [12] ............................ 102 Figura 84: Mapa de tensões no eixo B para o mecanismo elevado [12] ............................ 102 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Peças que compõem o mecanismo pantográfico [12] .......................................... 49 Tabela 2: Peças que compõem o conjunto alavanca 1 [12] ................................................. 50 Tabela 3: Peças que compõem o conjunto alavanca 2 [12] ................................................. 50 Tabela 4: Características técnicas [12] ................................................................................ 53 Tabela 5: Resultados das reações nos eixos e cilindro [12] ................................................. 59 Tabela 6: Propriedades da haste [12] .................................................................................. 64 Tabela 7: Dados para dimensionamento do eixo C [12] ....................................................... 68 Tabela 8: Dados para dimensionamento da bucha da articulação A [12] ............................. 71 Tabela 9: Dados para dimensionamento do eixo da articulação A [12] ................................ 73 Tabela 10: Dados para dimensionamento do mancal A [12] ................................................ 75 Tabela 11: Dados para dimensionamento do tubo [12] ........................................................ 80 Tabela 12: Dados para dimensionamento das barras [12] ................................................... 82 Tabela 13: Dados para dimensionamento do suporte do atuador [12] ................................. 86 Tabela 14: Resultados do dimensionamento analítico [12] .................................................. 88 13 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15 1.1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ....................................................................... 15 1.1.1 Carregamento axial ........................................................................................ 15 1.1.2 Tensão de cisalhamento ................................................................................ 18 1.1.3 Tensão de esmagamento............................................................................... 22 1.1.4 Torção ............................................................................................................. 22 1.1.5 Flexão .............................................................................................................. 24 1.1.6 Teoria de falha de von Mises ......................................................................... 27 1.1.7 Tensão admissível ......................................................................................... 29 1.1.8 Flambagem ..................................................................................................... 30 1.2 TEORIA DE ELEMENTOS FINITOS ................................................................... 33 1.2.1 Introdução à teoria de elementos finitos e sua história.............................. 33 1.2.2 Conceito do método de elementos finitos ................................................... 34 1.2.3 Fundamento do método de elementos finitos ............................................. 38 1.2.4 Etapas de uma análise numérica através de um software de MEF............47 2 MECANISMO PANTOGRÁFICO ........................................................................... 49 2.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DO MECANISMO PANTOGRÁFICO ................ 49 2.1.1 Componentes que formam o conjunto de alavancas 01............................. 50 2.1.2 Componentes que formam o conjunto de alavancas 02............................. 50 2.2 APLICAÇÕES DO MECANISMO PANTOGRÁFICO .......................................... 51 14 3 DIMENSIONAMENTO DO MECANISMO ATRAVÉS DE CÁLCULOS ANALÍTICOS ............................................................................................................ 54 3.1 DETERMINAÇÃO DA FORÇA DINÂMICA DE ELEVAÇÃO ............................... 55 3.2 CÁLCULO DAS REAÇÕES DO MECANISMO ................................................... 55 3.3 DIMENSIONAMENTO DO ATUADOR ................................................................ 61 3.3.1 Dimensionamento do diâmetro da camisa................................................... 61 3.3.2 Dimensionamento da haste do atuador ....................................................... 62 3.4 DIMENSIONAMENTO DA ARTICULAÇÃO CENTRAL C ................................... 66 3.4.1 Dimensionamento do eixo da articulação C ................................................ 66 3.4.2 Dimensionamento da bucha da articulação C ............................................. 69 3.5 DIMENSIONAMENTO DA ARTICULAÇÃO LATERAL A .................................... 70 3.5.1 Dimensionamento da bucha A ...................................................................... 71 3.5.2 Dimensionamento do eixo do mancal A....................................................... 71 3.5.3 Dimensionamento do mancal A .................................................................... 75 3.6 DIMENSIONAMENTO DO EIXO E e B ............................................................... 76 3.7 DIMENSIONAMENTO DO TUBO DO SUPORTE DO CILINDRO ...................... 80 3.8 DIMENSIONAMENTO DA BARRA AE ................................................................ 82 3.9 DIMENSIONAMENTO DA BARRA BD................................................................ 84 3.10 CÁLCULO DO SUPORTE DO CILINDRO ........................................................ 86 3.11 RESULTADOS OBTIDOS NOS CÁLCULOS ANALÍTICOS .............................. 87 4 SIMULAÇÃO NUMÉRICA PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ........... 90 4.1 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE FLAMBAGEM DA HASTE DO CILINDRO........... 91 4.2 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PANTÓGRAFO ................................................... 92 4.2.1 Tensões na barra AE ...................................................................................... 95 4.2.2 Tensões na barra BD...................................................................................... 96 4.2.3 Tensões no suporte do atuador .................................................................... 97 4.2.4 Tensões no tubo circular ............................................................................... 98 4.2.5 Tensões no mancal A..................................................................................... 99 4.2.6 Tensões no eixo B e E ................................................................................. 101 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 104 15 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 106 ANEXO A - Propriedades do aço SAE 1045 cromado ........................................ 108 ANEXO B – Equações algébricas dos momentos de inércias de geometrias comuns................................................................................................................... 109 ANEXO C – Propriedades das buchas Du do fabricante GGB .......................... 110 ANEXO D – Simulação de deformação do eixo no software AutoCAD Mechanical ............................................................................................................. 111 ANEXO E – Propriedades do tubo ST 52 ............................................................. 112 ANEXO F – Dimensões dos tubos ST 52 ............................................................. 113 ANEXO G – Propriedades mecânicas dos aços nas condições laminados normalizados e recozidos..................................................................................... 114 ANEXO H – Cálculo do momento fletor no software AutoCAD Mechanical..... 116 ANEXO I – Propriedades e dimensões dos tubos Dagan .................................. 117 ANEXO J – Propriedades de chapas de aço (Metalgusa) .................................. 118 13 INTRODUÇÃO Atualmente, empresas nacionais fabricantes de máquinas estão perdendo parcela de seu mercado para empresas internacionais (principalmente para empresas do Oriente Médio), isso se deve a diferença de preço entre os produtos, sendo o preço dos produtos das empresas internacionais mais baixo do que das empresas nacionais. O aumento na importação de máquinas e equipamentos gerou nos primeiros quatro meses de 2011, um déficit comercial de US$ 5,5 bilhões, 33,3% a mais que o déficit do mesmo período do ano passado, de US$ 4,1 bilhões. Estes números mostram que as empresas nacionais estão perdendo cada vez mais o mercado, necessitam tomar medidas urgentes para recuperar a parcela do mercado perdido, para evitar na pior das hipóteses a falência das empresas mais prejudicadas. [5] Para as empresas nacionais voltarem a serem competitivas, necessitam aperfeiçoar seus produtos, o que exige projetos mais inovadores e bem dimensionados, ou seja, projetos mais eficientes, dimensionados de acordo com as necessidades do equipamento. Deve-se evitar projetos superdimensionados, que aumentam o custo do equipamento, principalmente, através do desperdício de matéria prima, entre elas o ferro que é um recurso finito. Com base nesse problema, escolheu-se realizar o dimensionamento de um mecanismo utilizado em várias máquinas, com o objetivo de realizar um projeto bem dimensionado e seguro, minimizando ao máximo o gasto com matéria-prima e evitando possíveis falhas da estrutura. O mecanismo escolhido foi um pantógrafo. Seu pré-dimensionamento será realizado através de cálculos analíticos e posteriormente comparado com simulações numéricas realizadas pelo método de 14 elementos finitos implementado pelo software Ansys, que gera cálculos mais precisos para geometrias complexas, devido a simplificações realizadas para resolver os cálculos analíticos. A simulação numérica do método dos elementos finitos se trata de uma teoria de cálculo que discritiza a peça a ser calculada em vários elementos e os calcula individualmente através de equações diferenciais parciais. Para agilizar estes cálculos são utilizados softwares de elementos finitos que importam a geometria de software CAD, aplicam-se as condições de contorno, cargas e dados do material, que servem de dados de entrada para o software resolver as equações diferenciais parciais e gerar os resultados, que são apresentados de forma gráfica. O dimensionamento do mecanismo pantográfico será realizado considerando constantes suas principais características, como seu comprimento, largura, curso de elevação, altura abaixada, posição do atuador hidráulico e massa a elevar. Para alcançar o objetivo deste trabalho, faz-se inicialmente uma revisão de resistências dos materiais e da teoria de elementos finitos. Na revisão de resistência dos materiais é revisado carregamentos axiais, cisalhamento, torção, flexão, teoria de falha de von Mises e flambagem. Na revisão de elementos finitos é apresentado um exemplo simples de um cálculo, os principais passos e cuidados necessários ao utilizar os softwares de elementos finitos. Após a revisão, realiza-se o dimensionamento através de cálculos analíticos a partir da teoria de resistência dos materiais, implementados com o auxilio de uma planilha no software Excel elaborada para este trabalho e posteriormente cálculos numéricos através da teoria de elementos finitos amparada pelo software Ansys, resultando em um projeto dimensionado de acordo com as exigências de normas que regem equipamentos que utilizam mecanismos pantográficos, tendo assim um equipamento seguro e sem desperdício de matéria-prima. Este trabalho propõem a metodologia de dimensionamento do pantógrafo, que uma vez amparada em um software de elementos finitos poderia ser aplicada a vários mecanismos pantográficos com tamanhos diferentes, com as mesmas condições de contorno, agilizando o processo de dimensionamento do equipamento, assim reduzindo o custo de desenvolvimento do mesmo e atendendo o cliente com variedade de características técnicas e agilidade, reduzindo o prazo de entrega do equipamento. 15 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1.1.1 Carregamento axial Carregamento axial se caracteriza a uma peça simétrica de secção qualquer, sendo submetida a uma força de tração ou compressão, sendo esta força aplicada no centro da secção transversal em relação à direção da força. A Figura 1 mostra um exemplo. [1] Figura 1: Barra quadrada submetida ao carregamento axial [1] O cálculo da tensão média (tensão normal representada pela letra grega sigma σ) para carregamento axial, é representado pela Equação (Eq.) (1). Sendo A igual à área da secção transversal da peça e F a força aplicada [1]. σ med = F A (1) Conforme expresso pela Eq. (1), as tensões normais são uniformemente distribuídas em qualquer secção transversal ao eixo de uma barra. Porém, esta suposição não se verifica nas vizinhanças do ponto de aplicação das forças, sendo a 16 determinação dessa tensão um problema estaticamente indeterminável, mas resolvido pela teoria matemática da elasticidade. [1]. O princípio de Saint-Venant mostra que a tensão nas extremidades da aplicação da carga P e da fixação possui um acréscimo de tensões provocadas pela deformação específica superior nesta região, a Figura 2 apresenta a distorção da malha, já longe da região de aplicação das tensões nota-se que a malha deforma-se sem distorção (continuam paralelas), sendo nesta região válido o cálculo da tensão pela Eq. (1). [1] Figura 2: Princípio de Saint-Venant [2] Sendo a tensão nos pontos de aplicação da carga sendo determinada por métodos da matemática avançada ou experimentais, resultando em distribuições de tensões conforme mostra o exemplo da Figura 3 para um perfil retangular. [1] Figura 3: Distribuição de tensão para uma barra retangular com força concentrada [1] 17 Como foi visto anteriormente, o valor da tensão nas proximidades da aplicação da carga concentrada é maior, o mesmo acontece quando a peça possui descontinuidades como furos e variações bruscas de secção conforme exemplos clássicos da Figura 4. [1] Figura 4: Exemplos de geometrias que possuem concentradores de tensão [1] Os valores dos concentradores de tensão para esses casos foram levantados com estudos fotoelásticos e com esses foram desenvolvidas várias curvas, conforme a Figura 5 e Figura 6, onde aplicam-se as relações geométricas das peças e obtémse um fator que multiplicado pela tensão média calculada pela Eq. (1), obtém a tensão máxima conforme Eq. (2). [1] Figura 5: Coeficientes de concentração de tensão para peças tracionadas com furo central [3] 18 Figura 6: Coeficientes de concentração de tensão para peças tracionadas por um eixo no centro do furo [3] σ max = F .k A t (2) Sendo a área das geometrias da Figura 5 e Figura 6 calculada pela Eq. (3). A = (w - d).t (3) 1.1.2 Tensão de cisalhamento A tensão de cisalhamento (representada pela letra grega tal τ ) ocorre quando a força é aplicada perpendicular ao comprimento da barra conforme representada na Figura 7. O cisalhamento puro ocorre em situações que não há flexão junto à mesma, que é o caso mostrado na Figura 7 e Figura 8, pelo fato da lâmina de corte estar apertada contra os mordentes. [6] Figura 7: Peça submetida à cisalhamento puro [6] 19 Figura 8: Cisalhamento na chapa do suporte (área Ac) [5] A tensão de cisalhamento média é calculada pela Eq. (4), onde A é a área da secção de transversal do comprimento da peça e F é a força aplicada. [6] τ med = AF (4) Porém, se a peça estiver trabalhando com uma pequena folga, conforme representada por x na Figura 9, essa será submetida à cisalhamento e momento fletor, assim gerando um estado de tensão diferente ao mostrado na Figura 7. [6] Figura 9: Peça submetida à cisalhamento e flexão [6] Sendo assim, o cálculo do cisalhamento em peças submetidas à flexão e cisalhamento é diferente do mostrado na Eq. (4) (cisalhamento puro), pois o momento provoca cisalhamento na direção horizontal da peça. Esse fenômeno está representado na Figura 10, onde podemos ver que há uma deformação nos elementos superiores da viga em uma direção e nos elementos inferiores na direção oposta, assim criando uma região de cisalhamento horizontal na viga que possui maior magnitude no local da linha neutra. 20 Figura 10: Deformação de uma viga submetida à flexão [1] Esta tensão de cisalhamento é calculada pela Eq. (5), obtida a partir da integral τ xy F = I.t y ∫ ydA . [6] y1 τ xy = F.Q I.t (5) Sendo F a força aplicada, I a inércia de área aplicada conforme a geometria da peça, calculada pelas Eq. do anexo B, t a largura da peça conforme mostra a Figura 11 e o momento estático representado por Q. [6] Figura 11: Secção da barra submetida à cisalhamento [12] O momento estático é calculado pela Eq (6). Onde A’ é a área da secção transversal do ponto de onde se quer obter a tensão até a superfície externa da peça e y é a distância entre o centróide da secção da peça ao centróide da área A’. [6] Q = A'.y (6) 21 Assim resultando na distribuição de tensão de cisalhamento para perfis de secção circular, quadrada e retangular conforme Figura 12. [1] Figura 12: Distribuição da tensão de cisalhamento em perfis de secção circular, quadrada e retangular [1] Para os perfis “I” a distribuição da tensão de cisalhamento acontece diferente dos perfis citados anteriormente, pelo fato da secção em questão possuir uma variação brusca de largura na sua secção transversal, sendo a maior tensão na menor largura da peça, conforme mostrado na Figura 13. [1] Figura 13: Distribuição da tensão de cisalhamento no perfil ‘’I” [1] O cálculo de cisalhamento realizado através da equação (5) aumenta aproximadamente 20% a tensão para geometrias com secção quadrada ou circular em relação ao cálculo realizado através da Eq. (4), porém superior para geometrias com secção retangular com altura de 4 vezes a sua largura ou perfis como “I” ou tubos que possuem mudanças bruscas da espessura t, sendo o ponto de maior 22 tensão de cisalhamento no centróide da secção transversal da peça e sua menor tensão de cisalhamento na superfície da peça, onde o valor é 0. [1] 1.1.3 Tensão de esmagamento Um pino engastado em suportes com furos como representado na Figura 14, pode falhar de outros modos além do cisalhamento e do momento. As superfícies cilíndricas laterais do pino e do furo em contato estão sujeitas à tensão de esmagamento. Essas tensões tendem a esmagar o furo ou pino ao invés de cortá-lo, essa tensão de esmagamento é normal representada pela letra grega sigma e pode ser calculada pela Eq. (1), onde a área é a região de contato entre o furo e o pino, sendo a área projetada, calculada pela Eq. (7), onde d é o diâmetro do eixo ou do furo e t a largura da região de contato. [6] Figura 14: Área de esmagamento [6] A = d .t (7) 1.1.4 Torção A torção é um fenômeno físico que ocorre quando barras são solicitadas por um movimento em relação ao seu eixo longitudinal, essa situação é comum em eixos de transmissão em diversos outros elementos de máquinas em que o vetor do momento aplicado seja paralelo ao eixo longitudinal de um corpo, em vez de ser transversal a ele, que causaria flexão. Na prática, a maioria dos elementos de máquinas possuem carregamentos combinados de torção e flexão conforme mostra a Figura 15, pelo fato da força F se sobrepor no eixo. [6] 23 Figura 15: Exemplo de um eixo submetido à torção e flexão [7] O torque provoca tensão de cisalhamento no eixo, esse que é representado pela letra grega tau τ e calculado pela Eq. (8). Onde a letra T representa o torque aplicado sobre a peça, c representa o local onde deseja-se obter a tensão, sendo seu valor máximo obtido no raio externo da peça, conforme mostra a Figura 16 e J a inércia polar. [1] τ = T.c J (8) A inércia polar é calculada através da integral expressa pela Eq. (9) que varia conforme a geometria da peça; a integral pode ser transformada em Eq. algébrica, representada pela Eq. (10) para secção transversal de tubos. [1] (9) c2 π c1 π − 2 2 4 J= 4 (10) 24 Figura 16: Distribuição da tensão de cisalhamento devido ao torque [1] A tensão obtida pela Eq. (8) não é válida para as regiões próximas a aplicação do torque nem mesmo onde ocorrem variações bruscas de geometria, pois nestas regiões existem concentradores de tensão, que em casos clássicos podem ser obtidos por curvas semelhantes às mostradas Na seção 1.1.1, porém para o torque. Como não terá aplicação para os casos clássicos no mecanismo utilizado, não será feita a revisão desses itens. [1] 1.1.5 Flexão Os fenômenos físicos denominados por flexão consistem em peças submetidas a carregamentos transversais ao seu comprimento, esse tipo de peça chama-se viga. Para facilitar o estudo da tensão encontrada nessas peças, supõe-se que essas sejam submetidas somente a esforços de flexão, essa suposição é chamada de flexão pura. A maioria das vigas reais também é submetida a carregamentos de cisalhamento combinado com flexão. Nesses casos, devem-se submeter às peças aos cálculos de uma teoria de falha, para se calcular uma tensão normal equivalente ao carregamento combinado. Existem várias teorias, tanto para materiais frágeis e dúcteis, algumas mais conservadoras, entre elas escolhe-se a teoria da energia de distorção conhecida como a teoria de von Mises, pelo fato de ser a mais precisa para materiais dúcteis,o que será visto na seção 1.1.6. [6] A Figura 16 mostra uma viga submetida à flexão pela força F perpendicular ao seu comprimento, essa força na sua posição atual causa o diagrama da força cortante mostrado na Figura 18, que é utilizado para calcular a tensão de cisalhamento e a Figura 19, o diagrama de momento fletor resultante das condições de contorno da viga, usado para calcular a tensão normal de flexão pura nesta peça. 25 Figura 17: Imagem de uma viga submetida à flexão [12] Figura 18: Diagrama de força cortante [12] Figura 19: Diagrama de momento fletor [12] 26 A tensão normal ocasionada pela flexão pura pode ser calculada através da Eq. (11), onde M é o momento fletor obtido no cálculo do diagrama de momento fletor, c é a distância do centróide da secção transversal até a superfície mais afastada do centróide e I a inércia de área, calculada para cada secção conforme integral mostrada na Eq. (12), e representadas pelas equações algébricas do anexo B. [1] σ= M.c I (11) (12) Figura 20: Variáveis para cálculo da inércia [1] A tensão resultante do cálculo para Eq. (11) não é válido para regiões onde ocorrem variações bruscas da geometria, pois nesses pontos ocorrem concentradores de tensão, que podem ser obtidos para os casos clássicos através da interpretação de um gráfico específico para o tipo de geometria e carregamento das peças, com a entrada de parâmetros das características geométricas, para obter-se o kt, que multiplicado pela tensão resulta na tensão máxima na peça. [1] Logo a seguir observa-se o gráfico de concentração de tensão na Figura 21 para um eixo escalonado com raio de adoçamento, submetido ao carregamento de flexão, usado para se obter o concentrador de tensão kt. [1] 27 Figura 21: Gráfico de Concentração de Tensão [3] Então calcula-se a tensão máxima pela Eq. (13). σ max = M.c .k t I (13) 1.1.6 Teoria de falha de von Mises Como existem situações envolvendo tensões combinadas de normal e de cisalhamento no mesmo ponto, necessita-se definir uma tensão equivalente que possa ser usada para representar a combinação de tensões. A utilização da energia de distorção (von Mises) nos dá um bom meio para fazê-lo para materiais dúcteis. A tensão equivalente de von Mises é definida como a tensão de tração uniaxial que criaria a mesma energia de distorção que é criada pela combinação atual das tensões aplicadas. [6] Para se obter a tensão de von Mises para um estado plano de tensões é necessário primeiramente calcular as tensões máximas e mínimas obtidas pelos diversos carregamentos que a peça foi submetida. A tensão máxima é mostrada pela Eq.(14) e a tensão mínima é mostrada pela Eq. (15). [6] σ max = σ 1 = σx + σy 2 σx - σy + 2 2 + τ xy 2 (14) 28 σ min = σ 3 = σx + σy 2 σx - σy − 2 2 +τ 2 xy (15) Após calculada a tensão σ1 e σ3, aplicam-se os resultados obtidos na Eq. (16), para calcularmos a tensão von Mises, sendo σ2 = 0 por se tratar de um estado plano de tensão. [6] σ VM = σ ² − σ .σ + σ ² 1 1 3 3 (16) A equação (16) para um estado plano de tensões descreve uma elipse mostrada na Figura 22, onde as tensões σ1 e σ3 devem estar no interior da mesma para prevenir a falha sob escoamento para carregamentos estáticos. [6] Figura 22: Elipse formada pela Eq. de von Mises para um estado plano de tensões [6] Para obter a tensão de von Mises para um estado tridimensional usa-se a Eq. (17), essa escreve um cilindro circular inclinado nos eixos σ1, σ2 e σ3, no qual cada um dos 3 planos mostrados possui o ângulo de Euler de 45°, como mostra a Figura 23, sendo o seu interior uma região segura contra o escoamento com a combinação de tensões. [6] 29 σ VM = (σ x −σ y)² + (σ y −σ z)² + (σ z − σ x )² + 6(τ xy ² + τ yz ² + τ zx ²) 2 (17) Figura 23: Elipses formadas pela Eq. de von Mises para o estado tridimensional [6] O critério também é válido nos casos de peças submetidas à tensão de cisalhamento puro, onde as tensões principais σ1=σ3=τ e σ2=0, resultando na tensão de von Mises de mesmo valor que a tensão de cisalhamento, ocasionando a ruptura na região da elipse representada pelos pontos A e B, conforme mostra anteriormente a Figura 22. Para encontrar os valores admissíveis para os pontos A e B aplica-se a Eq. (18). [6] σ1 = σe 3 (18) Com base na Eq, (18), chega-se na Eq. (19), que define a tensão de escoamento do material para cisalhamento. τ e = σ e 0,577 (19) 1.1.7 Tensão admissível A tensão admissível do material significa a capacidade do mesmo suportar determinada tensão com segurança, devido a fenômenos não avaliados como a fadiga dos materiais, essa é calculada pela Eq. (20) para os casos de tensão normal e pela Eq. (21) pelos casos de tensão de cisalhamento. [6] 30 σ adm = τ adm = σe cs (20) τe (21) cs Onde cs é o coeficiente de segurança que contempla, por exemplo, a perda de resistência do material, a fadiga, garantindo uma vida mais longa para o equipamento. O coeficiente recomendado pela norma EN 1570 (Safety Requirements for Lifting Tables) que está sendo utilizada para dimensionar o mecanismo é de 1,52. 1.1.8 Flambagem Nas seções anteriores verificam-se teorias usadas para dimensionamento de componentes estruturais, de modo que a carga não atinja valores superiores a sua tensão de escoamento, nesta seção apontam-se critérios usados para dimensionar estruturas prismáticas submetidas à compressão como por exemplo pilares para que formem estruturas estáveis, ou seja, sua capacidade para suportar uma dada carga, sem sofrer uma brusca mudança em sua configuração. Esse fenômeno é conhecido como flambagem. [1] Existem várias teorias que abordam este assunto, dessas foram escolhidas as teorias mais indicadas para este trabalho, estas foram as de Euler, usadas para vigas longas e a teoria empírica elaborada a partir de testes práticos para colunas curtas e intermediárias, recomendadas pela American Institute Of Steel Construction (AISC) para perfis de aço. Para dimensionarmos uma peça prismática submetida à compressão, inicialmente necessita-se calcular o comprimento efetivo da peça devido às condições de contorno, conforme mostra a Figura 24. No qual L é o comprimento da peça e Lo o comprimento efetivo. [1] 31 A: Uma extremidade engastada e outra livre C: Articulada engastada B: Biarticulada D: Biengastada Figura 24: Comprimento efetivo de flambagem (Lo) [1] Posterior ao cálculo do comprimento efetivo, calcula-se o raio de giração da peça, essa é calculada pela Eq. (22). Neste I é a menor inércia de área da secção transversal da peça e A a área da mesma. [1] r= I A (22) Feito isso, calcula-se a esbeltez da viga, essa é calculada pela Eq. (23), onde Lo é o comprimento efetivo e r o raio de giração. [1] λ= Lo r (23) Após achar a esbeltez, calcula-se o fator Cc pela equação (24), que comparado com a esbeltez nos indica a metodologia de cálculo usada para obter a tensão crítica. Sendo E, o módulo de elasticidade longitudinal do material conhecido como módulo Yong e σe a tensão de escoamento do material. [1] Cc = 2π ²E σe (24) 32 Para utilizar a metodologia de cálculo descrita por Euler, o valor da esbeltez deve ser maior igual ao fator Cc e inferior e igual a 200, sendo assim utiliza-se a Eq. (25) para calcular a tensão crítica de flambagem. σ cr = π²E Cc ≤ λ ≤ 200 : λ² (25) Conhecendo a tensão crítica de flambagem determina-se a tensão admissível para a viga através da Eq. (26), onde aplica-se o coeficiente de segurança 1,92 indicado pela AISC. σ adm = σ cr 1,92 (26) Caso o critério da Eq. (25) não for atendido, deve-se usar a teoria para vigas curtas e intermediárias, sendo o cálculo da tensão crítica expresso pela Eq. (27). λ ≤ Cc ≤ 200 : σcr = σ e .1− λ² 2 Cc² (27) Para dimensionamento necessita-se saber a tensão admissível, que se resume na divisão da tensão crítica pelo coeficiente de segurança, porém no caso de vigas intermediárias e curtas o coeficiente de segurança não é constante como no caso de Euler, necessita-se calcular a mesma. Essa é calculada pela Eq. (28). CS = 5 3 λ 1 λ + . − . 5 8 Cc 8 Cc (28) Após calcular o coeficiente de segurança, já se têm dados suficientes para calcular a tensão admissível pela Eq. (29). σ adm = σ cr CS (29) 33 Sabendo a tensão admissível para a peça devido ao material e as condições de contorno que a mesma vai ser submetida já se têm condições de dimensionar a mesma para carregamento axial. Para isso calcula-se a tensão provocada pela carga aplicada conforme a Eq. (1), na qual a tensão provocada pela carga não deve ser superior à tensão admissível calculada pela Eq. (26) ou (29), que depende do critério que a peça se enquadra devido a sua esbeltez. 1.2 TEORIA DE ELEMENTOS FINITOS 1.2.1 Introdução à teoria de elementos finitos e sua história Diversos tipos de problemas físicos que são encontrados nas ciências e nas engenharias são descritos matematicamente na forma de equações diferenciais ordinárias e parciais. A solução exata usualmente é fruto de um método de solução analítica encontrado através de métodos algébricos e diferenciais aplicados a geometrias e condições de contorno particulares; a aplicação generalizada dos métodos analíticos para diferentes geometrias e condições de contorno torna impraticável ou até mesmo impossível a obtenção de soluções analíticas exatas. O chamado Método dos Elementos Finitos (MEF) consiste em diferentes métodos numéricos que aproximam a solução de problemas de valor de fronteira descritos tanto por equações diferenciais ordinárias quanto por equações diferenciais parciais através da subdivisão da geometria do problema em elementos menores, chamados elementos finitos, nos quais a aproximação da solução exata pode ser obtida por interpolação de uma solução aproximada. [8] O MEF foi originalmente concebido pelo matemático Courant à época da II Guerra Mundial através da publicação de um artigo em 1943. Como nessa época ainda não haviam sido desenvolvidos computadores capazes de realizar uma grande quantidade de cálculos matemáticos, o método matemático foi ignorado pela academia durante vários anos. [8] Na década de 1950, engenheiros e pesquisadores envolvidos no desenvolvimento de aviões a jato na Boeing iniciaram os primeiros trabalhos práticos no estabelecimento do MEF aplicados à indústria aeronáutica. M. J. Turner, R. W. Clough, H. C. Martin e L. J. Top ppublicaram em 1956, um dos primeiros artigos que 34 delinearam as principais ideias do MEF, entre elas a formulação matemática dos elementos e a montagem da matriz de elementos. Mas, no artigo ainda não se fazia referência ao nome “elementos finitos” para designar os elementos de discretização da geometria do problema físico. O segundo co-autor do artigo, Ray Clough era na época, professor em Berkeley que descreveu o método com o nome de “método dos elementos finitos” num artigo publicado subsequentemente. Os seus trabalhos deram início a intensas pesquisas em Berkeley por outros professores, entre eles E. Wilson e R. L. Taylor, juntamente com os estudantes de pós-graduação T. J. R. Hughes, C. Felippa e K. J. Bathe. Durante muitos anos, Berkeley foi o principal centro de pesquisa em MEF. Essas pesquisas coincidiram com a rápida disseminação de computadores eletrônicos nas universidades e institutos de pesquisas, que levaram o método a se tornar amplamente utilizado em áreas estratégicas à segurança americana durante o período da Guerra Fria, tais como pesquisa nuclear, defesa, indústria automotiva e aeroespacial. [8] 1.2.2 Conceito do método de elementos finitos O método dos elementos finitos surgiu como uma nova possibilidade para resolver problemas da teoria da elasticidade, superando as dificuldades e problemas inerentes aos métodos de Rayleigh-Ritz, Galerkin, diferenças finitas, ponderados e outros. [7] Nos dois primeiros métodos, nem sempre é fácil de obter funções aproximadas que satisfaçam as condições de contorno irregular e saber se elas se aproximam da função exata. [7] Além disso, para melhorar a precisão dos resultados é preciso considerar sempre funções de ordem superior às anteriormente propostas, o que torna o cálculo muito trabalhoso e em certos casos, até infactível. [7] O método de elementos finitos comumente utilizado é baseado no método de Rayleigh-Ritz e prevê a divisão do domínio de integração, contínuo, em um número finito de pequenas regiões denominadas elementos finitos, tornando o meio contínuo em discreto, como mostrado no elemento hachurado da Figura 25. [7] 35 Figura 25: Rede de elementos finitos [7] A essa divisão dá-se o nome de rede de elementos finitos. A malha desse reticulado pode ser aumentada ou diminuída variando o tamanho dos elementos finitos. Os pontos de intersecção das linhas dessa rede são chamados de nós. [7] 1.2.2.1.Exemplo de um cálculo simples através do método de elementos finitos Irá se tentar expor abaixo, a ideia básica do método dos elementos finitos através do seguinte exemplo: Considerando o problema de determinação da área de um círculo de raio R representado por um conjunto de triângulos conforme mostra a Figura 26, a área aproximada do círculo será a soma das áreas dos triângulos usados na representação do círculo. Embora esse exemplo possa parecer trivial, todavia ele ilustra várias ideias e passos envolvidos no método dos elementos finitos. [9] A resolução do problema será representada nos passos 1 e 2: 1 - Discretização do elemento finito: Primeiro, a região contínua (o círculo) é representado por um conjunto de n elementos, que nesse caso são triângulos. Cada subregião é chamada de elemento. O conjunto de elementos é chamado de malha de elementos finitos. Nesse caso, discretiza-se o círculo em uma malha de cinco triângulos (n=5). Desde que todos os elementos tenham o mesmo tamanho, a malha é considerada uniforme. [9] 36 Figura 26: Círculo com cinco elementos do tipo triângulo [9] Figura 27: Dimensões do elemento [9] 2 - Equação dos elementos: Agora define-se a equação que nos possibilita o cálculo da propriedade desejada do elemento, no caso a área mostrada na Figura 26. O cálculo é realizado inicialmente com as relações geométricas do elemento, onde n é o número de elementos que compõem o círculo. [9] θ = 2π/n (30) b = R.senθ/2 (31) h = R.cosθ/2 (32) 1 ae = 2. b.h 2 (33) 37 A incógnita ae é a área de um elemento triangular que compõe o círculo. Temse então para o elemento ae. ae = R² 2π sen. 2 n (34) Onde R é o raio do círculo. Então, a área aproximada do círculo é a soma dos n elementos. Dentro desse contexto, é válido dizer que conforme vai-se aumentando o número de elementos da malha, obtêm-se cada vez resultados mais próximos ao real. Assim sendo, quando tendermos n ao infinito iremos aproximar em muito o resultado ao resultado obtido pela fórmula padrão para o cálculo de área de círculos (A= π R²). [9] Ao invés de buscar uma função admissível que satisfaça as condições de contorno para todo o domínio, no método dos elementos finitos, as funções admissíveis são definidas no domínio de cada elemento finito. [7] Para cada elemento i, é montado um funcional Пi que, somado aos dos demais elementos finitos, formam o funcional П para todo o domínio, mostrado na Eq. (35). [7] (35) Para cada elemento i, a função aproximada é formada por variáveis referidas aos nós do elemento (parâmetros nodais) e por funções denominadas de funções de forma. Assim, a função aproximação v tem a forma mostrada na Eq. (36), onde aj são os parâmetros nodais e Φj as funções de forma. [7] (36) O funcional П fica expresso pela Eq. (37). 38 (37) A condição de estacionaridade gera, como no método de Rayleigh-Ritz, um sistema de equações algébricas lineares, conforme a mostrada pela Eq. (38). [7] (38) A solução do sistema de Eq. (38) dá os valores dos parâmetros nodais aj que podem ser deslocamentos, forças internas, ou ambos, dependendo da formulação do método dos elementos finitos que se utiliza. [7] Se o campo deslocamento é descrito por funções aproximadas e o princípio da mínima energia potencial é empregado, as incógnitas são as componentes dos deslocamentos nodais e o método dos elementos finitos é denominado modelo dos deslocamentos ou método dos elementos finitos, método da rigidez. [7] Se o campo de tensões ou esforços internos é representado por funções aproximadas, as incógnitas são tensões ou esforços internos nodais e o método dos elementos finitos é denominado modelo das forças ou método dos elementos finitos, modelo da flexibilidade, sendo utilizado o princípio da mínima energia complementar. [7] Nos métodos mistos, as funções aproximadas são expressas em termos de deslocamentos e forças internas ou tensões são derivados de variacionais generalizadas, como o princípio de Reissner.[7] 1.2.3 Fundamento do método de elementos finitos Conforme a viga prismática da Figura 28, da qual se quer determinar a flecha e a rotação da extremidade livre, são conhecidos a carga uniforme q, o comprimento l da viga, o módulo Young E e o momento de inércia I da secção da viga. [7] Para resolver este problema com o método de Rayleigh-Ritz, adota-se, por exemplo, para representar as deflexões do eixo baricêntrico da viga, a função aproximada da Eq. (39). [7] 39 v(x) = a 1 + a 2 x + a 3 x 2 + a 4 x 3 (39) Figura 28: Viga prismática em balanço [7] As condições de contorno para esse caso são: se v(0)=0 então a1=0 e se v´(0)=0 então a2=0 Logo, aplicando-se as condições de contorno na Eq. (39), resulta na Eq. (40). [7] v(x) = a 3 x 2 + a 4 x 3 (40) Sabendo que v(l)=-fev’(l)=-θ,onde F é a deflexão e θ a rotação na extremidade livre da viga, tem-se o sistema de Eq. mostradas na Eq. (41) e (42).[7] a 3l2 + a 4 l3 = −f (41) 2.a 3 l + 3.a 4 l 2 = −θ (42) Resolvidas, fornecem as Eq. (43) e (44). a3 = θ 3f − l l2 (43) 40 a4 = 2f l3 − θ l2 (44) Então v(x) passa a ser escrita conforme mostrado na Eq. (45). 2x 3 3x 2 v (x) = − 3 l l2 3 2 .f + x − x .θ .l 2 l3 l (45) Introduzindo a coordenada adimensional ξ = x/l, a igualdade acima fica expressa pela Eq. (46). v (ξ ) = 2ξ 3 − 3ξ 2 .f + ξ 2 − ξ 3 .θ .l (46) Nota-se que a função aproximada agora é diretamente dependente das incógnitas do problema, ou seja, de f e θ. A energia potencial total para o caso é dada pela Eq. (47). (47) Derivando duas vezes a igualdade (46) e introduzindo-a em (47), obtém-se a Eq. (48). [7] (48) A condição de estacionaridade do funcional anterior exige as condições mostradas pelas Eq. (49) e (50), essas são obtidas após integrarmos a Eq. (48), para o intervalo de 0 a 1, e derivamos ela parcialmente em relação a f e θ. [7] 41 (49) (50) A solução desse sistema de Eq. nos fornece a Eq. (51). (51) Vê-se então, que a função aproximada pode ser expressa em função das incógnitas do problema, ao invés do parâmetro de deslocamentos ai. [7] Admitindo que a deflexão e a rotação na extremidade sejam representadas por v1 e θ1, respectivamente, e na extremidade livre por v2 e θ2, respectivamente, como mostra a Figura 29, a função aproximada pode ser escrita como mostra a Eq. (52). [7] (52) Sendo: e Nota-se que a igualdade da Eq. (52) é a expansão do somatório da igualdade da Eq. (36), sendo Φ1 as funções de forma e v1 e θ1 os parâmetros nodais. [7] As outras duas funções: Φ1(ξ) e Φ2(ξ) são indeterminadas, já que v1=0 e θ1=0 para o problema em análise. [7] 42 Figura 29: Deslocamentos e esforços nodais positivos [9] Mas admitindo valores não nulos para v1 e θ1 e deixando para impor as condições de contorno mais adiante, as funções Φ1(ξ) e Φ2(ξ) podem ser determinadas. Basta voltar à igualdade da Eq. (39) e fazer: se v(0) = v então : a = v 1 1 1 se v' (0) = θ então : a = θ 1 2 1 se v(l) = v então : v = v + θ .l + a .l2 + a .l3 2 2 1 1 3 4 se v' (l) = θ então : θ = θ + 2a .l + 3a .l2 2 2 1 3 4 Os valores de a3 e a4 são obtidos resolvendo esse sistema de quatro Eq. e quatro incógnitas: a = ( 3. v − v 3 2 l 2 1 )- θ 2 + 2θ 1 l θ 2 e a = ( 2. v − v 4 1 l 3 2 )- θ + θ 1 l 2 2 Resulta, então, a função aproximada da Eq. (53) (53) Assim, tem-se: 43 Matricialmente pode-se exprimir a igualdade da Eq. (52), como na Eq. (54). Onde Φ é a matriz das funções de forma e V o vetor das componentes dos deslocamentos nodais ou incógnitas nodais. [7] (54) Observar que as funções de forma têm valor unitário nos pontos onde se determinam as incógnitas e nulo nos demais. Por exemplo: no ponto 1 tem-se: E no ponto 2: Derivando duas vezes a igualdade da Eq. (53), obtém-se a Eq. (55). (55) Ou em forma matricial, mostrado na Eq. (56): v' ' (ξ ) = Bv (56) Substituindo a Eq. (55) no funcional que representa a energia potencial total, tem-se: 44 Efetuando o quadrado e integrando obtém-se: A minimização desse funcional é realizada derivando-o em relação às incógnitas v1, θ1, v2 e θ2, já denominadas incógnitas nodais, uma vez que se passa a chamar de nós os pontos 1 e 2 da viga. [7] Dessa maneira, obtém-se o seguinte sistema de equações mostrado nas Eq. (57). [7] (57) Simplificando e escrevendo matricialmente, obtém-se a matriz da Eq. (58). (58) Onde temos a forma mostrada na Eq. (59). k.v = r (59) 45 Impondo, agora, as condições de contorno: v1 = θ1 = 0, o sistema de Eq. (58) se reduz à matriz mostrada na Eq. (60), cuja a solução conduz aos valores já determinados para f e θ respectivamente. [7] (60) Uma outra maneira de resolver o sistema de Eq. (58) consiste em anular as linhas e colunas relativas a v1 e θ1 (1ª e 2ª) da matriz quadrada e substituir os dois primeiros termos da diagonal por 1 e anular os dois primeiros termos do vetor do lado direito da igualdade, resultando na matriz da Eq. (61), cuja a solução leva aos valores de v2 e θ2. [7] Deve-se notar que a matriz quadrada da Eq. (58) é simétrica e estas propriedades independem do problema analisado. [7] (61) Basta analisar as igualdades da Eq. (57) e verificar, por exemplo, que a) Na primeira igualdade, o coeficiente θ1, obtido com ∂ ∏ ∂v , é igual ao 1 coeficiente de v1 obtido de ∂ ∏ ∂θ da segunda igualdade; [7] 1 b) Na terceira igualdade, o coeficiente v1, obtido com ∂ ∏ ∂v , é igual ao 2 coeficiente de v2 da primeira igualdade, obtido de ∂ ∏ ∂v ; [7] 1 46 Figura 30: Viga dividida em duas partes, possuindo dois elementos e três nós [9] Generalizando o caso da Figura 28, para quando tivermos 3 ou mais nós conforme Figura 30, temos a matriz abaixo: [7] Se a viga da Figura 28 for dividida em n elementos (de tamanhos diferentes), o sistema de Eq. que resulta, procedendo de maneira análoga ao que foi feito com a viga para dois elementos e é esquematizado na Figura 31. [7] 47 Figura 31: Configuração da matriz de uma viga com mais de um elemento [9] 1.2.4 Etapas de uma análise numérica através de um software de MEF De forma genérica, a modelagem através do MEF possui etapas operacionais bem definida, conforme descrito abaixo: [10] 1. Descrição geométrica da região do espaço considerado (modelo do CAD). 2. Geração de uma malha de elementos interconectados por nós. 3. Definição de equações diferenciais parciais (EDPs) e respectivas condições de contorno (ou iniciais, ou ambas) que regem o problema. 4. Solução numérica do sistema algébrico resultante. 5. Pós-processamento de resultados para visualização, conforme, Figura 32. 48 Figura 32: Pós-processamento de resultados para visualização [11] Essas etapas de operação podem ser executadas por diferentes programas de modo independente. Por exemplo, um modelo de um componente mecânico feito numa ferramenta de CAD – Computer Aided Design – pode ser fornecido a um programa de geração de malhas, que por sua vez pode gerar a entrada para um programa que contenha um núcleo de solução numérica (solver) e finalmente, o resultado obtido pelo solver pode ser visualizado numa ferramenta de processamento gráfico. [10] Recentemente, embora o desenvolvimento tecnológico tenha trazido avanços notáveis para o MEF – sobretudo na capacidade de cálculo dos desktops, cujo desempenho atual é compatível ao que só estações de trabalho poderiam alcançar até poucos tempos anos atrás – essa técnica não é uma resposta mágica para todos os tipos de problemas descritos por EDPs. Problemas como hiper-rigidez numérica, erros de aproximação, má qualidade da malha e má escolha de condições iniciais e de contorno por parte do usuário podem resultar em péssimas interpretações de análises pelo uso incipiente do MEF. Ainda assim, mesmo que adequadamente submetido a validações em problemas reais, o MEF tem se demonstrado uma ferramenta de engenharia excepcionalmente poderosa. Dessa forma, observa-se que o conhecimento das bases teóricas do método é um fator determinante para o bom ou mau uso de tal ferramenta [10]. 49 2 MECANISMO PANTOGRÁFICO O mecanismo pantográfico é usado em máquinas para elevar cargas ou até mesmo empurrar cargas, esse tem a característica de possuir um elevado curso sem a necessidade de estruturas para guiar o seu movimento. 2.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DO MECANISMO PANTOGRÁFICO O mecanismo pantográfico é formado pelas peças descritas na Tabela 1 e representadas na Figura 33. Tabela 1: Peças que compõem o mecanismo pantográfico [12] Item 01 02 03 05 06 07 08 09 11 Descrição Conjunto alavanca 1 Conjunto alavanca 2 Conjunto eixo central Bucha maior Rolo Conjunto eixo do atuador Bucha menor Atuador hidráulico Conjunto eixo lateral Figura 33: Desenho em perspectiva do mecanismo pantográfico [12] 50 2.1.1 Componentes que formam o conjunto de alavancas 01 Os componentes que formam o conjunto alavanca 01 da Figura 34 são mostrados na Tabela 2. Item 01 02 03 04 05 06 Tabela 2: Peças que compõem o conjunto alavanca 1 [12] Descrição Alavanca Mancal lateral Eixo Mancal central Tampa Tampa Figura 34: Desenho em perspectiva da alavanca 01 [12] 2.1.2 Componentes que formam o conjunto de alavancas 02 Os componentes que formam o conjunto alavanca 02 da Figura 35 são mostrados na Tabela 3. Tabela 3: Peças que compõem o conjunto alavanca 2 [12] 51 Item 01 02 03 04 05 06 07 08 09 Descrição Alavanca Mancal Lateral Eixo Mancal Central Tampa Tampa Tubo suporte do atuador Suporte Reforço Figura 35: Desenho em perspectiva da alavanca 02 [12] 2.2 APLICAÇÕES DO MECANISMO PANTOGRÁFICO O mecanismo pantográfico possui várias aplicações em máquinas, entre essas aplicações as que se destacaram foram às empregadas em máquinas para manipulação de cargas, como mesas elevatórias e Push/Pulls. A mesa elevatória mostrada na Figura 36 é utilizada para movimentar cargas na vertical, sendo empregadas em tarefas de elevação de cargas entre pavimentos de fábricas, no carregamento de cargas em veículos e em linhas de produção, onde essa é usada para manter a carga sempre a uma altura ergonômica para o operador. 52 Figura 36: Mesa elevatória [13] O Push/Pulls mostrado na Figura 37, é acoplado a uma empilhadeira e utilizado como acessório para a mesma, agilizando o processo de manipulação de cargas, o pantógrafo utilizado no Push/Pulls possui movimentos horizontais, com a função de puxar a carga sobre os fardos e empurrar a mesma, agilizando o transporte e eliminando a utilização de pallet. Figura 37: Push/Pulls [14] 2.3 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS O dimensionamento do mecanismo pantográfico será realizado considerando que ele se movimentará na vertical e seja submetido a forças na mesma direção, conforme a Figura 38. 53 Figura 38: Movimento do mecanismo pantográfico [12] As características técnicas desejadas para o mecanismo estão na Tabela 4. Estas serão utilizadas para realizar o dimensionamento da estrutura que compõe o pantógrafo. Tabela 4: Características técnicas [12] Descrição Massa a elevar (m) Curso de elevação Comprimento da Alavanca (L1) Largura máxima do pantógrafo Acionamento por atuadores hidráulicos Ângulo θ1 Ângulo θ2 L2 L3 L4 Valor 2500 kg 1500 mm 2210 mm 1465 mm 2 peças 5,82 ° 19,00 ° 1105 mm 252 mm 112 mm 54 3 DIMENSIONAMENTO DO MECANISMO ATRAVÉS DE CÁLCULOS ANALÍTICOS Com base nas características técnicas exigidas, inicia-se o dimensionamento dinâmico do equipamento através dos cálculos da estática e de cálculos analíticos realizados através da teoria de resistência dos materiais com o intuito de modelar este no Software Solid Works para posteriormente realizar os cálculos de elementos finitos do mesmo implementado através software Ansys. O dimensionamento analítico segue a seqüência mostrada no fluxograma da Figura 39. Figura 39: Fluxograma do dimensionamento analítico do mecanismo [12] 55 3.1 DETERMINAÇÃO DA FORÇA DINÂMICA DE ELEVAÇÃO O mecanismo pantográfico adotado possui capacidade de elevar a massa de 2500 kg. Para saber a força necessária para elevar essa carga, deve-se realizar os cálculos dinâmicos do mecanismo, como não se têm todas as dimensões e massas do mecanismo definidas, não conseguimos calcular a inércia de massa do mesmo para realizar os cálculos dinâmicos. Então se buscou na norma EN 1570-1998 (Safety Requirements for Lifting Tables) um fator que multiplicado pela massa a ser elevada, que resulta em uma força máxima que este tipo de mecanismo é submetido devido aos esforços dinâmicos, sob as condições de trabalhos e velocidades de operações citadas na norma. Como quer se dimensionar o mecanismo para carregamentos verticais buscase o coeficiente para o mesmo, este é de 1,4, então a força dinâmica máxima que o mecanismo será submetido para elevar a massa de 2.500 kg será calculada pela Eq. (62), resultando na força dinâmica máxima expressa pela Eq. (63). [1] F = m.1,4.g F = 2500 kg.1,4.10 m/s² = 35000 N (62) (63) Onde, g é a aceleração da gravidade, sendo adotado o valor de 10 m/s², e m a massa a ser elevada em kg. 3.2 CÁLCULO DAS REAÇÕES DO MECANISMO Para cada posição de elevação, o mecanismo possui uma nova condição de cálculo, devido a isso se deve encontrar a pior situação para realizar os cálculos. Após alguns cálculos preliminares, chega-se a conclusão que a pior situação ocorre quando o mecanismo está abaixado, pois o comprimento das suas alavancas fica maior na horizontal, e a força do cilindro é superior devido ao pequeno ângulo entre a linha de centro do cilindro e o plano horizontal. Então se define realizar o dimensionamento estático na posição abaixada do mecanismo. 56 A Figura 40 mostra o mecanismo pantográfico abaixado, onde aplica-se a carga no centro de DE, representado por F1, resultando na distribuição de forças na posição abaixada FD, y = FE, y = 1/2 F1 . Figura 40: Desenho do mecanismo abaixado com carga no centro de DE [12] Inicialmente realiza-se o somatório das F na direção y (vertical), conforme mostrado na Eq. (65). ∑ Fy = 0 - FD, y - FE, y + FA, y + FB, y + FCil .sen θ 2 -F C, y = 0 (64) (65) Como as forças FD,y+FE,y=FB,y+FA,y se anulam, obtém-se a Eq. (66). 0 + FCil .sen θ 2 - FCy = 0 (66) Isolando a força FC,y da Eq. (66), obtemos a Eq. (67). FC, y = FCil .sen θ 2 (67) 57 Posteriormente realiza-se o somatório das F na direção x (horizontal), conforme mostra a Eq. (69). ∑ Fx = 0 (68) FD, x - FE, x + FA, x -F B, x +(FCil .cos θ 2 ) -F C, x = 0 (69) Como as forças FA,x+FD,x = FB,x+FE,x, se anulam, obtém-se a Eq. (70). FC, x = FCil .cos θ 2 (70) Isola-se a barra BD, conforme mostrado na Figura 41 e realiza-se o somatório dos momentos e C na Eq. (72). Figura 41: Barra BD [12] ∑ MC = 0 (Positivo no sentido anti-horário) (F D, y .L 2 .cos θ 1 ) + (F B, y .L 2 .cos θ 1) - (FC .L 3 ) = 0 (71) (72) Isolando a força do cilindro da Eq. (72), obtém-se a Eq. (73), no qual se alimentam os dados e obtém-se a força de reação no cilindro mostrado na Eq. (74). 58 FCil = FCil = (F D, y .L 2 .cos θ1 ) + (FB, y .L 2 .cos θ1 ) L3 (17500 N.1105 mm.cos 5,82°) + (17500 N.1105 mm.cos 5,82°) = 152681N 252 (73) (74) Posterior ao cálculo da força do cilindro, calcula-se as forças nos eixos centrais C e no eixo lateral A. Para calcular a força no eixo C calculou-se inicialmente a forças nas componentes x e y, através das Eq. (67) e (70), onde obtêm-se as forças mostradas nas Eq. (75) e (76). FC, y = 152681 N.sen 19° = 49708 N (75) FC, x = 152681 N.cos 19 ° = 144363 N (76) Sabendo as forças em x e y consegue-se obter a resultante no eixo C através da Eq. (77). FC = FC,x ² + FC,y ² = 152681 N (77) Observa-se que a força no eixo central, eixo C, é a mesma força do cilindro para esta posição. Para realizar os cálculos das forças do eixo lateral A, calcula-se as reações em x e y, para isso deve-se fazer o somatório das forças da barra AE, mostradas na Figura 42 através da Eq. (64). Figura 42: Barra AE [12] 59 Obtendo a Eq. (78): R A, y = FE, y - FC, y = -32208 N (78) Para calcular a RA,x realiza-se o somatório das forças na direção x, representado pela Eq. (68), resultando na Eq. (79). R A, x = −F C, x = −144363N (79) Com esses dados consegue-se obter a força resultante que estará agindo no eixo, aplicando a Eq. (80). F = R A A, x ²+R A, y ² = 147912 N (80) Para melhor visualização dos resultados, vamos representar os mesmos na Tabela 5. Tabela 5: Resultados das reações nos eixos e cilindro [12] Descrição Força [N] Força no Cilindro (FCil) 152681 Eixo A 147912 Eixo B 17500 Eixo C 152681 Eixo D 17500 Eixo E 17500 Com o intuito de validar os resultados obtidos nos cálculos analíticos, modelase o mecanismo de maneira simplificada no software de CAD SolidWorks, conforme mostrado na Figura 43 e com auxílios do software Motion realiza-se uma simulação de movimento do mecanismo, o qual neste módulo calcula-se as reações do mecanismo para cada posição de elevação, este não é um cálculo dinâmico pelo fato de não se ter atribuído às acelerações do mecanismo. Os parâmetros que são fornecidos ao software são as forças FD,y e FE,y representadas pelas setas azuis, a aceleração da gravidade representada pela seta 60 verde de 10 m/s² e o atuar representado pela seta vermelha, no qual define-se a velocidade de trabalho de 40 mm/s e a direção do mesmo. Figura 43: Modelo do mecanismo avaliado no Motion [12] Com a simulação, obtêm-se as forças em relação a tempo de elevação, sendo o tempo de 14 s equivalente a elevação máxima, como pode-se ver na Figura 44: Gráfico da força do atuador em relação ao tempo, Figura 45: Gráfico da força do eixo A em relação ao tempo, Figura 46: Gráfico da força do eixo B em relação ao Força do motor1 (newton) tempo e Figura 47: Gráfico da força do eixo C em relação ao tempo. 152632 134345 116057 97769 79481 0.00 1.40 2.80 4.20 5.60 7.00 Tempo (sec) 8.40 9.80 11.20 12.60 14.00 12.60 14.00 Força de reação23 (newton) Figura 44: Gráfico da força do atuador em relação ao tempo [12] 147863 126977 106091 85205 64319 0.00 1.40 2.80 4.20 5.60 7.00 Tempo (sec) 8.40 9.80 11.20 Figura 45: Gráfico da força do eixo A em relação ao tempo [12] Força de reação20 (newton) 61 17504.921 17504.915 17504.909 17504.903 17504.897 0.00 1.40 2.80 4.20 5.60 7.00 Tempo (sec) 8.40 9.80 11.20 12.60 14.00 Força de reação18 (newton) Figura 46: Gráfico da força do eixo B em relação ao tempo [12] 152631 134342 116054 97765 79476 0.00 1.40 2.80 4.20 5.60 7.00 Tempo (sec) 8.40 9.80 11.20 12.60 14.00 Figura 47: Gráfico da força do eixo C em relação ao tempo [12] 3.3 DIMENSIONAMENTO DO ATUADOR O acionamento vai ser realizado por atuadores hidráulicos que transformam o trabalho hidráulico em um trabalho mecânico. Esse vai ser realizado com duas peças, pois ao colocar dois atuadores, um em cada extremidade do tubo, conforme mostrado anteriormente na Figura 33, minimiza a flexão no mesmo que será o suporte do atuador hidráulico. O dimensionamento do atuador abordado resume-se no cálculo do diâmetro da camisa para obter-se a força necessária no mecanismo e o diâmetro da haste para evitar que a mesma flambe, para especificar o atuador para compra. 3.3.1 Dimensionamento do diâmetro da camisa O diâmetro da camisa será dimensionado considerando que o circuito hidráulico disponha uma pressão (p) de 20 N/mm² (200 bar) na entrada da conexão do cilindro. Este será realizado através da Eq. (81), aonde F= Fcil/2. 62 p= F A = d= F = 69,7mm p.π 4 (81) Obtendo um diâmetro de 69,7 mm através do cálculo expresso pela Eq. (81), então adota-se o diâmetro comercial mais próximo, sendo de maior diâmetro que o mínimo calculado, assim este tubo terá 76,2 mm (3”) de diâmetro interno, assim reduzindo a pressão devido ao aumento da área, essa mudando para 16,7 N/mm² (167 bar). 3.3.2 Dimensionamento da haste do atuador Para realizar o dimensionamento da haste, é necessário que saibamos a força do atuador e o comprimento do mesmo, e o tipo de fixação desse. Como podese observar anteriormente nos gráficos da Figura 44, a força do cilindro está diminuindo conforme o pantógrafo se eleva e o comprimento do cilindro está aumentando, então não se tem condições de afirmar que o caso crítico acontece quando o cilindro está aberto. Para verificarmos o caso crítico,faz-se vários cálculos da força do atuador hidráulico variando o curso do pantógrafo em intervalos de 100 mm até chegar ao seu curso máximo. Os cálculos são realizados para cada posição conforme mostrado na seção 3.2, agregando o cálculo do comprimento do atuador. Realizou-se estes com o auxílio de uma planilha elaborada no software Excel. Os resultados obtidos do comprimento do atuador em relação à elevação do pantógrafo estão representados no gráfico da Figura 48 e a força de cada atuador em relação ao comprimento do mesmo estão representados no gráfico da Figura 49. 63 Figura 48: Elevação do pantógrafo x Comprimento do atuador [12] Figura 49: Força de 1 atuador x comprimento do atuador [12] Para realizar os cálculos de flambagem do atuador temos que simplificar a geometria do mesmo, a simplificação se resume em considerar que o atuador tem seu diâmetro constante de mesmo valor que a haste, pois se trata do menor diâmetro, sendo este o mais vulnerável à flambagem. Como agora se sabe a força do atuador e do comprimento do mesmo para cada uma das situações que o mesmo será submetido. Temos, então, condições de verificar se a haste suportará a carga, a mesma possui as propriedades mostradas 64 na Tabela 6. Inicialmente, realiza-se o cálculo da inércia da secção transversal pela Eq. (82) e área da secção transversal pela Eq. (83) para se calcular o raio de giração da haste. Esse cálculo é realizado pela Eq. (22), obtendo o valor mostrado na Eq. (84). Tabela 6: Propriedades da haste [12] Diâmetro da haste (d) σe(Tensão de escoamento do material) E (Módulo de Elasticidade Longitudinal) Condição de contorno da fixação (Figura 24) 35 mm 350 MPa 200.000 MPa 1 (bi-articulados) 35 ².π = 962 mm ² 4 (82) I= 35 4.π = 73662 mm 4 64 (83) r= 73662 = 8,75mm 962 (84) A= Sabendo o raio de giração, calcula-se a esbeltez pela Eq. (23), para cada comprimento do atuador, obtendo os valores representados pelo gráfico da Figura 50. Figura 50: Esbeltez da haste [12] 65 Após, calcula-se o Fator Cc pela Eq. (24), para verificar o critério de cálculo usado para cada uma das 16 condições, obtém-se o fator Cc = 106. Com base nesse, sabemos que temos que realizar o cálculo da tensão admissível pelo critério de Euler para os casos em que a esbeltez da haste possui um valor igual ou superior a 106 e inferior pelo critério de vigas curtas e intermediárias recomendado pela AISC. Os cálculos da tensão admissível pelo critério de Euler consistem no cálculo da tensão crítica pela Eq. (25) e posterior, o cálculo da tensão admissível pela Eq. (26), onde se obtém os valores das tensões admissíveis mostradas pelo gráfico da Figura 51. Figura 51: Gráfico da tensão versus esbeltez pelo critério de Euler [12] Também se realiza o dimensionamento pelo critério de vigas curtas e intermediárias. Esse é obtido pelo cálculo da tensão crítica realizado pela Eq. (27), cálculo do coeficiente de segurança pela Eq. (28), que varia conforme a esbeltez da viga e o cálculo da tensão admissível pela Eq. (29), onde os resultados da tensão admissível estão representados no gráfico da Figura 52. 66 Figura 52: Gráfico da tensão versus esbeltez pelo critério de vigas curtas e intermediárias [12] Para calcular a tensão atuante na haste, utiliza-se a Eq. (1), os resultados estão representados para cada esbeltez na Figura 51 e Figura 52, pois a tensão varia conforme a posição do pantógrafo (pelo fato da força do cilindro variar conforme a elevação). Como observa-se nas figuras, em nenhum dos critérios a tensão atuante na haste ultrapassou a tensão admissível, atendendo os requisitos do projeto, sendo o caso mais crítico para o atuador aberto, conforme pode se verificar na Figura 51, onde a esbeltez ficou com valor de 152, a tensão admissível em 44 N/mm² e a atuante na peça de 42 N/mm². 3.4 DIMENSIONAMENTO DA ARTICULAÇÃO CENTRAL C 3.4.1 Dimensionamento do eixo da articulação C Escolhe-se o material SAE 1045 como material do eixo, pelo fato de ser um material com um teor de carbono mais elevado, consequentemente possuindo uma dureza superior e boa resistência a abrasão, que é necessário, pois o mesmo vai deslizar sobre a bucha. O eixo também precisa ter um bom acabamento superficial para diminuir o atrito entre ele e a bucha, especificado pelo fabricante da bucha como menor de 0,4 µm, conforme mostrado no anexo C. O mecanismo possui duas 67 articulações centrais, então a força em C deve ser dividida por dois para realizar o dimensionamento dessa. A montagem desse eixo será realizada conforme Figura 53, a partir da interpretação dessa, obtém-se o diagrama de corpo livre equivalente na Figura 54. Esse será submetido a flexão e cisalhamento, porém em pontos diferentes, pois a máxima tensão normal oriunda da flexão ocorre na extremidade do diâmetro do eixo onde o cisalhamento é zero e a máxima tensão de cisalhamento ocorre na região de linha neutra onde a tensão oriunda da flexão é zero, tendo que calcular o eixo para os dois tipos de solicitação. Os dados utilizados para dimensionamento estão mostrados na Tabela 7. Figura 53; Geometria do eixo [12] Figura 54: Diagrama de corpo livre do eixo da Figura 53 [12] 68 d = t = Diâmetro L12 L13 σe c = d/2 Tabela 7: Dados para dimensionamento do eixo C [12] Dados Valor 50 mm 60 mm 2 mm 370 MPa 25 mm Inicialmente, realiza-se o cálculo da tensão de cisalhamento utilizando a Eq. (5), portanto, é necessário calcular a metade da área da secção transversal do eixo denominada como A’, conforme mostrado na Eq. (85). A' = 50 ²π = 981 ,75 mm ² 8 (85) Posterior calcula-se o y pela Eq. (86). y= 3 3 .r = .25 = 9,375 mm 8 8 (86) A Inércia pela Eq. extraída do anexo B, resultando na Eq. (87). I= 254 π = 306796,875mm4 4 (87) Agora consegue-se calcular o momento estático através da Eq. (6), obtendo o valor mostrado na Eq. (88). Q = 981,75mm ².9,375mm = 9203,9mm³ (88) Então calcula-se a tensão de cisalhamento pela Eq. (5), resultando na tensão da Eq. (89). τ xy = 76340,5N.9 203,9mm³ = 45,8 N / mm ² 306796,875 mm 4 .50mm (89) Para comparar com o cálculo da tensão máxima, realizado na Eq. (89), realiza-se o cálculo da tensão média, calculado como cisalhamento puro pela Eq. (4) resultando na Eq. (90), representando uma diferença de 18 % na tensão. 69 τ med = 76340 ,5 N = 38,88 N / mm ² 1963,5mm ² (90) Para realizar o cálculo da tensão normal precisa-se calcular a flexão no eixo, essa é calculada pela Eq. (91). Mf = 0,5.FC.(0,5.L12 + L13) = 0,5.152681N .(0,5.60mm + 2mm) = 2442895 Nmm (91) Então calcula-se a tensão normal pela Eq. (11), resultando nos valores da Eq. (92) σ= M .c 2442895Nmm.25mm = = 199N / mm² I 306796,875mm4 (92) Para verificar se o eixo atenderá a aplicação, é necessário calcular a tensão admissível para a flexão através da Eq. (20) e para o cisalhamento pela Eq. (21). σ adm τ adm = 370 N/mm² = 243,4N/mm² 1,52 (93) 213,5 = 140,46N/mm ² 1,52 (94) = Como a tensão normal e de cisalhamento está abaixo da tensão admissível, o diâmetro escolhido suportará a carga. Observa-se que a tensão admissível está 44,4 MPa acima da tensão normal. Considerando isso, pode-se diminuir mais o diâmetro do eixo, porém, o diâmetro calculado não se enquadraria em uma bitola comercial, aumentando os custos. 3.4.2 Dimensionamento da bucha da articulação C Escolheram-se buchas comerciais por terem um custo atrativo e disponibilidade no mercado por vários revendedores de peças, não limitando o cliente na compra das mesmas do fabricante do equipamento, agilizando a manutenção do equipamento. As principais características das buchas adotadas DU do fabricante GGB, são: 70 • Material para aplicação a seco, com excelente propriedade de atrito e desgaste em uma ampla faixa de condições de carga, velocidade e temperatura. • São aplicadas na indústria aeroespacial, equipamentos agrícolas, equipamentos de construção, equipamentos de manuseio de materiais, máquinas de moldagem - metal, plástico e borracha; equipamentos de escritório, equipamentos médicos e científicos, equipamentos para embalagem, cilindros pneumáticos e hidráulicos, bombas e motores, ferrovias e vias para trens elétricos, maquinário têxtil, válvulas, etc. As propriedades mecânicas das buchas constam no anexo C, junto com essas o fabricante recomenda a máxima tensão admissível devido ao tipo de carregamento e número de ciclos desejados para o equipamento. Classifica-se a aplicação em cargas dinâmicas com movimentos oscilatórios, onde a pressão adm. para 100.000 ciclos é de 30 MPa, sendo adotado o valor de 100.000 ciclos pois satisfaz um ano de operação do equipamento durante uma jornada de 24 h por dia. Como o mecanismo possui duas articulações centrais, a força em C deve ser dividida por dois para se realizar o dimensionamento da bucha mostrada anteriormente como 01 na Figura 53. O dimensionamento da mesma será realizado através da tensão de esmagamento da bucha pela Eq. (1), onde a área é a projetada, calculada pela Eq. (7), onde t é a largura da peça representada por L12, unem-se as Eq. (1) e (7) e isola-se L12, conforme mostrado na Eq. (95) onde se obtém a largura mínima da bucha. L12 = 0,5 .FC 76340 ,5 N = = 50 ,9 N / mm ² d .σ adm 50 mm .30 N / mm ² (95) Obtém-se uma bucha com largura mínima de 50,9 mm, como essa medida não é padrão comercial, escolhemos a bucha de maior largura mais próxima, sendo a bucha de 60mm, aumentando a vida útil da mesma. 3.5 DIMENSIONAMENTO DA ARTICULAÇÃO LATERAL A 71 3.5.1 Dimensionamento da bucha A Utiliza-se o mesmo modelo de bucha que foi utilizada na secão 3.4.2, porém com as dimensões adequadas para os esforços que as mesmas serão submetidas nos dois mancais da articulação A. Como são dois mancais, a carga de A será dividida por dois. Essa bucha será dimensionada pela tensão de esmagamento através da Eq. (1), onde a área é calculada pela Eq. (7), as Eq. são unidas e o diâmetro é isolado conforme Eq. (96). Os dados utilizados nos cálculos estão expressos na Tabela 8. FA L12 σadm Tabela 8: Dados para dimensionamento da bucha da articulação A [12] Dados Valor 147912 N *60 mm 30 N/mm² (* )Mesma largura da articulação C, facilita a montagem. d= 0,5.F A 73956 N = = 41mm σ .L12 30 N / mm ².60 mm (96) Foi obtido um diâmetro de eixo de 41mm, levando em consideração que o diâmetro comercial mais próximo é de 45 mm ou de 40 mm escolhe-se o de 40 mm, pois a tensão vai aumentar para 30,8 N/mm², reduzindo sua vida útil, porém de maneira insignifcativa. 3.5.2 Dimensionamento do eixo do mancal A O eixo que fará a fixação do mancal A, também será construído com o material SAE 1045, possuindo sua fixação de acordo com a mostrada na Figura 55 resultando no diagrama de corpo livre mostrado na Figura 56. 72 Figura 55; Geometria do eixo [12] Figura 56: Diagrama de corpo livre para o eixo da articulação A [12] Em um primeiro instante, interpreta-se que o diagrama resultante da Figura 55 seria engastado, não rotulado conforme mostra a Figura 56, porém após simulação feita no software AutoCAD Mechanical mostrada no anexo D, nota-se que a deformação do eixo na região do furo é muito pequena, sendo inferior a folga do furo do suporte do eixo, então se comportando como uma rótula. O eixo será submetido, a flexão e cisalhamento,sendo o local de maior tensão à flexão, na metade da dimensão L14, possuindo a magnitude da tensão na superfície externa, já a maior tensão provocada pelo cisalhamento acontecerá entre o mancal 03 e o suporte 01 conforme mostra anteriormente Figura 55, onde seu valor máximo ocorre no centro do eixo (linha neutra). Como ambas não acontecem no mesmo ponto, serão avaliadas individualmente, conforme veremos a seguir. Como calculado na seção 3.5.1, o diâmetro mínimo do eixo para o esmagamento da 73 bucha é de 40 mm, então faz-se os cálculos de tensão no eixo para ver se esse resiste. Tabela 9: Dados para dimensionamento do eixo da articulação A [12] Dados Valor Diâmetro (d) 40 mm 0,5 Força em A (FA) 73956N L12 60 mm L14 65 mm Força por unidade de comprimento (q) 73956 / 60 = 1232,6 N/mm Reações RG = RH 73956 / 2 = 36978 N Distância momento máximo (x) 32,5 mm c=d/2 20 mm Como a peça vai ser submetida à flexão e cisalhamento, o cisalhamento deve ser calculado pela Eq. (5), para isto devemos calcular a A’ e y conforme descrito na seção 1.1.2, esses são calculados conforme Eq. (97) e (98). A' = 40 ²π = 628 ,32 mm ² 8 (97) y= 3 3 .r = .20 = 7 ,5 mm 8 8 (98) Com base nos dados calculados anteriormente, consegue-se calcular o momento estático através da Eq. (6), obtendo o valor mostrado na Eq. (99). Q = 628,32mm ².7,5mm = 4712,4mm ³ (99) Também calcula-se a inércia da secção transversal pela Eq. (100). I= 204 π = 125664mm4 4 (100) Então, calcula-se a tensão de cisalhamento pela Eq. (5) Obtém-se a tensão de cisalhamento da Eq. (101) τ= 73956 N .4712,4 mm ³ = 34,7 N / mm ² 2.125664 mm 4 .40 mm (101) 74 Verifica-se que a tensão de cisalhamento calculada pela Eq. (101) não ultrapassou a tensão adm de cisalhamento calculada pela Eq. (94), então o diâmetro de 40 mm atende pelo critério de cisalhamento. Agora, faz-se a verificação pelo critério da tensão normal provocada pela flexão. Como a carga está no centro da viga sabemos que o maior momento fletor está no centro desta, então faz-se o cálculo do momento para esta posição. A Figura 57 mostra o diagrama de corpo livre para cálculo do momento fletor pela Eq. (103). Figura 57: Diagrama de corpo livre [12] p.( x − 2,5mm) 2 M = ( RG .x) − 2 1232,6 N / mm.(32,5mm − 2,5mm)² M = (36978N .32,5mm) − = 647115Nmm 2 (102) (103) Então, calcula-se a tensão oriunda do momento fletor pela Eq. (11), onde obtém-se a tensão expressa pela Eq. (104). σ = 647115 N .mm .20 mm = 103 N / mm ² 125664 mm 4 (104) Como a tensão calculada na Eq. (104) não ultrapassou a tensão admissível, calculada pela na Eq. (93), o eixo vai resistir, como se pode perceber o diâmetro poderia ser menor, pois a tensão no eixo está bem abaixo da tensão admissível. Esse poderia ter diâmetro de 30 mm, que atenderia a tensão admissível, a tensão normal e ao cisalhamento, porém causaria problemas na bucha, obrigando a utilizar o diâmetro de 40 mm, ou aumentar largura do mancal, situação indesejada devido à montagem do mecanismo. 75 3.5.3 Dimensionamento do mancal A O mancal que acomodará a bucha será construído com um tubo sem costura. Optou-se pelo material ST 52 (anexo E), que será soldado em um dos seus lados na alavanca AE, conforme mostrado na Figura 58. Sendo assim, o mesmo vai ser submetido a um esforço de tração, onde a área perpendicular a direção da força deve suportar a carga da articulação A. Também vai existir o esmagamento na face de contato do mancal com a bucha, porém o material do mancal terá propriedades mecânicas superiores ao da bucha, onerando o cálculo pelo fato da área já estar adequada para a situação crítica de tensão de esmagamento da bucha. O dimensionamento da área tracionada do mancal será realizado, com base nas características já dimensionadas anteriormente mostradas na Tabela 10. Tabela 10: Dados para dimensionamento do mancal A [12] Dados Valores L12 60 mm Diâmetro do eixo (d) 40 mm Espessura da parede da bucha (t) 2 mm Diâmetro interno (di) 44 mm Diâmetro externo (de) 55,5 mm 0,5 Força em A (FA) 73956 N σe (Anexo E) 345 MPa Figura 58: Geometria do mancal [12] Calcula-se a tensão nesse caso usando a Eq. (2), onde a área utilizada para o cálculo é calculada pela Eq. (3), resultando no valor da Eq. (105). 76 A = (55,5 − 44)mm.60mm = 690mm² (105) Também necessita-se obter o concentrador de tensão. Este é obtido a partir da interpretação da Figura 6 mostrada anteriormente, entrando com as relações geométricas calculadas pelas Eq. (106) e (107). O fator de concentração (kt) encontrado foi de 2,1. Curva = h 27 ,75 mm = = 0,5 w 55,5mm Eixo _ horizontal = di 44 mm = = 0,79 w 55,5mm (106) (107) Com base nos dados obtidos anteriormente, conseguiu-se calcular a tensão máxima no mancal conforme mostra a Eq. (108). σ max = 73956N .2.1 = 225N/mm ² 690mm² (108) Para verificar se o diâmetro escolhido atende os requisitos da norma, calculase a tensão admissível pela Eq. (20), obtendo o valor da Eq. (109). σ adm = 343 N/mm² = 225,7 N/mm² 1,52 (109) Observa-se na Eq. (109), que a tensão atuante na peça calculada pela Eq., (108) é inferior a tensão admissível para o material utilizado, assim atendendo os requisitos de resistência da norma utilizada. 3.6 DIMENSIONAMENTO DO EIXO E e B Nas articulações E e B têm-se um rolo composto de rolamentos e uma capa externa que é montada em cada extremidade do eixo, conforme pôde ser visto anteriormente na Figura 33. O rolo se movimenta na horizontal conforme acontece a elevação do pantógrafo, esse movimento causa um aumento na reação sobre o rolo 77 e consequentemente sobre o eixo, possuindo a magnitude de força quando o pantógrafo estiver na elevação máxima. Esse pode ser exemplificado pela Figura 59, onde a medida L13 permanece constante, assim como a força, gerando sempre o mesmo momento sobre a placa (item 01), sendo a reação em E obtida pela divisão do momento pela dimensão L11, sendo que o valor dessa está diminuindo conforme a elevação do pantógrafo. A reação vai aumentando conforme mostrado pelo gráfico da Figura 60, sendo a maior reação de 27826 N. Figura 59: Diagrama de corpo livre equivalente [12] Figura 60: Gráfico da variação da reação no eixo B e E, conforme elevação do mecanismo [12] 78 O eixo que acomoda o rolamento é engastado no tubo e soldado conforme a Figura 61, este é submetido à flexão, sendo avaliado em dois locais, no menor e maior diâmetro pelo fato de ambos serem submetidos a momentos diferentes. A Força aplicada sobre cada eixo é a metade da reação em E e B, pelo fato de se ter dois rolos. Figura 61: Desenho representativo do eixo de suporte do rolo soldado nos tubos [12] Para dimensionar o eixo, necessita-se calcular a inércia do mesmo pela Eq.. extraída do anexo B, resolvida na Eq. (110). I= 12,54 π = 19174,8mm4 4 (110) Posteriormente, é obtido o concentrador de tensão através da Figura 21, vista anteriormente, entrando com as relações geométricas calculadas pelas Eq. (111) e (112). Curva = D 44,45mm = = 1,78 d 25mm Eixo _ horizontal = r 5mm = = 0,2 d 25mm (111) (112) Obtém o kt= 1,4, então, calcula-se o momento fletor sobre o primeiro eixo, esse é calculado pela Eq. (113). M = 0,5.FE.x1 = 13913N .15mm = 208695Nmm (113) 79 A tensão é calculada pela Eq. (13), resultando nos valores mostrados na Eq. (114). σ max = 208695Nmm. 12,5mm .1,4 = 190,5 N/mm² 19174,8 mm 4 (114) Para verificar se o material escolhido atende aos requisitos da norma, calculase a tensão admissível para o material escolhido, SAE 1020, que possui a tensão de escoamento de 295 N/mm², conforme tabela do Anexo G. Essa é calculada pela Eq. (20), resultando na tensão admissível da Eq. (115). σ adm = 295 N/mm² = 194N/mm² 1,52 (115) Verifica-se que a tensão máxima não ultrapassou a admissível, sendo assim, o eixo de diâmetro de 25 mm com raio de adoçamento de 5 mm atende os requisitos de resistência. Necessita-se calcular se o eixo suportará na região de maior momento e maior diâmetro, localizada na união do mesmo com o tubo, conforme mostra anteriormente a Figura 61. Para isso, calcula-se a inércia pela Eq. (116), o momento fletor pela Eq. (117) e posteriormente a tensão média pela Eq. (118), calcula-se a tensão média pelo fato de não conseguir mensurar analiticamente a concentração de tensão para situação em questão. I= 22,224 π = 191627,6mm4 4 (116) M = 0,5.FE.x2 = 13913N .92mm = 1279996Nmm (117) 1279996Nmm .22,22mm = 148,42N/mm ² 191627,6mm 4 (118) σ med = Após cálculo, verifica-se que o diâmetro de 44,45 mm atende os requisitos da norma utilizada para dimensionamento. A tensão admissível do material é 30 % maior que a atuante na peça, assim tendo uma segurança maior pelo fato de não ter sido considerado o concentrador de tensão no cálculo. 80 3.7 DIMENSIONAMENTO DO TUBO DO SUPORTE DO CILINDRO A força do atuador hidráulico é transmitida através de um tubo 7 mostrado anteriormente na Figura 35, esse possui a secção circular pelo fato de ser submetido a um elevado torque, pois as secções circulares possuem um desempenho superior à torção, que os tubos com secção quadrada. Os dados utilizados para o dimensionamento do mesmo estão expressos na Tabela 11. Tabela 11: Dados para dimensionamento do tubo [12] Dados Valores 78 mm 56 mm 225,7 N/mm² 72 mm 1029 mm 150 mm 39 mm Diâmetro externo (de) Diâmetro interno (di) σadm= EQ (109) L15 L16 L17 c = D/2 Como pode se verificar no digrama de corpo livre da Figura 62, o eixo é engastado nas duas extremidades e é submetido ao esforço torçor e à flexão, o torque é calculado pela Eq. (119), onde a dimensão L17 está representada anteriormente pela Figura 40 e é aplicada somente a metade da força do atuador devido a dois dos quatro suportes estarem soldados nas alavancas não gerando torção nem flexão ao tubo. Figura 62: Diagrama de corpo livre [12] T = (0,5.FCil .L17 ) / 2 = (76340,5 N .150mm) / 2 = 5725537,5 Nmm (119) 81 Calcula-se a inércia polar pela Eq. (10), sendo o resultado representado na Eq. (120). J= 39mm4 π 28mm4 π − = 2668445,2mm4 2 2 (120) Então calcula-se a tensão atuante na peça pela Eq. (8), resultando na tensão expressa pela Eq. (121). τ = 5725537,5N mm.39mm = 83,7 N/mm² 2668445,2m m 4 (121) O diagrama representado pela Figura 62 é estaticamente indeterminável. O cálculo do momento fletor para este é bastante trabalhoso, então se opta em calcular o mesmo pelo Software AutoCAD Mechanical. Conforme pode ser visto no Anexo H, o resultado obtido foi um momento de 2.555.900 Nmm. Calcula-se a inércia de área do tubo pela Eq. (122). I= J = 1334222,6mm4 2 (122) Então é realizado o cálculo da tensão normal no tubo pela Eq. (11), e obtêmse os resultados expressos pela Eq. (123). σ= 2555900Nmm .39mm = 74,7N/mm² 1334222,6m m 4 (123) Como essa peça possui tensão normal e de cisalhamento no mesmo ponto, temos que calcular a tensão equivalente para os dois estados de tensão pelo critério de von Mises. Para chegar ao resultado deve-se calcular primeiro a σmax= σ1 pela Eq. (14) e σmin= σ3 pela Eq. (15), então calcula-se a tensão de von Mises pela Eq. (16), resultando na tensão expressa pela Eq. (124). σ VM = 129²− (129.- 54,3)+ (-54,3)²=163,1N/mm² (124) 82 Verifica-se que o eixo está atendendo os critério de segurança exigido pela norma, pois a tensão de von Mises da Eq. (124) está abaixo da tensão admissível da Eq. (109). 3.8 DIMENSIONAMENTO DA BARRA AE A barra AE mostrada na Figura 63 pode ser considerada como uma viga pelo fato da mesma possuir uma força perpendicular ao seu comprimento. Esta viga está rotulada na articulação A e C, sendo submetida a força FE,y, no ponto E e um momento fletor em yy que é transmitido pelo eixo da articulação C . Escolhem-se dois perfis para formar cada barra estes possuem a secção tubular retangular pelo fato do mesmo possuir maior inércia com menor massa quando comparados com perfis retangulares maciços, na Tabela 12 constam os dados necessários para realizar o dimensionamento das barras AE e BD. Tabela 12: Dados para dimensionamento das barras [12] Dados Valores Altura externa do tubo (he) 150 mm Largura externa do tubo (be) 50 mm Altura interna do tubo (hi) 137,3 mm Largura interna do tubo (bi) 37,3 mm θ1 5,82° θ3 24,8° L1 2210 mm L2 1105 mm L18 389 mm F D= F E 17500 N c1 75 mm c2 25 mm Obs: Os cálculos serão realizados considerando somente metade da carga e um dos dois perfis iguais que compõem cada barra (conjunto alavanca, Figura 34). 83 Figura 63: Diagrama de corpo livre da barra AE [12] Para realizar o dimensionamento da barra AE inicialmente calcula-se o momento fletor formado pela força FE através da Eq. (125). M xx = 0,5.FE . cos θ 1°.L2 = 8750 N . cos 5,82 .1105 mm = 9618911 ,2 Nmm (125) Posteriormente, calcula-se a inércia em xx através da Eq. extraída do anexo B resultando nos valores da Eq. (126). I xx = 1503.50 137,33.37,33 − = 6017256mm4 12 12 (126) Então calcula-se a tensão normal xx pela Eq. (11) obtendo a tensão da Eq. (127). σ xx = 9618911,2N mm.75mm = 119,9N/mm² 6017256mm 4 (127) Em seguida calcula-se a inércia em yy através da Eq. extraída do anexo B resultando nos valores da Eq. (128). I = yy 503.150 37,333.137,3 − = 968733mm4 12 12 (128) Então calcula-se a tensão normal yy pela Eq. (11), onde o momento atuante na direção yy é transmitido pelo eixo da articulação C para a barra AE calculado anteriormente na Eq. (91) resultando nos valores da Eq. (129). 84 σ yy = 2442896Nmm .25mm = 63N/mm² 7968733mm 4 (129) Como se tratam de tensões combinadas temos que calcular a tensão de von Mises. Para chegar ao resultado, deve-se calcular primeiro o σmax= σ1 pela Eq. (14) e σmin= σ3 pela Eq. (15), então calcula-se a tensão de von Mises pela Eq. (16), resultando no valor da Eq. (130). σ VM = 120²− (120. - 63,1)+ (-63,1)²=161,1.N/mm² (130) Posteriormente se calcula a tensão admissível para o material do tubo VHB 250 do anexo I, este é realizado através da Eq. (20), resultando no valor da Eq. (131). σ adm = 250 N/mm² = 164,5N/mm² 1,52 (131) Como se pode verificar, a tensão atuante na peça calculada pela Eq. (130) está abaixo da tensão admissível do material, mostrada pela Eq. (131), assim atendendo os requisitos de segurança do dimensionamento exigido pela norma. 3.9 DIMENSIONAMENTO DA BARRA BD A barra BD mostrada na Figura 64 é submetida ao mesmo momento fletor da barra AE na sua região central onerando o cálculo desta pois ambas são construídas com o mesmo perfil, então possuem a mesma inércia, porém a barra BD vai possuir o suporte do atuador fixo sobre ela, conforme mostra anteriormente a Figura 35, devido à geometria do suporte, o mesmo provoca uma variação brusca na geometria do conjunto, assim formando um concentrador de tensão, que pelo fato de não ser de nem uma geometria clássica não conseguimos determiná-lo analiticamente, então calcula-se a tensão nesta região sem considerar o concentrador de tensão que será obtido nos cálculos numéricos. 85 Figura 64: Diagrama de corpo livre da barra BD [12] Inicialmente calcula-se o momento fletor na viga pela Eq. (132), M xx = 0,5.F D. cosθ1 °.( L2 − L18 ) = 8750N . cos .5,82°.(1105mm − 389mm) = 6232706,25Nmm (132) Então calcula-se a tensão normal xx pela Eq. (11), onde obtêm-se os valores na Eq. (133). σ xx = 6232706,25 Nmm.75mm = 77,7N/mm² 6017256mm 4 (133) Então calcula-se a tensão normal yy pela Eq. (11), onde o momento atuante é de 2555900 Nmm transmitido pelo tubo suporte do cilindro à barra BD resultando nos valores da Eq. (134). σ yy = 2555900Nmm .25mm = 66N/mm² 968733mm 4 (134) Como se tratam de tensões combinadas, temos que calcular a tensão de von Mises. Para chegar ao resultado, deve-se calcular primeiro o σmax= σ1 pela Eq. (14) e σmin= σ3 pela Eq. (15), então calcula-se a tensão de von Mises pela Eq. (16), resultando no valor da Eq. (135). σ VM = 77,7²− (77,7. - 66)+ (-66)²=124,5.N/mm² (135) 86 Como a tensão máxima da Eq. (135) não ultrapassou a tensão adm da Eq. (131) o tubo atende as exigências da norma. 3.10 CÁLCULO DO SUPORTE DO CILINDRO O atuador é fixo em quatro suportes conforme pôde ser visto anteriormente na Figura 33, este será dimensionado pela tensão normal provocado pela flexão, onde o ponto de maior momento sobre o suporte será nas proximidades do tubo conforme mostra a Figura 65, que coincide com o corte da secção transversal. Além da flexão, avalia-se a tensão normal provocada pelo esmagamento no furo. Os cálculos são realizados com os dados da Tabela 13. Tabela 13: Dados para dimensionamento do suporte do atuador [12] Dados Valores Altura da chapa (h) 118 mm Largura da chapa (b) 12,7 mm Diâmetro do furo (d) 40 mm 0,25FCil 38170 N θ4 27,4° x 130 mm c 59 mm 250 N/mm² σe(ASTM A36) Figura 65: Suporte do cilindro [12] Inicialmente calcula-se a inércia da secção transversal pela equação extraída do anexo B, resultando no valor da Eq. (136). 87 I xx = h3.b 1183.12,7 = = 1738875,5mm4 12 12 (136) Posteriormente é calculado o momento formado pela força perpendicular à secção da inércia pela Eq. (137). M xx = 0,25 .FCil . cos θ 4 °.x = 38170 N . cos 27 ,4.130 mm = 4405428 ,7 Nmm (137) Então se calcula a tensão normal provocada pelo momento fletor através da Eq. (11) resultando no valor da Eq. (138), porem foi desconsiderado a tensão normal axial provocada pela força Fx. σ xx = 4405428,7N mm.59mm = 149,5N/mm² 1738875,5m m 4 (138) A tensão de esmagamento é calculada através da Eq. (1) resultando na tensão média expressa pela Eq. (139) σ med = 38170 N = 75N/mm ² 40.12,7 (139) Então se calcula a tensão admissível pela Eq. 20, onde se obtém o valor da mesma na Eq. (140). σ adm = 250 N/mm ² = 164,5 N/mm ² 1,52 (140) Como se verifica, as tensões atuantes no suporte, expressas pelas EQ. (138) e (139) não ultrapassam a tensão admissível expressa pela EQ. (140), assim atendendo os requisitos de segurança no dimensionamento exigido pela norma. 3.11 RESULTADOS OBTIDOS NOS CÁLCULOS ANALÍTICOS 88 Para melhorar a visualização dos resultados obtidos nos cálculos analíticos os mesmos foram expostos na Tabela 14. Tabela 14: Resultados do dimensionamento analítico [12] Item Diâmetro do atuador Dimensão [mm] θ 76,2 Material - Diâmetro da haste do atuador θ 35 SAE 1045 Diâmetro do eixo A θ 40 SAE 1045 Bucha do mancal A θ 40 x θ 44 x 60 DU θ 55,5 x θ 44 x 60 ST 52 Diâmetro menor do eixo B θ 25 SAE 1020 Diâmetro maior do eixo B θ 44,45 SAE 1020 Diâmetro do eixo C θ 50 SAE 1045 Bucha do mancal C θ 55x θ 50 x 60 DU θ 66,5 x θ 55 x 60 ST 52 θ 40 θ 44 x θ 40 x 60 SAE 1045 DU θ 55,5 x θ 44 x 60 ST 52 Diâmetro menor do eixo E θ 25 SAE 1020 Diâmetro maior do eixo E θ 44,45 SAE 1020 θ 78 x θ 56 ST 52 Mancal A Mancal C Diâmetro do eixo D Bucha do mancal D Mancal D Tubo do suporte do cilindro Observação Pressão de 167 bar no atuador Dimensionada considerando que o atuador possui a mesma inércia da haste em toda sua extensão. E eixo cromado para reduzir o atrito. Eixo cromado para atender a rugosidade mínima da bucha de 0,4 µm. Dimensionado para suportar a carga máxima durante 100.000 ciclos. Tubo sem costura. Diâmetro do assento do rolamento, considerando que o mesmo terá um raio de adoçamento de 5 mm Eixo cromado para atender a rugosidade mínima da bucha de 0,4 µm. Dimensionado para suportar a carga máxima durante 100.000 ciclos. O mancal C tem 3,2 % a mais de força que o mancal A, porem é engastado em toda sua circunferência no tubo, reforçando o mesmo. Adota-se a mesma parede do tubo utilizado na articulação A. A articulação D será submetida a uma carga inferior a do mancal A, porem por motivo de padronização de peças (reduzir tempo de manufatura) adota-se o mesmo eixo, bucha e mancal da articulação A. Será submetido a mesma força da articulação B, então onera-se o cálculo e adota-se o mesmo diâmetro. Será submetido ao mesma força da articulação B, porem possui um comprimento menor em balanço (gera menor momento), podendo reduzir o diâmetro do eixo, porem por padronização adota-se o mesmo diâmetro maior da articulação B. Dimensionado sem considerar os concentradores de tensão, pois 89 Tubo da alavancas AE Alt.150 x Larg. 50 x Esp. 6,35 Tubo da alavancas BD Alt.150 x Larg. 50 x Esp. 6,35 Suporte do atuador Alt.118 x Esp.12,7 não se tratam de casos típicos. Dimensionado com tubos pelo fato dos mesmos possuírem maior inércia com menos massa, se comparados com perfis formados com barras maciças. A tensão do tubo BD na região central é a mesma do tubo AE, porem na região em que o suporte do cilindro é unido com o tubo BD terá uma concentração de tensão não calculada por não se tratar de um caso clássico. ASTM A36 90 4 SIMULAÇÃO NUMÉRICA PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Neste capitulo será desenvolvido os cálculos em elementos finitos do mecanismo pantográfico desenhado com as dimensões obtidas através dos cálculos da seção 3, sendo este implementado pelo software Ansys, os passos realizados para elaborar os mesmos estão expressos no fluxograma da Figura 66. Figura 66: Fluxograma dos passos das análises em elementos finitos [12] 91 4.1 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE FLAMBAGEM DA HASTE DO CILINDRO Neste capítulo, faz-se a simulação numérica da flambagem da haste do atuador dimensionado analiticamente na seção 3.3.2. Os softwares utilizados para realizar a mesma foi o de CAD Solid Works 2010 para desenhar as peças e o de MEF foi o Ansys Workbench 12.1, módulo Linear Buckling, atribuindo as condições de rotulado nas duas extremidades e aplicando a Força de 40232 N para o comprimento de 1334 mm (pior situação encontrada nos cálculos analíticos). A primeira simulação foi realizada considerando o atuador como sendo uma barra de secção uniforme com o diâmetro da haste, de 35 mm, conforme considerado no dimensionamento analítico. A malha gerada possui 13.108 nós e 6.712 elementos, resultando na deformação e fator de carga mostrada na Figura 67. Sendo o fator de carga (Load Multiplier) de 2,07. Temos esse como fator de segurança. Comparando o fator de segurança com o do cálculo analítico, tem-se um aumento de 8 % no coeficiente de segurança considerado no cálculo analítico, atendendo os requisitos da norma. Figura 67: Resultados da Simulação Numérica da Haste [12] 92 Como a geometria foi simplificada considerando a pior hipótese, devido aos recursos de cálculos analíticos disponíveis, a situação simulada anteriormente não corresponde a situação de geometria real de um atuador linear hidráulico, então modela-se o mesmo com a sua geometria do atuador completo, considerando que o mesmo tenha a haste e camisa unidas e realizam-se os cálculos com mesmas condições de contornos aplicadas no cálculo anterior, onde utiliza-se uma malha com 33.318 nós e 16.954 elementos e obtém-se a deformação e fator de carga mostrada na Figura 68. Sendo o fator de carga de 4,14, verifica-se que o atuador hidráulico está com um coeficiente de segurança maior do que o exigido pela norma. Figura 68: Resultados da Simulação Numérica do Atuador [12] 4.2 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PANTÓGRAFO Esta seção mostra a simulação numérica das alavancas do pantógrafo através do software Ansys Workbench 12.1, no módulo Static Structural e os resultados obtidos. 93 Para realizar a simulação, desenha-se o mecanismo abaixado no software de CAD Solid Works 2010, com as dimensões obtidas através do dimensionamento analítico, o mecanismo é simétrico então simplifica-se o cálculo desenhando somente metade do mecanismo e atribuindo a condição de contorno de simetria que considera o comportamento do mecanismo como um todo, agilizando o cálculo do mesmo. As condições de contorno do mecanismo estão expressas na Figura 69, onde: 1) Cylindrical Support (permite o movimento tangencial e fixo nas demais direções); 2) Remote Displacement (restrito na direção y e livre nas demais direções); 3) Joint cilíndrica (permite o movimento tangencial e fixo nas demais direções); 4) Remote Displacement (restrito na direção x e y e livre nas demais direções); 5) Força na direção y de 8750 N (metade da força da articulação E, pelo fato de ser somente um lado do pantógrafo); 6) Força de um atuador hidráulico de 76340,5 N distribuída nos dois olhais, resultando na força em x de 36091 N e em y de 12427 N para cada olhal; 7) Face de simetria; Figura 69: Condições de contorno do mecanismo pantográfico abaixado [12] Após gera-se a malha com 83.715 nós e 45.633 elementos resultando no mapa de tensões da Figura 70 e no mapa de deformações da Figura 71. 94 Figura 70: Mapa de tensão do pantógrafo abaixado [12] Figura 71: Mapa de deformações do pantógrafo abaixado [12] 95 4.2.1 Tensões na barra AE A Figura 72 e Figura 73 mostram o mapa de tensões de maior intensidade na barra AE, que possui a máxima tensão de 160,07 N/mm² (MPa), compara-se essa com a calculada analiticamente na seção 3.9, que resultou na tensão de 161,1 N/mm², verifica-se que o cálculo numéricos chegou praticamente no mesmo resultado do analítico. Barra AE Figura 72: Mapa de tensões da barra AE (vista superior) [12] Barra AE Figura 73: Mapa de tensões da barra AE (vista inferior) [12] 96 4.2.2 Tensões na barra BD A Figura 74 e Figura 75 mostram o mapa de tensões de maior intensidade da barra BD, essa é submetida aos mesmos esforços da barra AE na sua região central (nas proximidades da articulação C), porém a barra BD possui um dos suportes do atuador soldado em seu corpo gerando assim um concentrador de tensão pela descontinuidade da geometria, o cálculo numérico resultou em uma tensão de 184,4 N/mm² conforme a Figura 76, sendo a tensão calculada analiticamente de 124,5 N/mm², essa é encontrada na região mais afastada da descontinuidade. Barra BD Figura 74: Mapa de tensões da barra BD (vista superior) [12] Barra BD Figura 75: Mapa de tensões da barra BD (vista inferior) [12] 97 Barra BD Figura 76: Região de concentração de tensão da barra BD [12] A transição do suporte gerou um concentrador de tensão de 1,5, assim ultrapassando a tensão admissível para o material do tubo, para resolver este problema verificam-se quatro opções: 1) Reforçar a região de concentrador com uma chapa de envolvendo o tubo; 2) Colocar um tubo com propriedades mecânicas superior, 3) Fazer uma solda que dê continuidade entre o suporte e tubo, com um ótimo acabamento superficial ou 4) Não soldar o suporte no tubo BD, porém aumentaria o torque sobre o tubo de secção circular, tendo que aumentar seu diâmetro. 4.2.3 Tensões no suporte do atuador A Figura 77 mostra o mapa de tensões do suporte do atuador, no qual verifica-se a tensão próxima ao tubo com uma faixa de 149 N/mm² a 176 N/mm², possuindo um aumento comparado com o cálculo analítico de 18 % que resultou na tensão de 149,5 N/mm², pelo fato de não ter sido considerado a força axial. Na região do furo, a tensão de esmagamento calculada através do método numérico teve um aumento de 290 % (kt 2,9) comparado com o cálculo analítico da tensão média, 98 julga-se este ao concentrador de tensão que não foi avaliado no método analítico. Visto que o valor da tensão atuante ultrapassou a tensão admissível tem-se várias opções para deixar o suporte mais reforçado, sendo algumas destas: 1) Aumentar a espessura da chapa, 2) Aumentar o diâmetro do furo (não indicado pois vai super dimensionar o eixo), 3) Substituir o material por outro com maior tensão de escoamento ou 4) Soldar um reforço de secção circular somente na região do furo aumentando sua espessura localmente (somente no local necessário). Suporte Figura 77: Mapa de tensões no suporte do atuador [12] 4.2.4 Tensões no tubo circular A Figura 78 mostra o mapa de tensões no tubo de secção circular, nesse verifica-se que a tensão obtida no cálculo analítico 163,1 N/mm² confere com a tensão do cálculo numérico encontrada na face perpendicular à força aplicada no suporte, porém na Figura 79 verificam-se tensões 35 % superior entre os suportes, julga-se que essa divergência esteja acontecendo pelo fato da tensão calculada analiticamente ser válida somente para as faces afastadas do local de aplicação do torque. Mesmo assim, a tensão atuante no tubo não ultrapassou a admissível, atendendo as exigências da norma. 99 Tubo circular Figura 78: Mapa de tensão no tubo circular [12] Tubo circular Figura 79: Mapa de tensão no tubo circular [12] 4.2.5 Tensões no mancal A A Figura 80 mostra o mapa de tensão do mancal da articulação A, como se pode verificar, a tensão máxima neste, ocorre na face interna do mancal na região perpendicular à força aplicada, onde a máxima tensão resultante do cálculo numérico foi de 215,56 N/mm² 100 (MPa) que é inferior ao resultado obtido pelo cálculo analítico, que foi de 225 N/mm², julgase o decréscimo na tensão ao reforço formado pela tampa do tubo mostrada como 01 na Figura 80. 01 Mancal A Figura 80: Mapa de tensão do mancal A [12] Mancal A Figura 81: Mapa de tensões do mancal A [12] 101 4.2.6 Tensões no eixo B e E O mapa da tensão na articulação B e E para a posição abaixada está representada na Figura 82, nesta posição a tensão não possui sua maior magnitude, pois é o instante que a articulação B e E possui menor força, sendo a posição elevada a mais crítica para o eixo pela maior reação na articulação. Eixo E Eixo B Figura 82: Mapa de tensões no eixo da articulação B e E (pantógrafo abaixado) [12] Para verificar a tensão máxima no eixo da articulação B e E, realizam-se os cálculos para a posição elevada conforme mostra anteriormente a Figura 38, sendo aplicadas as mesmas condições de contorno mostradas anteriormente na Figura 69, porém aplicando as cargas respectivas para a posição, sendo essas em 5) Força de 27826 N e 6) Força de 40232 N, sendo em x 15720 N e em y 37034 N, resultando no mapa de tensões mostrado 102 na Figura 83 e Figura 84. A Figura 83 mostra a tensão máxima no eixo da articulação E, sendo a tensão máxima de 162,52 N/mm² (MPa) que ocorre no raio de transição dos diâmetros do eixo. Eixo E Figura 83: Mapa de tensões no eixo E para o mecanismo elevado [12] A Figura 84 mostra o mapa de tensão do eixo B, onde a tensão no raio de transição é de 163,57 N/mm² (MPa) e a tensão máxima do eixo que ocorre na região que o mesmo fica engastado com o tubo é de 192,85 N/mm² (MPa). Eixo B Figura 84: Mapa de tensões no eixo B para o mecanismo elevado [12] 103 Como se verifica na Figura 83 e Figura 84, a tensão obtida no raio de adoçamento foi 18 % a menos que no cálculo numérico, essa diferença acontece pelo fato de não possuir a curva de concentrador de tensão exata para as relações geométricas da peça, assim escolhe-se a curva de maior valor mais próxima que resulta em um concentrador de tensão superior ao real. Já no maior diâmetro se obteve um aumento de 30 %, esse ocorreu pois a tensão calculada foi a média pelo fato de não conseguir se obter o concentrador de tensão de forma analítica, o concentrador de tensão obtido através do cálculo numérico para essa geometria foi de 1,3. Mesmo com o acréscimo na tensão atuante na peça essa não ultrapassou a tensão admissível do material atendendo os requisitos da norma. 104 CONCLUSÃO Com a metodologia utilizada para dimensionar o mecanismo pantográfico, conseguiu-se realizar um dimensionamento que garante a eficiência do mesmo, sem a necessidade de atribuir grandes coeficientes de segurança devido à certeza dos resultados obtidos através da metodologia utilizada, assim resultando em um mecanismo pantográfico mais leve e barato. Durante o desenvolvimento do trabalho foram utilizados dois métodos de cálculos, o primeiro se trata da resistência dos materiais clássica, resolvida através de cálculos analíticos e segundo se trata de cálculos numéricos realizados através do método de elementos finitos implementado através do software Ansys 12.1. A primeira metodologia foi utilizada para realizar o pré-dimensionamento do mecanismo e a segunda para amparar o mesmo, pois devido à complexidade de algumas peças estas não podem ser resolvidas de maneira exata através de cálculos analíticos. Para realizar o dimensionamento do mecanismo foi realizado a revisão bibliográfica de resistência dos materiais clássica, onde os conteúdos da mesma foram expressos resumidamente de maneira clara e objetiva, facilitando a compreensão do mesmo para o leitor. Também foi realizado a revisão da teoria dos elementos finitos, está foi feita através de um exemplo de cálculo simples e dos procedimentos e cuidados para se realiza um cálculo em um software de MEF. Os resultados obtidos através dos métodos analíticos e numéricos para as peças com geometria simples tiveram pequena divergência entre os resultados, porém nos casos mais complexos houve uma diferença superior. Pode-se citar o caso da barra BD que tinha um suporte soldado em sua lateral provocando um 105 concentrador de tensão que não foi possível calcular através de cálculos analíticos por não se tratar de um caso clássico, assim causando uma divergência de 150 % em um ponto em específico. Sendo assim, com os resultados encontrados nos métodos, consegue-se elaborar uma planilha para dimensionamento dos mecanismos pantográficos, que contemple os fatores de concentração não mensurados antes, dispensando o dimensionamento numérico, assim agilizar o desenvolvimento de mecanismos pantográficos com dimensões especiais, além de poder ser feito por mão-de-obra menos qualificada, pois o projetista só necessita alimentar os dados de entrada para obter o dimensionamento do equipamento, não precisa ter conhecimento do método usado. Deixo como sugestões para trabalhos futuros: • A realização dos cálculos dinâmicos do mecanismo (pois agora conhecemos as massas e dimensões das peças) para comparação com os fatores recomendados pela norma EN 1570-1998. • A Realização dos cálculos de fadiga das regiões criticas para comparar com o coeficiente de segurança recomendado pela norma EN 1570-1998. • Validação experimental dos cálculos com o uso de extensometria. 106 REFERÊNCIAS [1] BEER, Ferdinand; JOHNSTON, Russel. Resistência dos Materiais. 3° edição, São Paulo: Pearson Makron Books, 1995. [2] ENGBRASIL. Aula de Resistência dos Materiais. Disponível em: <http://www.engbrasil.eng.br/pp/res/aula5.pdf>Acesso em 03/12/2011. [3] SHIGLEY, Joseph E.; MISCHKE, Charles R. Standard Handbook of Machine Design. 2° edição, EUA: McGraw-Hill, 1996. [4] Norma NF_EN_1570_1998, Safety Requirements for Lifting Tables. [5]AGENCIABRASIL. Déficit no faturamento de indústrias de máquinas e equipamentos. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-0525/aumento-de-importacoes-faz-faturamento-da-industria-de-maquinas-eequipamentos-despencar> Acesso em 04/12/2011. [6] NORTON, Robert L.. Projeto de Máquinas. 2° edição, Porto Alegre: Bookmann, 2004. [7] ASSAN, A. Ernesto. Método dos Elementos Finitos Primeiros Passos. 1ª edição. Campinas/SP. Editora Unicamp, 1999. 107 [8] DEMAR. Método de elementos finitos. Disponível em: <http://www.demar.eel.usp.br/metodos/mat_didatico/Metodo_dos_Elementos_Finitos .pdf>. Acesso em 21/12/2011. [9] JUNGBECK, Marcelo R. Dimensionamento de uma estrutura metálica para transporte de grãos através do método de elementos. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Panambi – 2002. [10] HAMMES, Daniel P. Projeto de estrutural para melhoria dos braços de uma garra hidráulica com deslocamento. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –UNIJUÍ, Panambi – 2004. [11] WEHRMANN, Tiago R. Comparação de cálculos estruturais analíticos com elementos finitos com diferentes malhas. Trabalho da disciplina de Projeto de Conclusão de Curso. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –UNIJUÍ, Panambi – 2010. [12] WEHRMANN, Tiago R. Desenhos no Software Auto CAD e SolidWorks, tabelas, gráficos e cálculos em elementos finitos no software Ansys Workbench 12.1. [13] MOTOM. Imagens de Plataformas Elevatórias. Disponível <http://motam.com.br/>Acesso em 22/12/2011 [14] CASCADE. Imagens de PuchPull. Disponível em: <http://www.cascorp.com/americas/en/mark55pushpull>Acesso em 22/12/2011 [15] Computador usado nos cálculos de elementos finitos: Notebook Dell Inspiron com processador core™ 2 duo CPU T6600 @ 2,20HGz, Memória RAM 3 GB em: 108 ANEXO A - Propriedades do aço SAE 1045 cromado 109 ANEXO B – Equações algébricas dos momentos de inércias de geometrias comuns Retângulo y y´ 3 bh bh 3 Ix´= Ix = 12 3 . h x´ x Iy´= b3h b3h Iy = 12 3 Jc = bh bh 2 ⋅ b 2 + h 2 Jo = b + h2 12 3 Triângulo Isósceles/Eqüilátero Ix´= bh 3 bh 3 Ix = 36 12 Iy´= b3h b3h Iy = 36 12 Jo = bh ⋅ b2 + h2 12 b y y h . x´ y´ . h x´ x x b b ( ) ( ) ) Círculo y´ R Ix´= . ( π ⋅ R4 4 Iy´= π ⋅ R4 4 x´ Jo = π ⋅ R4 2 Semicírculo y Ix = . π ⋅ R4 8 Iy = π ⋅ R4 8 x R Jo = π ⋅ R4 4 Quarto de Círculo y Ix = . π ⋅ R4 16 x R Jo = Iy = π ⋅ R4 8 π ⋅ R4 16 110 ANEXO C – Propriedades das buchas Du do fabricante GGB 111 ANEXO D – Simulação de deformação do eixo no software AutoCAD Mechanical Obtém-se a deformação máxima conforme mostra a tabela Max Deflexion = 0,0108 mm, também obtém-se a deformação do eixo dentro do furo do olhal com espessura de 13 mm, sendo de 7,27/Scale for Defl Line= 7,27/1055,2 = 0,0069 mm, sendo inferior a folga do furo, que possui o diâmetro de 40 0,03 com as respectivas 0,01 mm tolerâncias, assim fazendo com que este seja considerado como rotulado conforme a Figura 56. 112 ANEXO E – Propriedades do tubo ST 52 113 ANEXO F – Dimensões dos tubos ST 52 Obs: No dimensionamento do Mancal A, foi utilizado o Tubo de Diâmetro nominal de 56 mm, porém adotado para cálculo o diâmetro de 55,5 mm, que se refere ao diâmetro garantido após a usinagem. 114 ANEXO G – Propriedades mecânicas dos aços nas condições laminados normalizados e recozidos 115 116 ANEXO H – Cálculo do momento fletor no software AutoCAD Mechanical Como se verifica na tabela, o tubo é submetido ao momento de 2.555.900 Nmm. 117 ANEXO I – Propriedades e dimensões dos tubos Dagan 118 ANEXO J – Propriedades de chapas de aço (Metalgusa)