INSTITUTO de ESTUDOS SUPERIORES de FAFE, lda ESCOLA SUPERIOR de EDUCAÇÃO de FAFE Currículo e Aprendizagem Artur Ramísio Teoria e Desenvolvimento Curricular Mestrado em Ensino de Tecnologias da Informação e Comunicação Docente: Prof. Doutora Maria Celeste da Silva Leal de Sousa Lopes Currículo e Aprendizagem Índice Aprender e educar............................................................................................................. 1 O Currículo ....................................................................................................................... 4 A avaliação das necessidades ........................................................................................... 8 O Programa e a programação ........................................................................................... 9 Conclusão ....................................................................................................................... 10 Bibliografia ..................................................................................................................... 13 Aprender e educar A capacidade de se educar é a principal característica do ser humano, pois, diferentemente das outras espécies animais, tem capacidades intelectuais que lhe permitem criar e alterar experiências e conhecimentos adquiridos. Apetrechar os indivíduos para que sejam capazes utilizar capazmente esta capacidade, ou seja, para que sejam capazes de modificar comportamentos através da racionalização das suas experiências e conhecimentos, é a principal função da educação. Assim, no contexto da escola, para além de conhecimentos profundos sobre os assuntos a ensinar, a principal habilidade exigida aos professores é a de serem capazes de prover os meios e as formas para que o aluno recrie as suas experiências e conhecimentos, que o mesmo é dizer, para que ocorra um processo de aprendizagem. Com efeito, só quando ocorre este processo de recriação, no qual o que se aprende é compreendido e interiorizado de modo a ser-se capaz de explicar o seu significado por palavras próprias, é que ocorre a aprendizagem. Neste atribuir de sentido à informação há, portanto, um processo de reconstrução dos conhecimentos dos sujeitos, na medida em que a informação recebida é confrontada com referências já existentes. Daí a importância da organização Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 1 Currículo e Aprendizagem dos processos de aprendizagem terem em consideração os conhecimentos prévios dos alunos e os seus contextos, dado que será com eles que os alunos irão relacionar toda a informação que receberem no processo de ensino/aprendizagem. Deste modo, fazem parte do processo de aprendizagem os alunos e as suas capacidades cognitivas, os seus conhecimentos prévios e também a motivação que têm para os desenvolver. Fazem parte, igualmente, os conteúdos e o contexto em que o processo tem lugar, no qual se inclui, entre outros componentes, a escola, os professores, as metodologias utilizadas e a organização curricular. O processo de aprendizagem está, assim, dependente de três variáveis fundamentais: o aluno, os conteúdos e o contexto em que o processo decorre. A primeira das variáveis diz respeito aos conhecimentos prévios do aluno e às suas capacidades cognitivas; a segunda tem a ver com a forma como o currículo está estruturado; a terceira tem a ver com a escola, os professores, as metodologias utilizadas na sala de aula e a forma como é organizado o processo de ensino/aprendizagem. Neste processo, deve ser preocupação dos educadores dar resposta às perguntas sobre o que aprender e para quê aprender. Por um lado, o que o aluno deve aprender obriga a que, além da consideração dos conhecimentos que o aluno deve adquirir, se tenha também em consideração a forma como irá relacionar a informação que recebe com os seus conhecimentos prévios e experiências, por outro lado, obriga a que o educador, mais propriamente o professor, faça opções que respondam ao para quê aprender. Esta tomada de Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 2 Currículo e Aprendizagem opções relativamente a este questionamento, decorre do facto da resposta ser dada de forma diferente consoante as teorias em que se basear. Uma destas correntes privilegia o desenvolvimento cognitivo, com o objectivo de os alunos aprenderem a captar e processar informação, a relacionar conceitos e a resolver problemas, criando, desse modo, novos conceitos e soluções para problemas novos com que se deparem. Nesta corrente são utilizadas estratégias específicas visando o desenvolvimento das capacidades de raciocínio dos alunos. Uma segunda corrente dá primazia ao desenvolvimento do indivíduo, tanto nos domínios cognitivos como nos domínios afectivo e social, tendo em vista o desenvolvimento relacional, cultural, de valores e de competências. Trata-se de uma corrente que, a partir da consideração do aluno como um ser singular, aposta na ocorrência de mudanças que o reconstruam. Uma terceira corrente privilegia a interacção que o ser humano estabelece com a realidade social, no entendimento de que este deve estar comprometido com o desenvolvimento da sociedade. Neste caso, as estratégias utilizadas passam muito pela importância que é dada à actualização dos conhecimentos, ao desenvolvimento da ciência e à compreensão do momento histórico que vivemos, bem como às actividades que, no seu contexto, têm lugar. Uma quarta corrente privilegia o desenvolvimento da capacidade e de habilidade para os alunos poderem vir a participar activamente na sociedade, tanto a nível social como político. Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 3 Currículo e Aprendizagem O Currículo A utilização do conceito de currículo tem lugar a partir do momento em que a escolarização passou a ter um carácter de actividade organizada, remontando a 1633 o seu aparecimento, nesta altura contendo o sentido de disciplina. Ao longo dos séculos XIX e XX desenvolveu-se o debate sobre conteúdos e formas de organização do ensino, dele resultando o “reconhecimento do currículo como uma nova área do conhecimento educativo.”1 Contudo, em Portugal, só recentemente este conceito foi introduzido no sistema de ensino, sendo utilizado pela primeira vez na Lei de Bases do Sistema Educativo aprovada em 1986 (reforma curricular do ensino Básico e Secundário). O significado de currículo é o que lhe confere o étimo latino curere, que significa caminho ou percurso a seguir, pelo que o seu entendimento, no âmbito escolar, é o de “um curso ou uma listagem de conteúdos que devem ser seguidos” (Goodson, 2005, in Lopes, M. (2009). Este entendimento pressupõe que, como em qualquer expedição, há um ponto de partida e um ponto de chegada desejado, pelo que a melhor forma de garantir o sucesso do percurso é a preparação da jornada, que implica prever o melhor trajecto e os meios mais adequados para a efectivar. No âmbito da escola é ao currículo escolar que está atribuído esse o papel. Todavia, a definição de currículo tem evoluído ao longo da história, sofrendo alterações de acordo com os diferentes entendimentos que, em cada época, se fez do ensino. Parece, no entanto, ser consensual a ideia de que o currículo “é um modo de organizar um conjunto de práticas educacionais humanas”2, com 1 2 Lopes M., 2009. Grundy, 1987, cit in Pacheco, 1996, p. 18, in Lopes M., 2009. Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 4 Currículo e Aprendizagem as quais “se pretende que o aluno aprenda, adquira e interiorize ao longo da sua passagem pelo sistema educativo”3. As teorias do currículo No âmbito das Ciências da Educação, as questões relacionadas com o currículo têm sido tratadas em disciplinas que integram as diversas teorias curriculares, as razões para o planeamento curricular e os contextos em que este tem lugar, com o objectivo de, numa perspectiva de “desenvolvimento de uma visão interdisciplinar que proporcione uma análise e uma situação holística das situações escolares”4, melhorar os processos de ensino/aprendizagem. Há, no entanto, rumos diferentes no desenvolvimento das teorias do currículo, como são exemplos as perspectivas que resultam da investigação curricular consoante as tradições/modelos de investigação são a científica e/ou empírico analítica (Darling-Hammond e Snyder, 1992) ou a humanista (Lincoln, 1992)5. Na esteira da tradição cientifica e/ou empírico analítica situam-se os paradigmas processo–produto e presságio–produto (Pacheco, 1996)6, a partir dos quais se desenvolvem duas perspectivas distintas, uma behaviorista, focada na programação e nas situações de aprendizagem baseadas numa relação de causa-efeito, e outra cognitiva estruturalista, focada na associação de ideias e na repetição e reforço das aprendizagens, reconhecendo que a aprendizagem “implica processos mentais activos e sistemáticos que constroem mapas cognitivos de orientação.”7 3 Roldão, 1999, in Lopes M., 2009. Leite e Lopes, 2007, in Lopes M., 2009. 5 In Lopes M., 2009. 6 In Lopes M., 2009. 7 Darling-Hammond e Snyder, 1992 cit in Pacheco, 1997, in Lopes M., 2009. 4 Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 5 Currículo e Aprendizagem Por seu lado, a investigação baseada na tradição humanista fundamenta-se na observação dos indivíduos e na importância das ideias e dos significados, privilegiando no campo curricular, por um lado, o pensamento e a acção dos professores e dos alunos numa perspectiva de resolução prática dos problemas e, por outro lado, dando ênfase a uma visão crítica dos problemas, no contexto do papel que a escola deve desempenhar. As teorias de currículo podem, assim, ser englobadas em três categorias fundamentais: as teorias tradicionais, centradas no professor e tendo como foco a transmissão de conhecimento, a aprendizagem, a avaliação, a metodologia, a didáctica, a organização, o planeamento, a eficiência e os objectivos a atingir no processo de aprendizagem; as teorias críticas cujo foco incide, entre outros aspectos, na ideologia, na reprodução cultural e social, nas questões relacionadas com as classes sociais e nas relações de produção; as teorias pós-críticas da era pós-moderna, cujo foco incide nos princípios da identidade, da alteridade e da diferença, na subjectividade, na representação, nas questões relacionadas com as etnias, a sexualidade e o multiculturalismo. Os fundamentos do currículo O currículo escolar deve ser, então, um “Conjunto de actividades e de experiências que o aluno tem dentro e fora da escola, mas que são planejadas, interpretadas e utilizadas pela escola ao assumir o desenvolvimento integral do aluno”8, nele devendo constar, de forma detalhada, o que se quer que os alunos aprendam, como irão aprender, qual o papel a desempenhar pelo professor no processo de ensino/aprendizagem e a caracterização do contexto em que este ocorrerá, pois como também é realçado por Gairin e Tejada (1990, 8 Cf. Revista do ensino. Porto Alegre, v.19, n.141, p.32-33, Jun. 1972, in Lopes M., 2009. Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 6 Currículo e Aprendizagem p.342-343)9, o processo de ensino/aprendizagem não é apenas o resultado da interacção entre professor e alunos, mas também do contexto de ensino. Em qualquer dos casos, esta estruturação é condicionada por diversos factores que também fundamentam o currículo, como são o caso das normas legais que sustentam a planificação curricular, das concepções filosóficas acerca do tipo de indivíduo que se quer formar10, da concepção existente acerca do conhecimento e da ciência e do seu papel no desenvolvimento da sociedade, dos fundamentos psicológicos, face à necessidade de os professores conhecerem os processos através dos quais os alunos aprendem, e da descrição do modelo pedagógico a implementar no currículo, no sentido de determinar as orientações para a organização do processo de ensino/aprendizagem. Relativamente à composição do currículo, em face da necessidade cada vez maior de uma compreensão sistémica dos fenómenos do mundo actual, é fundamental que os modelos baseados na fragmentação disciplinar ainda dominantes nas nossas escolas, dêem lugar a uma composição curricular caracterizada pela interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. O papel do professor no desenvolvimento do currículo Na definição do desenvolvimento do currículo o professor é o principal actor, muito embora a sua acção esteja condicionada pelo grau de responsabilização que lhe é atribuído e pelo papel que a estrutura curricular lhe reserva. De qualquer modo, como é realçado por Pacheco (1996, p. 101), “o professor é o árbitro de toda a decisão curricular (…), uma vez que é o protagonista de uma 9 In Vilaça A. Matos (1994, p.70). Esta explicitação “deve considerar que o ser humano está condicionado pelas relações sociais existentes e pelas exigências, aspirações e características da civilização universal.” (Lopes M., 2009). 10 Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 7 Currículo e Aprendizagem cadeia de decisões que, natural e logicamente, lhe pertence determinar, moldando à sua ‘medida’ o currículo sucessivamente prescrito, apresentado, programado e planificado.”11 Esta autonomia relativa reservada ao papel do professor no currículo, desdobra-se na definição dos objectivos de aprendizagem a atingir pela turma, cuja tarefa é levada a efeito de forma colectiva pelos respectivos professores, e na definição dos conteúdos programáticos, na qual o professor pode, sem colocar em causa a programação efectuada ao nível do respectivo grupo de docência, fazer as adaptações ao programa que entender serem as mais frutuosas para a compreensão dos alunos e, consequentemente, para o desenvolvimento dos seus conhecimentos. A avaliação das necessidades Segundo Zabalza (1992, in Lopes M., 2008), “Avaliar as necessidades significa tomar em conta as carências que se devem considerar para esboçar os objectivos da educação (…) as quais se identificam no desenvolvimento do currículo através do estudo de três fontes: o aluno, os especialistas e a sociedade”. Assim, a avaliação das necessidades, por centrar as atenções nos problemas essenciais, por justificar a programação que se quer efectuar e por esclarecer o ponto de partida dos alunos, questão essencial para que posteriormente se possa avaliar as mudanças que neles devem ter lugar, é considerada das etapas mais importantes do desenvolvimento do currículo. Estas necessidades desenvolvimento. As podem ser necessidades prescritivas, prescritivas individualizadas caracterizam-se e de pela clarificação daquilo que se espera que cada aluno saiba no final de cada ciclo 11 In Lopes M. (2009). Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 8 Currículo e Aprendizagem ou ano lectivo. As necessidades individualizadas procuram esclarecer os interesses dos alunos e formular hipóteses sobre aspectos do currículo que melhor respondam às especificidades dos alunos. As necessidades de desenvolvimento referem-se ao levantamento do que pode vir a optimizar o processo de implementação do currículo e os resultados a atingir. Neste sentido, torna-se fundamental a caracterização das condições em que se desenrola o processo de ensino/aprendizagem, em relação ao meio ambiente (urbano ou rural, condições económico-sociais, etc.), à escola (quantidade de alunos e de docentes, recursos materiais e técnicos, etc.), aos alunos (apetências, hábitos de leitura, ocupação dos tempos livres, se têm computador e Internet, etc.) e à sua família (escolaridade, profissão, atitude em relação à aprendizagem dos educandos, etc.). O Programa e a programação Um dos componentes do currículo é o Programa. Como refere Zabalza (1987, p.12)12, trata-se de um documento oficial de carácter nacional, no qual são apontados um conjunto de conteúdos e objectivos a atingir num determinado nível de ensino. O Programa não tem um carácter imutável, antes traduz o momento histórico a que se reporta, no plano das perspectivas da sociedade relativamente aos domínios económico, social, político e cultural, reflectindo, como refere Zabalza (1987, p.13)13, as “necessidades de formação e de reconhecimento cultural e técnico dessa mesma sociedade”. 12 13 In Lopes M. (2009). In Lopes M. (2009). Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 9 Currículo e Aprendizagem Fazem parte das suas características, a compreensibilidade da linguagem relativamente a todos, a isenção de ambiguidades relativamente às normas, aos objectivos mínimos e às orientações. As funções deste componente do currículo referem-se a toda a comunidade educativa (alunos, professores, pais e autoridades escolares), às relações entre os diversos níveis escolares14 e, ainda, em relação ao sistema educativo, no que diz respeito ao que é ensinado numa determinada época de ensino. Segundo Zabalza (1987, p.12)15, a programação refere-se ao “projecto educativo-didáctico específico desenvolvido pelos professores para um grupo de alunos concreto, numa situação concreta e para uma ou várias disciplinas”. Ou, como também refere Roldão (1999)16, trata-se de constituir o currículo através da adaptação dos programas nacionais à escola, corporizando “uma determinada forma de o gerir, adequada às finalidades de um longo período da história das escolas e dos sistemas”, dependendo este processo do grau de autonomia tido pelas escolas. Conclusão Ensinar é um processo que engloba informar, orientar e incentivar os alunos, de modo a que estes desenvolvam a sua aprendizagem. Trata-se de uma tarefa que não se resume à transmissão de conhecimentos, mas que antes pressupõe ensinar a pensar, criar hábitos de acção e competências para a resolução de problemas. 14 Através da articulação entre os diversos níveis de ensino os professores deviam ter um melhor conhecimento sobre o que aos alunos foi ensinado nos ciclos precedentes. 15 In Lopes, M. (2008). 16 In Lopes, M. (2008). Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 10 Currículo e Aprendizagem Assim, diferentemente do ensino tradicional, centrado no professor e na transmissão de conteúdos programáticos, na pedagogia actual o professor é encarado como um mediador que orienta e incentiva os alunos a procurarem desenvolver os seus conhecimentos, cabendo-lhe como principais tarefas a organização das situações de aprendizagem, numa perspectiva que considera o aluno como um ser único, diferente dos demais. Nesta óptica, o ensino, relativamente aos estilos e ritmos de aprendizagem, é adequado às especificidades e conhecimentos prévios dos alunos, procurando-se, ao mesmo tempo, que seja motivador e gratificante. Cabe ao currículo a estruturação das condições para o desenvolvimento destas estratégias de ensino/aprendizagem, seja ele estruturado na base de uma orientação mais tradicional ou com um sentido mais moderno. Num sentido mais tradicional, a focagem estará mais no conjunto das disciplinas e nas acções educativas para elas prescritas, enquanto, se tiver uma orientação mais de acordo com as teorias actuais, o foco incidirá no aluno e em todas as situações que possam ter influência no desenvolvimento dos conhecimentos. Em qualquer dos casos, o desenvolvimento curricular é um processo construtivo que integra pessoas com diferentes pontos de vista sobre o processo de ensino/aprendizagem, bem como procedimentos acerca da tomada de decisões sobre as questões curriculares, das escolhas a fazer, das decisões a tomar e da forma como estas virão a ser implementadas. Ou seja, é um processo que envolve protagonistas com diferentes pontos de vista sobre o seu desenrolar, no qual todos têm um papel interventivo sobre ele. Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 11 Currículo e Aprendizagem O currículo é, assim, simultaneamente um processo político17, um empreendimento social18 e um processo de colaboração e cooperação19, englobando diversas fases que vão desde a emanação do currículo oficial por parte do poder central, passando pela sua apresentação aos professores, pela elaboração, em grupo, do projecto educativo e pela planificação individual por parte de cada professor, até à última fase, a do currículo avaliado. Construir o currículo escolar implica, em primeiro lugar, ter um bom conhecimento prévio dos alunos, ao nível dos seus conhecimentos, dos seus contextos familiares e locais nos domínios económico, social e cultural. Estes dados são essenciais para o professor poder tomar as medidas adequadas para promover os processos de ensino/aprendizagem de modo a terem sucesso. Implica, também, a definição das metas a alcançar na aprendizagem, cujo alcance avaliza o seu sucesso e implica ainda a definição das estratégias e metodologias a adoptar para que a caminhada da aprendizagem siga pelos percursos mais ajustados, delas devendo fazer parte, entre outros aspectos, a programação das matérias a leccionar e os recursos de aprendizagem a seleccionar de entre os disponíveis. Neste processo, o professor goza de certa autonomia de orientação no contexto dos referenciais que lhe são impostos, devendo participar, no contexto da escola, nas planificações e articulações com outros professores, bem como na adaptação dos programas e na provisão dos materiais e actividades didácticas, necessários e disponíveis para responder eficazmente aos contextos reais dos alunos. 17 Reflecte decisões tomadas a nível nacional, regional ou local. Envolve pessoas no desempenho de variados papéis de acordo com as suas disponibilidades, interesses e valores. 19 Implica que no seu desenvolvimento os participantes colaborem e cooperem entre si. 18 Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 12 Currículo e Aprendizagem Bibliografia FONSECA, Thais N. de L. O livro didáctico de História: Lugar de memória e formador de identidades Hamze, Amélia. Ref: SILVA, T.T.da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. in: http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-curriculo-aprendizagem.htm Hornburg, N. e Rubia da Silva (2007). Teorias sobre Currículo – Uma análise para compreensão e mudança. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, Vol.3 n.10 – Jan.-Jun./2007, p. 61 Lopes, M. (2008). Teoria e Desenvolvimento Curricular. Fafe: Escola Superior de Educação de Fafe – Mestrado em TIC Pacheco, J. A. (1996). Currículo: Teoria e Praxis. Porto: Porto Editora Roldão, M. Céu (1999). Os Professores e a Gestão do Currículo. Porto: Porto Editora Teixeira, Gilberto (2005). “Como de Processa a Aprendizagem”, in: http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=12&texto=757 Vilaça, A. Matos (1994). Currículo e Ensino. Porto: Asa Zabalza M. A. (1992). Planificação e Desenvolvimento Curricular. Porto: Asa Lei nº 46/86 – Lei de Bases do Sistema Educativo, in: http://www.sg.minedu.pt/leis/lei_46_86.pdf Mestrado em Ensino em TIC Teoria e Desenvolvimento Curricular 13