Efeito do nitrogênio e potássio no desenvolvimento da bananeira. Eylanne P. de Carvalho¹; José Walmar Setúbal²; Marcelo B. Parente²; Francisco de B. Melo 3; Valdenir Queiroz Ribeiro3. ¹UFPI – Engª. Agrª. – Graduada pela Universidade Federal do Piauí – [email protected] – Teresina – PI. ²UFPI – Centro de Ciências Agrárias – Departamento de Fitotecnia, [email protected],[email protected] Teresina -PI; ³Embrapa – Centro de Pesquisas Avançadas do Meio – Norte, [email protected], [email protected]. Teresina –PI. RESUMO Com o objetivo de observar o efeito do nitrogênio e potássio no desenvolvimento da bananeira, cv. Grand Naine’’, o trabalho foi realizado na área experimental da Embrapa Meio-Norte, no período de abril a julho de 2001. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso do tipo composto central, com três repetições. Os tratamentos foram constituídos pelas seguintes dosagens de nitrogênio e potássio: 0, 100, 200, 300 e 400 Kg de N.ha 1 .ciclo -1 e 0, 150, 300, 450 e 600 Kg de K2O.ha-1.ciclo -1, aplicados nas formas de uréia e cloreto de potássio respectivamente. Os parâmetros avaliados foram altura da planta e perímetro do pseudocaule. Os melhores resultados foram observados para as dosagens de 400 Kg de N.ha -1 e 600 Kg de K 2O.ha -1, para ambos os parâmetros. Palavras-chave: Musa sp. L., nitrogênio, potássio, desenvolvimento. ABSTRACT Effect of nitrogen and potassium in the development of the banana tree. With the objective to observe the effect of nitrogen and potassium in the development of the banana tree, cv. Grand Naine, the work was carried through in the experimental area of the Embrapa Meio-Norte, in the period of April the July of 2001. The experimental delineation was of blocks to perhaps of the central composed type, with three repetitions. The treatments had been constituted by the following dosages of nitrogen and potassium: 0, 100, 200, 300 and 400 Kg of N.ha -1. cycle -1 and 0, 150, 300, 450 and 600 kg of KO.ha¹.cycle 1 , applied in the forms of urea and potassium chloride respectively. The evaluated parameters had been height of the plant and perimeter of pseudostem. The best ones resulted had been observed for the 400 dosages of kg of N.ha -1 and 600 kg of KÒ.ha -1, for both the parameters. Keywords: Musa sp. L., nitrogen, potassium, development. A banana (Musa sp L.) é a fruta mais consumida no mundo e no Brasil, constituindo parte importante da renda dos pequenos produtores e da alimentação das camadas mais carentes da população (Almeida et al., 2000). No Brasil ocupa o segundo lugar em volume de frutos produzidos, perdendo apenas para a laranja. O consumo per capita nacional é estimado em torno de 20 Kg/ hab. Ano (Almeida et al., 2000). No estado do Piauí a utilização de solos de baixa fertilidade e a falta de manutenção dos níveis adequados de nutrientes durante o ciclo da planta são os principais fatores responsáveis pelas baixas produtividade da bananeira (34t) (AGRIANUAL, 2001). Aliados a isso, as elevadas quantidades de nutrientes retirados do solo durante os vários ciclos produtivos da cultura, podem comprometer ainda mais o desequilíbrio nutricional da planta (Borges et al., 1995b). Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de níveis de nitrogênio e de potássio no desenvolvimento da bananeira. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na área experimental da Embrapa Meio-Norte, em Teresina, PI, em solo classificado como ARGISSOLO VERMELHO – AMARELO distrófico, no período de abril a julho de 2001. A análise química do solo no local do ensaio revelou os seguintes valores na camada de 0 a 20 cm: pH em água = 6,25; P = 2,6 mg.Kg-1; K = 55 mg.Kg-1; Ca = 1,3 Cmolc . Kg-1; Mg = 0,6 Cmolc . Kg-1; CTC = 4,0 Cmolc.. Kg-1; V = 52,0%. Utilizou-se delineamento experimental de blocos ao acaso do tipo composto central, com três repetições, utilizando-se a variedade “Grand Naine”. As doses aplicadas de nitrogênio e potássio foram: 0, 100, 200, 300 e 400 Kg de N. há-1. ciclo -1 e 0, 150, 300, 450 e 600 Kg de K2O. ciclo -1, aplicados nas formas de uréia e cloreto de potássio, respectivamente. A calagem foi realizada antes do plantio na base de 2,0 t de calcário dolomítico corrigido para 100% de PRNT. A adubação fosfatada realizada na cova e as adubações nitrogenada e potássica foram parceladas, sendo 1/3 no plantio, 1/3 aos três meses e 1/3 aos seis meses após o transplantio das mudas. Cada parcela experimental foi constituída por cinco fileiras com 10 m de comprimento, totalizando 25 plantas, espaçadas de 2,50 m x 2,00 m. A área útil foi composta pelas três fileiras centrais, eliminando-se as plantas das extremidades, totalizando nove plantas úteis. Foram avaliados dados de altura da planta a partir da roseta foliar e perímetro do pseudocaule a 30 cm do solo. Adotou-se o sistema de irrigação por microaspersão. Cujo manejo foi realizado com base na evaporação do tanque classe A, para a aplicação das lâminas, e o momento de irrigação definido em função das leituras dos tensiômetros, instalados na área experimental. Os dados foram analisados estatisticamente, ajustando-se para regressão polinomial. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi observado um efeito quadrático (p < 0,05) para altura de planta e perímetro do pseudocaule quando aplicado Nitrogênio associado ao Potássio (Fig.1 e 2). As equações que melhor se ajustaram ao modelo foram: Za = 224,86406 + 0,03837X – 3,9306e-5X2 + 0,04951Y – 2,2469e-5Y2 e Zd = 58,11695 + 0,00258X + 0,01253Y – 1,1595e5 2 Y , onde Za corresponde à altura de planta e Zd o diâmetro do pseudocaule, respectivamente. Os maiores valores de altura de planta e perímetro do pseudocaule foram obtidos com as dosagens de 400 Kg de N. ha -1 e 600 Kg de K2O. ha -1, atingindo alturas de plantas de 260 cm e perímetro do pseudocaule de 63 cm, respectivamente. Resultados semelhantes foram observados por Borges et al. (2000 b), quando estes observaram que o nitrogênio está diretamente relacionado com o crescimento vegetativo da planta e o potássio com a translocação de assimilados. Os resultados obtidos no trabalho concordam com os obtidos por Brasil et al. (2000 b), que verificou que o nitrogênio influenciou a circunferência do pseudocaule e a altura de plantas até 240 dias do plantio. Da mesma forma que o potássio estimula a parte vegetativa da bananeira, Neves et al. (1991), observou que independentemente da cultivar este elemento além de ser extraído em maiores quantidades pela bananeira, também exerce uma grande influencia na formação da planta. Segundo Lavah, citado por Borges et al. (1988 a), uma deficiência aguda de potássio pode levar a um retardamento geral do crescimento da planta, bem como uma diminuição da circunferência do pseudocaule. LITERATURA CITADA ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA. São Paulo: FNP, 2001, p. 200. ALMEIDA, C. O.; SOUZA, J.; CORDEIRO, Z. J. M. Aspectos socioeconômicos. In: CORDEIRO, Z. J. M (org.). Banana produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para transferência de tecnologia, 2000, p. 10 - 11. BORGES, A. L.; CALDAS, R. C. Adubação potássica em bananeira “Prata”. In: COGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9, 1988, Campinas, SP. Anais... Campinas: SBF, 1988 (a), p. 129 – 133. BORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G.; SOUZA, L. S. Solos, nutrição e adubação da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa - CNPMF, 1995 (b), 44 p. (Embrapa - CNPMF. Circular Técnica, 22). BORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G. Nutrição, calagem e adubação. In: CORDEIRO, Z. J. M. (org.). Banana produção: aspectos técnicos. 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